sábado, 9 de novembro de 2019

Biografia Guilherme Palhares

BIOGRAFIA GUILHERME PALHARES

Guilherme Palhares nasceu em 1988. Em 2001 realizou a primeira Eucaristia com Elyzia e Irací, atuava no coral da Igreja Católica Apostólica Romana de Santa Terezinha do Menino Jesus da Santa Face e também atuava como coroinha com o padre Damásio. Em 2003 realizou a Crisma na mesma igreja com Luciene. Em Dezembro de 2005 converteu à evangélico e foi batizado na Igreja Evangélica Quadrangular com o pastor Jerônimo. Concluiu o ensino científico no colégio Leon Renault em 2003. No ano seguinte continuou o ensino médio no colégio Marconi e concluiu no Maestro Villa Lobos em 2008. Em 2006 foi reconhecido como melhor aluno do segundo ano do segundo grau no 1º e 2º trimestres consecutivos, foi certificado pela FDG. Em Dezembro de 2004 realizou o curso de Introdução à Micro Informática. Em Junho de 2006 realizou o curso de Liderança com o pastor Ricardo. Em Setembro de 2006 realizou Informática Avançada e foi reconhecido como melhor aluno de Editoração Eletrônica. No mesmo ano concluiu o curso de Editoração Eletrônica pela Associação de Promoção Humana DP. Ainda em Setembro concluiu os cursos de Digitação e Internet pela Yes Inforport. Em Novembro de 2006 concluiu os cursos de Operador de Telemarketing, Administração de Pessoal, Orientação Profissional e Empregabilidade pelo Instituto Minas de Educação Profissionalizante realizado no Centro Universitário Uni-Bh.
Em Março de 2007 concluiu o curso de Contabilidade. No mesmo ano realizou dois meses do curso de inglês pela Microcamp. Em Julho de 2007 concluiu os cursos de Telefonista e Recepcionista pela Microlins. Em 2007 atuou como pastor auxiliar na Igreja Quadrangular com o pastor Wellington, atuou também como auxiliar de estudo bíblico com o pastor Vilcimar, foi membro do coral, diaconato e consolidação. Realizou dois anos de Teologia pela ITQ Instituto Teológico Quadrangular. Praticou aulas de técnicas vocálicas. Em Outubro de 2007 conquistou seu primeiro emprego como Operador de Telemarketing e Call Center. De 2006 à 2008 escreveu sermões e livros teológicos, entre estes referentes à corpo, alma, espírito, mente e Deus e as profecias de Apocalipse baseadas nas visões do profeta Daniel, perdeu seus arquivos em um eventual descuido. Teve a oportunidade de pregar um de seus sermões na escola dominical e em três igrejas distintas, incluindo estas a Assembléia de Deus.
Em 2008 fez um intercambio à Bolívia. Durante quatro meses trabalhou e conheceu cidades tais como San Matías, Santa Cruz Dela Sierra, antiga capital, Trinidad em Beni e Cobija em Pando. Em 2009 afastou da igreja, realizou os cursos pré-vestibulares no Pré UFMG e Pré Promove morando no bairro Gutierrez. Durante o curso teve a oportunidade de praticar aulas de poesias, iniciou com suas poesias no início do ano com métodos de estroferografia. No fim do ano de 2009 trabalhou no Mc Donald’s. Em 2010 mudou de casa do bairro Nova Granada para morar com sua vô Neide no bairro Grajaú, publicou seu primeiro livro de poesias encadernadas por uma gráfica de BH ‘Palavras em Versos de Guilherme Palhares’. Neste ano participou de um recital de poesias na Praça Sete, centro de BH. Em Outubro decidiu trabalhar com sua mãe que era proprietária da Flora Dona Flor no bairro Grajaú. Em Dezembro de 2010 passou no vestibular e ingressou no Centro Universitário Newton Paiva cursando Psicologia.
Em 2011 estudou o primeiro semestre e trancou a matrícula, preferiu investir na publicação do seu primeiro livro de poesias registradas, ‘Refletindo Versos’ pela Editora Livre Expressão do Rio de Janeiro. Em 2012 concluiu as vendas, mas teve seu livro divulgado em Brasília e cidades do interior de MG. Ganhou troféu de primeiro lugar em contos. Sua poesia já esteve exposta na feira coberta do Padre Eustáquio e no jornal do ônibus pela BhTrans. Ainda em 2012 iniciou um tratamento psicanalítico com o doutor Rodrigo Raslan. Em 2013 iniciou um tratamento psiquiátrico com o doutor Antônio Renato do LiferCenter, no segundo semestre voltou a trabalhar com sua mãe. Em 2014 trabalhou na AeC como atendente de lanchonete, encadernou mais livros em gráficas e publicou o terceiro livro ‘Desenhando Versos’, iniciou tratamento psicológico e em Outubro foi internado no Hospital André Luiz por uso abusivo de substâncias psicoativas.
Ao longo de cinco anos foi internado oito vezes em hospital psiquiátrico, comunidade terapêutica involuntária e clínica de reabilitação por uso de álcool e drogas. Em 2015 concluiu o segundo período de Psicologia. Em 2017 concluiu o terceiro período, em Fevereiro ingressou no NA Narcóticos Anônimos. Em Dezembro de 2018 publicou seu quarto livro ‘Analisando Versos’ por uma editora independente com seu patrocinador Marcelo Pereira. Em 2019 voltou à Igreja Quadrangular como membro efetivo e em Outubro concluiu os cursos de Leader Coach e Técnicas de Negociações e Vendas.

Biografia Leoneil Odenkir Kholer

BIOGRAFIA DO AUTOR ODENKIR KHOLER

 

Em 6 de Novembro de1986, Leoneil Odenkir Kholer, roteirista cômico e escritor, surge da união de Weil Piter Kholer e Hallen Odenkir Iddstan em Kiev, Ucrânia. A cidade possui uma das mais antigas unidade de ensino elementar da Ucrânia, assim como Krivoy. Uma cidade metropolitana da Ucrânia onde encontra-se um dos mais importantes centro universitário de ensino e foi habitado durante quatro anos por Odenkir Kholer. Hallen Odenkir Iddstan habitou a cidade de Primorsko Akhtarsk na Rússia em 1975 para trabalhar como funcionária do restaurante indiano Ratna. Teve Veroneil e Odneil como os primeiros filhos com Weil Piter Kholer, filho de Aythoni Mur Van Narkisgan e Noemy Kholer, avós de Odenkir Kholer. Hallen e seus irmãos, tios de Odenkir Kholer, tem seus sobrenomes com as iniciais de seu pai Iwan Dant Deyvi Stan, portanto, Iddstan. Iwan criou o sobrenome Iddstan em um cartório Ucraniano nas décadas de cinqüenta, casou-se com Enyd Odenkir, avó de Odenkir Kholer. Além disso Odekir Kholer tem suas tias Silmah, Emah, Shirley, Sarah e os tios William Rhatsboney e Edward Rhozter. Hallen conheceu um dos sócios diplomatas chamado Acemir Éber que atuava como gerente em Primorski Akhtarsk e possuía um restaurante associado em Karli Bhaja na Índia. Hallen gerou Neilah em 1987, após seu casamento com Weil, retornou à Kiev em 1988, mas as revoltas políticas de 1989 na cidade causaram a separação pelo cartório de Hallen e Weil em 1990. Os primeiros filhos receberam o sobrenome do avô Iwan Dant Deyvi Stan, que é Iddstan, quando Hallen ainda não havia registrado seu casamento no cartório. Iwan não permitiu o registro de Piter.

Em 1990 ocorre o reencontro de Éber que se uniu com Hallen que passava as férias em Primorski Akhtarsk após quase um ano da separação com Weil Piter Kholer. Os conflitos socialistas também causam a perca do restaurante Ratna. A economia foi enfraquecida obrigando Éber e Hallen à se refugiarem para a sociedade indiana de Karli Bhaja em 1994 à trezentos quilômetros da costa oeste na Índia. Onde outro restaurante chamado Rhaja poderia manter a economia em vigor. Dos irmãos Veroneil e Odneil, apenas Odenkir Kholer e sua irmã Neilah habitaram Karli Bhaja. Odenkir Kholer aprendeu o idioma neo-lusitâno com a colonização nas regiões de Pradesh.

Em 1997 um dos frigoríficos na cidade de Kiev, chamado Sagar, do famoso restaurante Ratna foi herdado após a morte do sócio Éber que teve uma filha adotiva chamada Epfânya. Acabou se tornando o restaurante Sagar. Odenkir Kholer retorna à Primorsko Akhtarsk com Hallen Odenkir que usou parte da herança para habitarem a mesma cidade de Kiev com Epfânya de dois anos e Neilah de oito anos, onde habitavam seus familiares desde o início. Com apenas treze anos, em 1999, Odenkir Khole dava início ao seu primeiro roteiro cômico. Em 2002 Odenkir Kholer completa o aprofundamento científico. Em 2006 Estudou Recursos Humanos, Noções Filosoficas e Ensino Teológico na Universidade de Melitopol em Donetsk, poucos quilômetros de Primorsko Akhtarsk. Situada entre o Mar de Azov e a represa de Kremenchug. A metrópole de Donetsk se estende pela Bacia de Azov e chega a possuir partes do litoral leste na alfândega ucraniana com a Rússia e Krivoy.

Os métodos foram responsáveis pelos primeiros livros não publicados de Odenkir Kholer. Encerrou os estudos em 2008, mas foi para o reformatório em 2009 por uso de bebidas alcoólicas após se debater com Hallen, que desejava sua permanência em Kiev e era contra sua viajem a Chicago. A família Odenkir estava perto da falência, o restaurante na Índia foi desapropriado. Hallen Odenkir muda definitivamente para Donetsk e a economia do restaurante Ratna de Primorsko Akhtarsk foi toda voltada sob administração de Silmah sua irmã e o Sagar de Kiev à sua irmã Shirley. Hallen conhece Kassío em Donetsk onde uma última filial foi construída chamada Dracna, concluindo a companhia formada pelos restaurantes Sagar, Dracna, Rhaja, que foi o nome do antigo restaurante em Karli Bhaja e inaugurado em Kiev e o Ratna, reaberto com a emissão das verbas, após o apoio filantrópico de sua irmã judia Silmah e a pensão de Éber admitido em cinqüenta por cento à Epfânya filha adotiva. Embora Odenkir Kholer houvesse queimado seus primeiros livros de filosofia e teologia por falta de apoios e no debate com sua mãe, continuou com novos roteiros cômicos.

