segunda-feira, 20 de março de 2023

(4ª Edição) A Série X-Clube Apresenta: Shell - O Segredo do Bivalve Mestre

 



 

 


 SHELL

 ODENKIR KHOLER

 



DELARTES

4ª Edição

 

 

 

 

 

 

 

 

4 PARTE SHELL: O SEGREDO DO BIVALVE MESTRE

 

 

POR: GUILHERME PALHARES

 

 

Ilustração

João Carlos


 

Dados Internacionais de Catalogação (CIP)

 


Catalagação RJ

Copyright©

Edição Arch - 2011

Bibliografia.

ISBN 65-9898-8988

 

 

 

Editor: Edward Rhozter

Patrocíio: William Ratsbone

Tradução: Samir Blast

Revisão: Dyman Throika

Ilustração: Amanda Kitchener

Diretor: Erick McBreg

Diagramação: Racquel Blast

Catalogação: Jhon Packman

Revisão Geral: Wania Bradford

Configurações: Emerson Fontana

 

 

 

Introução e seleção Sylvie Debs

Patativa Pinheiro

01-564-800

                                    CDD-023

Índices para catálogo sistemáticos

I Crime – 0350

II Aventura – 039

 

Editora® Delartes  1985

Maps World Diagramation

 

INTRODUÇÃO

 

 

Aperte o cinto e se prepare para mais uma acirrada disputa do Clube Barony. Desta vez Flammer corre contra o tempo para eliminar uma estranha energia contida em uma concha arrecadada na ilha. Após sofrer uma ameaça inesperada, Sebastian Pig terá que entregar uma mercadoria pendente à um mafioso americano que age especificamente na China. Sem alternativa, Sebastian Pig fará uma armadilha à um transporte de narcóticos para furtá-lo e por sinal esta mercadoria se trata da última mercadoria em circulação na Índia. Coincidentemente esta mercadoria trata-se de uma negociação de Flammer. O terrível Sebastian Pig não dará tréguas, mesmo sabendo que esta mercadoria pertence a seu maior rival, ele deverá arcar com o pedido de Lemah Vantoya.

Duas perdas simultâneas no tráfico serão o principal motivo para levar Flammer a uma investigação particular. Ainda mais quando se trata de um único oponente. Um depoimento de seu assistente Ryah o conduzirá a causa de todas as perseguições e uma concha deverá ser destruída. Esta peça encontrada na ilha, de acordo com o depoimento de Rayh, está por atrair uma estranha energia.

Sem outra opção Flammer terá que enfrentar seu rival, ainda mais para destruir a concha. Em nenhum outro lugar poderá ser encontrada, senão, no próprio pescoço do asqueroso Sebastian Pig. Um novo conflito será lançado contra os capangas do Clube Pig e talvez este seja o último antes da inauguração da nova matriz do Clube Barony.

OS AGENTES

 Entre o oceano índico e a bacia de Java uma longínqua ilha e pouco explorada recebia estranhos visitantes que entre uma pequena parcela seriam agora os únicos a saberem sobre o segredo da ilha. Tão-pouco os agentes de uma simples base implantada pela reserva florestal em uma região adjacente saberiam do preeminente segredo, embora soubessem a respeito dos indícios de pérolas na ilha.

Entretanto, se ocupavam em deter os estranhos visitantes após a fuga de Nycolas e Flammer que se rendiam em desvantagem após perderem as possibilidades de fuga. Desprenderam-se aos poucos de suas armas, não tiveram tempo, foram pegos de surpresa. As mãos alçadas à cabeça obedeciam a ordem emitida por um dos agentes. Todos procediam da mesma forma e andavam em direção ao jipes utilizados por aqueles agentes.

A pequena ilha possui uma conjuntura paradisíaca, muitas áreas parecem de fato inexploradas. Dificilmente vestígios humanos são identificados. Em seu arredor é possível encontrar rios e grutas, está situada em uma região oceânica bastante caracterizada pelas ilhas tropicais, que ao contrário, são mais conhecidas e também denominadas por seus exploradores como a ilha de Bellmont.

Talvez a pequena ilha tenha o conhecimento de suas áreas por uma quantidade de pessoas que não chega a ocupar um avião, isto claro, oriundas da Indonésia e possuidoras de identidades políticas.

Por outro lado existem pessoas na ilha de identidades próprias e desconhecidas, trata-se de uma tribo nativa da área e muito pouco se sabe sobre suas características físicas e culturais.

Nos ares os helicópteros de Nycolas e Flammer partiam em fuga, mas apenas três entre o grupo estariam a bordo, entre estes Nycolas, o único a saber sobre mais detalhes da tribo desconhecida. Foi pego por alguns componentes da tribo após a separação de Flammer na busca pelas pérolas na gruta, o principal segredo da ilha.

O paradeiro das pérolas parecia estar oculto dos poucos exploradores que talvez ousaram encontrá-las. Para o clube Barony não foi algo tão sutil, nada como uma apurada pesquisa sobre a área restrita e a boa concentração unida ao intenso desejo de encontrarem o material em assunto, o que não lhes renderam menos de vinte e quatro horas para encontrá-las.

Contudo, uma inesperada separação entre a dupla Nycolas e Flammer tornou-se o principal motivo para que outra área com registro das pérolas fosse encontrada. Flammer não encontrou a quantidade suficiente para compartilhar com seu parceiro Nycolas na gruta e acabou traindo a confiança de seu parceiro ao abandoná-lo da missão.

Após analisar o interior da gruta por onde as pérolas foram encontradas, Flammer constatou a redução da porção que poderia ter sucedido pela constante enchente no interior da galeria ou pela captação de uma determinada quantia operada na vez anterior.

Um pequeno intervalo do tempo e do espaço foi criado entre a dupla, o primeiro fator surge pela distância entre o local de espera pelas dinamites implantadas para abertura de um atalho à gruta até o local de entrada e o segundo pelas obstruções formadas ao longo do caminho que deveriam ser cuidadosamente observados ao escalar.

Se Flammer optasse por poupar Nycolas e compartilhar as pérolas encontradas no interior da galeria, talvez não tivesse a quantia exata exigida por seu chantagista. Dez quilos seria o limite máximo exigido e de fato, não foram encontradas pérolas suficientes para ambos. A separação, portanto, levou Nycolas a conhecer a tribo, que sorrateiramente o aprisionou após ser encontrado na margem do rio.

Ao passar uma noite com aqueles estranhos tribais, Nycolas conhece outros estrangeiros que permaneciam no mesmo local. Foram vítimas de um naufrágio em uma região não muito distante da pequena ilha. Ao serem resgatados pelos tribais faziam serviços voluntários a fim de se recuperarem do acidente e esperavam também por um iminente socorro.

