segunda-feira, 21 de março de 2022

CRUIZE - ODENKIR KHOLER

 

Título: Afogar ou Nadar com Sorte

Autor: OdenkirKholer

 

Em uma região litorânea do estado da Geórgia, um grupo de traficantes se reunia para um cruzeiro clandestino, onde o principal mediador do plano, GordanMcBreeg, organizava as vendas das passagens. Muitos traficantes de drogas adulteradas, comprimidos de êxtases, armas e produtos falsificados, donos de casas lotéricas clandestinas, tal como o próprio GordanMcBreeg, e comerciantes de replicas de pedras preciosas, tal como Wald Ganiev e muitas facções interligadas ao narcotráfico, tal como gangsters e magnatas, estavam à postos na última noite de acordos daquele dia. As vendas das passagens do embarque estavam praticamente feitas.

O cruzeiro foi arquivado em secreto nas pastas dos mediadores e foi patenteado pelos traficantes como navio Apolion, o cruzeiro do tráfico. Dentro do navio estavam incluídos salão de jogos de pocker e outras modalidades. Um cassino foi organizado por um grupo de marinheiros contratados para dar assistência como garçons, seguranças e guia de informações. Receberam suborno para o cruzeiro clandestino por uma alta quantia em dinheiro vivo, eram provenientes de uma linha de cruzeiros marítimos de Kingsland, extremo sul do estado da Geórgia, no leste americano, o capitão do navio se chamava Herbet Van Morrison.

De um distrito localizado no extremo oeste do Arizona surgia um magnata com sua roupa em estilo branco aveludada, óculos escuro e acompanhado do seu subordinado.  Se chamava FressonStanfort, e ao seu lado, seu capanga maior. Em Kingsland tudo parecia pronto para o embarque. Antes de comprarem a passagem, Fresson, o líder daquela facção ocidental é interceptado:

_Infelizmente temos vaga para um só mafioso apenas à esta altura das vendas.

_Não tem problema, quero uma passagem. – disseFresson.

Fresson passa instruções a seu capanga sobre o retorno às bases de origem e se despede.

No navio Apolion tudo parecia pronto para o começo da semana de viajem à Onslow, Carolina do Norte. Apenas um interlocutor se apresentou aos traficantes avisando sobre a programação da viajem. Logo as luzes se apagam e começa um som de fundo.

Nas partes superiores um grupo de traficantes jogava pocker na mesa, entre estes, FressonStanfort.

Na mesa GordanMcBreeg anuncia:

_Senhores, o navio foi todo programado para uso liberado de drogas ilícitas, mas tenho que lhes confessar que também foram contratadas algumas garotas de programa para mais um atrativo do barco.

_Além do mais. – continuou – Existe uma, entre as garotas, que se apresenta pelo nome de Betsay Campbell que está em busca do maior recibo entre algum dos tripulantes que possa pagar por uma semana de prazer.

_Mas quem poderia pagar maior valor para ficar com ela senão por algum motivo especial? – perguntou Ron Koney, um traficante italiano.

_Ela se encontra em repouso há mais de um ano, além do mais dará todos os cuidados ao vencedor.

_Quanto está estimado o valor inicial para as apostas? – perguntou Van Wilster.

_Meio milhão de dólares!

No mesmo instante Dereck Thompson assovia.

_Eu tenho o dinheiro, além conheço Betsay Campbell, quem saiba eu já garanta esta garota de antemão e acabo com o suspense? – perguntouFresson.

_Não tão rápido camarada, todos fazemos parte de um mesmo navio, portanto, parte do mesmo objetivo. Na verdade todos também podemos pagá-la, o problema é quem se dará com a sorte nos jogos de mesa. E para começar, uma big blind à Fresson.

_Bom, eu proponho o valor mínimo de quatro mil para começar.

A partir daquele lance, muitos começaram suas apostas, com percas e ganhos. Dois dias se passaram, outras garotas já pareciam cansadas a beirada das mesas, se sustentavam com os cotovelos a espera do sono, aquela mesa de pocker se transformou em um verdadeiro palco de guerra.

Durante a noite daquele dia, no intervalo do jogo, Fresson se ausenta da mesa por um instante. As apostas já chegavam ao valor de quarenta mil dólares na big blind.

Em uma outra mesa Fresson se encontra com Betsay Campbell, na verdade Betsay era uma de suas maiores pretendentes no estado do Arizona, ela morava em Tucson. Logo  a oferece um drink e tenta se identificar:

_Olá Betsay? – um vento suave sopra sobre os cabelos dela e logo o reconhece.

_Fresson?

_Sim, é uma coincidência. – empurrou o drink à sua direção.

_Gostaria de saber se de fato estou acordado neste momento?

_Não entendi?

_Porquê por muito tempo estive contigo em meus sonhos e agora, como se nada bastasse, te encontro no embarque deste navio.

_Pode ser uma coincidência, o fato é porque nunca ter me procurado antes.

_Desde o nosso último encontro até a minha mudança para a divisa oeste ocorreu uma tragédia na minha facção em conflitos alfandegários. Tivemos algumas perdas importantes e eu tive que me dispensar de tudo que tinha armazenado. Drogas, documentos, arquivos secretos e principalmente você.

_Pode ter certeza de que está acordado agora. – lhe entregou um sorriso.

Seu coração disparou, Fresson estava diante da garota que ele mais admirava em seu estado de origem e agora aquele sorriso o fazia transportar ao sonho novamente. Mesmo porque, para acontecer alguma realidade naquele momento, apenas com Betsay garantida para aquela viajem de uma semana. O problema era que Fresson já tinha perdido cerca de trezentos mil dólares e seus créditos estavam acabando.

 

******

 

Novamente na mesa Fresson realiza suas apostas e após o diálogo com o valor de cem mil dólares. O terceiro dia passou entre perdas e ganhos, Fresson acabou perdendo o dobro.

No dia seguinte tudo parecia tranqüilo, a chegada à baia de Onslow estava prevista para o próximo dia à noite.  Neste dia as apostas aumentaram para cento e vinte mil dólares. Fresson já não possuía muito se não tudo o que ele poderia oferecer em dinheiro.

A rodada estava diante de muita tensão dos apostadores e também, expectativa de Betsay, que passou de propósito para observar o jogo. No fundo Betsay sempre gostou de Fresson e a partir da sua última conversa, esteve torcendo para ele, mas não com muito entusiasmo mais, como senão percebesse que aquela era a sua última chance.

As cartas são reveladas do monte sobre a mesa, as três primeiras e em seguida as duas últimas. Era o fim de Fresson, um Royal ofkindvence sua sequência pela diferença de um número apenas.

Rowland Manfuller deixa escapar uma gargalhada.

_Diga adeus as apostas Fresson. – falou após recolher o montante de fixas.

_Espere!

_Para a próxima aposta eu deixo meu colar, relógio, pulseira. – apenas isto Fresson, zombou McBreeg com uma gargalhada – Jaqueta, material legítimo, todo meu ouro e para uma big blind de duzentos mil, meu celular de tecnologia avançada.

_Tudo bem, senão o espaço da mesa não terá espaço para colocar todos seus pertences, inclusive sua cueca. – disseMcBreeg com uma breve gargalhada.

A partida começou, já era madrugada do último dia, já não havia muita gente como antes no navio, as garotas estavam ausentes, muitos dormiam, o volume do som estava baixo e ambiente sonoro feito por um pequeno espaço entre a área dos apostadores.

Porém todos estavam nervosos, o maior valor em dinheiro naquele momento chegava à cerca de um milhão de reais e se encontrava nas mãos de Herman, um traficante de uma área ao norte de Las Vegas.

As apostas ao final do último pago que não foi recusado pelo último apostador chegaram a cerca de dois milhões de dólares naquela rodada, que para Fresson poderia ser a última, mas que por uma provável sorte, poderia ser a única para garantir Betsay Campbell.

 

******

A rodada iniciou, Fresson soava frio, era a última sua última chance para conquistar um novo montante para continuar nas apostas, as três primeiras cartas são exibidas, Fresson identifica uma combinação de um flush pela formação de três naipes. As duas últimas cartas são exibidas, mas após a mostra dos jogadores que continuaram na aposta, Lehman Vantoya consegue o montante  por um fullhouse. Por pouco Fresson consegue vencer. Logo se despediu do jogo havia apostado tudo, faltava apenas mais um dia para o cruzeiro atracar na baia de Oslown, ainda naquela madrugada, Fresson pensa em um plano.

Ao retornar para o salão de jogos ele se aproxima de um dos jogadores que tomava um drinque em um balcão ao lado. Ele arrisca uma saída:

_Um drinque por favor! – pediu o garçom.

Dereck deixa sair um sorriso sarcástico ao questionar:

_Como vai pagar pelo drinque?

_Após a chegada na baia. – tomou um gole – Mas antes preciso que me ajuda em um empréstimo!

_Sobre quanto?

_O valor de duas garotas para não passar a última noite em branco.

_Bom, aqui está a grana que posso te adiantar.- o apresentou o dinheiro após retirá-lo da carteira – Mas se te sugiro a continuar com as apostas quem sabe você ganhe algum montante para disputar Betsay?

_Estou sem sorte no jogo, vou tentar outra forma de ganhar alguma sorte.

Ao pegar o dinheiro logo se adiantou para a vista pelo lado externo, para ver a distância até a costa. Usando um binóculo ele observou que não estava muito distante. Em seguida se moveu à sala de comandos do navio, ali se encontrou com o comandante Herbet Van Morrison.

_Comandante?

Lentamente retira os pés sobre a mesa do sistema, seu quepe escondia a metade do rosto, parecia dormir, mas apenas descansava.

_Quem é você?

_Quero te propor duas vadias em troca de um favor.

_O que deseja em troca?

_A entrega da lancha usada na saída de emergência. Estará segura na baia após atracar.

_Me entregue as garotas e após o serviço o entregarei a lancha.

Logo Fresson acerta com as garotas e as orientas sobre com quem ficar e qual quarto permanecerem.

_Quero que não esqueçam de deixar a porta aberta e deixar a farda do capitão a beira da porta. – entregou a grana.

As garotas se aproximam do capitão, o seduz com algumas pegadas na farda e uma delas o arrasta para o quarto.

Algum tempo se passa, Fresson se aproxima com calma ao lado da porta, observa e percebe o capitão distraído. A farda a beira da porta parecia ser o principal motivo daquele lance, Fresson consegue pegar a chave do cofre onde todos os traficantes depositavam seus dinheiros.

Ao pegar a chave do cofre Fresson consegue entrar no cofre, com uma mala coloca todo o dinheiro possível dentro da mala. Acessou o sistema e identificou a senha do cartão magnético usado pelo banco eletrônico sobre toda a movimentação de dinheiros depositados.

Cerca de vinte e três milhões estava em jogo, além disso Fresson pega dois celulares para a continuação do plano. Ao perceber o retorno do capitão a sala de comandos Fresson procura Betsay. No quarto de Betsay, o apostador se apresenta a chamando com cuidado, a porta se encontrava meio aberta, estava escuro ela responde:

_Quem é você?

_Sou eu FressonStanfort. Estou com a grana da aposta, eu acho que não tem valor maior do que está contido dentro desta mala.

Após abrir a mala, levantou-se e em seguida acendeu a lâmpada.

_Uau. – você conseguiu.

_Não me pergunte como, apenas te peço que pegue a mala, vá até o comandante do navio que uma lancha lhe será entregue. Estamos próximo a baia, são poucos quilômetros até alcançar a costa.

_E você?

_Eu te encontrarei em breve. Me aguarde neste hotel! – lhe entregou o endereço.

_Tudo bem, mas o que devo falar com o comandante.

_Diga para a conduzir até a lancha usada para saída de emergência, ele saberá como agir.

 Na caldeira do navio, Fresson faz um teste. Sobre uma estante de ferro onde por baixo foi colocado uma cesta de lixo de alumínio vazia, Fresson faz uma ligação. O celular foi posto propositalmente na ponta para que após a vibração ele pudesse saber se realmente cairia na sesta de lixo.

O teste acabou dando certo, o celular caí na cesta. Em seguida ele posiciona o aparelho no mesmo local e o deixa de propósito. Antes de abandonar a caldeira, Fresson lança diesel sobre todo o chão, em torno dos aparelhos eletrônicos, dos sistemas de eletricidade que fazia o navio mover. Após encharcar toda a área Fresson finalmente ascende um lenço retirado do bolso umedecido pelo diesel usando um isqueiro prata. Após lançar na lixeira deixando-o aceso. Ele se apressa para a fuga.