Um de seus primeiros livros “Crystal Green” em 2009 foi iniciado no reformatório aos 23 anos quando Odenkir Kholer recebeu recursos de seu pai Weil Piter Kholer para estudar a Ortografia Inglesa. A nova tarefa o incentiva na criação de novos projetos. No mesmo ano escreveu “Postman”. Após seis meses Odenkir Kholer retorna do tratamento com ajuda de sua tia Silmah Odenkir e estuda Analises em 2010, ano em que iniciou a segunda edição “Delivery”. A crise ainda afetava a família, havia falta de dinheiro e dificuldades com as despesas no restaurante Ratna em Primorsko Akhtarsk. O idioma inglês, usado em algumas partes da Ucrânia, nas colônias de Donetsk e Primorsko Akhtarsk, era um dialeto praticado desde o início de seus estudos na Índia até seu último curso. Após seu segundo livro em 2010, Odenkir Kholer decide estudar em Chicago, quando conseguiu seu próprio financiamento publicitário. Saiu de casa no mesmo ano com recursos do Dracna em Donetsk, após exercer influência financeira. Decidiu desapropriá-lo por insuficiência administrativa.

Odenkir Kholer conseguiu finalmente ingressar na faculdade de Chicago quando próximo de esgotar seu investimento nos Estados Unidos. Graduou-se em Psicologia quando se fixou em 2011. A notícia de sua viajem foi revelada somente após conseguir seu estudo por definitivo, era tarde de mais, seu avô Iwan Dant Davis Stan era falecido. Alguns parentes diziam que Odenkir Kholer seria a principal causa da crise na família e do infarto de Iwan, porque seu avô se sentia muito preocupado com ele, mas Odenkir Kholer não desistiu enquanto terminado seus estudos e realizados os seus objetivos. Em 2011 concluiu a terceira edição chamada “Medal Silver”. No mesmo ano conseguiu publicar seu primeiro livro “Crystal Green”, por uma editora afiliada a sua empresa de montagens FireComics. Em 2012 criou a quarta edição chamada “Shell”. Neste ano também escreveu “The Da Vincci Cod 2”, baseado no livro de Dan Brown.  Em 2013 criou a quinta edição chamada “Epidemic”. Em 2014 escreveu “Dream Rock” e em 2021 concluiu a sétima edição chamada ‘Cooperfield’. Atualmente Odenkir Kholer é roteirista cômico pela FireComics, Colorados. Também é diretor de finanças da Delartes, Los Angeles.

Seus livros foram registrados e então catalogados pela International Standard Book Number. Odenkir Kholer faz palestras e já tem até a sétima edição do seu livro que fala sobre a saga X-club, além de ‘The Da Vincci Cod’ e ‘Postman’. Este talvez seja o prenúncio do gênero criminal e aventureiro prometido pelo autor e finalmente o lançamento dos seus livros “Dream Rock” e “Cooperfield”. Em Dezembro foi reconhecido pela Library of American Congress (Biblioteca do Congresso Americano) que contribuiu na divulgação dos livros e na publicação em janeiro de 2012.


Postman - Odenkir Kholer


AUTOR: LEONEIL ODENKIR KHOLER
TÍTULO: POSTMAN
BY: GUILHERME PALHARES VIEIRA
GÊNERO: AÇÃO CRIMINAL, POLÍCIA, COMÉDIA, ROMANCE.

SINOPSE

Este livro conta a história de um carteiro de Pittsburgh chamado Stanley Hokney que descobre uma fraude de um jogo de apostas. Ele consegue por através das cartas receber o prêmio ao desviá-lo do falso ganhador Henry e também ao desviar de um endividado chamado Elder Adams que foi manipulado ao ser indicado como o novo ganhador. O carteiro faz um jogo de cartas e consegue forçar duas vezes o pagamento do dono do jogo chamado Gordam McBregg. É também um livro de comédia, onde o carteiro Doney está sempre metido em encrencas. Há romance, em que o casal Amy e Malcon se separa e Amy consegue denunciar o agressor após ele mantê-la em cativeiro. A denúncia foi feita por através da carta postal enviada ao carteiro Donavan que começa um novo relacionamento com Amy. Antes do Natal ocorre uma fuga engenhosa de Stanley que foi flagrado desviando a correspondência de Elder Adams e conseqüentemente preso em Miami. Ele consegue elaborar cartas aos advogados Oliver B. Shoff, Bill Young e ao delegado Péricles ao mesmo tempo. No fim todos passam o Natal felizes, Stanley com Amaro, Donavan com Amy e Doney com Jenny.

O GOLPE

Stanley trabalhava no correio central da cidade de Pittsburgh na Pensilvânia, estava para finalizar o computador de serviço onde algumas mensagens de correspondentes e destinatários eram avaliadas. Stanley sempre foi um rapaz perspicaz, na sua juventude todos os seus esforços eram admiráveis, e foi assim que no correio central Stanley conseguiu uma façanha, uma sabotagem que armou contra uma loteria corrupta. Stanley recebia muitos envelopes dos bilhetes depositados pelos jogadores da loteria, geralmente pessoas conhecidas que investiam quase tudo para disputarem a sorte, o dinheiro em geral era depositado no banco. Mas nunca o resultado era de alguém próximo, quase sempre pessoas desconhecidas ou anônimas que jamais eram vistas. Foi percebendo este pequeno detalhe que Stanley passou a investigar a loteria e as casas dos ganhadores. Descobriu-se que algumas vezes a casa era a mesma e mudava apenas o nome do ganhador, o que fazia Stanley pensar na possibilidade de fraude. As jogadas ocorriam uma vez em cada mês do ano, assim, no início do mês de Setembro daquele ano Stanley começou as pesquisas para o próximo prêmio. Uma pista era certa, antes do sorteio sempre algumas correspondências eram recebidas da loja lotérica de uma região para outra, mas ninguém tinha acesso ao computador servidor, exceto, a secretária Lavynie. Uma gerente operacional, uma pessoa bonita, jovem, ingênua, mas que sempre estava comprometida com seu serviço. Sempre aquela porta do escritório se encontrava fechada e como na maioria do tempo os funcionários andavam em serviço, quase não encontrando a porta disponível.
Foi pensando em uma suposta emergência que Stanley pensou em acessar o computador sem que ninguém percebesse. Sua pasta de trabalho sempre era guardada no setor três de uma outra sala, onde trabalhava seu companheiro de entregas Dick, porque assim, mais cedo ou mais tarde, coincidentemente Stanley encontraria Lavynie em seu escritório, desocupada, despercebida e pronta para cair na grande armadilha. Algumas tentativas de encontrar a senha do computador servidor foram feitas antes, o objetivo seria descobrir as cartas confidenciais para pagamentos bancários. Porém agora, com a recente descoberta da fraude, Stanley teve maior interesse nesse plano, não somente para adquirir a senha, mas também a relação de fax da loja lotérica.
Certo dia ao chegar à empresa, como sempre, deixou sua pasta no setor três, na verdade Stanley fez um acordo com Dick, que sem saber a razão, o permitia guardar a pasta em seu compartimento. Até agora sabia poucas informações sobre o fax, conseguia-se acompanhar pelo computador privativo apenas as datas, os destinatários e o local de rede. Stanley tinha a certeza de encontrar algum dia, aquelas mensagens abertas no computador servidor. Tudo deveria ser muito rápido, encontrar aquele escritório disponível não seria fácil.  No mesmo dia Stanley teve a sorte ao passar pelo corredor sete, rumo ao balcão de correspondências, a porta se encontrava semi-aberta. Sentiu que aquele momento seria a hora certa para fazer a simulação, sua pulsação aumentou gradativamente, por alguns segundos permaneceu imóvel, mas finalmente tornou alguns passos atrás e seguiu em direção à porta, deveria fazer exatamente como planejava. Ao entrar naquele escritório a secretária se assusta, e perguntou sobre qual era motivo da sua repentina presença, mas com um pequeno disfarce disse que havia uma emergência no setor três. Um pedido simplório convenceu Lavynie à ir sem deixar perceber que ele desejava pesquisar o relatório de recibo de fax no seu computador. As cartas eram sempre confidenciais de modo que ninguém poderia ler ou abrir, mas ainda ficavam armazenadas durante algum tempo em uma pasta do computador.
Ao notar a Webcan ao lado do computador Stanley pensou em algo melhor, dispensou o disquete pondo novamente ao bolso. Do corredor sete ao três, teria que andar um pouco mais de cem metros, isto daria tempo para abrir o programa de rede que conectava os outros computadores. Entre estes incluía-se o computador privativo para funcionários em outra sala onde Dick trabalhava e onde ambos poderiam ter acesso. Se não fosse a Webcan instalada ao lado, jamais Stanley pensaria nessa hipótese, mas este plano seria o mais prático e acessível. Seria útil investigar a senha que até aquele momento não havia sido conquistada. Lavynie recebe a notícia preocupada, de fato suas palavras tiveram uma persuasão pertinaz. Ela saía distraída mantendo a porta imóvel. A partir de então o carteiro vasculhou o computador em tempo cronometrado, rapidamente se assentou na cadeira móvel e com um duplo clique no ícone de rede e algumas modificações conectou o computador privativo na rede de Dick. A intenção seria filmar a senha. Assim a pequena câmera é regulada em direção ao teclado de modo que o ângulo pudesse captar todos os dígitos. Quanto ao aviso dado, obviamente a funcionaria deveria receber algo urgente. Ainda no setor cinco Lavynie andava passos apressados, para Stanley não havia nada que poderia ser urgente, exceto, sua pasta no setor três. Com um telefone ao lado posto em uma parede, um do quais havia em todos os setores para comunicação entre funcionários, Stanley liga para Dick do setor, para onde foi informado o pedido:
_Preciso que entregue minha pasta com urgência à uma pessoa que chegará em breve. - disse quase por arrastar as palavras, o companheiro deveria ser ágil.
 Agora, após a ligação, a secretária já passava do setor quatro ao três, pronta para receber a falsa urgência. Claro que desde o início deixava a pasta propositalmente para enganar a secretária, para que no momento certo da armadilha o pedido fosse feito informando o local. O objetivo era gravar o relatório principal do fax da loteria, rapidamente retirou um pequeno disquete que levava no bolso, no momento sentiu uma forte adrenalina, havia muito movimento de pessoas indo e vindo e alguém inesperadamente poderia o encontrar naquele ato. Antes que a secretária chegasse o plano foi finalizado com êxito, o computador pôde ser desligado com o relatório de fax da loteria salvo. Quase no mesmo instante ao desligar o computador, a secretária chega um pouco duvidosa com o pedido de urgência.
_Era apenas uma simples pasta entregue por Dick? - disse ela como quem queria dizer do exagero quando Stanley entrou no escritório, e olhando para o computador ela pergunta:
 _Porque o computador está desligado?
_Foi minha intenção, seria um meio de evitar alguma má impressão dos funcionários.
Na verdade o computador foi desligado de propósito para que os dígitos da senha fossem filmados quando o sistema tornasse a ligar. O carteiro saiu um pouco impassível, mas ao fechar a porta, iniciou uma corrida inesperada, trombando em alguns outros funcionários, teria que alcançar o computador privativo antes da senha ser digitada. Como havia o conectado na rede conseguiu acessar a Webcan e antes que ela digitasse a senha de acesso, pôde-se abrir o programa focando com precisão as teclas numerais, com um clique na opção que permite gravar ações, a filmagem foi realizada.  No seu escritório Lavynie olha estranhamente ao lado percebendo a Webcan ligada e ainda que ela tenha desligado, o plano estava feito. Finalmente a gravação foi salva no disquete, a conexão de rede foi encerrada.