Ao contrário de Nycolas, permaneceram durante quase seis meses, porém escaparam sozinhos para encontrarem a saída após uma dica de Nycolas. Um precioso mapa entregue pelo aventureiro foi o responsável por conduzir os cinco estrangeiros até a área onde os helicópteros do grupo permaneciam estacionados.

Em troca do mapa Nycolas recebe uma informação importante a respeito de outro paradeiro das pérolas. Embora não especificamente mencionado pelos estrangeiros, foi descrito como uma área não muito distante e freqüentada pelos tribais no findar da cheia do rio. Após saber da informação, Nycolas prefere não acompanhá-los na fuga até o estacionamento dos helicópteros, mas insistindo em conhecer o paradeiro das pérolas, perseguiu os tribais espionando-os de longe até identificar o lago secreto e conseguir a porção desejada.

Ainda com as mãos sobre o alto da cabeça, os estrangeiros prosseguiam para os jipes dos agentes florestais, ao mesmo tempo se recordavam de Nycolas que de modo bastante fugaz havia fugido com um dos helicópteros acompanhado de seu piloto particular chamado Said. No outro veículo fugia Flammer o segundo aventureiro envolvido na procura das pérolas. De fato não houve possibilidade de fuga para os outros componentes do grupo que ao lado daqueles cinco estrangeiros se rendiam e prosseguiam da mesma forma em direção aos carros.

Após um longo atalho sinuoso feito por um matagal, os três carros dos agentes finalmente alcançam uma trilha de terra construída para destinar os carros até a base de operações. Embora muitas áreas fossem perscrutadas pelos aventureiros, jamais aquela trilha teria sido avistada por algum deles, mesmo com o uso de binóculos pelo ângulo aéreo.

Ao chegar à base todos são encaminhados ao setor interno, um pequeno jato à beira do campo, entre a mata e a base militar, usado comumente para transporte de combustível, mantimento e outros materiais, foi acionado, vinha da Indonésia, o espaço restante seria ideal para ocupação dos dez integrantes detidos.

Por poucas vezes aqueles agentes estão a inspecionar aquelas áreas, coincidentemente estiveram no momento de ida dos aventureiros. Em pouco tempo Nycolas e Flammer chegam ao aeroporto de Seychelles em Jarkata, partiram antecipadamente sem a companhia do restante do grupo que depois de algumas horas chegaram ao mesmo destino à Indonésia, porém acompanhados pelos agentes florestais e enviados à delegacia indonésica para prestarem depoimentos da intrusão na ilha.

Uma área distinta da recepção principal se restringia pelos fundos da delegacia. Todo o grupo permanecia a espera pelo chamado de identificação que era averiguado por outros agentes correspondentes da própria companhia.

 Outra sala do mesmo corredor era visitada pelos integrantes após a sala de espera. Um, após o outro, se apresentava ao delegado e relatavam seus argumentos a respeito da exploração, declararam suas identidades e suas intenções de viajem à ilha de Bellmont.

Os bancos se ajustavam ao contorno da parede da sala, um espaço vazio se formava pelo centro do setor sob o aspecto de um chão arejado e cinzento. Os aventureiros bem como os estrangeiros da ilha se dividiam em cinco integrantes para cada grupo.

Não seria difícil para os agentes o processo de interrogatório quando após os primeiros questionários foram selecionados dois delegados para os respectivos grupos.   

Poucas horas se passaram e apenas quatro pessoas foram interrogadas, a notícia do resgate dos estrangeiros que sofreram o naufrágio viralizou. O restante do grupo permanecia apreensivo a espera, dois agentes internos faziam a vigilância dentro e fora do setor. O número de pessoas que compunham o grupo diminuía aos poucos, à medida em que eram interrogados. Após o interrogatório eram encaminhados para outra sala para assinaturas e onde finalmente seriam dispensados. Um ventilador central produzia o único barulho formado pelo silêncio acompanhado por ruídos intermitentes. Um dos agentes entra pela porta principal, o nome de Elijah é mencionado em um tom de voz áspero, por outro lado, uma moça entre o grupo dos estrangeiros aparentava desgaste físico, ficou em torno de seis meses na ilha.

      Ryah assentado ao lado de um dos estrangeiros permanecia ansioso ao mesmo tempo inquieto, não sabia o que poderia ser inquirido a respeito. Kihuri observava atento, este seria o líder do grupo, pensava sobre qual poderia ser o verdadeiro propósito daquela aventura dos invasores. Elijah parecia demorar mais, algo estava a se entrelaçar, talvez fosse a respeito das armas. Alguns segundos se passam quando finalmente Kihuri o questiona:

      _O que sabem sobre aquela ilha?

      _Nada além do seu aspecto natural, havíamos feito planos antes, mas não sabíamos que poderíamos ser pegos pelos agentes, estávamos prontos para uma eventual fuga.

      _Além disso, não sabíamos que havia uma tribo, tínhamos os identificados quando viemos pela primeira vez.

_De fato existe uma tribo que se oculta por uma região muito escondida na ilha. – confirmou Kihuri.

      _Soubemos destes tribais por relatos pouco convincentes de alguns parceiros da equipe, não poderíamos acreditar se de fato eles existiam ou não.

      _Eles existem e foram responsáveis por nossa sobrevivência na ilha por onde permanecemos durante seis meses. Na verdade fui o líder de uma embarcação que vinha de Kuala Lumpur da Malásia, estes foram os poucos sobreviventes da embarcação de quarenta e seis pessoas do grande tsunami oriundo provavelmente das partes setentrionais do oceano índico.

      _Ainda não consigo entender porque não foram resgatados antes pelos agentes?

      _De acordo com um deles, os agentes estão na ilha em períodos variados e muitos remotos e às vezes o tempo é prolongado até se alcançar as cabanas, não tem como ser alcançada por via aérea, apenas andando e muitas vezes por alguém que tem conhecimento e confiança dos animais que ali abitam. À princípio não acreditamos sobre essa informação de risco, realizamos fugas, porém todas foram fracassadas. A mata de fato apresenta muitos perigos e na maioria das vezes, fomos resgatados pelos mesmos tribais das cabanas. Após nos habituar com a ilha acabamos por ignorar as informações sobre os agentes na ilha, tínhamos o receio que estavam por raras vezes inspecionando a ilha a espera do momento oportuno para adquirir ilegalmente as pérolas que ali se encontram. talvez estivessem presentes por mais tempo do que imaginávamos, mas nossa fuga foi compatível com a confirmação ocular de que eles estavam realmente presentes na ilha por este período e graças a estratégia de Nycolas.


                                    O SEGREDO

Dessa vez pouco tempo passou para a liberação do sucessor de Elijah no interrogatório e o próximo aventureiro é chamado por um dos agentes que fazia a checagem antes dos corredores de acesso. O nome citado, porém, não pertencia a nenhum que dialogava na sala.