Antes, Betsay chega na sala de comandos e informa o capitão sobre a entrega da lancha, ele a direciona até a saída, a lancha foi entregue e após acessar por dentro foi descendo rapidamente pelos cabos, Betsay carrega a mala com o dinheiro, liga a lancha com destreza e começa a dirigir em alta velocidade até o estaleiro.Após a saída de Betsay o capitão confere o bolso, a chave do cofre estava ausente, lentamente segue em direção ao local que se encontrava aberto, logo aciona GordanMcBreeg para averiguação da câmera e saber sobre quem poderia ser o invasor.

_ÉFresson. – bradouGordan. Em seguida realiza uma ligação a Ron Koney para tentar o impedir.

Por outro lado uma corrida iniciou pelos corredores, Fresson chega até a ponta do navio, salta a cerca de vidro, lança uma boia ao mar, em sua perseguição, mal sabia ele que estava Vladimir Ron Koney, um dos apostadores que foi enviado por GordanMcBreeg, após identificar o que Fresson havia feito no cofre através da câmera escondida acionada pelo capitão após identificar o cofre aberto, logo após a partida de Betsay. Na verdade o capitão logo sentiu falta da chave e após averiguar a ausência da chave a perseguição é feita.

Fresson próximo de pular entre a cerca de vidro e a área da piscina, retira o celular pego no cofre do bolso. Antes de ligar para o outro aparelho deixado a beira da estante, Ron Koney surge com uma arma engatilhada e exige.

_Largue o aparelho!

Fresson o observa girando lentamente e erguendo o celular prestes a se render.

_Onde está a grana?

_Posso dizer onde está, mas antes gostaria de fazer a despedida de alguém pelo celular.

Em seguida acionou o teclado ligando para o outro celular da caldeira. O celular começa a vibrar e como se não bastasse cai sobre a lixeira com fogo. O aparelho, obviamente explode, lançando faísca e provocando o alastramento do fogo dentro da lixeira por toda parte encharcada pelo diesel que fez destruir toda a caldeira do navio.

De repente o navio começa a tremer, Ron Koney se desequilibra, Fresson aproveitando a distração, salta a cerca para a área da piscina, acerta um golpe na arma, lança o celular de lado, pega a arma, retira o cartucho que é lançado sobre o mar e lança a arma de lado, o golpeia deixando-osemi-acordado no chão e volta a saltar a cerca de vidro de volta a ponta do navio. Rapidamente Fresson foge, saltou da ponta para o mar em direção a boia lançada. O navio aos poucos começa a explodir, Fresson alcança a boia e começa a nadar em direção ao estaleiro, tomou alguns metros de distância do navio, se esforçava para nadar até uma parte onde estaria seguro. Após quinhentos metros o navio finalmente explode por completo, Fresson observa a destruição do cruzeiro com fogo se alastrando. Nadou até descansar em uma parte mais distante, entre o cruzeiro afundando e o estaleiro da baia de Oslown, Fresson descansa. Observou o céu, estava quase amanhecendo.

Em direção a costa Betsay dirigia a lancha quase perto de atracar com os malotes de dinheiro. A lancha começou a perder velocidade, logo estaciona, faltavam poucos metros até alcançar. Rapidamente ela faz o motor ligar usando uma chave girando até concluir o percurso. Ela deixou a lancha atracada e observou o papel informando o endereço, o dia amanheceu, ela chegou ao seu destino, mas mal sabia ela que Fresson estava ainda em alto mar.

O céu estava cercado de nuvens carregadas por uma atmosfera nublada e pouco iluminada, Fresson perdia as forças aos poucos, mas de longe via desde o amanhecer do dia um barco se aproximando. Aguardou com a boia entre seus braços a esperar. Ao se aproximar com o barco o piloto oferece ajuda lançando uma escada:

_Vamos!

Fresson abandona a boia e sobe a escada. Dentro do barco o piloto o entrega um casaco:

_Então, você estava no navio que naufragou?

_Foi terrível, mas eu consegui escapar a tempo.

_Soube que este navio não estava na lista de embarque autorizado pela frota?

_Tudo que sei é sobre o fogo que queimou o motor e gerou uma combustão.

_Estará seguro no desembarque a praia.

 

******

 

Ao desembarcar em terra firme, Fresson procura pelo hotel onde Betsay estaria hospedada. O Hotel FaremontMoroe não muito distante dali. Em pouco tempo Fresson chega ao hotel onde finalmente se encontra com Betsay:

_Estava te aguardando Fresson. – o abraçou com um sorriso um pouco eufórico – O que houve porque pediu para vir antes?

_Tive que resolver um pequeno problema, mas agora estamos prontos para curtir uma semana de prazer.

Logo o dia foi passando e ambos viajaram para passar a semana no mesmo estado de origem, na mesma cidade onde se conheceram no passado, em uma região localizada no extremo oeste de Tucson.

A semana passou, FressonStanfort e Betsay Campbell, passaram por momentos inesquecíveis, cerca de um milhão de dólares foi investido naquela semana. No final de tudo, no último dia da semana da proposta de Betsay, antes da despedida Fresson, bastante apaixonado pede Betsay em namoro.

_Betsay? Eu sei que apesar de tudo, não tem dinheiro que possa comprar o que eu sinto por você. Realmente estou querendo te presentear pelo que seu dinheiro não é capaz de cobrir. Sair com você não apenas durante esta semana, você quer namorar comigo?

Ela ficou aturdida, um pouco em dúvida e responde em seguida:

_Penso que seja melhor ficar como está. – e disse que não.

Fresson por algum momento sentiu um sentimento de angustia, reclinou a cabeça e perguntou:

_Existe alguém mais apaixonado por você e que você conhece. Isto te parece vulgar?

_Não conheço, mas não existe alguém como você.

_Nunca será tempo demais para nos vermos um dia.

E se despediu com um beijo na boca em frações de segundos.

Após o encontro Fresson tentou se mudar para outra cidade, ao noroeste, queria esquecer sobre porque aquele pedido não pode ser aceito, esteve apaixonado e após algum tempo pensou em ficar com uma garota para tentar esquecer Betsay.

No entanto, mesmo com outra garota, Fresson não tinha um sentimento tão profundo como por Betsay. A garota era menor de idade, tinha dezessete anos se chamava Deyse. Fresson a usou como um meio de sair para se distrair, apesar de nunca ter acontecido nada entre ambos, Fresson apenas a utilizou para projetar Betsay em sua aparência. Tudo que ele mais gostaria era apenas de tê-la em sua companhia.

Em um determinado lugar, numa sorveteria, Fresson conversava com Deyse:

_Deyse? – disseFresson chamando-a para uma conversa séria. Ambos tomavam sorvete.

_Você não sabe, mas eu gosto de outra pessoa. Também gosto de você, mas não tanto como Betsay Campbell.

_Porque não disse? Eu imaginava que pelo fato de ser menor de idade não costuma me beijar.

_Na verdade foi por isto que pedi para não insistir. Eu ainda gosto de outra pessoa e não queria te magoar.

Deyse compreende, mas não ignorou o fato de que ele estava apenas saindo com ela para alguns passeios.

No outro dia, Fresson é pego de surpresa na proximidade de uma praça da cidade. Agentes da guarda da juventude foram acionados por através de uma denúncia anônima, provavelmente feita pelos pais da garota, devido a suas saídas com o traficante.

_Desça do carro. – apontou a arma para Fresson.

_Você também garota.

_Ei, o que está acontecendo? – assustouDeyse.

_Pierre FressonStanfot?

_Sim, sou eu.

_Está preso por alicitação de menor.

_Vocês não podem me prender. Não ocorreu nada entre nós dois.

_Você prestará depoimento ao chegar no interrogatório, mas passará a noite na delegacia até que você decida entre a fiança ou a pena a ser paga.

Em seguida Fresson é algemado. Deyse ataca os guardas:

_Larguem ele seus covardes. Ele não fez nada.

_Afaste-se garota. – a impediu.

Fresson é conduzido à delegacia, prestou depoimento no interrogatório e foi conduzido à sela individual.

                Durante aquela noite esteve pensando muito em Betsay, na data do encontro, nos assuntos, nos locais em tudo o que poderia ter feito Betsay ter rejeitado a proposta de namoro.

Após três dias na delegacia a espera de julgamento, Fresson recebe uma visita. Na sala de comunicação ao visitante, Fresson recebe sua tia que morava no extremo oeste do estado e foi acionada pelos agentes.

Na conversa Fresson explica sobre seu apego por Betsay e ao concluir emite um favor a sua tia:

_Peço que avise a Betsey que eu ainda não desisti dela ainda que eu seja sentenciado, diga ainda mais que eu estou aguardando por ela, por uma visita antes de qualquer coisa.

_Tudo bem Fresson, entrarei em contato, mas tente sair dessa.

Ambos se despedem ainda faltavam mais dois dias para o próximo interrogatório.

No último dia Betsey reaparece para Fresson, era uma visita inesperada.

A porta do local se abre e o guarda permite a entrada de Betsey.

Betsey relata:

_Eu paguei sua fiança. E aceito namora com você.

Ambos se abraçam.

Dias depois, a longo tempo de namoro, o casal se encontrava em uma mesa de um restaurante. Um amigo da facção de Fresson, chamado Boris Makenzy o encontra e o oferece uma viajem de cruzeiro:

_Fresson? – Perguntou – tenho algumas passagens para viajar à um cruzeiro ilegal?

­_Infelizemente eu e Betsey não mais fazemos este tipo de viajem.

_Tudo bem! – despediu Makenzy, o companheiro da facção.

 

 

 

 

Fim

 

 

 

 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

COPPERFIELD - 7ª Edição

 

COPPERFIELD

Subtítulo: Os Morlocks Contratacam

Autor: Guilherme

Pseudo-nome: Odenkir Kholer

7 ª Edição


Na viajem de Roma para ida aos Estados Unidos algo assustador acontece dentro do avião. O Clube Wingard passa por uma área de instabilidade atmosférica. Os componentes do clube e outros que estavam no embarque entram em pânico. Neste momento Jhason Wingard ordena Donald Pierce a entregar cristais neutros para serem usados por todos. Havia certa porção com Wald Ganiev em seus apetrechos, além do mais Ganiev é joalheiro e possuía consigo algumas notas fiscais. Desta forma Jhason planejava tranqüilizar a tripulação devido o poder de sono que sua mente cria em contato com cristais neutros. Entretanto, aos cinco principais do grupo, Jhason os transporta à uma dimensão longe dali. Donald Pierce, Henrry Leighland, Sebastian Shaw, Robert Spencer e Emma Frost são assegurados de que se algo trágico ocorresse, eles seriam salvos pelo poder de manipulação dimensional criado por Jhason.

O avião se movimenta muito, as pessoas conseguem tranqüilidade, receberam cada uma, um pedaço do cristal neutro dado por Ganiev. Algumas horas depois o avião pousa com segurança, o Clube Wingard realiza uma fuga incrível levando consigo mais de duzentos milhões de dólares do governo romano. Após o alvoroço apenas os seis componentes do clube restaram no avião, a tripulação já estava fora e o avião permanecia em repouso. O agente de bordo os desperta do sono e devido a transição do campo dimensional criado por Jhason receberam poderes psíquicos adquiridos através do translado. Donald Pierce agora possui grande habilidade com hipnotismo, Henrry Leighland possui o poder com a cronologia sendo capaz de manipular o tempo em frações de segundos, Sebastian Shaw possui o poder de manipular os cosmos, pode até mesmo prever os fatos em frações de segundos, Robert Spencer é capaz de dominar o ilusionismo, sendo até possível de criar pessoas em espectros, Emma Frost possui o poder de controle psíquico e Jhason Wingard mantém sua habilidade em criar campos mentais e manipulação de sonhos.

 

******

 

De longe ouvia-se os sons dos toques de algum sapato se aproximando. Uma primeira interjeição é tomada após a passagem por um longo corredor estreito. Este ao contrário era mais abrangente e sombrio, mantinha suas entradas pelas laterais, mas nenhum poderia ser mais interessante, senão, o gabinete do capitão de locomoção dos comboios chamado Johnson. Um homem rude e atencioso preservava sobre sua face um semblante singelo, estava a espera de seu visitante que naquele instante cruzava o terceiro e último corredor de acesso ao gabinete. Andava apreensivo e ao seu lado o acompanhava um dos subordinados do capitão Johnson. Algumas folhas contendo gráficos e dados referentes eram depositados à gaveta quando nada obstante os toques da mão de seu subordinado ressoa pela porta. No mesmo instante seu aspecto surge acompanhado do visitante que ao contrário de farda e quepe, vestia um fino traje com tons escarlates. Além disso alguns pormenores combinantes do seu casaco davam destaque, mas nada inerente aos brasões honoríficos que se reluziam pelo lado esquerdo do peito do capitão Johnson.

            _Licenza – disse o subordinado por um sotaque italiano, após escancarar a porta.

            Sua atitude permitia a entrada do visitante, o capitão parecia realmente a sua espera, demonstrou sua expectativa ao remover os papéis da mesa.