UM CARTEIRO DESASTRADO

Doney, um outro funcionário, sempre era acometido com algum imprevisto. Realizava as correspondências pelas ruas quando passou por uma casa nobre em cuja frente havia um imenso jardim, nos fundos uma sacada da varanda e ao lado uma trilha de entrada para carros. Esta casa era frequentemente recebida por Doney em suas entregas de cartas. Totalmente desprovida de grades ou muros, uma casa quase próxima do limite da cidade localizada em um ponto pacato da região. Havia, contudo, um cão vigilante a solta, o que sempre impedia que as pessoas estranhas se aproximassem dois passos internos, e exatamente dois passos dividia o correio postal da casa do passeio pelo qual andava Doney. Assim, sempre quando fazia estas entregas aquele cão o importunava com ladridos e às vezes avançava com seu ataque fugaz. O cão já era acostumado com sua chegada, geralmente o esperava na porta da sacada. Desta vez Doney levou consigo uma réplica de um biscoito de rosca feito de plástico para que quando a postagem fosse feita aquele cão não o percebesse.
Ao se aproximar ainda na esquina, o cão se levanta pronto para o ataque, mas afastando-se um pouco para trás, Doney retira a rosca e começa a sacudi-la, o cão por um instante se interessa, parado, demonstrou abanando o rabo. Por fim o brinquedo é lançado, o cão o seguiu e Doney enfim correu em direção ao correio postal. Um pouco tremulo tentava separar as cartas que por falta de sorte se misturavam pelas mãos. O cão havia notado o truque, rosnando, olhou para o lado desconfiado e ao perceber o barulho da caixa começou a persegui-lo. A tentativa de fugir foi fracassada, subitamente ele agarrou sobre sua calça levando consigo um pequeno pedaço do pano. Ainda pelo caminho o saco não suporta e rasga, Doney realmente era um tipo de pessoa desastrada. As cartas são colhidas, seu chapéu se atrapalhava e seu semblante não era nada agradável. Aquilo conseguiu atrair a atenção de muitos que observava a cena. Alguns passos à frente uma garota é vista de longe, a garota da rua Alianza, 45. Cabelos loiros, roupas ajustadas, olhos atraentes, era também um tipo de pessoas desastradas.
Distraído Doney observava atento Jenny lambendo um pirulito, se esbarrou com uma placa de ferro no centro da pavimentação. O impacto não parecia ter efeito quando aquela vislumbraste garota se despedia graciosamente de suas prováveis amigas que dobravam a esquina. Novamente as cartas são recolhidas, mas por falta de sorte a correia da bolsa se solta novamente. Pela terceira vez Doney recolhia suas cartas.

O CORREIO

O Correio Central localizado em uma das principais avenidas da cidade era uma empresa sofisticada e rica. Por fora, as cores azul e cinza predominavam sobre o conjunto arquitetônico, faziam parte da marca da empresa. Interiormente os setores eram separados por números e grupos, assim cada zona da cidade tinha seus respectivos funcionários de cada setor, às vezes faziam as entregas em uma Kombi quando as encomendas eram maiores, mas geralmente era andando. Na zona de outros quatro faziam-lhe companhia, a zona era chamada de zona setentrional, o setor sete, uma região nobre da cidade.
Donavan, carteiro do correio central, atuava em um dos bairros de Pittsburgh. Durante sua jornada de entregas, sempre era simpático, conhecia muitas pessoas e uma destas sempre o chamava a atenção. Seu nome era Amy, loira, atraente e casada, ainda jovem morava com sua pequena filha Phoebby, porém, era insatisfeita com a companhia de seu rude esposo Malcon. Ambos tinham uma relação de conflitos e as brigas eram constantes. Era quase pôr-do-sol quando Donavan recolhia cartas, por outro lado, alguns informativos eram postos para os destinatários. Uma das últimas caixas postais a ser conferida pertencia a Amy, moradora de uma rua pacata. Donavan faz a checagem, uma única correspondência havia sobre a caixa do frontispício da imensa casa. Um dos informativos é postado e a carta logo é guardada na bolsa. Alguns passos adiante e Donavan é surpreendido por uma voz grosseira. Olhando-se para traz e assustado o carteiro interrompe seus passos. Era o esposo de Amy, um homem sombrio de rosto amarrotado, perguntava sobre a correspondência:
_Para onde vai com esta carta? - franzindo a fronte inquirindo sobre o envelope quase por atacá-lo.
Antes de responder Donavan observa a reação de Amy atrás do homem sinalizando em silêncio e um pouco aflita. Com o dedo em sinal de silêncio desejava fazê-lo calar sobre a carta recolhida. O carteiro não tinha escolha, quase sem alternativa, usou como argumento a postagem dos informativos, cumprindo com o inesperado pedido de Amy, Donavan ressalta:
_Não há carta. São informativos. - exibiu.
Malcon tornando para trás confere a caixa, de fato havia um informativo, que por sorte havia sido entregue pelo carteiro. De modo rude, Malcon rasga o envelope jogando em uma lixeira e andando em direção à Donavan o pega pela roupa e ordena:
_Quero que não volte. As cartas estão proibidas de serem recolhidas.
Voltou para a caixa e arrancou a parte superior da base jogando ao lixo. Passou áspero por Amy, que de modo lamentável se despedia de Donavan sinalizando com a mão.
No mesmo dia, no setor em que Donavan trabalhava, ele separava as cartas que foram recolhidas para serem entregues tentando encontrar a carta que Amy havia escrito e cujo destinatário se referia ao seu próprio nome. Donavan estava curioso para saber sobre o que Amy queria dizer. Em um local discreto a carta é aberta. Uma estranha mensagem o deixava muito ansioso e assustado.
_Estranho. - comentou em voz baixa - O que Amy deseja comigo. - cogitou.
A carta é aberta uma mensagem o surpreende:
_Donavan, preciso da sua ajuda, tenho suplicado o divórcio à Malcon, mas este tem sido muito cruel. Todas as linhas de telefone foram cortadas, Malcon me proíbe de sair na rua, não posso prestar queixa das suas agressões, minha filha Phoebbis está insatisfeita e implora pela separação. Por favor, como um afetuoso amigo desejo que faça esta ocorrência, minha identidade no envelope o ajudará. Seja responsável quando a polícia for acionada. Quero que seja minha testemunha. Atenciosamente. Amy.
_Não será possível! - reclinou-se pasmado.
No setor três, Stanley se encontra com Dick.
_Tudo feito.
_Ótimo, breve descobriremos sobre a farsa da loteria.

JOGO DE CARTAS

Até agora Stanley estava com o relatório do envio de fax da loteria e a senha do computador servidor gravados no disquete, dois fatores principais que o faria encontrar o segredo da loteria. Para que isto não causasse suspeita, deixou para realizar o serviço em sua casa à noite. Quando chegou, ansioso colocou o disquete no computador de um pequeno escritório em sua casa. Uma lista de protocolos inumeráveis era observada atentamente, com o mouse os arquivos eram passados de devagar, Stanley tinha a esperança de encontrar alguma pista, e foi nesta insistência que descobriu um fax de uma loteria da zona sul do mês de Setembro, que dizia em um canto bem discreto da lista, em meio à uma mistura de informações incoerentes, as informações do ganhador. Ás vezes palavras de outros idiomas, uma mensagem secreta. O trecho dizia a seguinte informação: "Próximo ganhador mês de Setembro: Rua Alianza, 304". À princípio o carteiro achou a mensagem um pouco estranha, muito discreta e confidencial, mas uma ótima pista para terminar com sua pesquisa. Para isso, a lista de ganhadores da loteria deveria ser consultada para saber se a pessoa seria a mesma. Um folheto da loteria sempre revelava o resultado dos vencedores. Em sua casa Stanley guardava alguns desses informativos em uma pequena gaveta. Um envelope foi encontrado e para sua sorte continha o resultado do vencedor daquele mês. Coincidentemente o ganhador do mês de Setembro era exatamente o residente da casa na rua Alianza o qual ele havia lido, com esta prova pôde se certificar da fraude.
Isto não foi o bastante, Stanley queria saber se poderia haver pistas recentes do ganhador e ao investigar os próximos arquivos de fax encontrou novamente uma mensagem secreta, que dizia: "Próximo ganhador mês de Outubro: Rua Hernan Sánchez, 552", nada além disso havia escrito, mas anotou o endereço e certamente Stanley investigaria o residente. De acordo com tudo que conseguiu ler, o pagamento era feito de fato, as pessoas eram nomeadas e faziam parte do mesmo esquema. No outro dia procurou na lista de endereço e descobriu a zona de tal residência, a zona noroeste do setor onze. Ainda era Setembro, portanto, não havia o nome do sorteado do mês de Outubro exibido. Após aquela pista não havia mais dúvidas, certamente o próximo ganhador estava confinado. Sabendo que seu bilhete seria o premiado, tudo que precisava agora era vigiar o local da casa do falsário. Para que tudo ocorresse como previsto, o carteiro deveria simular uma mudança no serviço interno.
Geralmente no serviço interno do correio ocorriam muitas mudanças de funcionários do mesmo setor, em alguns casos poderia haver em setores diferentes, e foi nessa possibilidade que o cartão de trabalho de Stanley foi trocado pela permissão do chefe, segundo uma falsa justificativa. Os bilhetes das apostas lotéricas eram depositados em uma pequena caixa de correios público, uma caixa cúbica metálica com detalhes azul que definia a cor do emblema da empresa. Algumas dessas estavam localizadas em vários pontos do bairro na zona noroeste. Os entregadores, sempre recolhiam as cartas com os bilhetes das apostas no último dia de cada mês. Assim, com a mudança do setor, Stanley monitoraria as entregas daquela rua em cuja casa residia o próximo ganhador do mês de Outubro, de modo que o permitisse recolher o bilhete na data prevista, no dia trinta. Não havia dúvidas, realmente uma fraude estava em jogo, e em breve o bilhete premiado estaria em suas mãos. É claro que um ganhador deveria existir, e que não poderia ser ele mesmo, assim a próxima missão seria escolher outra pessoa para ser o ganhador, uma pessoa ideal e talvez, desconhecida.
Era quase pôr-do-sol, ainda faltavam algumas cartas para entregar. Doney vinha de uma Kombi com outros três entregadores. Faltavam algumas cartas e uma destas era referente à pessoa da rua Alianza 45, a garota dos seus sonhos. O remetente parecia ser um ex-namorado. Uma carta de amor e reconciliação agora era substituída por um falso pedido de separação e desprezo. Um manhoso sorriso saiu da boca de Doney, o plano seria perfeito.