Kihuri continua a conversa e inicia com um depoimento sobre o serviço no acampamento dos tribais:

_À principio, após nos habituar com os tribais, éramos enviados para colheita de safras maiores. Lugares desconhecidos por mim e pelos componentes da embarcação agora eram explorados por nós. As trilhas que passamos através dos carros antes de embarcar com o jato também eram avistadas. Mas diferente do início, preferimos evitar a fuga, aderir a calma e deveríamos manter a esperança do resgate.

_Estas áreas foram sendo exploradas até o ponto em que conhecemos um lago secreto. – continuou o sobrevivente Kihuri – Um lugar pouco distante do acampamento possui um lago que também pertence ao rio. O mesmo rio em que estiveram os seus aliados a procura pelas pérolas.

_Muitas áreas foram realmente exploradas, contudo não encontramos este lago? – questionou Ryah.

_Soube da procuração de seu grupo através da confissão de Nycolas e à ele também disse sobre o lago secreto.

_À propósito, o que faz este lago ser secreto?

_Pérolas.

_Talvez por isso toda a ilha fosse secreta ainda? Isto é, sem o conhecimento dos agentes e exploração da tribo.

Mudando de assunto Kihuri continua:

_O lago também sofre o fenômeno de enchente em dias de lua cheia e assim como o rio, o lago costuma diminuir e secar por completo. A diferença é que após secar-se da enchente o lago consegue exibir as pérolas que ali se encontram ao serem conduzidas pelas correntes da águas do rio, isto tornou-se um segredo da ilha, que realiza o ritual periodicamente, portanto, este é o lago secreto.

      Uma última pessoa antes de Ryah e antes dos dois últimos sobreviventes é chamada. Entre o restante, uma moça de aproximadamente trinta anos.

_Existe também outro segredo... mas este pertence a tribo. – Kihuri faz um suspiro após o suspense - Uma concha encaixada no busto da estátua é posta pelos tribais sempre quando preciso. A concha é posicionada de forma espontânea a fim de manter-se sempre presente no busto mesmo ainda com a corrente de águas da cheia do rio que atinge todo o interior da gruta. Caso contrário, se a concha sofrer com o impacto da enchente de água e for retirada pelo fluxo, os tribais deverão repor a concha perdida por uma concha de uma mesma espécie.

_Esta concha se trata de um bivalve mestre. – revelou.

_Se no caso for alguém que a retira, então esta pessoa deve procurar destruí-la imediatamente, neste caso a concha não pode ser mais devolvida, e então a tribo repõe o outro bivalve, mas se a concha não for destruída a tribo fica sem resultados pretendidos, bem como nas plantações e por outro lado uma maldição é lançada ao que retirou a concha e somente após ser destruída a pessoa poderá ser libertada da influência da tribo e esta tal maldição é cessada. A tribo acredita que enquanto o bivalve mestre existir no busto da estátua, a tribo será protegida. Mas no caso da perda da concha pelo fluxo da correnteza das águas, os tribais acreditam que estarão propensos a doenças, escassez e perturbações. Para a pessoa que retirar a concha propositalmente, de acordo com a lenda, esta mesma pessoa será influenciada também por perturbações, terá escassez e principalmente alucinações.

_Isto quer dizer que se algum de nós porventura tiver retirado esta concha, esta pessoa poderá estar sobre a influência invocada pelos tribais?

_Muito provavelmente.

_Uma das regras da tribo não permite que a concha não seja reposta enquanto outro bivalve mestre for encontrado e que não terão proteção caso a concha seja violada e não destruída. Contudo, isto não impede que os tribais prossigam com o ritual da gruta.

_Me recordo de uma cheia ocorrida alguns meses passados, - continuou Kihuri – e a concha fora arrebatada pela enchente da água. Realmente a colheita ficou escassa por aquele período, houve períodos intensos de chuva, mas não demorou muito quando Moyra, uma integrante dos fugitivos que fora resgatada, conseguiu encontrar outro bivalve mestre. Isto nos era informado constantemente por um ancião desde o início.

_E a colheita tornou a sua produção normal?

_Sim, logo após a reposição.

 

_Não teria necessariamente tornado eu acredito. Eu vivenciei de perto a moléstia que os atacava. Na verdade outro bivalve mestre deveria substituir o ausente e naquele tempo de seca ainda não o havia sido encontrado.

_Caso seja alguém que a retira, como destruí-la na hipótese de ter sido perdida por um dos nossos aliados presentes na ilha.

_Neste caso, conforme o tempo em que estivemos na aldeia, não presenciamos alguém violador, mas sei que o chefe da tribo é capaz de pressentir sua destruição, e assim, após pressentir a quebra do bivalve, o chefe informa ao restante da tribo que a colheita está de volta a sua produção normal.

Ryah escuta atento e espantado, mas logo é chamado pelo agente que interrompe a conversa, era o penúltimo entre o restante. Talvez o tempo não fosse suficiente para que o sobrevivente revelasse o segredo exato da tribo, mas tudo parecia esclarecido para Ryah, ambos se retiram. O grupo interrogado já permanecia na sala de espera, estavam prontos para serem liberados e retornar à seus respectivos países.


                                 O PLANO

  À noite Flammer finalmente sai do clube sob a permissão de Sebastian Pig. Havia perdido sua negociação após chegar em segundo lugar na grande disputa contra Nycolas, que por ter sido abandonado na ilha, não hesitou em negociar sua parte com o próprio Sebastian Pig. Talvez o vencedor houvesse escolhido outro negociante, mas este sabia que dez quilos de pérolas estavam propostos, tanto para quitar a dívida quanto para serem compradas.

Ainda no clube Pig, Sebastian ordena a interdição de toda entrada e saída de pessoas para as negociações posteriores, devido a venda dos narcóticos e dos genéricos, todo cuidado deveria ser tomado.

Em sua casa Flammer tomou um rápido banho, para que pudesse reencontrar com Nycolas em um destes restaurantes onde supostamente ele estaria com seus ajudantes comemorando sua negociação.

Do lado oeste da cidade, com seu carro, procurava pelos restaurantes que habitualmente Nycolas freqüentava. Ele consegue o identificar de longe em uma das avenidas principais. Ao chegar eles se cumprimentam, Nycolas embora um pouco desentendido não o ignora. Flammer percebia seu aspecto frio, mas levou consigo as pérolas em troca do dinheiro que ele o devia para amenizar a relação, porém, Nycolas negou, não queria mais se envolver em trocas de pérolas e o explica:

_O material foi sendo bastante investigado pela polícia por suspeitas de estelionatário e tenho um ajudante foragido por denúncias anônimas do comércio, portanto, devo lhe aceitar apenas a honra.