            _Acomode-se – estendeu o braço ao visitante direcionando-lhe ao assento.

            _Sr. Robert Spencer – condescendente, o capitão cumprimenta Flammer– estava a sua espera.

            Flammer havia feito um nome falso antes da fuga na Itália. O clube Wingard havia extraviado duzentos milhões de dólares do governo italiano e o nome Benayla Yriodict era o mais procurado entre os suspeitos.

            _Capitão Johnson! – respondeu após se assentar – Pode me chamar de Flammer – agregou.

            _Espero que não seja por uma vaga na locomotiva?

            Flammer sorri forçadamente, sabia que a pergunta estava diretamente relacionada ao seu apelido.

 

******

            Em outro lugar dali, um trem se aproximava à uma velocidade incalculável, andava pelos antigos trilhos do Kansas. Por baixo do último vagão estava um dos mais abusados aventureiros do grupo. Rajid se segurava firme por dois ferros cruzados, por onde era preso pela fixação do cinto sobre a interjeição dos ferros. Os ventos sopravam de modo muito fugaz, o aventureiro conseguia se mover pouco na calda do trem. Dez centímetros separavam sua mão esquerda do plano superior do conector de vagões. Um dispositivo é instalado à menos de três centímetros do eixo. Voltando um pouco para trás procurou se afastar do dispositivo afim de evitar a neblina que, após o acionar do controle, começou a se espalhar em torno do conector de vagões. David, o capitão daquele trem estava impossibilitado de enxergar a neblina, manuseava a alavanca para convergir a esquerda de um cruzamento entre dois trilhos. No mesmo instante o eixo se movia contra o encaixe do conector de vagões. O último compartimento estava prestes a abandonar o trem.

            Enquanto isso, quinze vagões acompanhavam a conversão do capitão, que, apesar de não ter percebido a neblina, conseguia enxergar uma pessoa próximo ao cruzamento dos trilhos. Inicialmente não apresentava riscos a si mesmo ou ao trem, porém ao passar do décimo vagão, se aproximou da alavanca na interjeição do cruzamento dos trilhos. Uma chave adaptada a alavanca agora lhe concedia permissão para manuseá-la e ao contrário do que o capitão imaginava, aquele sujeito começava a apresentar riscos ao trem. Sua mão se movia lenta ao passar do décimo segundo vagão. A alavanca direcionada para baixo converteria os vagões sem precedentes à outro destino e como previsto, no décimo quarto a alavanca completa seu trajeto, o décimo quinto, que já andava a cinqüenta metros separado do restante dos vagões devido a separação do conector, agora dirigia separadamente à direita.

            Uma velocidade diminutiva do décimo quinto vagão fazia com que um misterioso grupo mais adiante se surpreende-se com sua chegada. À medida que diminuía sua velocidade, mais se aproximava daquele pequeno grupo que permanecia imóvel com apenas um vagão mestre, isto é, um vagão contendo controles para manuseio de cargas.

De modo muito estranho aquele grupo aguardava o último vagão, usavam roupas pretas, típicas dos funcionários da locomotiva. Quando à cinco quilômetros por hora o grupo reagia contra o vagão. Como uma bola de sinuca acerta o alvo, a cena se compatibilizava com o mesmo. Um deles permanecia parado ao lado do vagão mestre e o último dentro da cabine do vagão. Dos quatro homens um se adiantava à alguns passos separados e um permanecia dentro do vagão mestre. O vagão com o cobre estava a chegar à sua inércia. Henrry Leighland mais adiante apenas observava atônito o movimento do vagão que em dez centímetros de distância do vagão mestre chegava ao repouso absoluto. Henry foi capaz de controlar o tempo de distância. Ryan, após saborear um momento de suspense, constata a incrível separação dos eixos junto com o restante do grupo.

_Dez centímetros – disse Ryan após o barulho da fita métrica contra a elasticidade da trava.

Ainda agachado o componente admirava impressionado e como em um fracasso de jogo de sinuca ao receber o ausente toque da bola ao alvo, assim acontecia com o grupo.

_Eu deveria ter estudado física. Com certeza eu tiraria notas boas – ironizou Henry.

_Tudo foi perfeitamente calculado pelo seu poder cronológico – complementa Elijah – talvez se o vagão ultrapassa-se estes dez centímetros poderia haver um choque conosco no vagão mestre.

_Deixa de conversa e me ajudem a movê-lo – disse Ryan enquanto se posicionava pelas costas do vagão a fim de empurrá-lo em conexão com outro eixo adiante.

Um barulho de encaixe surgiu acompanhado da queda de pequenos fragmentos de cobre que sobejava pela parte superior do vagão, mais de trinta toneladas. O quarto homem vinha andando, Said apenas teve a missão de mover a alavanca antes do último vagão.

_Será que alguém pode me ajudar – disse Rajid pela parte de baixo do último vagão.

Um dos componentes obedece o pedido e pressiona a trava do cinto amarrado sobre os ferros. O último componente cai sobre os trilhos sem muitos danos. O plano estava feito. Assim o vagão mestre conduzia a carga de cobre junto com os cinco componentes do misterioso grupo, entre estes, o principal mediador do crime, fazia ressoar o barulho da buzina do trem ao puxar o cordão de dispensa de fumaça que era produzida pela parte elétrica do vagão mestre. Flammer transluzia sobre seu rosto um olhar arteiro, sobre seu peito pelo lado direito via-se um sinete em cuja inscrição lia-se o nome de um suposto capitão, a saber, capitão Johnson.

Enquanto isso, na empresa daquela locomotiva no Kansas os assistentes do verdadeiro capitão o acudia desesperados. Envolto por um pano sobre a boca e semi nu, não conseguia falar. Após ser dispensado do pano sobre a boca, o capitão finalmente revela:

_Levaram o mapa do trem com destino a Derby e as chaves do vagão mestre!

 

*****

            Ao longo dos tempos, Sebastian Shaw, um dos componentes do grupo e um dos principais no setor interno da empresa Frost, foi adquirindo extensas dívidas que poderia ser a causa de um iminente problema. Nada sabia que sua dívida com Lehman Vantoya estava diretamente relacionada a uma antiga queixa de Sebastian Pig, dono de uma das mais delirantes boates de Manhattan, a saber, o Clube Pig.

            Sebastian Shaw foi incumbido a viajar para Nova York para adquirir dinheiro, pois a quantia conquistada através do roubo do cobre em Kansas foi todo investido para aprimoramento de uma grande invenção de Henrry Leighland. Uma máquina de tele-transporte físico seria uma espécie de um transportador à uma dimensão mental tangível e elaborada pela própria empresa. Mais de um milhão e cem mil dólares foram conquistados, mas ainda faltava dinheiro para a conclusão do artifício que está chegando na sua fase final, o Clube Wingard pretende roubar mais cobre. Entretanto Sebastian Shaw precisa pagar sua dívida e arrumar tal dinheiro para comprar um aspirador de pó industrial que servirá de mediador do cobre quando roubado. Tudo estava combinado, faltava apenas o dinheiro do aspirador de pó.

Sebastian Shaw então convida Ryan e ao invés de um roubo em Nova Yourk para cobrir outro roubo, Sebastian Shaw tenta mudar o plano e cogita ir a Las Vegas para jogar nos cassinos e ganhar dinheiro em apostas. Devido a idéia Elijah comenta:

_Conheço um clube que é bastante fácil de ganhar dinheiro. Ocorrem apostas de hora em hora. É o famoso Clube Pig do nosso rival Sebastian Pig em Manhattan!

_Ok, irei averiguar, não diga nada a Ryan.

_Ele já sabe que o clube pertence a Sebastian Pig.

_Eu digo da mudança de plano para ganhar dinheiro em apostas.

            O dono aparentava-se ser um verdadeiro porco. Seu porte físico largo unido com suas caríssimas roupas típicas do final do século dezenove o concedia um caráter lúgrube e sutil. Seu olhar afano agora encarava um dos porta-retratos sobre a mesa de escrínio. Afagava o queixo de modo muito especulativo, permanecia como a espera de novos rumores. Como se não bastasse, a sua expectativa se compatibilizava exatamente com a desesperada chegada de um de seus capangas:

_O cerco está formado. Não temos saídas.

Assustado Sebastian Pig se levanta. Colocou um óculos de uma lente sobre o olho direito e instintivamente observava o envelope emitido pelo sujeito:

_Como essa dívida me pertence?

_O seu ataque à Lehman Vantoya não foi suficiente. A dívida está diretamente conectada à seu nome.

_Porém, continuo dizendo que não tenho dívidas com Vantoya. Quero que se equipem ao redor do clube. Este cafajeste não terá sua grana através de contas inexistentes.

Entregando ao seu porco de estimação o envelope que, como de costume, levou a um pequeno cesto de lixo no canto do escritório. Por ali as cartas se acumulavam como se Sebastian Pig estivesse a sofrer ameaças por mais tempo.

_Não acha que alguém pode estar fazendo dívidas em seu nome? – Hector, um dos principais capangas indaga.

_Vamos nos preocupar com a escolta da área – disse ao tocar sobre seu ombro o direcionando à porta ao mesmo tempo em que movia sua bengala em toques repartidos ao chão.

 

******

 

No Clube Pig à noite estava como sempre preenchida e contagiante. Na parte inferior as dançarinas se ocupavam com ritmos frenéticos. Dois pilares de ferro fazia com que o poli-dance tivesse um lucro à mais do que recebiam de Sebastian Pig. As moedas e as notas eram emitidas. Uma das dançarinas chamava Rebeca Colibeuf, possuía relações ocultas e indiretas com Flammer, um dos principais concorrentes do Clube Pig. Sabendo que o patrão não poderia saber, ela permanecia em sigilo.

O baile parecia tranqüilo, rapidamente Sebastian Pig se preparava para o anúncio de um vencedor do sorteio, o qual era sempre feito no decorrer da festa. Tomando o microfone ele se apresenta, a ausência da música e o ruído do aparelho fizeram com que todos admirassem o anúncio.

Tudo estava praticamente perfeito, mas antes que alguma palavra fosse emitida, ocorre uma surpreendente invasão. Metralhadores cuspiam balas em torno de todo salão superior. Os aparelhos de som e jogos de luzes foram sendo destruídos, houve alvoroço, as luzes se apagaram muitos se agachavam ou corriam para se protegerem dos tiros. Uma grande neblina se destacava pelas áreas internas, e um curto circuito exalava mau cheiro pelos ares com indício de fogo junto com os cabos queimados de algumas lâmpadas já danificadas.

Eram os homens de Lehman Vantoya, um dos mais populares traficantes de Manhattan. Comandava uma máfia secreta e por muitas vezes era importunado por dívidas vindas do nome de Sebastian Pig.

Seu verdadeiro nome é Sebastian Shaw, havia se popularizado como Sebastian Pig. Tomou um tiro na perna em conflitos com Flammer em Bangladesh. Outra vez a cena tornou a se repetir, o efeito seria o mesmo quando em conflitos com outras máfias na Espanha.

Misteriosamente o grupo se retira deixando apenas o clima de suspense e um rastro de ameaça junto com o assombro das pessoas presentes. O dono nada pôde fazer, se afastou para os fundos a fim de se recuperar do susto. O sinal de perigo estava lançado!

 

******

 

Em outra hora, por onde havia ocorrido o conflito, Sebastian Pig se propunha a uma nova tática. O salão antes corrompido pelos tiros estava novamente disponível ao público, houve uma reforma e o Clube Pig ficou interditado por um mês. Tudo parecia bem, mas algo é informado pelo chefe:

_Quero que alguém me substitua neste novo anúncio. Como previsto, tivemos um ataque e não quero ser alvo de novos conflitos.

Ken Stripper, um dos capangas presentes, obedece a ordem e em seguida o Clube Pig dava continuidade ao festejo.

Em uma das mesas se posicionava Sebastian Shaw estava ao lado de Ryan, ambos tomavam um leve drinque de champagne quando uma atendente se aproxima no momento oferecendo entradas para apostas:

_Boa noite senhores, gostariam de fazer suas apostas nesta noite?

_Como funcionam as apostas? – perguntou Ryan.

_A pessoa paga cem dólares e registra seu nome na planilha de sorteio, cujo nome fica inserido por um número na ordem do registro. Se este número for sorteado com relação a bola escolhida aleatoriamente, a pessoa ganha todo o dinheiro apostado e então seu nome é anunciado publicamente para que ela receba o valor total.

Por um instante houve silêncio, ambos sabiam que o nome de Sebastian Shaw naquele momento seria uma péssima idéia ao ser anunciado.

_Ryan irá fazer a aposta?

_Não. Estou sem dinheiro neste momento, trouxe o dinheiro para o drinque apenas e para uma dançarina que pretendo investir.