A ESCOLHA

Certamente Stanley  faria uma inversão de bilhetes, mas escolher alguém para ser o ganhador do prêmio como este no lugar do estelionatário não seria tarefa fácil, requeria-se bastante cuidado. Antes de tudo, um fator muito importante seria fundamental na escolha do ganhador. Na verdade os funcionários faziam muitas entregas de pagamentos para contas, por isto não era a primeira vez que Stanley e Dick pensavam em extraviar uma carta como esta, mas as cartas de pagamentos realizadas nunca eram de um alto valor em dinheiro que pudessem ser roubadas, e mesmo se houvesse nunca os funcionários tinham o direito de saberem detalhes tais como valor e data de pagamento. Raramente os carteiros do setor sete colhiam as cartas como estas para envio, sempre acontecia nas horas vagas quando se recebiam correspondências no balcão, assim se necessitava de um entregador. Nunca sabia-se o conteúdo da correspondência e só se descobria quando o envelope era pouco transparente e permitia notar a inscrição do cheque. Foram poucas vezes que cartas com dinheiro para contas em altos valores caíram em suas mãos, e de todas elas não houve valor maior do que trezentos dólares, valor que ainda não era viável para executar o plano. O culpado poderia ser facilmente identificado e não o motivava arriscar-se ao plano por aquela quantia. Uma outra carta semelhante custaria muito tempo para cair em suas mãos novamente. Esta possibilidade foi mantida guardada até descobrir alguém que depositasse o pagamento em uma data prevista e cujo valor excedesse todas às vezes que outras cartas foram recolhidas, isto é, acima de mil dólares. E em nenhum outro lugar se poderia saber sobre a data e valores contábeis senão no computador servidor. Mas agora com a senha nas mãos, este plano estaria prestes a acontecer. Após saber do próximo ganhador da loteria, só restava escolher um outro jogador da loteria, que pudesse realizar algum pagamento por correspondência, que morasse no mesmo setor onze e cuja dívida pudesse superar os valores. Se alguém que certamente cumprisse com estes três requisitos, facilitaria o desvio da carta, e ninguém tão apropriado poderia ser agora como Elder Adams, ou seja, quem Stanley mesmo escolheria em breve.
O valor para aquela aposta estava calculado em cem mil dólares, de modo que somente alguém bastante endividado poderia ser o ganhador ideal. Para isto Stanley pesquisou a respeito dos apostadores do mês de Outubro, e tudo deveria ser feito em um espaço mínimo de duas semanas. Muitos apostadores poderiam ser facilmente identificados, porque freqüentemente faziam suas jogadas para pagar dívidas. Com a senha do computador servidor, Stanley poderia fazer as pesquisas no próprio computador domiciliar, os jogadores escolhidos deveriam pertencer à um bairro da mesma zona onde trabalhava. Dentre os jogadores pesquisou-se sobre dois que tinham extensas dívidas da zona noroeste, um com uma prestação de aluguel em uma loja de automóveis de sessenta mil dólares e outro com uma hipoteca imobiliária no valor próximo de quarenta mil dólares. Para o carteiro, seria mais interessante o devedor da conta da loja de automóvel, um dinheiro maior e vantajoso, quase a quantia exata do valor do prêmio, mas era o devedor da hipoteca imobiliária que sempre depositava suas parcelas em cheque no correio, pelo qual Stanley teve maior interesse. Segundo as suas pesquisas de envio de cartas, este sempre acumulava seus juros por nunca possuir o dinheiro à vista. Havia parcelas atrasadas e certamente com este prêmio finalmente o suposto ganhador depositaria os quarenta mil restantes, dinheiro certo que custaria menos trabalho para ser desviado. Seu nome era Elder Adams, coincidentemente morador de uma rua na zona do mesmo setor onze onde agora Stanley trabalhava temporariamente. O alvo cumpria com as três regras principais, era um jogador da loteria, sempre realizava o pagamento em cheque pelo correio e possuía uma dívida extensa de uma hipoteca mobiliária. Isto significava que na data prevista para o próximo pagamento o dinheiro à vista certamente seria depositado, pelo menos era o que Stanley pensava, mas arriscaria tudo para que aquele dinheiro fosse de fato depositado.
Uma semana se passou e já havia escolhido o ganhador. Este, como foi analisado, frequentemente realizava seu pagamento por correspondência e a próxima parcela a ser efetuada estava prevista para o próximo dia 6 do mês de Novembro, data definida da expedição da carta. Enquanto isto deveria permanecer no setor onze até o dia do recolhimento dos bilhetes. Faltavam poucos dias até o recolhimento, e durante estes dias Stanley esteve espionando o local onde se colocavam as chaves das duas caixas postais mais próximas das duas casas envolvidas nas apostas. Em pouco tempo foram observadas as duas chaves, para que no dia 30 de Outubro, momentos antes do sorteio, o carteiro pudesse sacá-las. Neste dia, ao entardecer, horário em que todos são dispensados do serviço, o funcionário incumbido para a tarefa, coloca as chaves no devido lugar, mas sem que ninguém percebesse as duas principais chaves foram retiradas. O carteiro havia colocado-as no bolso, andando discretamente pelos corredores se despedia dos companheiros.
Finalmente seu plano estava a ser concluído. Assim, na madrugada daquele dia, data em que se recolhiam os bilhetes, Stanley secretamente saiu até a rua das duas principais pessoas envolvidas no jogo, permaneceu acordado até chegar a hora matinal. Andava pelas ruas sombrias e vazias usando um agasalho escuro para ser menos percebido, seguia rumo a rua do primeiro envolvido. Ao virar o quarteirão logo leu na placa de esquina "rua Hernán Sánchez", finalmente chegou em uma das ruas principais. A primeira caixa a ser aberta estava próxima, as chaves estavam misturadas no bolso e ao se aproximar da caixa postal as retirou com pouca pressa, ao abrir a caixa havia muitas correspondências juntas, nenhum sinal de carro ainda surgia pelas ruas. É claro que uma grande bolsa era fundamental. Os funcionários usavam durante o serviço, e dentro da bolsa foram colocadas todas as cartas, embora fosse madrugada, ainda naquela rua acostumava passar alguns carros. Procurar a carta naquele ponto poderia ser arriscado. Ainda era duas e meia da matina, Stanley teria tempo suficiente para encontrar aquela carta misturada no monte quando chegasse em sua própria casa.
No entanto lhe faltava o outro bilhete do endividado morador de um quarteirão mais adiante, Elder Adams. Seus passos foram apressados e breve chegou à outra caixa postal. Interiormente havia também muitas cartas, contudo, não era tanta quantidade como da outra, assim naquele local mesmo o bilhete pôde ser identificado com mais facilidade. Agora o principal objetivo estava cumprido, a carta do apostador endividado a ganhar o prêmio, estava em suas mãos. O carteiro retorna à casa em um táxi, já era três e meia da matina, tudo o que ele deveria fazer era encontrar a carta do morador da rua Hernán Sánchez. Em sua casa espalhou as cartas sobre a mesa e com certo desespero tentava encontrar a carta da casa do número 552. Finalmente encontrou a carta, seu nome era Henry e ao abrir sua carta encontrou seu bilhete marcado. Então os bilhetes foram trocados e na carta do endividado Stanley colocou o bilhete premiado da rua Hernán Sánchez. Antes dos carteiros iniciarem as postagens na manhã daquele dia, o plano pôde ser realizado quando finalmente o carteiro havia devolvido as cartas trocadas devidamente nas urnas.
Agora bastava saber o resultado final que seria dado no próximo dia 2 de Novembro, o dia do sorteio. Antes, durante aqueles dias restantes, Stanley deveria fazer uma jogada minuciosa, isto é, uma carta que ele mesmo escreveria para o dono da loteria. A carta seria um pedido falso do estelionatário envolvido na fraude lotérica, morador da rua Hernán Sánchez, o qual ele havia descoberto. Tudo deveria ser feito na empresa, o computador privado disponíveis no setor onde trabalhava seu companheiro Dick, serviria para envio de fax e para o envio das cartas impressas. O computador poderia ser acessado livremente por alguns funcionários, em um desses o carteiro deveria digitar o código da carta. O pedido da carta de Henry à loteria seria a entrega do dinheiro combinado via correios, por desconfiar-se da polícia que suspeitava do acordo e que estava prestes a descobrir a fraude por denúncias anônimas. Desta forma o texto da carta foi digitado.
_Acomode-se. - disse Dick - O computador é todo seu.
Stanley escreve:
"O dinheiro deverá ser evitado ao ser depositado no banco. Uma ação da polícia parece ser perigosa, o dinheiro deverá ser enviado via correios um dia antes do resultado. Tenho a mera impressão da grampeação dos telefones e de alguns espiões. De outra forma, não posso receber o dinheiro pessoalmente, pela segunda vez, fui abordado pelos policiais, portanto, por maior segurança, evite os contatos".
Olhando atentamente para os lados continuou escrevendo e ainda acrescentou sobre grampeação telefônica em ambas as cartas, o que impediria qualquer tipo de contato por telefones.
Para que não houvesse definitivamente qualquer meio de contato, uma outra carta foi escrita para o morador da rua Hernán Sánchez, o falso ganhador do prêmio, um pedido anônimo do chefe da loteria que ordenaria sua ausência durante aquelas últimas horas da véspera do sorteio até a entrega do prêmio, segundo um mesmo motivo de suspeita policial. Com este pedido Stanley obrigaria a loteria a fazer o pagamento antecipadamente via correios e evitaria qualquer contato entre ambos, assim também estaria prestes a desviar o cheque daquela carta.
_"Caro sr. Henry. Ordeno sua permanência fora do recinto durante o sorteio, uma estranha suspeita da polícia pode incriminá-lo fatalmente, mantenha o telefone desligado,  deve evitar contatos".
 Na manhã do dia 1 de Novembro, um dia antes do prêmio, Stanley foi com as duas cartas às ruas. Primeiro na rua Hernán Sánchez à Henry, em sua caixa de correio colocou-as. Em seguida, poupando tempo, tomou uma condução e após uma breve viajem de ônibus à zona sul chegou ao segundo local, assim depositou a outra carta com destino ao diretor geral da loteria.
Seu nome era Gordam McBregg, este tinha seu aspecto frio e petulante, usava uma blusa cortês de cor azul marinho e um colete cinza de ceda, um cachecol roxo, algumas pulseiras de ouro no punho denotava sua riqueza, um charuto alemão exalava uma fumaça sobre toda a sala. Enquanto conversava com algum de seus assistentes, a porta é tocada e em seguida surge alguém da portaria com uma carta na mão.
_Correspondência sr. McBregg - disse-o entregando a carta ao assistente.
Logo ele se retira, o rapaz o entrega e com certo suspense retirou em cada lado as tiras que lacravam o impresso. O conteúdo dizia o seguinte aviso: “Caro sr.Gordam McBregg, estamos sobre investigações policiais, não poderá ser feito o depósito na minha conta faça o pagamento do cheque um dia antes do sorteio via correios, os bancos e os meus telefones foram rastreados por suspeitas, estamos sendo vigiados, caso contrário a polícia flagrará a farsa".
A falsa carta havia causado um espanto à McBregg. Com o rosto franzino ele surra a mesa com certo murmúrio. Seu companheiro ao lado o pergunta sobre o motivo da raiva:
_O que houve?
_Estamos sendo vigiados, devemos depositar o dinheiro via correios.
McBregg explica sobre a ação da polícia, mas admite estar desconfiado da notícia.
Enquanto isso, na rua Hernán Sánchez, Henry recebia a segunda carta:
_Caro sr. Henry. Ordeno sua permanência fora do recinto durante o sorteio procure um hotel, uma estranha suspeita da polícia pode incriminá-lo fatalmente, mantenha o telefone desligado, deve evitar contatos.
Assustado imediatamente desligou o telefone. Por outro lado, quase no mesmo instante, o assistente da loteria tomava o telefone para estabelecer contato e esclarecer sobre o ocorrido, mas subitamente o chefe o impede:
_Não faça! Os telefonemas podem ser flagrados, - disse-o com a mão estendida – faça uma ligação do seu próprio celular.
O assistente obedece retirando-lo do bolso. Alguns segundos se passam, nenhuma resposta era dada:
_Desligado!
_Ordeno que você vá ao seu estabelecimento para investigar o caso. – McBregg esbravece.
O rapaz prontamente obedece a ordem e saiu apressado do gabinete rumo ao seu carro na garagem. Henry arruma uma pequena bolsa com algumas roupas para ir à um hotel passar aquele dia, a carta elaborada por Stanley havia sido bastante intimadora. Com pressa e temeroso, ele saia da sua garagem derrapando os pneus quase perto de sofrer algum acidente, seguia rumo ao hotel. De acordo com que dizia a carta, ele deveria fugir devido a uma armação policial e sem direito de fazer ligações telefônicas. Poucos segundos depois de sair um outro carro sport preto surge e estaciona em sua porta, era o assistente, usava um terno preto e uma blusa social branca lisa, seus óculos evitava de ser reconhecido de longe pela polícia. Ele desce desconfiado, por várias vezes tentava encontrá-lo pela campainha, sem haver alguma resposta ele retorna frustrado. Ao ser notificado McBregg se zanga:
_Preencha o cheque! Não temos alternativas. - disse constrangido com o fato - Em seguida ele toma o cheque e assina com sua própria caneta, a carta é emitida e McBregg apenas aguardava até o próximo dia para efetuar o depósito.