_Não tenha dúvidas! – disse, notando que sua presença o desagradava. Mas continuou:

_Tenho muitos compradores farmacêuticos interessados na mercadoria da droga, podemos fazer planos?

_Suponho que não, com este dinheiro das pérolas estou prestes a abrir novos negócios, tenho algumas relações secretas com Lee Van Wilster, um bom negociante de drogas da região.

_Assim seja! – o disse se despedindo com sua maleta que trouxera onde carregava as pérolas. Tentou por algumas vezes negociá-las com outros compradores, muitos acordos eram fracassados e Flammer havia perdido um grande negócio.

Após a separação, Nycolas nega dar a preferência à seu sócio e negocia sua parte com Sebastian Pig que, como dito, havia limitados os dez quilos de pérolas tanto para quitar a dívida e devolver a mercadoria apreendida quanto para comprá-las.

Enquanto isso, na rodovia, Sebastian Pig tomava conta da maior parte do tráfego entre os negociadores. Uma vez na estrada o gordo sarcástico tomava o comando na utilização do seu caminhão médio para cargas dominando todas as rotas e atalhos que eram usados para fugas. Como habilidoso manobrista, sempre agia melhor que os policiais quando em fugas e contra qualquer outro motorista.

 

O ATAQUE

  Sehn Marunagh, um dos vilões transitórios da região, por muitas vezes fazia compras de mercadorias. Muitos pedidos eram direcionados à Sebastian Pig que realizava entregas clandestinas, mas nada sabia que em pouco tempo enfrentaria Sehn Marunagh, ao se encontrar com um de seus sócios, e por fim, tornando-se um rival. Uma nova crise ataca algumas regiões da cidade, as drogas novamente diminuem esporadicamente e as entregas interrompidas junto com a polícia atuante agravava a situação que se tornara cada vez mais delicada. Tudo parece contribuir para uma nova disputa no tráfico.

Assentado em seu escritório um pouco preocupado quanto as entregas, Sehn Marunagh mantinha a espera de alguma notícia vinda por telefone. Um novo comprimido é digerido, uma cartela vazia ao lado era a prova de que o traficante estava a consumir as pílulas por mais tempo, talvez quisesse economizar e ao invés de um aglomerado de drogas, agora optou apenas por tomar uma-à-uma, e isto, à cada minuto que se passava.

Se a cartela houvesse terminado em razão do consumo normal das pílulas, Sehn Marunagh não estaria muito tenso. O tremor de suas mãos e a transpiração dos seus poros fortalecia a idéia de que uma tensão o afetava devido o consumo constante das drogas e em tempo bastante curto.

Ainda não havia nenhuma notícia, tudo que se sabia era sobre as entregas interrompidas. No auge de suas negociações somente tal fato poderia levá-lo a se preocupar com as informações como desde o início em seu escritório. A noite parece lenta, o silêncio invade o ambiente, nada obstante as portas se abrem. Dois agentes secretos e não oficiais entram pela porta principal.

Trabalhavam para traficantes específicos, cobravam altas quantias em dinheiro vivo e toda operação sempre eram bem sucedidas. Sehn Marunagh, por sinal, era um destes traficantes para quem os agentes forneciam serviços.

Pareciam já habituados com o acesso ao local. Talvez estivessem ali por mais vezes como no caso em que o traficante se necessitara de uma negociação no exterior, por onde raras vezes tinha a legalidade de viajem devido o nome sujo decorrente das dívidas acumuladas.

Após se assentarem naturalmente no estofado de frente à mesa principal, em cuja superfície se avistava um jarro de flores artificiais, um deles introduz:

_Nenhuma informação! As entregas continuam interrompidas e lamento dizer, mas as drogas estão a diminuir nas regiões exteriores também. As negociações atuais estão a se limitar nas regiões centrais do oriente médio.

_Não temos escolha, Sebastian Pig deve sofre a exigência de pagamento de sua conta. – disse o outro agente após direcionar algumas folhas – Este é o chiqueiro do salafrário, paradeiro certo onde atua com o seu gerenciamento de suas entregas.

Sehn Marunagh toma as folhas interessado, após imaginar a ausência de alguma notícia sobre as entregas. Fez um breve esforço para se recordar dos possíveis lugares em que teria visto a operação, alguns deles, após serem assimilados, poderiam ter sidos identificados na lista.

_Tenho quase certeza que um lugar muito popular como este foi escolhido por Sebastian Pig como estratégia. – virou uma página da folha - É claro que se ele se ocultasse, seu paradeiro seria descoberto com mais facilidade.

_O trabalho deve ser breve, Sebastian Pig pensa que a cobrança será feita em troca do próprio dinheiro computado. – disse Sehn Marunagh.

_Mal sabe ele que a cobrança seria feita em um momento de imprecisão como essa. – explica – O pedido de drogas ao invés do dinheiro poupará nosso trabalho de buscas por mercadorias de drogas e isso diminuirá as chances de sermos vistos.

_E como será o plano? – perguntou o primeiro agente.

_A exigência das drogas deverá ser feita antes de invadirmos o setor onde atuam seus capangas. Não haverá prazo, o pedido deverá ser benevolente, não devemos comprimi-lo ao imediato, isso pode provocar algum conflito.

_Mesmo neste caso seria impossível uma reação do nosso oponente. A área é bastante movimentada e há setores policiais por perto. – disse o segundo agente.

_Por isso quero que poupem as armas, apesar do porte legalizado que possuem, o trabalho não será muito difícil. A polícia será usada como chantagem e caso o pedido seja negado, então serão encurralados ao chamado da polícia. Neste caso agiremos como verdadeiros agentes secretos.

_E quanto aos capangas?

_Mantenha-os na área interna sem contatos com os meios de comunicação. Se a entrega for demorada poderão ser liberados, eles não são o alvo principal, o setor sim. Se a polícia descobre, Sebastian Pig tem muita chance de perder seus negócios e cair na cadeia.

_Quando devemos agir? – o mesmo agente indaga.

_No momento de menor movimento.

_E quando é momento de menor movimento?

_Agora. – bradou Sehn Marunagh após tomar o último comprimido da cartela.

Os agentes contratados saem, faltava pouco para o encerramento da administração no setor de gerenciamento do traficante alvo. O local se misturava à outros setores similares onde provavelmente se operavam os mesmo tipos de serviço operacional.

Alguns computadores centrais permaneciam ligados em tela azul, as informações chegavam de vários laboratórios da Índia. Um setor em Mumbai se exibia em destaque no computador da ponta esquerda na entrada principal.