_Eu irei fazer a aposta! – declarou Sebastian Shaw.

_Mas e o Sebastian Pig? – interrompeu Ryan – Se ele ouvir o seu nome irá desconfiar que estamos aqui e poderá nos perseguir para saber sobre esta estranha coincidência.

_Não se preocupe! Hoje Sebastian Pig não se encontra presente. Perceba que um dos seus funcionários faz a apresentação inicial do show hoje.

Ryan olha em direção ao palco e observa Ken Stripper nos bastidores, lembrou-se de que ele havia dado início a apresentação das dançarinas.

_Realmente, porém acho que sua sorte poderia se transformar em um grande azar.

_Não tenho nada a perder, – disse ao mesmo tempo em que tirava sua carteira do bolso procurando a cédula referente ao pagamento do sorteio – estou precisando de grana e hoje pode ser o meu dia de sorte! – concluiu após entregar o dinheiro à atendente que apesar de ter ouvido sobre o que aqueles clientes falavam sobre Sebastian Pig, não deu a mínima. Era nova no estabelecimento e sabia pouco sobre seu patrão.

As horas passam e a hora do anúncio, como sempre, chega após muita agitação. Um vencedor dos sorteios que eram feitos deveria ser revelado. O ambiente se silencia, houve uma pausa. Os olhos são voltados ao anunciador, nada obstante o nome do vencedor é anunciado por Ken Stripper:

_Senhoras e senhores, é com muita gratidão que eu venho lhes interrompendo para lhes revelar o ganhador do sorteio hoje. São cento e cinco apostadores nesta noite e isto renderá muita grana para o vencedor, isto é, mais de dez mil dólares. Por tanto peço que a senhorita Colibeuf gire o globo das bolas selecionadas por número de apostadores.

Imediatamente a senhorita Colibeuf gira o globo. As bolas concomitantes ao número de apostadores são espalhadas aleatoriamente e de repente, após tomar a bola das mãos da senhorita Colibeuf, Ken Stripper anuncia:

_E o ganhador da aposta de hoje é...

Um segundo de suspense domina o local, Ken Stripper suspira e rapidamente o nome é dito:

_Sebastian Shaw!

Os aplausos se demovem por todo o público, a pessoa vencedora se agita na mesa, mas Sebastian Pig parece nada conformado. Ele se posicionava escondido no camarote da boate, ele estranha, não havia feito apostas e um nome idêntico ao seu é dito em público.

_Hoje eu não combinei trapaças nas apostas! Porque estão revelando o meu nome ao público? – questionou à Hector.

_Calma Pig, isto deve ser uma coincidência, vamos esperar pela pessoa que irá receber a grana.

No mesmo instante Sebastian Shaw se levanta para receber o dinheiro. Sebastian Pig o observava de longe, não consegui o identificar à princípio, mas exigiu de Hector o binóculo.

 Aquela pessoa avistada lhe parecia familiar, ele se lembrou dos conflitos em Bangladesh. Um flash lhe passou sobre a mente, lembrou-se também do dia em que foi preso na Índia.

Talvez fosse pela quantia a ser paga ao vencedor, mesmo porque, o clube havia sofrido um ataque constrangedor e muito dinheiro estava em jogo para a manutenção do clube. Contudo o nome dito era o mesmo o qual Sebastian Pig sustentava sobre sua identidade.

_Não pode ser! – reclamou Sebastian Pig após a confirmação da pessoa.

_O que houve? – perguntou Hector.

_Este é Bernard o sobrinho de Flammer. Tenho notícias de que ele conseguiu fugir do tribunal anos atrás quando éramos julgados pela encomenda de antibióticos na Índia. Soube por através de aliados que o clube Barony havia migrado para a Itália. No dia da entrega ele havia feito o pedido e eu tolo cai numa emboscada. Dias depois soube por através do meu advogado Awstrinskiss que meus documentos, bem como certidão de nascimento e fotos haviam desaparecido no tribunal.

_É evidente que Bernard tenha extraviado os documentos para fugir do país à Itália.

_Sem dúvidas. Até hoje penso que foi tudo arquitetado pelo clube Barony para me verem preso e agora para me usurparem e denegrirem o meu nome!

_Óbvio!

_Na verdade soube do novo e famoso Frost Enterprise aberto em Denver, Colorado, mas não imaginava que diante de muitos locais a serem freqüentados este salafrário poderia vir aqui me importunar. Isto é o insulto a minha pessoa, quero que elimine este desgraçado agora! – ordenou asquerosamente após dar um murro sobre a mesa.

_Eu acho melhor esperarmos e investigar sobre o nome do sujeito, talvez esta dívida que o senhor esteja em débito seja fruto deste nome que Bernard está usando para se esconder.

_Devemos ser ágeis e aproveitar que ele foi ganhador da aposta e está com grana, por enquanto, para tentar resgatá-la e pagar esta dívida.

_E dar uma bela surra nele também senhor.

_Claro! – na verdade não gosto deste nome mesmo, após descobri-lo penso que irão tratar de mudar os números de registro da identidade, mas não mudarão o nome, pois imagino que Bernard se tornou muito popular pela América como Sebastian Shaw, isto seria estranho a vista de seus sócios. Mas quando descobri-lo irei mudar meu nome para Porco-de-Bengala, isto será uma boa ocasião para isto.

_Eu não disse Ryan, tudo iria dar certo – disse Sebastian Shaw ao colocar o troféu sobre a mesa. No mesmo instante a atendente Colibeuf lhe entrega o dinheiro, pois ele estava sendo contado ainda no momento em que Sebastian Shaw se levantou.

_Missão cumprida, vamos dar o fora daqui – disse Shaw.

_Mas e as garotas, estou de olho nesta Rebeca Colibeuf.

_Não temos tempo a perder meu caro. Sebastian Pig não pode ficar sabendo disso se não irá nos estranhar, além do mais Rebeca Colibeuf pertence a Flammer – disse ao mesmo tempo em que tirava o dinheiro da conta – conheço outras boates por aqui, vamos!

 

******

 

Naquela mesma noite Sebastian Shaw se direciona à uma boate chamada Dansart, mas nada sabiam que um carro contendo três capangas de Sebastian Pig o perseguia atrás. Após algumas horas, quando já de madrugada, ao receber um fora de uma garota, Ryan desiste, pede a conta e impele Sebastian Shaw à porta dos fundos.

_O que houve?

_A desgraçada tinha namorado, estou cansado, vamos!

Contudo ambos são interrompidos por seus perseguidores. Tasco, que abandonou o show, Harold e Hector estavam armados e miravam para os dois.

_Passa a grana! – exigiu Tasco.

_São os capangas de Sebastian Pig. – sussurrou Ryan.

No mesmo instante a porta dos fundos se abre. Era um homem bêbado seguido por sua mulher e dois seguranças, ele começa a vomitar e isto tira a atenção do trio que estava a espreita entre a interjeição da porta e a dupla.

_Vamos fugir, disse Ryan.

Ambos iniciam uma fuga pressurosa, estavam perto de uma esquina. Ao convergir a mesma Tasco dispara alguns tiros. Porém a dupla consegue entrar no carro que por sorte estava estacionado naquela rua. Os tiros são disparados sem chance de acertá-los.

_Veja Tasco! – disse Hector ao pegar a carteira de Ryan no chão. Ryan havia deixado cair ao fugir.

_Está vazia, mas aqui tem o endereço de uma garota, vamos passar para o Pig, poderá ser uma pista importante.

 

******

 

Novamente na Frost Enterprise, após um dia bastante agitado, Sebastian Shaw retorna de avião com a grana estipulada.

_Aqui está! Dez mil e quinhentos dólares. – jogou o dinheiro sobre a mesa a vista de Jhason Wingard.

_Como conseguiu esta proeza meu caro? Em menos de um dia? Fez um novo empréstimo com Lehman Vantoya?

_Não, estou o devendo uma grana exorbitante, isto foi uma questão de sorte! Eu apostei em um sorteio numa casa de shows e fui o ganhador.

_Esteve em Las Vegas, pedi para que fosse a Nova York, te passei a lista dos bancos junto com as estratégias de roubo.

_Estive em Nova York mesmo... No Clube Pig.

_Não acredito! Como Sebastian Pig reagiu à sua nova identidade?

_Ele estava ausente, mas como previsto enviou alguns capangas para nos roubar o dinheiro recebido. Conseguimos fugir, mas Ryan perdeu a carteira, por sorte havia outros documentos no bolso de trás, o que facilitou nosso acesso ao avião.

_Estamos sob ameaça, devemos ficar atentos. Acho que Said deve o revelar a Lehman Vantoya, antes que ele faça as cobranças à Sebastian Pig.

_Ele é nosso concorrente direto, podemos sofrer mais ameaças ainda!

_Não importa faça o que eu te pedi. – finalizou Jhason.

Um dia depois, no salão principal da Frost Enterprise, Flammer decide reunir o grupo para elaborarem o plano de um novo roubo de cobres da linha de trem em Kansas. Todo o grupo permanecia assentado e Flammer se aproximando lentamente da parte superior, retira um extenso pano que cobria um potente aspirador de pó. Com cerca de duzentos quilos em um metro de espessura e dois de largura, a maquina possuía um cano cumprido de cinco metros de cumprimento e um largo espaço para a saída e remoção de resíduos tais como areia, pós metálicos, poeira, líquidos e grãos. O aspirador de pó industrial, sem dúvidas, é uma aquisição vantajosa para o Clube Wingard, haja vista uma nova investida que o grupo pretende à uma linha de trem. O aspirador industrial diminui o tempo de coleta de resíduos, pois tem uma sofisticada linha de produção e alto poder de sucção.

_Esta máquina foi adquirida no mesmo dia em que recebi a grana de Sebastian Shaw, ela custou cerca de dez mil dólares. Esta máquina que todos estão vendo abarca um espaço maior de resíduos, o que resulta em uma sucção eficaz em um curto período de tempo. – disse Flammer ao retirar o grande pano azul que cobria o artifício.

_Além disso o seu consumo tecnológico de energia elétrica é bastante simples, pois é movido a uma bateria de duzentos watts de mobilidade e conta com um motor de alta suficiência. O aspirador de pó industrial vem com diversos acessórios que facilitam ainda mais a sucção, tal como a mangueira flexível. Também por ter rodas em sua parte inferior, permite o deslocamento do aspirador em qualquer tipo de local. Ele é ideal para empresas fabris dos mais variados segmentos tais como mineradoras e metalúrgicas.

_Desta forma poderemos o locomover até a caminhonete que os senhores mesmo viram na garagem da empresa sem nenhuma dificuldade. O veículo foi comprado com o dinheiro do primeiro roubo, trata-se de uma caminhonete cabine simples com capacidade para mil e duzentos quilos. Ele possui tração nas quatro rodas, isto devido o local que iremos percorrer. Eu já havia feito pesquisas e decidi comprar um veículo bastante abrangente e suportável. Tenho pressa em desenvolver o tele-transporte da empresa e falta pouco para isso, portanto, aqui estão a máquina e o carro que levará um minuto e seis segundos para atingir um quilômetro em uma reta de cinco quilômetros. Assim teremos oito minutos para sugar uma parte do cobre do vagão. Este local se trata de uma pequena região de Derby.

Explicava enquanto passava os slides do retroprojetor no salão principal. As imagens emitiam a circunferência da região.

_O aspirador de pó tem capacidade de sugar até duzentos quilos por minuto. Isto significa que em aproximadamente cinco minutos teremos uma tonelada adquirida, ou seja, cerca de trinta mil dólares. Se repetirmos a dose, sem que haja denúncias, conquistaremos sessenta mil dólares e daí por diante.

_Podemos continuar fazendo o tramite até com o ouro, ródio e platina. Além disso, temos toda a planilha referente aos vagões quando furtada do capitão Johnson, ela nos mostra as linhas de trem disponíveis. Temos que ser breves. De acordo com o embarque do minério temos dois dias para efetuar o plano.

_Primeiramente Rajid se ajustará por cima do vagão, implantará duas bombas relógio para tirar a tampa de cima do vagão. Elas estarão programadas para explodirem em um minuto. Isto deverá ser feito antes da reta. Quando atingirmos a reta teremos pouco tempo até sugar todo minério. O carro será dirigido por Jhason que deverá andar paralelamente ao vagão por todo trajeto. O cobre irá revestir todo o aspirador, mas não há risco de danificar o aparelho, a cobriremos com uma lona.

_Todos deverão estar altamente preparados, caso o condutor da locomotiva venha interromper o percurso, estaremos armados com rifles ou metralhadoras.

_Já tem noção de quando o trem irá passar por este trajeto? – perguntou Jhason.

_Fiz os meus cálculos estaremos o esperando por volta das duas da tarde. Agora ao serviço. – disse ao acender as luzes novamente – Os aguardo daqui dois dias.