O GRANDE ACERTO

No dia do sorteio Stanley esteve todo momento ansioso, tinha certeza que as ligações foram evitadas por causa do receio do aviso e ainda que algum dos envolvidos na fraude fosse pessoalmente encontrá-lo não o encontraria. Ninguém se arriscaria em ficar em casa sob ameaça policial, ainda mais com cem mil dólares em jogo. Como o dinheiro era depositado diretamente na conta do banco, não poderia ser deixado de citar sobre o rastreamento policial para amedrontar os falsários. Se não fossem as suas observações durante o seu trabalho, talvez algo pudesse dar errado. Mas o carteiro se certificou do esquema e breve estaria recebendo a carta com o cheque em mãos. Enquanto andava pelas ruas, entregava algumas correspondências normalmente, a sua expectativa era muita. Antes de sair ao serviço havia visto duas cartas com destino a residência de Henry, a primeira era uma conta sem importância e uma outra carta cujo remetente era a loteria da zona sul. Após o serviço, já em casa, tomou aquela segunda carta, na verdade havia guardado secretamente no bolso, esperando apenas aquele momento para abri-la. Com emoção e euforia abriu a carta e com grande surpresa tomou aquele cheque de cem mil dólares. O seu plano foi bem sucedido, ainda não era o bastante, talvez a loteria negasse a entrega do prêmio à um outro ganhador mesmo depois de efetuado aquele pagamento que Stanley desviou. Para que isto não acontecesse o carteiro escreve ao jornal:
"À imprensa. Aprovo a audácia decisão em convidá-los à nomeação do principal vencedor da loteria".
E em seguida, aos fiscais:
“Favor comparecer a loteria da zona sul por um conflito entre um jogador sorteado. O diretor nega entregar o dinheiro”.
Stanley deveria incluir a imprensa, assim com o grupo de jornalismo e fiscais envolvidos obrigando definitivamente McBregg a efetuar outro pagamento e este, para Elder Adams, o qual havia recebido o bilhete premiado no dia da troca.
No dia 2 de Novembro, tudo parecia aprovado ao anúncio do vencedor, o dono da loteria obviamente pensava ter feito seu pagamento à pessoa certa:
_Então, o dinheiro já foi depositado?
_Ainda não temos nenhuma resposta. – respondeu o assistente.
Quase no mesmo instante um outro assistente entra na porta para informá-lo sobre um suposto ganhador.
_Sr. Gordam, tem um sujeito admitindo ser o vencedor do sorteio. Parece que os dados conferem.
_Levem-no embora, o pagamento já foi feito à nosso escolhido.
Os seguranças o levaram a força, o ganhador resistia, realmente era o sorteado. Como previsto o conflito ocorria, e como solicitado por Stanley , a imprensa e os fiscais surgiam de longe. Os seguranças se assustam, um dos fiscais introduz:
_O que está havendo por aqui? – o fato se assimilava à denúncia – Deixa-nos entrar.
O fiscal demonstra seu distintivo aos seguranças, que sem alternativa deixaram-no passar seguidos pela imprensa.  Ao ser informado pelo sorteio do outro vencedor, Gordam McBregg entrou em estado de choque, se levantando subitamente da cadeira. Os flashes eram tirados contra a comissão que permanecia pela entrada da extensa porta de acesso ao escritório.
_Saiam já daqui. – ordenou irritado.
_Senhor, temos uma denúncia sobre a recusa do dinheiro ao vencedor. Conforme visto, os dados conferem, o senhor deve efetuar o pagamento.
No mesmo instante McBregg muda seu semblante, que antes esbravecido, agora denotava satisfação ao vencedor.
_Ah sim, claro. – sorriu por um sorriso forçado e dissimulado.
            Em seguida tomou a caneta e assina o cheque.
_Aqui está. – abraçou-lhe para posar pelas fotos.
Levantou-se demonstrando-se satisfatório, mas seu real interesse era esmagar aquelas pessoas. Com a imprensa por perto seria difícil negar o pagamento, e agora, por duas vezes o dono fazia o mesmo pagamento ao assinar o cheque ao vencedor. Os flashes eram emitidos por vários ângulos. Quando todos saem, McBregg agarra um dos seus assistentes quase por estrangulá-lo:
_Cadê Henry com o dinheiro, cadê o bilhete premiado!
Quanto à isto, Stanley deveria retornar ao setor três antes do dia 6 de Novembro, dia previsto do pagamento da hipoteca imobiliária do endividado premiado no sorteio.
No mesmo dia do grande acerto de Stanley , algo acontecia na casa de Amy, uma nova discussão com Malcon, ambos se debatiam, Amy não tinha saídas, desejava sair de casa, muitos dias se passaram e Malcon não aceitava o divorcio. A primeira agressão é feita, o agressor lança Amy sobre o sofá, Phoebby se assusta. A situação poderia ser ainda pior se não fosse o primeiro sinal da sirene pelo lado de fora. Malcon se assusta, todos os telefones estavam cortados.
Ele observa o quarto de Phoebbys, a garota estava sobre os prantos.
_Você chamou a polícia? – disse em tom áspero – como conseguiu? – indignou-se.
_Não pode ser. - surgiu pela porta da frente.
_Mãos para o alto. - um dos policiais aciona o sensor de voz.
Amy surge pela janela, ao mesmo tempo Donavan sai do carro, o pedido foi cumprido.
Malcon se rende, não tinha saídas. Dois carros faziam a cobertura, um policial operava a ocorrência. Após um longo tempo, Donavan se aproxima do sofá a convite de Amy.
_Não fui ao trabalho para tratar especialmente do caso.
_Não sei como agradecer. Malcon tornou-se uma pessoa muito agressiva nestes últimos tempos, todas as linhas foram cortadas... - o abraçou - Obrigado!