 

O SETOR

 

 O movimento no prédio de fato era de menor intensidade por àquela hora. Os capangas se limitavam pelos computadores centrais, alguns outros lugares permaneciam vazios. Foram usados pelo restante do grupo que operavam durante os turnos passados. Uma pequena cozinha apenas havia ao lado, por onde saia um dos que estavam presentes tomando uma xícara de café.

Nos computadores as entregas pareciam ausentes, a notícia de que as drogas diminuíam na cidade se concretizava através da tela vazia. A tecla enter é pressionada por um dos capangas:

      _Fim. O último caminho acaba de cruzar a alfândega sem nenhuma suspeita.

      _Adoro esse momento, sempre espero as demandas para consumir um pouco de morfina. – disse o segundo secretário entre os três, após aspirar uma carreira em pó da droga.

      Inesperadamente a porta é tocada, ninguém parecia a espera de alguém. O capanga que suspendia a xícara se move até a porta, mas antes de usa o olho-mágico, um ponta-pé antecipa a chegada dos intrusos:

      _Agentes secretos, ninguém se mova. – um deles ordena com uma arma ao mesmo tempo em que exibia uma credencial referente ao que foi mencionado em sua identificação inicial, todavia não era nada oficializado.

      Uma identidade por serviços prestados obrigatoriamente ao governo, tão-somente sustentava um brasão sobre sua frente, que de longe, se assemelhava à um distintivo oficial.

Os serviços eram feitos como meio de serem punidos pelos seus antigos crimes. Após se habituarem, saíram das camadas governamentais para agirem como clandestinos, mesmo porque as credenciais já não possuíam valor, senão, pelo próprio brasão que agora era o segundo responsável pela intimidação dos empregados de Sebastian Pig. Na verdade o trabalho dos agentes já estava vencido, mas por mera escolha, preferiram manter os brasões. 

Sem chances para reagir o primeiro se assusta e deixa cair um pouco de café sobre a blusa. Um dos que estavam pelos computadores tenta se apressar, mas o som do gatilho o intimida, ainda mais ao ressoar da voz grosseira de um dos agentes:

      _Não ouse. – adiantou o segundo agente ao mirar a mão sobre o telefone. Os cabos em seguida são arrancados da conexão que é desativada.

      _Todos juntos, - o mesmo agente desabafa – somos enviados de Sehn Marunagh e o chiqueiro está ameaçado. Caso nosso pedido não seja atendido a polícia entrará em ação.

      _Mas isso pode ser evitado, - continuou – basta apenas entrar em contatos com Sebastian Pig para que a mensagem seja melhor compreendida.

_Tudo bem. – disse um dos capangas ao mover sua mão trêmula para pegar o celular da mão do agente. Usava um terno sem gravata e roupas claras.

     

A EXIGÊNCIA

 

 Enquanto tomava um Chopp de cerveja espumada, comemorando as negociações feitas da noite passada, o grupo fazia as contagens das pérolas negociadas com Nycolas. Junto aos seus companheiros de crime, o grupo se deliciava com as bebidas oferecidas pelo chefe, porém, um inesperado telefonema surge, era Sehn Marunagh, em conexão direta com o escritório.

_Soube de seus negócios com Flammer e me parece que pouco mais de um quinto do dobro pretendido pôde ser absorvido por sua chantagem?

_Tem andado bem informado, dr. Sehn Marunagh, não é de se espantar que suas relações com Flammer acarretam em grandes produções. As drogas foram substituídas e computadas à uma antiga conta. – disse em tom agressivo - Infelizmente o prazo estabelecido se esgotou.

_E quanto ao veículo?

_Devolvi ainda hoje.

_Mas não se vanglorie meu caro, a mesma moeda pode ser paga para o mesmo devedor. Seu escritório se encontra em minhas mãos e uma antiga encomenda se encontra pendente, preciso que a entrega seja feita o quanto antes.

_Não posso acreditar!

_Acredite se quiser, quem sabe as câmeras internas consigam transluzir a mensagem.

Sebastian Pig espantado se levanta impaciente e segue em direção ao seu computador onde a monitoração do local era feita por uma transmissão direta do setor por onde à pouco teria sido invadido pelos falsos agentes.

_A quantia restante, ou o departamento será saqueado e vistoriado pela polícia. – Sehn Marunag prossegue de modo ainda mais intimador - Enquanto isto poderá apreciar as cenas do local interno, onde talvez sejam os últimos momentos de intimidade com seu escritório e com seus empregadinhos, isto claro, caso a mercadoria não seja entregue.

As imagens dos agentes eram transmitidas.

_Tudo bem, - a exigência vinha acompanhada de um teor realmente calculista - quero apenas que meus assistentes sejam poupados.

Um de seus escritórios de telecomunicação ativa servia como atendimento aos pedidos de encomendas feitas por seus sócios também pelas regiões externas do país, demandas e rotas. Como negociador da área do narcotráfico, Sebastian Pig possuía também outras entregas pendentes.

Porém, nenhuma se comparava a entrega das drogas a serem efetuadas à uma farmácia local da cidade, que geralmente funcionava sob as coordenadas de Sehn Marunagh, um dos negociadores do narcotráfico.

 

                               O TRÁFICO


Um dos grupos vigentes, após um contrato secreto, dominou o setor onde poucos empregados desprevenidos trabalhavam. Dois homens invadem o local e os capangas são detidos. Enquanto eram mantidos em uma área nos fundos, os invasores permaneciam no setor principal, onde no centro das mesas laterais funcionavam os computadores.  A exigência do pedido foi o principal objetivo, a polícia estava em jogo e somente a manhã do dia seguinte poderia definir a situação do grupo.

Enquanto isso Sebastian Pig se preparava com algum de seus ajudantes para fazerem a viajem de volta à Dacka. Por aquele tempo operava uma negociação quase à beira da alfândega, uma viajem de volta lhe custaria em torno de seis horas e meia.

 Alguns quilômetros de distância separavam as cidades e isto também implicava o caminhar dos ponteiros do relógio que devagar chegavam à meia-noite. No escritório os agentes mantêm os capangas detidos sob fitas amarradas, um deles andava de um lado ao outro, tentava diagnosticar alguma mensagem do gerenciamento no computador, mas não conseguia constatar nada senão uma suma de dinheiro depositado à curto prazo durante o dia passado por clientes provenientes da Índia.

Alguns laboratórios pareciam ser sócios de entregas clandestinas. Um dos agentes disfarçados imaginou ser uma banalidade, porque muitos desses laboratórios regiam nomes aparentemente tradicionais.

Ao pressionar a tecla esc, o mesmo agente faz desaparecer as informações, nada de importante pôde ser visto e tomando o telefone ao lado diz:

_É da pizzaria Noruega?

_Sim em que posso servi-lo?

_Quero duas pizzas gigantes à moda e um refrigerante.