 

******

 

Dois dias depois o grupo se encontrava a beira da linha de trem em Kansas, numa caminhonete de cabine simples e cor branca, Jhason se encontrava dentro do veículo e pelo lado de fora estava Ryan. Ali os ponteiros marcavam uma e cinqüenta e cinco, Ryan reclamava, pois não havia observado sinal algum de uma locomotiva a caminho e isto há um quilômetro de distância. Como combinado Rajid estaria por cima do vagão para detonar os explosivos, isto seria necessário para romper as tampas que prendiam o cobre. Nada obstante Ryan sente a linha de ferro se mexer e emite um sinal à Jhason que no mesmo instante aciona o carro já o deixando ligado. Um chiado bem agudo e intermitente surgia aos poucos, ambos tiveram a certeza de que o trem estava se aproximando.

Desta forma Ryan entra no carro, confere a munição de sua arma e pelo retrovisor detecta a presença do trem ao se aproximar. Bem devagar ele convergia uma curva, iria pegar uma reta de aproximadamente cinco quilômetros agora, por outro lado não via-se muitos obstáculos pela beira da linha de trem, apenas um campo aberto com pequenos matos por onde o carro iria passar.

Por cima do vagão a bomba relógio já marcava dez segundos para sua explosão, Rajid havia pulado outros vagões para se distanciar da bomba. Tomou a distância de dois vagões e por ali havia se deitado a espera do sinal para receber a mangueira do aspirador de pó. Faltava menos de um quilômetro quando a bomba estourou, Rajid tinha que ser breve para tirar a tampa, o trem continha vinte vagões ao todo e este pertencia ao décimo sétimo. Logo Rajid se apronta, não teve dificuldades para tirar a tampa, o maquinista nada tinha percebido ainda, o barulho foi distante, estava distraído.

Porém adiante o condutor observa uma caminhonete, imaginou ser turistas para tira fotografias, mas achou estranha uma máquina excêntrica na carroceria, não a conseguiu interpretar, assim passou o vagão mestre com um sonido de uma buzina. Por cima do décimo sétimo vagão Rajid esperava a aproximação do trem à caminhonete para receber a mangueira e mantê-la no devido lugar para sucção do cobre.

Como previsto o vagão se aproxima da caminhonete que sem embargo começa a andar numa velocidade acima de duzentos por hora. O trem andava numa velocidade razoável a cerca de duzentos quilômetros por hora também, pois era um trem de carga alta e não poderia correr mais do que necessário. Os ponteiros do carro atingem duzentos por hora, Jhason ressalta:

_O trem não está muito rápido. Estamos a duzentos por hora, é o ideal para não sofrermos perdas do minério com o atrito no solo.

Logo o vagão contendo o cobre se aproxima, Rajid recebe a mangueira de cinco metros de cumprimento. Ryan estava por cima da carroceria da caminhonete, estava prestes a ligar a máquina. Quando tudo pronto Rajid emiti o sinal de positivo, o grupo não tinha mais tempo a perder, precisavam de apenas dois quilômetros para captarem uma tonelada. Ryan liga o aspirador de pó, no mesmo instante o minério é absorvido para a carroceria do carro, Ryan se contenta ao ver seus pés serem inundados pelo cobre.

_Maravilha, a máquina está sugando o cobre rapidamente, estamos ricos!

Enquanto isso a caminhonete andava paralelamente ao vagão principal, o caminho estava praticamente plano, não havia muitos cascalhos. Todavia Jhason observa o trem aumentar a velocidade, sem dúvidas o maquinista teria os percebido de longe. O carro atinge a marca de duzentos e vinte por hora, realmente o maquinista havia aumentado a velocidade. Em sua cabine conduzia desconfiado, não havia percebido a mangueira de longe, não levou seu binóculo naquela viajem.

_O que é isto, não consigo enxergar? Infelizmente não trouxe o binóculo! – exclamou David.

Porém o motorista tinha ao seu lado um co-piloto que ao observar a companhia da caminhonete aconselha:

_David, porque você não usa a sua Winchester, este carro pode se tratar de supostos ladrões.

_Boa idéia Kennedy, pegue-a no maleiro, por favor!

Por outro lado um minuto e meio havia se passado e, portanto, meia tonelada já havia sido aspirada. Ainda faltava espaço na carroceria, mas algo parece assustar o grupo.

Um tiro de um rifle acerta o banco do passageiro, de longe o capitão David não tinha muita flexibilidade com a arma, tentava acertar severamente o condutor do veículo.

_O que foi isto? – assustou Ryan.

_Um tiro! Estão tentando nos acertar... Peça a Rajid para descer imediatamente, estamos encurralados!

Ryan acena para seu companheiro por cima do vagão, pedindo assiduamente para ele pular. Rajid não tem noção do perigo procurou afundar a mangueira ainda mais para que ela não sofresse risco de se soltar. Ele se assenta na borda do vagão, faltava trinta segundos, ele reclama:

_Temos tempo ainda!

_Franco atiradores Rajid, vamos morrer se você demorar!

_Ok!

_Não se preocupe o cobre irá te amortecer. – gritou Ryan desesperado.

Outro disparo é feito, quando menos de quinze segundos para completar uma tonelada, o aspirador de pó industrial é atingido, ocorre um curto circuito seguido de uma pequena explosão, todavia Rajid consegue pular.

Ao perceber seu companheiro a salvo Jhason diminui a velocidade dando condição a locomotiva avançar mais adiante. Ele converge a esquerda rumo a rodovia principal. Capitão David consegue os espantar e dessa forma o aspirador de pó estava perdido. Será que este é o fim dos planos do clube Wingard para captação de mais minérios?

 

******

 

Numa outra hora, em pleno o Cherry Creek localizado em uma rua da cidade de Denver, Flammer estava contagiante junto com sua confidente Rebeca Colibeuf. Ambos tomavam uma bebida em um restaurante da praça de alimentação. Flammer pagou uma passagem de avião à sua namorada mesmo sabendo que a economia da Frost Enterprise estava estagnada. Na verdade ninguém poderia fazer nenhuma movimentação brusca até a chegada do dinheiro advindo do cobre. A empresa começou com seus trabalhos a pouco tempo e além da associação incompleta de seus investidores, a empresa precisava arcar com a manutenção do cérebro virtual. Uma espécie de máquina de tele-transporte dimensional que necessita de mais dinheiro para aquisição de peças preciosas, tal como os chips de Nylengthy. Um chip que irá transportar seres humanos a longa distância para as camadas da plataforma de Odeong, uma intermediadora entre os tele-transportes. Um chip produzido pelo próprio Henrry Leighland que agora precisa apenas de substâncias de nórdios e neodímios para completá-lo. O clube terá que ser rápido, pois a substância de nórdio é de interesse de terroristas para criação de arsenais nucleares. Exportado da Holanda, o nórdio está em Nova York clandestinamente a espera da compra, foi previamente encomendado. Trinta mil dólares é o dinheiro exigido pelos cientistas e infelizmente o clube não consegue lucros suficientes para adquirir o nórdio, todo o dinheiro foi investido no cérebro e todos os milhões na conta da Frost Enterprise precisa ser preservado em contas secretas para não causar procurações da polícia, devido o fato de que a empresa se encontra clandestina. Flammer disse a Rebeca Colibeuf:

_Como foi a viajem, não havia te perguntado?

_Foi ótima, precisei de uma semana de folga para realizar esta viajem. Agora estamos livres.

_Não posso comprar sua passagem para o mês que vem, tudo depende do acerto de contas de alguns sócios. – tentava disfarçar sobre o dinheiro proveniente do cobre, não queria revelar a Rebeca haja vista um dinheiro sujo.

_Não se preocupe eu receberei algumas comissões no final do mês e isto facilitará meu ingresso. Posso contribuir com você ou até mesmo pagar pelo pacote completo.

_Na verdade eu não poderia tampouco ter comprado este pacote, estamos em crise, mas você é irresistível, não poderia permanecer mais nenhum segundo sem te ver pessoalmente.

_Me desculpe, eu não sabia...

_Só um instante! – a interrompeu ao pegar seu celular no bolso.

_Jhason, como estamos?

_Nada bem chefe, fomos atacados e não conseguimos completar a carga. Provavelmente teremos um desfalque de vinte por cento do cobre para a conclusão do mesmo.

_Ok, onde vocês estão?

_No desembarque do jato clandestino, na Larimer Square

_Estou a caminho da Frost Enterprise. Nos encontraremos lá.

_Meu amor, tenho que ir. – se apressou dizendo a sua companheira ao mesmo tempo em que se levantava do banco.

_Te encontro em meu apartamento mais tarde! – se despediu colocando seu paletó sobre as costas.

 

*****

Em sua sala particular, Flammer realiza uma ligação urgente à Rowland. Um novo plano estava para ser desenvolvido e o grupo precisava encontrá-lo o quanto antes para uma nova captação de minério. Rowland possuía um eletroímã, capaz de atrair materiais denominados ferromagnéticos. Este siderúrgico foi uma sugestão de Elijah:

_Senhor Rowland?

_Em que posso ser útil?

_Sou Flammer, da Frost Enterprise, Denver. Soube de uma retro-escavadeira eletromagnética em sua posse, sou o chefe de seu conhecido Elijah de Bangladesh.

_Exato!

_Gostaria muito que você me emprestasse este trator para um devido trabalho em Derby.

_Sem problemas, Elijah já havia me passado as coordenadas com antecedência. Inclusive já providenciou o caminhão para o transporte do mesmo.

_Ótimo, te encontro no Aeroporto Internacional de Wichita, às oito e meia da manhã.

Uma semana se passa desde o ataque à Jhason, o Clube Wingard consegue converter o cobre em dinheiro, porém não é o suficiente para a aquisição do nórdio ainda. No salão principal o grupo se reúne para mais um plano, na verdade Flammer precisava de no mínimo duzentos quilos de cobre para concluir o projeto. Como se não bastasse Elijah informa algo surpreendente ao grupo. Um eletroímã pode ser a solução do problema, poderá atrair níqueis em cujas planilhas do capitão Johnson, estão situadas em um dos vagões do próximo trem à Derby.

_Bom, como todos sabem, estamos precisando de cerca de seis mil dólares para a conclusão do projeto, o aspirador de pó industrial foi danificado e chegamos a um estado de calamidade. Se não formos espertos quanto ao nórdio, corremos o risco de ficarmos sem o mesmo. Ouvir dizer que terroristas do Irã se interessam pela substância e agora temos menos que uma semana para aquisição dela.

_No entanto Elijah me disse sobre um funcionário de um dos sócios do clube Granville. – Flammer destaca o Clube Granville que estava com a Frost Enterprise desde o funcionamento da empresa – Este funcionário é de Wichita seu nome é Rowland, trabalha numa siderúrgica com captações de metais ferrosos. Ele nos disse que não há problema nenhum em nos emprestar seu trator de eletroímã. – Flammer aciona a imagem de um destes veículos no retroprojetor.

 

_Com esta máquina poderemos atrair o níquel, haja vista o cobre, que não é atraído pelo imã. Contudo o níquel é um dos minerais inclusos na planilha furtada do capitão Johnson, o embarque deste trem está previsto para amanhã às nove horas da manhã. O único problema que teremos é quanto ao preço do níquel. – disse ao exibir um gráfico sobre o painel – Ele custa a metade do cobre, mas talvez não seja um problema grave, pois o eletroímã há de captar certa de uma tonelada de níquel o que nos auferirá cerca de dezessete mil dólares, sairemos no lucro, não temos tempo a perder.

_ Iremos nos deslocar pelo jato às oito horas, com previsão de meia hora de viajem chegando ainda cedo. Nos encontraremos com Rowland no Aeroporto Internacional de Wichita e em vinte minutos chegaremos ao nosso destino. Não há como falharmos, segundo Rowland o eletroímã se encontra em ótimo estado de funcionamento.

_O trator possui painéis elétricos, instalação do eletroímã, guindaste, ponte rolante e braço hidráulico. – dizia ao selecionar as imagens no painel – O trator consiste em um eletroímã circular com capacidade necessária para atividade a ser realizada, painel elétrico de comando simples sem sistema de reversão, gerador monofásico kolbach, conjunto de peças complementares tais como polia, correia, chave de acionamento e desativação do eletroímã, voltímetro de cabine, terminais e cabos elétricos, suporte de fixação do eletroímã e instalação completa.

O eletroímã é um equipamento que utiliza energia elétrica como fonte de alimentação para gerar o campo magnético, possuía cinco metros cúbicos e um peso não muito superior ao carro. Sua construção consiste na aplicação de um fio condutor elétrico em espiral ao redor de um núcleo de aço. A corrente elétrica percorre o fio e de acordo com sua tensão, gera uma corrente magnética propagada pelo núcleo, certamente serviria de atrativo do níquel. O núcleo ferromagnético ao receber o campo magnético gerado pela corrente elétrica aplicada ao fio condutor do eletroímã, funciona como um imã permanente pelo período o qual a corrente elétrica for mantida, isto é, poderia atrair o níquel em frações de segundos.