O SEGUNDO ACERTO

Alguns dias depois Stanley novamente estava no seu setor de origem, não poderia se esquecer do dia do pagamento, e o próximo plano seria extraviar a carta de pagamento de Elder, o ganhador. No mesmo dia do pagamento nenhuma carta tinha sido enviada:
_Uma carta deve ser elaborada para atrair o pagamento. – sugeriu Dick.
 Para isto, Stanley deveria fazer uma cilada, bastava apenas um novo envelope lacrado com as mesmas descrições do envelope original. Isto não seria tarefa árdua, visto que a senha do computador servidor estava em mãos. No computador privativo de Dick, o carteiro acessa o editor de telegramas, o cliente havia uma conta atrasada no mês de Novembro, acumulando juros e multas, tudo indicava que no próximo dia 6 de Dezembro, de fato, seria efetuado o pagamento no valor de quarenta mil dólares. Alterando apenas a data e ajustando o valor para o dia 6, Stanley fez o impresso de uma carta vazia. Geralmente cheques, cartas ou outros cartões eram postos naquele aparelho para serem lacrados, contudo, Stanley não postou nenhum conteúdo, apenas imprimiu o envelope vazio com as informações necessárias. Com isto teria a primeira peça chave do plano. Uma outra carta seria escrita à Elder como sugerido por Dick.
_Você possui os dados da mobiliária. – perguntou-lhe.
_Claro, realizei uma pesquisa. – disse enquanto ajustava o papel sobre o aparelho.
A mensagem é digitada:
"Prezado sr. Adams, a agência imobiliária Habitat está promovendo um desconto de 32 % (trinta e dois por cento) referente ao pagamento da hipoteca para o próximo dia 6 de Dezembro. Com o pagamento à vista os juros serão isentos e não haverá cobranças de multas. Atenciosamente, Habitat Immobiles".
_Ótima idéia.
_Tenho que ir. - se apressou - Esta carta deverá ser postada ainda hoje. Não tenho dúvidas de que este dinheiro será enviado, a proposta é bastante convincente.
Um dia antes do pagamento o carteiro sai às ruas, a carta deveria ser postada, a estratégia corria como previsto. Por outro lado a Kombi de correspondências percorria as principais ruas do bairro norte. Dentro do veículo estava Doney, a falsa carta havia criado desgosto da linda garota da rua Alianza 45. Agora o caminho estava livre para sua aproximação, faltava inspiração, Doney ainda não sabia o que poderia ser escrito à garota. Algumas cartas eram espalhas de um grande monte da sua bolsa ao lado, o carro se movia bruscamente, uma carta é identificada. A carta de Jonny, o maior galanteador do bairro, não poderia ser outra, se não, mais uma de suas mirabolantes cantadas à Jenny. Doney pega um pequeno spray usado para o hálito, o pino é pressionado sobre a boca. Em seguida copiou os versos e assinou o seu próprio nome, colocando a carta de Jonny no bolso. Sorria malévolo enquanto esfregava as mãos em sinal de suspense.
Por outro lado Stanley deveria se infiltrar no setor onze. Se o falso apostador fosse morador da zona no mesmo setor sete, deveria da mesma maneira escolher um ganhador do mesmo local, porque com uma opção de permissão para transferência poderia fazer a mudança e da mesma forma desviar a carta sem ser suspeito. Como em todos os setores, no setor onze eram quatro carteiros e a carta de Elder poderia ser entregue variavelmente por algum deles. Agora, após o seu retorno, o entregador não poderia ser ele, com a notícia do desaparecimento do dinheiro, segundo a lógica, o entregador e os companheiros seriam financeiramente investigados, as contas, os bens e investimentos, mas com a ausência de transferências ou financiamentos de alto valor que pudesse incriminá-los os suspeitos envolvidos seriam rapidamente inocentados. Entretanto deveria vigiar o entregador da carta exatamente naquele dia 6 de Dezembro, o dia do pagamento. Como estava habituado com as entregas no setor onze, pôde-se facilmente transitar pelos corredores inclusive à sala.
_Bom dia Stanley , - cumprimentou um dos gerenciadores - não tinha se mudado de setor? - o rapaz perguntou interceptando-o no corredor.
_Claro! Mas tenho que conferir uma antiga carta que costumava entregar. - respondeu arranjando uma desculpa para entrar no estabelecimento.
Aquela sala, contudo, era restrita para outros carteiros de setores diferentes, com aquela desculpa, porém, conseguiu entrar com os outros quatro ex-companheiros. Antes das cartas serem pegas, se aproximou sozinho do balcão enquanto os outros se preparavam distraídos em um determinado canto com as postagens.
As cartas foram vasculhadas, os outros estavam perto de entrarem, finalmente a correspondência de Elder Adams foi identificada após uma foliação de envelopes.
_A proposta foi aceita. – disse em voz baixa.
 Com as mesmas descrições no envelope vazio a troca foi feita. O falso envelope foi posto sobre o monte e o original guardado no bolso. Ao sair Stanley se depara com um de seus antigos companheiros que o perguntou sobre a pressa com que andava.
_Estou verificando uma carta. - disse sobre a mesma desculpa de antes, eles olharam estranhamente, mas não perceberam que ele tinha trocado as cartas.
Pelos corredores o carteiro andava passos largos, estava atrasado para pegar as cartas de entrega daquele dia. Aquela carta no bolso efetivava finalmente o fim da sua armação. No mesmo dia à tarde, no final de todo serviço, a correspondência do pagamento foi recolhida, e agora, de todas as outras vezes quando a mesma tarefa foi realizada, nunca houve valor semelhante para Stanley . Como previsto o pagamento à vista na data esperada e cujo pagador ele sabia, Elder Adams, o endividado.
Certamente esta seria a segunda carta a ser pega em toda sua carreira. Um valor tão alto em dinheiro o fascinava. Nada obstante o furto levantaria muitas suspeitas, talvez incluísse todos os funcionários daquele setor. O pagador provavelmente não se interessaria tanto pelas investigações por ser um dinheiro ganho sem muito esforço, também um motivo pelo qual Stanley planejava o esquema. Outro motivo foi quanto a escolha da pessoa, preferencialmente do mesmo setor onde a pouco havia se mudado, assim quando ocorresse o crime o carteiro poderia facilmente retornar ao setor de origem por livre vontade. Por fim a notícia se alastrou por toda a empresa, quarenta mil dólares extraviado, embora houvesse várias investigações ninguém pode ser incriminado. Gordam McBregg jamais havia pedido pela investigação, talvez tenha mudado seus planos para o pagamento do sorteio, aceitou o outro pagamento como forma de não revelar seu verdadeiro segredo no esquema. Por outro lado, o próprio pagador pediu o cancelamento da causa, não levou muito a sério as investigações tendo a consideração de um dinheiro lotérico. Com muito cuidado o carteiro havia terminado o plano e em poucos dias quando já de volta ao seu setor de origem tudo havia terminado normalmente. Após o incidente a empresa adotou novos métodos, a liberdade com que faziam a tarefa de pagamento também contribuiu para o desvio, não era a primeira vez que ocorria este acontecimento, mas de um valor semelhante nunca houve igual. A essa altura não o interessava mais o mesmo plano.
No escritório Dick adverte Stanley .
_A polícia ainda investiga o caso, de fato, este foi um grande acerto. Acho melhor se afastar por algum tempo.
_Pedirei folga...
_Você não tem justificativas, desconfiarão da sua ausência.
_Tenho um plano.
Uma lista de pessoas do Hospital de Pittsburg era conferida pelo computador. As pessoas em período de recuperação que permaneciam em casa eram estudadas.
_Veja que estes pacientes possuem acompanhantes.
_O que isto significa?
_Todos os pacientes liberados possuem direito ao atestado de licença médica e além dos pacientes, os acompanhantes também possuem o direito ao atestado.
_Você não está pensando em...
_Veja. Franz Bolt, não possui acompanhante. Está de recuperação na rua Rocks 109. Farei uma falsa carta, um pedido de licença médica em meu nome.
_Precisa saber os dados do hospital.
O endereço é acessado e uma carta com o pedido de licença por duas semanas no nome de Stanley é escrita.
_Farei uma viajem à Miami, preciso de me ausentar durante algum tempo. As férias ainda serão em janeiro.
_Tome cuidado. - advertiu.

BOMBA RELÓGIO

            Era manhã, fazia muito frio, mais um dia de entregas para Doney. Em uma das ruas da zona setentrional Doney andava disperso como sempre, mas imbuído a atividade rotineira. Após sofrer mais um ataque do cão como da última vez, acessou a rua principal e agora lhe faltavam poucas cartas. Todavia um inesperado bloqueio o acomete em plena a rua ao tentar atravessá-la. Duas viaturas derrapam a pista uma do FBI e outra da operação antiterroristas que o intercepta, um agente do FBI sai apressadamente do carro à cem metros e anuncia o ocorrido com um alto-falante.
            _Parado onde está. Não se mova. – desprovido de armas o agente sinaliza com as mãos.
            Doney segurava tão-somente sua bolsa de cartas. Levou um grande susto, levantou as mãos tremulas no mesmo instante. Em seguida um agente antiterrorista se aproxima. Ele vestia capacete e uma roupa bege toda revestida de proteção por danos provenientes de qualquer espécie de munição.
            _Foi detectada uma bomba-relógio em sua bolsa. – acrescentou o agente do FBI – por favor, retire a bolsa lentamente e a ponha no chão.
            Doney sem saber o que estava acontecendo respeitou a ordem e lentamente, foi retirando a bolsa e pondo-a no chão. Com as mãos e pernas tremulas começou a urinar.
            _Eu não fiz nada senhor, sou inocente, por favor não me prenda. – suplicou.
            _Acalme-se senhor, iremos averiguar a bolsa.
            No mesmo instante os agentes recebem um telefonema. Eram os terroristas:
            _Sabemos que estão tentando impedir nossa bomba, estamos vigiando a bomba em um local secreto, qualquer passo em falso e iremos detoná-la. – ameaçou o terrorista aos agentes.
            _Mudança de planos! – gritou o agente.
            No mesmo instante Jenny passava pela rua, avistou a multidão e se aproximou. Doney ao percebê-la se apavora e grita:
            _ Jenny! Por favor me tira daqui, armaram uma emboscada para mim. Jenny! – gritava ao mesmo tempo acenando com as mãos para o alto e saltando em desespero.
            _Por favor, fique quieto, não se mova, ou a bomba irá explodir. – insistiu o agente.
            Doney não suportou e começou a correr em direção a Jenny. Ao atingir cerca de cinqüenta metros a bomba explode como previsto. Doney é lançado para frente em um tremendo impacto. No chão, com o rosto e as roupas sujas de pólvora Doney tira a carta que trocou dentro da Kombi. Havia guardado em seu bolso, a carta estava suja, mas não totalmente danificada. Jenny se aproxima e pergunta:
            _Doney, você está bem? - tentou socorrê-lo.
            _Toma Jenny, escrevi para você. – entregou a carta
           