Os secretários permaneciam assentados em silêncio e contidos por fitas. Observavam atônitos e em silêncio, pois também fora usado fitas em suas bocas, e notavam o que estava acontecendo sem entender, nunca antes vivenciaram aquele tipo de situação.

Era madrugada, Sebastian Pig ainda estava na estrada a caminho, talvez sua chegada aconteça com o amanhecer do dia, ou talvez seja tarde de mais.

Enquanto isso o chantagista Sehn Marunagh permanecia acordado em todo momento ativo e a espera de notícias. Os comprimidos se converteram à pílulas para controlar o sono, sabia que seu oponente estava em ação para tentar solucionar o caso.

Quando próximo do amanhecer do dia Sehn Marunagh recebe uma ligação. Uma pequena penumbra de claridade atacava aos poucos a vidraça frontal e a promessa da entrega da carga era tudo que o traficante dizia. Já convicto da missão, o chantagista aceita o pedido de liberação dos secretários do setor de gerenciamento de entrega. Presentes ou não, a polícia necessitava apenas da perícia dos computadores para constatar a farsa do traficante.

Para Sebastian Pig a exigência não seria algo difícil. Já era habituado com os mesmos tipos de entregas e não era a primeira vez que estava a ser ameaçado por mercadorias em troca de contas a pagar.

No entanto não havia descartado a idéia de que as mercadorias por aquele período se encontravam em escassez. Havia uma segunda crise que assolava as regiões secretas e o setor de gerenciamento era uma delas. Talvez os capangas não tivessem tempo suficiente para dar as devidas informações em função da inesperada invasão ou alguma falsa garantia poderia ser o motivo de sua promissória.

Na verdade, mal sabiam que Lee Van Wilster era um dos poucos que estava ativo no tráfico e por sinal, o único que poderia impedir os planos de entrega da exigência feita na noite passada caso conseguisse comprar aquela mercadoria de Vantoya.

O dia se destacava aos poucos, o caminhoneiro finalmente cruza a entrada da cidade. Do outro lado, em um apartamento de luxo localizado na zona noroeste da cidade, Lee Van Wilster se despertava junto com a manifestação das aves que precediam aquele dia de clima árido. Em pouco tempo estava pronto para a missão, saiu do seu apartamento ao encontro de seu grupo e de modo bastante rápido se reuniram em um dos galpões secretos.

Uma mercadoria estava estocada por um laboratório chinês à mando de Vantoya. Em todo o percurso de volta, Sebastian Pig imaginava obtê-la para cumprir sua promessa. Contudo, a preeminente mercadoria parecia ser a última em circulação com características quimicamente adulteradas, ou seja, apenas drogas com substâncias alucinógenas poderiam cumprir com o pedido de Sehn Marunagh.

Talvez seu rival e também traficante optasse por outras mercadorias que não pertencesse ao estoque chinês de Vantoya. Porém, Lee Van Wilster não teve tanto trabalho para reunir seu grupo senão para adquirir aquela mesma droga.

De prontidão Sebastian Pig surge, estava exausto com a viajem, não queria ter o infortúnio ao se deparar com seu rival. Nada poderia ser causa de um conflito, pelo menos conforme seu grupo imaginava.

Um dos capangas chineses que operava na área ordena a abertura dos dois portões para a entrada do caminhão onde permanecia Sebastian Pig ao lado de um de seus principais ajudantes após a permissão de Vantoya. Uma guariba ao lado se suspendia acerca de três metros de altura, outro chinês mantinha sua metralhadora a procura de qualquer alvo, do outro lado, mais uma guariba semelhante fazia a divisa dos portões, por este lado um capanga natural da cidade de Dacka completava a equipe frontal, permaneciam atentos também através de rádio comunicadores.

 

A DISPUTA

 

 

Aos poucos o veículo se aproximava do galpão interno para reposição da carga exclusivamente exigida por Senh Marunagh. Ao lado do veículo duas motocicletas mantinham a proteção da carga pelo lado de fora, eram capangas de Sebastian Pig.

Um dos que operavam em torno da área surge após a aparição do negociante no setor gerencial, por onde também se avistava mais dois outros ajudantes. Este era o sarcástico Lemah Vantoya, o chefe responsável pelas mercadorias. Seu aspecto bruto e seu olhar fixo se assemelhavam à um capanga possivelmente vindo da China, mas nada poderia certificar sua origem chinesa senão pelos documentos falsos, na verdade Lemah Vantoya era mais um traficante americano, bem como os membros do clube Barony e do clube Pig. Devido o segredo de sua verdadeira identidade Sebastian Pig se impunha com muito respeito a Lemah Vantoya.

Aos poucos Vantoya surgia pelo corredor dos fundos, havia sido informado antecipadamente sobre a chegada do negociante. Naquele momento os ponteiros acusavam um quarto para as sete, o dia se sobressaia.

_Então, em que devo ajudar senhor Pig? – perguntou Vantoya.

_Como disse pretendo toda a carga exigida, - disse Sebastian Pig após a apresentação do chefe daquele grupo.

Um dos capangas exibe uma mala de dinheiro que fora aberta após o destravar das presilhas e no mesmo instante Vantoya se interessa pelo negócio ao observar uma quantia equivalente à cinquenta mil dólares.

_Toda a mercadoria, agora! – disse Vantoya em chinês por um sotaque grotesco ao ativar de seu rádio comunicador.

No mesmo instante os ajudantes obedecem, foram estocando as caixas nos carregadores para serem transferidos ao caminhão. Os ajudantes de Sebastian Pig entendem o ocorrido e rapidamente abriam as portas do veículo.

_Teve sorte senhor Pig, estas são as últimas substâncias de teor alucinógeno que a polícia desconhece na cidade. – disse Vantoya ao mesmo tempo em que cruzava os braços admirando a postagem da carga pelo lado interno da vidraça que fazia a divisão da garagem e escritório.

Em pouco tempo a carga é posta como ordenado, Sebastian Pig faz o devido pagamento transferindo a maleta, embora houvesse queixado sobre o valor um pouco acima do comum, não hesitou, estava sob chantagem de Senh Marunagh. Foi explicado, porém, sobre a demanda das outras entregas que não mais chegariam por aquele período em razão da operação policial e por isto Vantoya não poderia poupar com descontos.

Uma das motocicletas é acionada, carregava sobre seu banco, além do motorista, outro ajudantes de Sebastian Pig. A outra pelo contrário mantinha apenas um e foi acionada da mesma forma. Pelo lado interno da carroceria haviam mais outros dois ajudantes. Apesar da grande incidência de caixas postadas, ainda restava espaço na carroceria para os dois. Na cabine do veículo estava Sebastian Pig e o Hector, seu braço direito.