_Como das outras vezes, Rajid se posicionará por cima do décimo terceiro vagão, implantará a bomba relógio com um limite de um minuto para a explosão do dispositivo. Ao passar pelo túnel tratará em remover a tampa e ao passar dele estaremos bem alojados com o eletroímã para captar tudo em frações de segundos.

_O níquel com certeza estará a sobejar pelo vagão. Estes não andam vazios. – disse Donald Pierce.

_Ao trabalho! – bradou Flammer.

 

******

O dia passa e chega a noite, Racquel Morrison sai do seu escritório após um dia conturbado. Trabalhava como estagiária de turismo em Nova York, descia o elevador do prédio rumo ao estacionamento onde acionou a desativação do alarme do carro. De repente um grupo de quatro homens a interrompe e armados pede para que ela os acompanhasse à outro carro de cor preto. Ela se assusta, mas sem tempo para reagir ela obedece.

_Fique quieta garota. – disse Hector ao colocar uma fita prateada sobre sua boca – Somos do Clube Pig, seu namorado nos deve cerca de dez mil dólares e você se tornou o alvo principal. Hoje você dormirá em uma quitinete até que seu namorado venha nos pagar.

_Não se preocupe, já estamos fazendo contato com ele. – disse Sebastian Pig ao dirigir o carro que era de cambio automático devido a sua lesão na perna esquerda – Se não nos pagar, você pagará pela vida garota.

Racquel Morrison se assusta, não tinha a mínima idéia do que estava acontecendo, mas sabia que o assunto estava diretamente ligado à Sebastian Shaw.

Ao chegarem no cativeiro Tasco faz uma ligação, ao atender ele passa o telefone à Sebastian Pig que com um olhar intimador e afano introduz:

_Estamos com sua garota Shaw!

_O que? Racquel Morrison?

_Exatamente. Não tive outra escolha, talvez não se lembre do dia em que escapou das minhas mãos, uma dívida deveria ser paga e você deixou o endereço dela cair no chão. Acho melhor vir para este acerto senão teremos que judiar da sua garota. – soltou um riso inescrupuloso.

_Como assim, eu não te devo nada Pig?

_Mas deve Lehman Vantoya e está usando o meu nome para gerar dívidas. Estou cansado das cobranças de Vantoya, você deve se lembrar que este nome me pertence, deveria ser mais cauteloso amigo.

_Eu posso resolver, estou com o dinheiro em mãos, por favor não a machuque.

_Vou te dar um prazo de vinte quatro horas, amanhã por estas horas estarei no estaleiro para lançá-la no mar com as mãos atadas. Espero que seja breve! Dez mil dólares está em jogo.

 

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Oito e meia da manhã do dia seguinte, Flammer, Jhason e Sebastian Shaw se encontram com Rowland. O trator é posto sobre o caminhão, logo partem de Wichita à Derby. Nove horas o grupo se posiciona um pouco adiante da saída do túnel. Tudo estava pronto, por cima do décimo terceiro vagão estava Rajid, ele implanta a bomba antes de entrar no túnel. Após um minuto ela é ativada, instantes depois o trem entra no túnel, o condutor David se alarma, ouviu um grande estonido, mas não teve como identificar Rajid. Com uma lanterna, conseguiu abrir a tampa do vagão, estava muito escuro e isto requeria muita precaução.

O trem sai do túnel com velocidade reduzida, capitão David imaginou ser algo relacionado ao acelerador. Rajid esteve afastado na hora da explosão, mas se adiantou para operar a abertura da tampa e novamente afastado agora esperava pela lateral a sua hora de abandonar o trem. Pelo lado de fora o trem passa por debaixo do eletroímã que consegue atrair cerca de uma tonelada de níquel, o grupo comemora, aos pouco o trem se perdia pelos trilhos, Rajid salta corajosamente pelo chão antecipadamente. O imã é solto e posto sobre a caminhonete enquanto o trator seguiu adiante pelo caminhão.

Ao chegarem em um hangar próximo ao Aeroporto Internacional de Wichita, o grupo desprende o níquel do imã e o configura em alguns sacos. Logo o grupo parte viajem com o plano bem sucedido. Em Denver Flammer imediatamente paga os cientistas pelo nórdio e neodímio. Cerca de trinta mil dólares foi investido e a empresa não havia mais lucros senão pelos contratos dos primeiros exploradores do cérebro, transações secretas e o grande golpe na Itália que lhes renderam duzentos milhões de dólares.

Dessa forma o cérebro começa a funcionar e as pessoas associadas começam a vislumbrar de uma cidade artificial criada por hologramas. O clube decodificou todos os estabelecimentos e paisagens da Cadeia dos Andes, e as projetou de forma tangíveis e diferentes, foram instaladas em uma dimensão mental criada pelo cérebro do Clube Wingard. Locais tais como prédios e casas foram criados esquematicamente por Jhason de acordo também com o seu poder mental de criar dimensões. Para se transportar a esta dimensão era necessário acessar a Frost Enterprise e um capacete virtual, mas isto era exclusivo para os funcionários. Existia um sistema de transfiguração pessoal em que todos os sócios podiam escolher como poderiam se vestir ou se apresentarem conforme uma variação étnica e racial. A cor da pele, bem como o cabelo, peso e altura eram computadorizadas exclusivamente nesta dimensão. A partir do tele-transporte que era ocorrido por um relógio contendo o chip de Nylengthy e vendido aos sócios com substâncias de nórdio e neodímio tudo se transformava em fantasia tangível. A empresa Frost começou a ganhar muito dinheiro e nunca mais necessitaram de roubar, passando por um momento de crise como o da aquisição do nórdio. Emma Frost se tornou a rainha-branca da plataforma de Odeong e a principal mediadora das vendas dos relógios.

 

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Antes do funcionamento do cérebro que começou na mesma semana da aquisição do nórdio, Sebastian Shaw realiza uma viajem a Nova York. Era noite, mesmo dia em que havia feito a extração do níquel. Pela tarde esteve torcendo apenas para que o minério fosse vendido com sucesso. Como se não bastasse o dinheiro é adquirido em cerca de dezessete mil dólares que foi dividido para inteirar na compra do nórdio e para a dívida emergencial de Sebastian Shaw concordado também pelo grupo. Afinal de contas o caso tratava-se de vida ou morte.

Shaw lutava contra os ponteiros do relógio, faltava pouco para completar vinte e quatro horas. Ele dirigia um carro rumo ao estaleiro, havia feito uma ligação sem precedentes, Pig estava o aguardado no porto. O carro converge uma rua, Shaw se aproxima. Ao se deparar com uma rampa, Shaw arrisca e realiza um salto sobre o mar com o seu carro entre a rampa e a comporta em direção ao piso do navio. Após um salto bem sucedido Shaw desce do carro, Sebastian Pig estava com seus três capangas Hector, Harold e Tasco, todos estavam armados. À frente do grupo estava Racquel Morrison, Sebastian Pig a segurava pelos braços, já estava sem a tapa na boca, não havia risco de alguém escutar seu grito, mas Racquel permanecia confiante e tinha a certeza de que seu namorado apareceria para salvá-la.

Shaw pega uma maleta preta no banco de passageiro, era o dinheiro exigido. Rapidamente desce do carro e ordena:

_Solte-a!

_O dinheiro primeiro meu caro. – exigiu Pig.

Shaw coloca a maleta sobre o chão e realiza um chute na mesma, que se desliza em direção ao grupo.

_Confere por favor Hector. – ordenou Pig.

Hector confere rapidamente, o dinheiro estava certo, finalmente a dívida foi paga. Após o sinal, Sebastian Pig solta Racquel que instantaneamente corre em direção aos braços de Shaw que pede desculpas, ambos se beijam.

Antes de sair pelas portas dos fundos do navio em direção ao estabelecimento interno, Pig revela algo surpreendente:

_A partir de hoje Shaw, não me chame de Sebastian Pig, agora eu sou o Porco-de-Bengala. – disse ao jogar sua carteira de identidade no mar – O caminho está livre para você meu caro, cuide bem do nosso nome. – de modo insano Pig solta uma gargalhada.

 

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Seis meses se passaram, a Frost Enterprise já contava com inúmeros sócios entre estes o Radiance, uma loja de jóias e artigos importados da Rússia gerenciada por Wald Ganiev, o Cocquetel Club, uma filial de Manhattan, sorveteria que também vendia bebidas e sucos, estava localizada no hall do prédio dirigida por Byron e gerenciada pela capitã Morloney. Havia também o Clube Barony, chefiado por Sebastian Shaw, era uma espécie de escritório a favor das contas e empreendimentos medicinais em Bangladesh e Índia. O Clube Wingard funcionava a favor das contas e empreendimentos medicinais em Roma, era chefiado por Jhason Wingard. O Marauders’club era uma boate afiliada com jogos de pocker localizada no subsolo gerenciado por James Proudstar o Apache. Morlocks’clan dirigida por Leech e Vantoya Club dirigida por Lehman Vantoya que teve seu ingresso em três meses após a abertura do cérebro, Bengal’s Pig gerenciada por Porco de Bengala que teve seu ingresso em quatro meses após a abertura do cérebro, o acordo foi feito através de conversas e reparações com Robert Spencer, Clube Granville e o Clube Essex, dirigido por Nathaniel Essex. O China Town Bank era um banco agregado e o Elegance Club era uma loja de artigos de roupas e acessórios de marcas relacionados aos mutantes. A X-Force era uma unidade de contenção policial formada pela Frost Enterprise a fim de proteger os seus clientes nas bases de acesso às plataformas e a Startup Enterprise era uma agência terceirizada da empresa e além dessas havia mais outros noventa e nove escritórios agregados.

No início surgiram trezentos clientes para povoarem o cérebro, isto porque foram feitos trezentos chips iniciais de Nylengthy. Com o decorrer do tempo a sociedade foi crescendo e mais chips foram produzidos. Cerca de um milhão de dólares eram pagos para a Frost a fim de terem acesso ao cérebro com direito ilimitado. Por através de hologramas o clube conseguiu decodificar lugares tais como a Ilha Muir, Cadeia dos Andes e Antártida que eram lugares planisférios. Galáxia de Shiar e Galáxia de Órion que eram grandes bases localizadas na troposfera. Todas as plataformas continham uma estufa invisível cuja atmosfera controlada por computadores fazia reações climáticas com previsões do tempo e temperaturas predeterminadas. Todas também contendo uma pequena sociedade interna. E a plataforma de Odeong, local de intercessão entre as bases.  A Graymalkin, no entanto, é uma estação espacial localizada na estratosfera, base militar exclusiva da X-Force para a segurança dessas sociedades secretas. Com seus relógios de tele-transporte, todos os clientes podiam acessar tanto na Frost Enterprise como em um local escondido das vistas de outras pessoas.

Para o controle de acesso às sociedades dimensionais, o Clube Wingard contratou alguns mutantes tais como Gambit, Psylocke, Siryn, Arclight e Cyclone que operavam no turno da tarde. Pela manhã operavam Jhason Wingard, Sebastian Shaw, Donald Pierce, Henry Leighland e Emma Frost, Robert Spencer como fundador de toda a economia da X-club, incumbiu Jhason como líder do club Wingard desde a fundação da Frost Enterprise. Para a manutenção dimensional às camadas da plataforma de Odeong o clube contratou os Morlocks cujos membros são: Masque, Leech, Caliban, Facade, Lucid, Calisto, Plague, Erg, Rictor, Vertigo, Torpid, Medula e Litteburg. Estes estavam incumbidos a manterem as sociedades limpas. Seus asseclas trabalhavam em prol do saneamento, meio ambiente, postos de combustíveis e serviços gerais. Em uma sala reservada, com monitoramento amplo e tecnologicamente desenvolvido, os Morlocks se posicionavam em computadores usando capacetes de transmissão dimensional, eles tinham acesso a todas as sociedades, mas eram restritos de assuntos mais delicados como, por exemplo, finanças e economia.

Em determinado momento o club chegou a contar com cerca de cem mil habitantes nas plataformas em geral, sendo que trinta mil se concentrava especificamente na Cadeia dos Andes. Foi por esta plataforma que tudo aconteceu conforme os planos de Nathaniel Essex. Era manhã de intenso calor, os Morlocks trabalhavam com seus computadores respectivamente. Havia um revezamento entre os Morlocks, enquanto alguns monitoravam nos plantões diurnos, outros monitoravam em plantões noturnos. Naquele plantão estava Plague que logo emite uma mensagem a Leech, líder do grupo naquele plantão, porém à noite Masque era líder.