A CILADA

A viajem foi feita, Stanley poderia levantar suspeitas à polícia que investigava o caso. Após muito trabalho Stanley pôde ser finalmente identificado pelas câmeras dos correios. No hotel de Miami Stanley é acometido pela ação da polícia que havia descoberto seu paradeiro, de acordo com o crime e através de seu número de passaporte. Era manhã, algumas vozes surgiam, os agentes vasculhavam os quartos. Stanley se assusta, surgiu da varanda e se surpreendeu com a chegada da polícia, rapidamente tentou fugir pelo corredor, mas dois policiais vinham contra sua direção. Stanley correu para trás.
_Parado ai. – ordenou um dos policiais.
Pela varanda ousou saltar, mas saltou para outro quarto, se infiltrou pelos corredores internos, usava tão-somente um roupão pela cintura. O cerco estava formado Stanley não tinha escolhas. Rendeu-se no jardim dos fundos, agora estava detido.
Na delegacia fizeram sua ocorrência, era um suspeito do crime, em sua sela, lhe fazia companhia um outro jovem que escrevia em uma máquina de escrever, ambos se conhecem, seu nome era Joe.
No pátio havia um grande mural, ao lado, alguns telefones que se dividam, eram monitorados pelos agentes. Uma lista de telefone público é pesquisada por Stanley , muitos advogados são identificados, a folha é destacada da lista sem que ninguém percebesse. Algumas anotações foram feitas, um plano estava para ser feito.
_Para quem será esta carta? – disse Joe ao observar uma tira do catálogo destacada por Stanley .
_Um advogado. Preciso de sair daqui.
_Já conseguiu contatos?
_Ainda não, este é um suposto advogado.
_Não conseguirá enviar a mensagem, os agentes fazem a análise das cartas antes de serem emitidas.
_Como?
_Os selos são postos sobre a carta somente com a verificação do destinatário e após a permissão da diretoria. Assim também são os telefones, todos são vigiados.
_Os dados do advogado serão escritos indiretamente.
A carta foi escrita a Dick, seu companheiro. Stanley havia mencionado os dados do advogado pré-selecionado.
No outro dia:
_Preciso de um telefone particular para dizer em secreto com um companheiro.
_Impossível. Mas conheço alguém que consegue falar por dez segundos sem ser percebido.
Em uma outra hora o telefone é identificado, um pequeno espelho de cinco centímetros era posicionado pela parte de trás do telefone. Dois fios eram identificados:
_Basta clicar o botão do fio vermelho. - disse Joe mostrando um pequeno botão conectado ao fio.
Stanley pressiona enquanto conversava com Dick.
_Escute... - interrompeu a conversa.
_O que houve?
_Tenho pouco tempo. A última carta enviada possui os dados de um suposto advogado o qual não conheço, quero que você investigue seus dados e compareça à visita nesta semana.
_Como?
_Nos encontraremos na visita.
_10 segundos. - disse Joe - Tenho que ir. - se despediu.
Na sela Stanley conversava com Joe que escrevia em sua pequena máquina.
_O que está fazendo – perguntou Joe enquanto observava-o movendo uma pequena borracha
_Como carteiro trabalhei muito com carimbos nos impressos. Muitos destes são especiais para emissão à delegados ou advogados. Farei o molde certo para a emissão da delegacia ao advogado.
Uma lamina de barba havia sido conquista após escondê-la no sapato. O molde era desenhado sobre a borracha, um círculo, a sigla e as inscrições eram desenhadas.
_Não há possibilidade de conseguirmos selos postais.
_Fui colecionador de selos, tenho alguns guardados na minha agenda entre os meus utensílios. Preciso que me empreste a máquina por algum momento.
Uma carta era digitada, uma sigla da delegacia era inserida sobre a carta, após um adesivo ser conquistado no mural próximo à cabine de visitas.
Eu, oficial Oliver B. Shoff me responsabilizo pelo réu Stanley C. Hokney. Fica expressamente outorgada a saída do réu para as devidas consultas jurídicas e declarações sob custódia do advogado responsável na data 23 de Dezembro às 14.00 hs, Por ordem  judicial da delegacia.
_Uma intimação. - explicou finalmente - Caneta por favor.
_Entregou-lhe.
Carimbou sobre o selo após destacar a tinta da caneta cortando o tubo com a lamina de barba.
_Enviarei esta carta ao delegado principal.
A segunda carta é feita em seguida.
_A segunda carta será entregue quando o carteiro passar pelo corredor. – explicou.
Como de costume o carteiro sempre passava por um dos corredores de acesso ao departamento de emissão das correspondências. Por este momento Stanley aguardava pela vinda do carteiro e seu transportador.
_Deixou uma carta cair. - chamou Stanley pelas costas após a passagem das cartas - entregou-lhe.
O início do plano estava feito.
A carta dizia:
Advocacia Central. Solicito a saída do réu para as devidas consultas jurídicas, assinaturas, transferências e justificativas patrimoniais. 23 de Dezembro às 14 horas Atenciosamente. Advogado Oliver B. Shoff.
No dia de visitas Dick o aguardava em uma das cabines de comunicação. Uma vidraça separava os detidos de seus visitantes. Stanley  orienta:
_Os dados de Oliver foram analisados?
_Todos os registro! Ainda não sei como conseguirá contratá-lo para esta causa.
_O plano será diferente. Na verdade existem dois advogados, um deles é Bill Young, enviei uma carta com uma solicitação de Oliver para minha saída temporária a fim de resolver assuntos judiciais.
_Como um advogado pode permitir outro. Devemos convencer o delegado primeiro.
_Oliver será o suposto delegado neste caso, isto acontecerá quando Bill receber minha carta e sua ligação. Sua função no estado é corporativa, realiza casos por ordens oficiais.
_Minha ligação? Temos que ter autorização para isto.
_A autorização está pronta, somente deverá ligar para Bill como se fosse o nosso falso delegado Oliver, ordenará sua ida à delegacia para minha saída. Não esqueça de mencionar o atendimento ao subsecretário, que na verdade é o delegado Péricles. Por isto deve tratar apenas da palavra “oficial” como se fosse da própria delegacia.
_O delegado precisa de algum aviso.
_Não se preocupe esta será a primeira parte do plano. Deve fazer como ordenado, Péricles receberá uma outra carta de autorização. Oliver agora volta a ser o advogado, mas Bill Young é seu enviado, diga as informações de Oliver à Péricles como se fosse ele, sua informação de contato substituirá o original. Tudo tem que ser feito em pouco tempo, Bill comparecerá à delegacia como se fosse seu representante.
A conversa foi rápida, no mesmo dia Dick realizava a primeira ligação ao advogado:
_Sr. Bill
_Em que posso ser útil?
_Sou o oficial Oliver B. Shoff da Delegacia Central de Pittsburgh, estou ligando em referência à uma confirmação. Como ordenado preciso que compareça a delegacia para a saída do réu informado no aviso. Meu subsecretário Péricles fará o encaminhamento.
_Afirmativo, estarei a caminho como previsto.
O telefone é desligado, Dick suspira tenso, a primeira parte do plano estava feita. O mais difícil agora seria fingir ser o próprio advogado Oliver.
_Delegacia Central de Pittsburgh, delegado Péricles, boa tarde.
_Boa tarde, sou o advogado Oliver B. Shoff, estou ligando em referência à uma confirmação.
_Prossiga.
_Como ordenado preciso que atenda à Bill Young meu enviado.
_É sobre a saída de Stanley para consulta judicial?
_Sim, Bill fará o serviço.
_Preciso que me informe seus dados.
Passou-lhe os registros pesquisados e tudo foi feito como ordenado.
O dia esperado havia chegado, o advogado Bill comparece à delegacia, seus documentos são apresentados.
_Eu recebi este aviso pela ordem do oficial Oliver B. Shoff.
Eu, oficial Oliver B. Shoff me responsabilizo pelo réu Stanley C. Hokney. Fica expressamente outorgada a saída do réu para as devidas consultas jurídicas e declarações sob custódia do advogado responsável na data 23 de Dezembro às 14.00 hs, Por ordem  judicial da delegacia.
 _Correto, você está a serviço do oficial Oliver. Preciso que assine este termo.
Estrategicamente Stanley havia marcado alguns espaços para as devidas assinaturas, sendo a do oficial Oliver já demarcada.
_Pronto.
Péricles assina em seguida, Bill nada percebe. Para ele Péricles não se passava de um mero subsecretário do falso delegado Oliver. E para Péricles, Bill não se passava do suposto enviado do advogado Oliver.
_Stanley . – ordenou o delegado do escritório.
O réu se levanta.
_Preciso que assine.
Em seguida Bill o algema pela frente, o conduzindo para o carro.
Ao chegarem em frente ao seu gabinete, Bill estaciona o carro e inquire o relatório do processo.
_Não posso pegá-lo facilmente. - dissimulou, embora lhe restasse condição para pegar o envelope no bolso – Poderia destravar as algemas por favor.
Stanley pega um envelope branco no bolso, mas antes de entregá-lo foge pela porta apressadamente. Bill se retira do carro, sacou seu revólver subitamente, alguns tiros são disparados Stanley se desvia e consegue realizar a fuga. O rádio é acionado, o envelope branco é pego no banco de passageiro, tão-somente estava em branco, como se lia a seguinte e única frase: “Marry Chistmans”.