Pelo lado de fora o veículo andava lento, havia um espaço que dividia a saída do galpão até os portões de entrada. Por esta área apenas observava-se um espaço vazio por onde um ou outro ajudante andava distraído. Após alcançar uma distancia de dez metros da saída do galpão Vantoya recebe uma inesperada ligação, era Lee Van Wilster, desejava também a mesma mercadoria.

De modo coincidente ambos se encontram no mesmo local, Van Wilster mantinha-se pelo lado de fora, não queria perder a mercadoria e uma emboscada estava sendo planejada para apanharem Sebastian Pig desprevenidamente. Talvez tenha pensado sobre uma importunação proposital do negociador por se tratar de seu antigo rival, mas soube que aquelas eram as últimas mercadorias e o que fazia aumentar ainda mais a sua indignação. Van Wilster tinha acordado cedo, não queria se frustrar, além disso era parente distante de Vantoya.

À vinte metros de distância e finalmente o chefe aceita a proposta emitida por Van Wilster:

_Cem mil pratas para que seus homens impeçam o salafrário. – disse o negociante.

_Talvez seja melhor negociar outras drogas? – Sebastian Pig está altamente equipado.

_Cento e cinquenta mil, - acrescentou - são as últimas.

A proposta era quase irrecusável, Vantoya ativa o rádio comunicador, o veículo se aproximava acerca de cinqüenta metros da saída. Uma ordem é dada, Vantoya era um traficante ambicioso e nada piedoso.

_Impeçam a saída de Sebastian Pig agora! – bradou.

No mesmo instante as metralhadoras foram cuspindo suas munições contra o caminhão. Sebastian Pig sem entender acelerou. Sem muita dificuldade se distanciou do perigo, a missão de impedi-lo foi quase fracassada.

A primeira metralhadora engatilhada não poderia cumprir com a imaginação do grupo sobre o ataque de Van Wilster e a boa intenção da primeira impressão ao cruzar contra o grupo ficou soterrada.

_Nenhum passo adiante. – ordenou Van Wilster.

Outras armas usadas pelos ocupantes daquele veículo foram sendo suspendidas em contra partida.

_Do que está falando?

_Estas mercadorias nos pertence, não cumpriu com a missão, devem sair desta área.

_Não me faça eliminá-lo aqui mesmo, estas mercadorias estão pagas, se quiser sua carga deverá me enfrentar.

_Deve estar confundindo, eu sai de longe para conquistar essa droga e não será seu bando medíocre que me impedirá.

O pedal de alguma motocicleta foi acionado. Era a segunda motocicleta do ajudante do negociador, permanecia dentro do galpão a espera do sinal que seria dado, de modo que uma seguiria à frente, enquanto a outra por trás.

Este estava sem entender os tiros, rangia o acelerador a fim de passar rapidamente pela abertura do portão pelo lado de fora.

_Acho melhor ser ágio, o último homem de Sebastian Pig está para sair do galpão e somente ele poderá fornecê-lo informações sobre o paradeiro das drogas.

Van Wister abaixa sua arma, parou por um instante persuadido pela idéia ao mesmo tempo em que o encarava por um olhar insatisfeito.

_Contudo não terá o seu dinheiro de volta.

Se antecipou a fim de alcançá-lo.

A PERDA

 

Ambos os grupos se preparavam. O estoque estava armazenado em um setor restrito do galpão e o objetivo daquela corrida seria conquistar a mercadoria. Um desequilíbrio do oponente fez com que Sebastian Pig saísse à frente, a motocicleta agora se derrapava ao ranger dos pneus a procura do último homem.

Lee Van Wister não poderia deixar barato e os primeiros disparos foram acionados para tentar impedi-lo após abeirar-se da motocicleta. A disputa tornou-se acirrada, a segunda motocicleta de Van Wister, cruza a primeira rua para procurar a carga. Foi informado pelo rádio comunicador, o perseguidor achava que conquistar o último homem seria algo fácil.

Em pouco tempo a perseguição atingiu as áreas internas da cidade de Dacka. O carro contendo a mercadoria era o alvo principal, porém os perseguidores deveriam vencer um dos motoqueiros que ludibriava o caminho em direção à algumas feiras de alimentação que por sinal acontecia naquela mesma manhã do dia.

As passagens estreitas eram feitas mediante o caos dos vendedores que desesperados derrubavam o que viam pela frente para se protegerem. As frutas e os legumes foram despejados ao chão e por muitas vezes eram atingidos pelos disparos vindos das metralhadoras de Lee Van Wilster.

A perseguição se generalizou por outras rotas das feiras e Sebastian Pig tentava se proteger de seus adversários em outra área, já não poderia ser visto tão facilmente como o último homem que mantinha contato por um rádio comunicador.

Passando por lenços ou lençóis, a perseguição continuava, alguns feirantes se escondiam pelas áreas internas, os perseguidores, ao contrário, eram acometidos por muitos obstáculos ao longo da feira.

Em uma rua sem saída o capanga derrapa sua motocicleta que corria em colisão ao chão formando algumas centelhas acerca de cinqüenta metros do muro. Talvez não houvesse saída, mas ao lado da mureta que impedia a sua fuga havia uma porta de abóboda em formato cônico, parecia uma abadia de meditação indiana.

O perseguido subiu algumas escadas se desvencilhando de alguns lençóis que também obstruía Van Wilster vindo logo atrás à seu encalço. Este na verdade apenas desejava a sobrevivência do último motoqueiro para lhe informar sobre o paradeiro da carga.

Por outro lado, Sebastian Pig é cercado por um pequeno grupo formado por seis capangas de Van Wilster, que logo após é informado por um rádio comunicador.

_Pegamos ele.

Um deles segurava uma metralhadora, Sebastian Pig passava no momento por uma rua estreita, sua munição havia se esgotado após vencer o motoqueiro que o perseguia, contudo, não havia mais saída.

Ao descer do veículo aparentemente se rende, levantava seus braços para o alto em sinal de desistência, sua arma calibre doze permanecia no banco, Hector seu ajudante procedia da mesma forma. Andava lento em direção ao suposto líder daquele grupo, queria evitar a perda ao apelar por uma negociação, este ao contrário o mirava sustentando um cigarro na boca ao mesmo tempo em que segurava a arma, não queria saber de mais negócios. Sebastian Pig se aproxima mais e este se alarmando lança seu cigarro de lado, era o infiel Lemah Vantoya.

_Nenhum passo à mais senhor Pig se não irá para na mesa de natal.

_Acalme-se amigo, o que houve? Por acaso não te paguei pela carga?

_Mudança de plano, recebi uma quantia maior de Van Wilster, é por isto que ele o persegue.

_Uma boa grana poderá fazê-lo abrir passagem?

_Infelizmente uma grana já me foi dada. Não abrirei para mais negociações. – disse Vantoya.