_Temos uma nova mensagem de Nathaniel Essex! – Plague direcionou a Leech.

_Sobre o que se trata?

_Ele deseja ter uma conversa em particular e com urgência.

_Diga à ele que estou a caminho. – disse ao mover seu capacete para fora da cabeça – Erg assuma o controle. – ordenou.

Nathaniel Essex era um membro efetivo da Frost Enterprise, possuía um cartel de pílulas alucinógenas que circulavam clandestinamente nos Estados Unidos. Também era um ambicioso vilão e tentava se enriquecer à custa da Frost Enterprise.

 

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Leech toma o elevador até o escritório de Nathaniel Essex, e com pouco tempo chega ao seu destino. As portas automáticas se abrem Leech entra em um grande ambiente escuro iluminado por arandelas de cristais de quartzo:

_Caro amigo Essex... Espero que tenha me chamado para me presentear com um comprimido de êxtase.

Essex permanecia por detrás de uma extensa mesa de mogno africano escuro.

_Não seja por isso. - no mesmo instante retirou de sua gaveta um frasco e selecionou um comprimido para entregá-lo.

_Porém o assunto é outro...

_Sei que está interessado na compra do Weekend. Um alucinógeno que pode deixar a pessoa sob efeitos inofensivos por até uma semana?

_Não tenho mil dólares para comprá-lo.

_Como sabemos a Frost Enterprise é uma empresa fantasma com capacidade de criar plataformas virtuais a fim de lucrarem com seus respectivos clientes. Como se não bastasse a criação de novas plataformas poderia lhes render muito mais dinheiro do que imaginam. Mas como meio de se prevenirem, eles se limitaram a sete dimensões apenas para não gerar rastreadores espaciais. É notório a utilização do satélite Fênix para a criação destas dimensões. Por isso conto com sua ajuda e dos Morlocks para sabotarem a senha de acesso aos dados do satélite Fênix e me trazerem as codificações em algum lugar da troposfera. Pretendo com isto criar uma base robótica para criar um exército de andróides, a dimensão será chamada de Astradrômeda. Você me fornecerá também o chip de Nylengthy para tele-transportar à base, e isto é tudo que preciso.

_Perfeito! – Leech concorda – Porém, o que ganho com isso?

_Bom, você poderá comprar o Weekend ao invés de mil dólares, por dois dólares apenas. Na quantidade que você quiser.

_De acordo. Estarei providenciando o código de uma dimensão na troposfera pelo satélite Fênix hoje mesmo. Reunirei o grupo e breve estarei comprando as pílulas na sua mão.

Ambos se despedem, Leech agora tinha uma missão, sabotar o satélite Fênix.

 

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Em uma outra hora, no Morlock’s clan, situado no Frost Enterprise, Leech reúne todo o grupo. Todos permaneciam assentados a espera do anúncio de Leech que logo inicia:

_Hoje consegui uma proposta irrecusável de Nathaniel Essex. Como todos sabem trabalhamos e não ganhamos muito por isso. Contudo me foi oferecido a venda ilimitada do Weekend por apenas dois dólares pelo nosso anfitrião Nathaniel Essex. Temos um desconto de zero virgula um por cento, pois o Weekend, como sabemos, é vendido à mil dólares. Mas para realizar esta compra deveremos sabotar o satélite Fênix e codificar uma dimensão particular na troposfera para entregar à Nathaniel Essex. Ele pretende com isto construir um exército de andróides.

_Mas não temos muito dinheiro na conta para comprar uma quantidade que nos traga lucros inestimáveis. – indagou Masque.

_Quanto temos na conta Erg? – perguntou ao tesoureiro.

No mesmo instante Erg acessa o noteboock, realiza o cálculo e faz o extrato:

_Vinte mil dólares.

_É o bastante. Com vinte mil, compramos dez mil pílulas, que vendidas nos gera um lucro de vinte milhões de dólares.

_Se a Frost Enterprise começou com este investimento bilionário por apenas dezessete mil, podemos também arriscar com esta grana. – sugeriu Calisto.

_Sem dúvida. Mas o problema será como vender dez mil pílulas alucinógenas sem sermos descobertos? – questionou Rictor.

_Não se preocupem pessoal. – interferiu Leech – Iremos sabotar não somente a dimensão de Astradrômeda, mas também a dimensão de Bellmont. O grande vulcão adormecido da Indonésia. Com a ajuda do satélite Fênix e hologramas, codificaremos o interior do vulcão e construiremos um grande complexo para um evento onde pelos controles do computador cérebro controlaremos o clima interno, a infra-estrutura, as luzes e faremos invenções de alojamentos externos para a estadia dos convidados em uma semana. Faremos os convites aos interessados habitantes da plataforma de Andes, cerca de dez mil convidados, isto é, um terço dos habitantes da Cadeia dos Andes. Como é sabido entre nós, não é permito que se altere o subconsciente com substâncias químicas nas plataformas da Frost Enterprise, caso contrário o habitante é banido instantaneamente. Isto conforme o chip instalado no relógio, capaz de fazer o cálculo de sanidade mental. Nesta altura do tempo muitos clientes devem estar ansiosos para sair das dimensões e fazer uso de substâncias alteradoras. Sempre estão inconformados por não poderem usá-las da maneira desejada. Dessa forma faremos convites confidenciais, será uma surpresa para os interessados saberem que existe uma plataforma apropriada ao uso. Solicitaremos que o ingresso seja apenas pela compra da pílula, explicando seu efeito duradouro, no prazo de uma semana e mais o dinheiro da consumação, sendo que o alojamento é gratuito. Venderemos mil Weekends, e com o dinheiro arrecadado podemos comprar bebidas e comidas antes da inauguração.

_E quando devemos começar? – perguntou Facad

_Hoje à noite. Torpid entrará pela tarde no setor administrativo onde trabalham os mutantes. Antes do turno da noite existe um intervalo para a troca de comando onde apenas um mutante fica na espreita. Torpid usará seu poder para desmaiar seu alvo e neste instante pegará a senha do computador principal. Em seguida usará seu poder de reversão sensorial para acordá-lo e sairá com o arquivo em mãos. À noite uma parte do grupo usará as chaves de acesso ao terraço que eu mesmo providenciarei com Jhason Wingard alegando falta de transmissão nas antenas, nesta hora codificarei as chaves com um laser. Com cordas descerão até o último andar. Quebraremos os vidros e eu entrarei para desativar os alarmes com meu poder de bloqueio sensorial. Calisto com a visão noturna localizará os interruptores e Torpid ativará o cérebro. Teremos uma hora para codificar as duas plataformas, será tempo suficiente para sermos tele-transportados. Não deixaremos rastros nos dados do computador, nossa localização será ocultada. Após nos alojarmos na ilha Bellmont faremos os convites e assim que conseguirmos um terço dos habitantes da Cadeia de Andes, a semana do Hell Club começará.

_Ao trabalho! – bradou Masque.

 

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Era tarde, pelos corredores internos Emma Frost caminhava ao lado de Donald Pierce, que relata sobre um ocorrido na plataforma dos Andes:

_Senhorita Frost, os meus relatórios constam três adolescentes banidos na plataforma dos Andes semana passada. Foram encontrados com eles substâncias psicoativas e estavam sob efeitos da droga.

_Este incidente tem sido constante em todas as plataformas eu sugiro que trabalhe para usar seu poder de sinergia para tratar destes clientes exatamente na estação Graymalkin onde temos uma base de reabilitação mental, para sócios em estado de degradação psíquica devido as transições espaciais.

_Posso programar as consultas, mas o difícil será convencer os jovens usuários a participar das mesmas.

_Farei um plano obrigatório, onde após a infração na sua plataforma o sócio deverá passar por pelo menos três consultas na estação Graymalkin. Assim então você entra em ação. – esclareceu enquanto caminhava em direção ao cérebro.

No por do sol, na sala de administração, os mutantes se preparavam para a troca de plantão. Durante à noite permaneciam Ryan, Rajid, Elijah, Wanda Kassid, Sheyla Shin, Racquel Morrison e Rebeca Colibelf que não eram mutantes. Em horário de menor transição mental não se necessitava de muita força psiônica para manuseio do cérebro. Como previsto apenas um mutante permanecia na sala, estava entretido, não percebeu a entrada de Torpid, que por trás dele usa seu poder de deteriorar energias. Logo Cyclone deita sobre a mesa, Torpid tinha pouco tempo para acessar o computador, checou os arquivos e descobriu a senha, rapidamente gravou no disco que é posto sobre a bolsa e usou seu poder sensorial revertido para acordar Cyclone. Sem saber o que estava acontecendo ele pergunta:

_O que está fazendo aqui? O que houve?

_Nada, eu acho que você pegou no sono!

_Em que posso ajudar?

_Houve uma falha na transmissão de dados dos últimos acessos na plataforma de Órion, estão usando perfis adulterados.

_Estes usuários estavam sob comando de Psyloke, no meu sistema não apresenta falhas.

_Ok. Irei tratar com ela na sala de reunião. – aproveitou o momento de ausência de Psyloke para não ser contestada e sabendo disso se retirou despistadamente sem voltar ao assunto.

O tempo passa e agora era hora de Leech entrar em cena. Na sala de reunião, no vigésimo terceiro e último andar da Frost Enterprise ele encontra com Jhason Wingard. O encontro havia sido informado antecipadamente, tratava sobre uma suposta falha na transmissão da antena. Logo as portas automáticas se abrem, Leech entra.

_Existe um grande fluxo de dados no sistema dos Morlocks que está atrapalhando na transmissão dos nossos asseclas. Preciso das chaves do terraço para configurar a antena.

Leech se apresentava todo revestido por equipamentos falsos, que na verdade não seriam utilizados para a manutenção da torre, mas continha apenas o principal, que era o laser para decodificação das chaves. Sem embargos Jhason o entrega as chaves ao retirar de um quadro envidraçado no mural da parede. Leech se retira e ao chegar ao terraço, utiliza o laser codificando as chaves. A primeira parte do plano estava cumprida.

 

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Uma hora da manhã, cidade de Denver, acesso à torre de antenas da Frost Enterprise, ali se posicionava Leech e os Morlocks, aguardavam apenas a saída do último operador da sala de comandos para que finalmente pudessem invadi-la e sabotar o cérebro. O horário já estava vencido, pela madrugada não permanecia ninguém nos comandos cibernéticos, ou seja, dentro das plataformas naquele período ninguém podia entrar e nem sair. Ao amanhecer tudo voltava ao normal.

O local é liberado por Ryan, o último a se desconectar do cérebro. Leech envia um sinal, logo Erg e Ricto descem pelas cordas em rapel, contendo nas mãos um cortador de vidro. Rapidamente abrem dois círculos num raio de um metro cúbico. Em seguida Torpid e Calisto descem pelo mesmo caminho. Calisto se adianta e usa seu olho biônico para enxergar sobre o escuro, nada obstante identifica os conectores para ativação do cérebro. As luzes se ascendem, Torpid se apressa e com a senha em mãos, aguardava pela recarga dos computadores para ativar os comandos.

Tudo parecia pronto, Torpid fez o impossível, que era acessar o cérebro. Porém agora Leech surgia por trás. Com sua técnica em cibernética tomou a direção dos controles para poder adaptar uma dimensão à Nathaniel Essex. Em pouco tempo conseguiu criar uma base na troposfera onde arquivou os dados em um chip de Nylengthy. O plano estava quase concluído, Astradômedra estava em mãos, agora Leech se preocupava em criar um clube dentro da ilha Bellmont na Indonésia, fez uma conexão com o satélite de Odeong e também criou alojamentos ao derredor. Tudo foi sendo codificado pelo satélite de Odeong. Leech consegue ocultar as duas plataformas do cérebro, porém os Morlocks deixaram rastros pela janela ao invadirem. Em poucas horas tudo parecia feito, o Hell Club foi decodificado, a equipe é tele-transportada e naquela mesma noite os Morlocks iniciam sua aventura na ilha.

Após serem tele-transportados à uma base de comandos na ilha da gruta, Leech precisava apenas de fazer os convites à dez mil usuários da plataforma de Andes. Dessa forma, Plague averigua primeiro os usuários que já foram banidos por causa de substâncias alteradoras. Assim ficaria mais fácil receptá-los ao convidar para a compra do Weeckend. Plague informaria o uso liberado da substância e a estadia durante uma semana dentro de uma plataforma dimensional sem problemas com expulsões em decorrência do uso. O que, sem dúvidas, acabaria com aceitação do convite feito.

Depois Plague procura por usuários que contêm registros de experiências passadas com substâncias químicas nos dados arquivados. Após um longo trabalho em equipe, os convites são feitos, apenas cinco por cento não se enquadrava nos quesitos para receberem os convites, talvez estes poderiam denunciar aos administradores, a equipe preferiu não arriscar.