O NATAL

            Era dia véspera de natal quando Doney finalmente se encontra com Jenny. Um shopping grande e moderno mantinha suas decorações espalhadas por todas as partes. A movimentação era muita, várias pessoas estavam apreensivas para a chegada da ceia. Jenny ainda trabalhava fantasiada ao lado de um Papai Noel do shopping. Doney sinaliza de longe, seu cabelo liso ainda molhado demonstrava uma intensidade maior através de algum produto, estava fantasiado de duende, trabalhou durante o dia entregando cartas, usava uma roupa verde com detalhes brancos. Levava consigo um presente, Jenny parecia ter gostado da carta, aproximando-se abriu os braços para recebê-lo. Doney vinha então correndo, mas se tropeçou desastrosamente pela cerca que separava a área dos visitantes. Jenny lhe deu um abraçou. Jonny ainda de longe, mantinha seu charme e sua forte postura, tomando uma cerveja com dois companheiros. Observando Jenny conversando com mãos dadas à Doney comenta:
_Vamos dar o fora daqui galera! – saiu após o último gole.
Deixou apenas o presente em cima onde se lia: para Jenny.
Quando à noite, na casa de Amy, Donavan se aproximava de longe, levava consigo dois presentes. Caía uma neve fraca, nada o bastante para danificar o embrulho. Phoebby de longe se contentava, Amy atende e convida-o a entrar.
_Feliz natal. – abraçou Amy e em seguida Phoebby.
Todos mantiveram-se felizes, os presentes são entregues. Após alguns minutos finalmente Amy entra em assunto a respeito de Malcon.
_Malcon está bem, foi solto, responderá processo.
_Lamento, vocês formavam uma linda família.
_Phoebby preparou uma carta para você.
A garota se aproxima e lhe entrega a carta desejando-lhe felicidades.
_Donavan, - perguntou em tom de curiosidade – se vocês trabalham entregando cartas, porque o Papai Noel usa seus duendes?
Ambos sorriem.
_Porque somente os duendes sabem onde o Papai Noel mora para lhe entregar as cartas.
De repente a companhia toca, Amy se assusta, não esperava por visitas. Levantou-se rapidamente aproximando-se da porta. Ao abrir não constatou nada, apenas uma caixa de presente no passeio entre a rua e o jardim.
_Veja! – apontou Phoebby.
_Um presente. – disse Donavan – Deixe que eu vá pegar, está nevando muito.
Donavan seguia pela tria lentamente, um presente misterioso havia sido entregue. Quase próximo de alcançá-lo, alguém surge por suas costas empurrando ao monte de neve acumulado no jardim. Era Malcon, ambos iniciam uma briga, Amy corriam para separar, Phoebby em desespero protegia Donavan que estava no chão. Malcon era empurrado agressivamente por Amy.
_Vá embora Malcon, o que está fazendo?
Malcon não disse nada, queria apenas comparecer e entregar sua lembrança a Phoebby, mas não pôde conter seu ciúme. Tomando seu último suspiro disse:
_Tenha um feliz natal, - limpou sua boca suja de sangue.
Saiu rapidamente em direção ao carro estacionado logo à frente. Amy retorna atrás preocupada.
_Donavan!
_Não se preocupe está tudo bem.
_Vamos vou preparar um chá.
Finalmente no dia do natal, ao meio-dia, Stanley se aproximava de um restaurante popular de Miami. Um homem solteiro, aventureiro, sagaz e, por incrível que pareça, foragido da polícia. Agora aproveitava seus momentos de glória, havia recuperado a fortuna desviada no correio central, tomava um pequeno almoço em um restaurante bastante movimentado, ao seu redor havia muitas mesas e pessoas de diferentes estilos. Observador e também comunicativo, Stanley fazia sua própria análise do ambiente, olhando para todos os lados em momentos discretos, tentava identificar alguém de boa aparência, solteira que fosse ideal para receber a sua carta que em sua mente planejava escrever. Com os braços apoiados sobre a mesa e as mãos unidas sustentando o maxilar ele pensava nas palavras que iria escrever, na verdade ele estava sem muito apetite, o seu prato estava de lado e tudo o que mais fazia era apreciar a sua bebida, um fraco vinho tinto que tomava a fim de lhe inspirar a índole. Tudo que mais precisava era de uma companhia para uma boa conversa. Naquele momento tudo estava muito excitante, o clima, a praia e os turistas, mas nada além de tudo isto poderia ser tão atraente para Stanley a respeito de uma mulher que naquele exato momento passava em sua frente.
Assentado na sacada do restaurante ele a admirava. Ela andava muito elegante e acima de tudo solteira, parecia ter a idade próxima entre trinta anos, usava cabelos morenos soltos e um belo conjunto de uma roupa admirável. Agora o que Stanley mais desejava era que aquela pessoa entrasse no restaurante. Ele estava certo que realmente ela seria a pessoa ideal para iniciar a sua conversa. Ele retira seus óculos escuros que havia posto após a refeição, mais dois passos e finalmente ela entra no restaurante, ele a observa em todo o instante, ela se assenta em outro lado. Alguns minutos se passam até que ele se certifica que ela de fato era solteira, não parecia esperar por alguém e tampouco ligou ou recebeu algum telefonema, mas tudo que fazia era apreciar sua bebida, coincidentemente o mesmo vinho tinto que ele também tomava.
Tudo parecia compatível e tudo que pensava a respeito de uma companhia poderia tornar-se real, ele chama o garçom do restaurante, lhe bastava apenas uma caneta. Em seu bolso tinha pequenos envelopes brancos que habitualmente levava-os para esta mesma finalidade. Após o garçom se aproximar ele o pede uma caneta, imediatamente o garçom o serve. Assim ele inicia a escrever sua carta para enviar exatamente para aquela pessoa. A primeira mensagem foi uma bela cantada, ele termina batendo a caneta fazendo o ponto final, rapidamente coloca o cartão no envelope e ordena o garçom que reclina seu corpo um pouco como quem estava a receber algo particular. Falando discretamente ele aponta à pessoa a receber o envelope e ainda lhe entrega outros cartões para receber as respostas. O garçom faz como ordenado e a mulher recebe surpresa com a carta, Stanley permanece na expectativa, e a mensagem era esta: "Estou seduzido por seu corpo esbelto e sua aparência elegante, seu rosto sublime e a naturalidade do seu olhar, desejo te conhecer. Estou usando uma roupa escura assentado no canto esquerdo da sacada. Para saber quem sou, envie sua resposta para o mesmo garçom”.
Aquela jovem recebeu entusiasmada e se contentou com o que lia, realmente lhe impressionou a frase e ela se interessou em saber como seria aquele admirador, em seguida ela responde entregando para o garçom para enviar ao remetente da carta, ele recebe curiosamente e assim ele lia: Sim, você pode ser uma boa companhia.
Neste momento ele se contenta interiormente, embora sua fisionomia não demonstrasse isso. A pessoa também permanecia bastante discreta, mesmo sabendo quem ele era. Ele ordena a conta e a transferência da mesa para o garçom, imediatamente ele se levanta, e após alguns passos ele a alcança, ao se aproximar a cumprimenta com um sorriso discreto e em seguida lhe pede licença para assentar-se, a jovem não teria se arrependido da sua escolha, seu carisma de fato se manifestou e com um tom cordial e voluntário permitiu que ele se assentasse para fazer companhia, em seguida ela se apresenta:
_Eu me chamo Mary.
_Muito prazer, eu sou Stanley - disse ele pausando a conversa e em seguida faz um pedido para o garçom de mais uma bebida.
_Bonito verso da sua mensagem, de onde provém sua inspiração? - pergunta ela elogiando a carta.
_Escrevia algumas cartas nas horas vagas quando trabalhava como entregador de cartas, durante o serviço curiosamente observava alguns envelopes de remetentes que escreviam, geralmente eram frases como estas.
_Legal, você já foi um entregador de cartas?
_Ainda sou, mas estou afastado, não tenho previsão para voltar. Trabalhei durante cinco anos em um correio famoso na Cidade de Pittsburgh.
Neste momento o garçom chega com a bandeja, segundo o pedido feito. Stanley coloca seus pertences sobre a mesa, e dentre estes sua carteira de bolso, uma carteira de couro escuro em cuja capa havia um pequeno brasão, um metal com algumas molduras bronzeadas que dava destaque. Mary o pergunta:
_O que significa este brasão honorífico em sua carteira. - disse ela quando via a carteira posta em cima da mesa.
_É uma gratificação governamental por uma caridade que fiz à uma associação de educação e cultura do estado.
_Nossa! - disse ela elogiando-o - muita gentileza sua, me fale um pouco do seu trabalho até essa decisão, sempre fui curiosa em conhecer a rotina de alguém carteiro.
_Tudo começou na minha infância, sempre quando nas datas comemorativas fui ensinado a escrever cartas na escola, adotei este costume e frequentemente enviava cartas para as pessoas familiares. Até a adolescência eu escrevia cartas até que comecei a namorar e eu mesmo lhe entregava as cartas. Deste modo criei bastante aptidão como carteiro, e no meu primeiro concurso profissional decidi por ser um carteiro, fui promovido e aos vinte e três anos comecei o serviço, tudo era muito agradável, as pessoas, os chefes e toda aquela firma do correio central na Cidade de Pittsburgh. No início as coisas eram mais difíceis, às vezes demorava na rua e atrasava algumas correspondências, mas sempre improvisava com alguma condução, ou ônibus e outras vezes bicicleta. Sempre tinha que andar com um mapa auxiliar para decorar as principais ruas do meu setor funcional, além do mais andava muito e me cansava rápido, mas depois fui me acostumando e quando já habituado com o serviço iniciei minhas aventuras como carteiro.
Após o natal, as coisas continuaram as mesmas no Correio Central. Doney conseguiu ganhar um beijo de Jenny após insistências e alguns tempos mais tarde. Donavan pediu Amy em casamento quando completou dois anos de namoro. Gordam McBregg continuou com seu esquema corrupto na loteria, nunca mais enviou pagamentos pelos correios. Henry foi despedido por acreditar naquela façanha. Assim também aconteceu com Elder, não realizou depósitos no correio. Talvez quisesse desculpar o responsável pela carta, sabia que nunca teria a sorte de ganhar um prêmio como aquele e ainda que tenha descoberto sobre a carta extraviada, nunca conseguiu encontrar Stanley que talvez tenha ficado com Mary um longo tempo em aventuras em Miami.


FIM