 

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O dia amanhece, os Morlocks fazem a compra de dez mil pílulas de Weekend após entregarem o Nylengthy decodificado à Nathaniel Essex. Tudo ocorria com a transmissão de comandos por um sistema adaptado em uma base criada por hologramas e concretizada em um local da ilha. Por outro lado o Clube Wingard se depara com a sala de controle totalmente corrompida.

_O que significa isto? – perguntou.

Emma Frost assusta ao notar os painéis ativados e os vidros da janela quebrados.

_Fomos invadidos! – declarou Sebastian Shaw.

_Rápido, ligue os rastreadores, vamos verificar se há intrusos nas plataformas.

_Ok.

Em frações de segundos os convites foram enviados a maioria dos habitantes da Cadeia de Andes pelo chip de Nylengthy instalado nos relógios de acesso dimensional. Os Morlocks exigiam apenas uma quantia de mil dólares para a aquisição do Weekend, mencionando o tipo da substância, ou seja, uma pílula, com efeito alucinógeno com duração de uma semana sem bloqueio na plataforma dimensional pela alteração da mente. Além disso os Morlocks advertiam sobre o dinheiro extra para a consumação das iguarias e bebidas, sendo que o alojamento na área adjacente seria disponibilizado gratuitamente pelos organizadores. Aos poucos foram surgindo interessados, o acesso à outras dimensões seria bloqueado por uma semana e isto havia sido informado antecipadamente. Logo os Morlocks foram arrecadando dinheiro. Era o primeiro dia da semana, quando chegou a tarde já contavam com cinqüenta por cento do total estipulado.

Enquanto isso na Frost Enterprise ouvi-se um aviso:

_Emma, tenho uma péssima notícia! – disse Arclight - Os Morlocks estão inativos, fui a sala de manutenção e não encontrei ninguém. Além disso, muitos clientes reclamam da ausência dos servidores para prestarem serviços nos seus respectivos postos. Não foi encontrado nenhum assecla nas imediações do cérebro.

_Estranho! – disse Emma ao se virar contra a janela – Tenho a mera impressão de que os Morlocks estejam envolvidos com esta invasão do cérebro.

Era quase pôr do sol, um terço dos habitantes que foram convidados já estava quase completo. Naquela hora uma cliente da plataforma de Andes ainda pensava sobre o convite feito, seu nome era Roni Clover.  Sua ficha constava um histórico marcado por uso constante de drogas alucinógenas, portanto, mais uma escolhida pelos Morlocks. Todavia Roni Clover havia cessado o uso há alguns anos atrás. Achou estranho a saída empolgante de sua melhor amiga após aceitar o convite. À princípio pensou em denunciar aos administradores, mas achou melhor aceitar o convite para acompanhar sua amiga de perto e por curiosidade desejou ver o que significava o Hell Club.

Ao cair da noite os Morlocks atinge um terço da população da plataforma de Andes. Imediatamente Leech ordena aos moderadores para que deletem os convites remanescentes para não deixar rastros. No mesmo instante os convites são apagados. Roni Clover foi tele-transportada na última hora. Com o seu relógio de Nylengthy entrou em contato com sua amiga e a localizou.

_O que está fazendo aqui Roni? Faz tempo que não curte este tipo de adrenalina? – disse enquanto organizava suas roupas no armário.

_Eu vim te proteger!

_Você deve estar enganada. – deixou escapar um sorriso – A partir de hoje estarei comemorando os melhores dias da minha vida.

_Você pode estar correndo perigo. – alertou - Esta dimensão talvez não esteja de acordo com as regras do cérebro.

_Se não tivesse como tudo poderia ter sido criado sem a autorização dos administradores.

_Eu não vejo nenhum deles por aqui. Eu suponho que esta dimensão seja clandestina.

_Não se espante amiga, talvez a Frost Enterprise tenha criado esta dimensão para oferecer a seus clientes um ensejo diferente. - disse ao fechar o armário – Agora vamos senão vamos perder a cerimônia de abertura do Hell Club.

 

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Era meia-noite quando o último turno se retira do cérebro da Frost Enterprise. Cyclone, que foi escalado para inspecionar o sistema no momento de ausência do fluxo, começa a averiguar o cérebro logo após o encerramento operacional. Algumas horas se passam e Emma Frost surge:

_Alguma pista?

_Pesquisei sobre o fluxo de transmissão e um terço dos usuários da Cadeia de Andes foi transportado para uma plataforma desconhecida através de uma conexão clandestina da qual não pude identificar. – explicou Cyclone.

_E sobre a plataforma?

_Foi ocultada pelo sistema. Apenas alguém da nossa linha de comando poderia fazer essa conexão.

_Foram os Morlocks, eles nos traíram, estão ausentes, eles e seus asseclas.

_Provavelmente Leech está no comando. Podemos rastreá-lo.

_Não adiantaria rastreá-lo, a esta altura ele já deve ter alterado o chip.

_Eu preciso apenas da localidade, pois esta plataforma pode estar em qualquer lugar da galáxia, os nossos satélites não são capazes de rastrear perfeitamente o paradeiro desta dimensão, mas se tivermos a informação precisa do local, em poucas horas decodificamos a base e conseguimos conexão com o cérebro.

_Vamos tentar encontrar pistas com os usuários remanescentes. – alertou Emma – Abordaremos os familiares das pessoas desaparecidas e tentaremos saber se foi revelado algum paradeiro antes do teletransporte dos desaparecidos.

_Ok. Vou desligar o rastreador. Vai levar horas para atingir toda a América. Até concluir já estaremos iniciando nosso plantão pela manhã.

_Ótimo, te vejo amanhã junto com a equipe na Cadeia dos Andes para a investigação.

Ambos se retiram da sala, o sistema é encerrado sem nenhum resultado, a Frost Enterprise está em perigo, enquanto isso, na ilha de Bellmont, a festa de abertura do Hell Club inicia com muita música eletrônica e bebida. Todos os convidados parecem já sob efeito do Weekend, de menos, Roni Clove, que apesar de comprado a pílula, por ser de caráter obrigatório, acabou a desperdiçando e ficou por conta de vigiar sua amiga e espiar os organizadores do evento. A semana do Hell Club foi se passando, as horas demoravam pelos ponteiros do relógio, um terço da população de Andes não parecia perceber o clima interno do grande sino, também não contavam com o amanhecer e o por do sol. Tudo foi categoricamente instalado de tal modo que as larvas e o calor da gruta pareciam apenas cenas de efeitos especiais nas quais não se podiam transmitir calor às pessoas. A gruta interna e profunda do vulcão artificial parecia exalar vapores por algumas partes, em sete pátios gigantescos havia pistas de dança onde muitos pareciam não pararem por um segundo sequer.

 

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Roni Clover aterrorizada com o que via, acompanhou sua amiga Deyse, ela parecia psicologicamente sem equilíbrio mental, não associava as coisas ao redor tampouco notava que alguns garotos tentavam abduzi-la. Roni Clover esteve vigiando-a, tentou convencê-la para os alojamentos externos para descansar, mas ninguém até aquela hora arriscava dormir, apenas saíam para os campos adjacentes para tentar passar a adrenalina do alucinógeno.

No sétimo dia Roni Clove consegue adquirir todas as pistas sobre o paradeiro da base de tele-transporte à Frost Enterprise. Enquanto Leech andava pelas trilhas para fazer transições secretas, Roni o acompanhava por distante. Era pôr do sol, hora em que por dentro do Hell club, a neblina das larvas e do fogo exalava uma fumaça que ao invés de tóxico, era completamente inodora e produzida artificialmente, como todos os efeitos atmosféricos, por efeitos virtuais e transmitidas àquela plataforma por configurações dimensionais na base de controle criada pelos Morlocks.

Finalmente ela consegue observar uma porta de vidro eletrônica que se abria por censor corporal. Leech ao entrar não percebeu que estava sendo seguido, imediatamente tele-transportou, Roni conseguiu acesso e rastreou a conexão com os comandos da Frost Enterprise. Após alguns minutos Roni é atendia, era quase noite, Cyclone, o operador oficiou daquele plantou atende.

_Serviço de atendimento ao cliente Frost Enterprise, Cyclone, em que posso ser útil?

_Sou Roni Clover, é urgente, estou em um local desconhecido onde membros desta empresa se encontram controlando uma festa clandestina usando de artifícios pertinentes à Frost Enterprise para manipular comandos.

_Certo, me passa os dados do servidor que estaremos providenciando a X-Force para detenção do grupo.

Rapidamente Roni passa a informação, Cyclone pega os dados e informa a Gambit o operador suplente:

_Gambit, encontrei o paradeiro da população perdida de Andes. Se encontram na ilha de Bellmont, observe. – mostrou a ele a descrição.

_Ótimo, pelo que vejo foi tudo decodificado, os Morlocks nos traíram de fato e bloquearam o retorno da população a nossa base. Arclight, Pyslock, Syrin, Prisma, Crystal, preparem-se, vamos enfrentar os Morlocks juntos com a X-Force.

_Cyclone, o que está esperando acione Robert Spencer e o seu grupo e os avisem logo.

 

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A noite chegou e o Hell club estava mais um dia em festa. A música não parava, os Morlocks tinham asseclas para apoio a todos os participantes, mas mal sabiam que em breve a X-club chegaria ao encalço dos seus intrusos. Não demorou muito e todo grupo da X-club se reuniram em uma só unidade para enfrentarem os violadores do chip para criação da plataforma Hell club. Como previsto o grupo consegue acesso, um conflito se iniciou contra todos os participantes para detenção e ajuda as vítimas, houve um alvoroço, pessoas fugindo, algumas dopadas pelo alucinógeno Weekend, mal conseguiam entender o conflito. A X-club, junto com a X-force e os mutantes, conseguiram capturar os asseclas, que com muita resistência revidaram o ataque usando poderes mutantes. Porém não foram páreo para o grupo, foram detidos por Cable, o capitão da X-force que emitiu um comando à equipe:

_Quero que transfiram todos os capturados para a ilha Escalibur, na base de detenção irão prestar depoimentos, até que se justifiquem de sua aliança com os Morlocks.

Por outro lado os mutantes pretendiam capturar os principais membros dos Morlocks, que fugiram por possuírem prioritariamente o comando de tele-transporte de translado à outras dimensões. Gambit e os mutantes chegam após uma vistoria na base de controles utilizando sondas virtuais para localização dos chips portados pelos Morlocks.

_Não encontramos rastros dos Morlocks. – disse Gambit ao retornar para o interior da gruta – Fomos até a base por onde chegamos, averiguamos os comandos criados por Leeck, mas eles conseguiram fugir.

_Como pôde acontecer? – perguntou Robert Spencer.

_Provavelmente bloquearam a saída de todos, exceto o translado por meio dos seus próprios chips.

_Quero que a nossa equipe faça a divisão dos asseclas e as vítimas. Todos os envolvidos pelo que esta plataforma lhes ofereceu deverão ser diagnosticados por profissionais da área mental e obrigados a exames. Envie-os para a base da Graymalkin onde nosso centro de reabilitação deverá ser criado pela Odeong para ocupação de toda esta gente. Vejo que estão sob efeito de algum alucinógeno.

_Temos que relacionar os familiares das vítimas para retorno das mesas conforme a recuperação. A intervenção dos responsáveis para a retirada é essencial. Serão liberados até que o nosso detector de efeitos psíquicos por substância possa comprovar a desintoxicação, assim poderão ser desligados do regime que será proposto pela Graymalkin. Isto quanto aos que são nossos clientes individuais. – disse Emma Frost.

_Jason, faça o processo de translado às bases correspondentes, todos serão observados, até que consigamos encontrar os Morlocks para demiti-los.

_Provavelmente os Morlocks não conseguiram se render até a criação de alguma base para intrusão de nossas plataformas. – disse Jhason.

_Faremos o bloqueio dos chips de Nylengthy. Se conseguirem, codificação, terão que viver em esgotos subterrâneos. – declarou Flammer.

Em poucos minutos Jhason consegue executar a ordem e a divisão entre os envolvidos foi feita, a ilha Bellmont é desocupada, a X-force ficou responsável pelo tratamento das vítimas na dimensão Graymalkin e a X-club, pelos seus comandos na Frost Enterprise, responsáveis pela punição dos asseclas na ilha Scalibur.

 

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Após muito trabalho a X-club consegue voltar a suas atividades normais, houve uma reunião unânime com todos os líderes da Frost Enterprise. Flammer como fundador da economia da X-club e principal mediador da construção do edifício, designou Byron, gerenciador do Coquetel’club à responsável pelo club Barony. A Frost Enterprise continuou sendo uma empresa fantasma com todos os seus sócios agregados, exceto os Morlocks, procurados por suspeita de fraude.

 

 

FIM