_Quem sabe... – o chefe que fora impedido arrisca, mas antes de terminar Vantoya adverte.

_A mercadoria!

Sebastian Pig se rende, contudo insiste para uma última proposta.

_Talvez primeiro consiga vencer nosso grupo no corpo-à-corpo. Assim poderão levar a mercadoria.

_Do que diabos está falando. – engatilhou a arma enfurecido.

_Seis contra quatro, tem vantagem!

Estes quatro eram os que vinham no caminhão.

Alguns segundos se passam, estava persuadido pela proposta. O chantagista retira sua metralhadora suspendida ao busto e lançando-a ao chão e aceita uma briga:

_Minha vovozinha contava apenas três porquinhos. – sinalizou Vantoya com a mão em sinal de chamada.

Após ser muito importunado, abandona sua missão para eliminar seus adversários. A proteção do carro principal não valia mais.

 A mercadoria estava perdida e também pelos disparos vindos ao contrário. Já não eram mais importantes do que combater os capangas rivais.

À alguns metros de distância Sebastian Pig ordena por um rádio comunicador:

_Ao combate!

Hector que trabalhava ao seu lado entende o pedido. Desceu rapidamente e em seguida bateu na lateral da carroceria:

_Temos companhia. – informou ao restante.

A confusão se generalizou por uma das ruas estreitas da cidade chamada quinze de novembro, ora próxima da feira local, todavia deserta. Sem embargos, dois guardas aparecem estranhamente a fim de impedi-los da briga. Todos fogem, Sebastian Pig, porém sozinho, conseguiu seguir na garupa da segunda motocicleta que o protegia pela frente, um dos capangas tinha sido eliminado.

Somente após vencer os guardas é que Sebastian Pig se dá conta de que a mercadoria se tratava da última carga, isto é, a mesma mercadoria exigida pelo inconveniente Sehn Marunagh.

Por outro lado, o primeiro motoqueiro ordenado em fazer a proteção pela parte de trás do carro de Sebastian Pig, é pego. Mesmo após atravessar uma sala, por onde alguns indianos faziam a meditação matinal, este homem agia demonstrando sua vontade de fuga. Assustando os participantes da meditação o fugitivo avança para outro compartimento vazio e ali mesmo ele é vencido após tropeçar numa mesa.

Sobre a mira da arma de Van Wilster e sendo segurado pela gola da blusa, é ordenado:

_Contate Sebastian Pig e nos informe o paradeiro das drogas.

Sem opção o sujeito toma o telefone que lhe era direcionado, Sebastian Pig é atendido:

_Estou a fugir de alguns policiais, fomos encurralados, a carga foi perdida na rua quinze de novembro.

O motoqueiro sem muito dizer desliga o telefone como ordenado. Ele os informa:

_A carga está na quinze de novembro.

Imediatamente foi solto, Van Wilster desejava apenas saber sobre a carga, saiu inesperadamente a procura. Ao chegar no local não havia guardas, tinham saído ao encalço dos fugitivos que intentavam uma briga e que se espalharam por lugares distintos.

Agora a situação se torna mais delicada, de fato foram as últimas drogas, porém, daquela região. Talvez mais quantidades sejam encontradas, mas isso não poderia modificar o tempo determinado por Sehn Marunagh e cada vez mais Sebastian Pig era ameaçado pelos ponteiros do relógio a ser descoberto.

  

A MERCADORIA

 

 Por outro lado, Flammer após sua grande arrecadação de pérolas desejava negociar com outros traficantes além dos comerciantes artesanais. Uma viajem foi realizada à uma cidade em cuja região estava o principal ponto de partida dos transportes para Dhaka. Com um carro conversível escuro o grupo dirigia sob o comando de Ryah, um dos principais ajudantes, enquanto atrás, o seguiam dois caminhões de cargas médias.

Este ponto era um lugar secreto similar ao clube dos rivais. O posto não havia proprietários, muitos veículos de cargas, tanto no rio quanto na estrada, eram usados freqüentemente pelos traficantes. Flammer chega até o local para fazer as negociações, mas nada sabia que por ali havia dois espiões secretos de Sebastian Pig para monitorar o intercâmbio. Foram ordenados àquela tarefa logo após o conflito contra Lemah Vantoya.

Desde o princípio o grupo foi sendo observado por aqueles indivíduos.

De longe os espias usando um binóculo, observavam a chegada de Flammer que saia do carro em um aspecto rude.

Usava um traje sempre sombrio de roupas finas e um colar rústico feito com o bivalve encontrado no salão das pérolas. A concha encontrada, diferente das demais outras, havia sido levada por Flammer.

Uma peça rara feita pela natureza, jamais encontrada nos principais centros artesanais. Confeccionado por encomenda de lapidação e envolvido sobre uma corda rústica de cor marrom, permanecia suspendido sobre o pescoço do traficante. O objeto tornou-se bastante pessoal e para onde quer que ele fosse, levava consigo o amuleto.

Ao retirar seu belo óculos, cumprimenta um dos principais chefes do tráfico acompanhado de seus seis integrantes. A sua chegada com o material em uma pasta preta despertou a curiosidade de muitos. Uma cabine improvisada, com um teto perpendicular revestido por uma lona branca, possuía algumas cadeiras ao lado para acomodar os negociantes.

Um pano de fundo fazia a proteção da parte costeira. Aos poucos, Flammer persuadia sobre o assunto da troca, e lhes apresentando a proposta, conseguiu provar sua originalidade. Muitos que estavam a negociar se interessaram pelas quantidades das pérolas em negociações com as drogas. Flammer, após algumas conversações, acompanha um dos chefes ali presente. Ambos vão à um pequeno escritório para negociar e firmarem o acordo, além deste, dois outros sócios também participaram da negociação.

O processo da troca foi breve, depois de uma longa conversa com os negociadores, Flammer convence três traficantes à especiaria. As drogas logo foram sendo embutidas dentro dos caminhões que traziam outras caixas diferentes para disfarçar a polícia. Os vigias sempre observativos se sentiam bastante desconfiados.

Registraram todos os detalhes desde a hora da entrada até a saída ao retornarem para Dacka, anotando também as principais características dos carros.

Sebastian é acionado pelos espias sendo avisado da troca efetuada. Ao ser informado, se preocupa, e realiza algumas ligações à seus sócios. De fato as drogas foram negociadas pelas pérolas, a confirmação dada pelos sócios foi evidente, coincidentemente aquelas drogas eram a quantia exata para a encomenda negociada com Sehn Marunagh.

Sebastian havia sofrido com uma grande ameaça relâmpago de um grupo altamente forte que desejava tomar um dos seus pontos de atuação caso não trouxesse a quantia exigida. Para ele, seria impossível o uso de armas naquele ponto tão delicado da região da cidade. Para retomar seu ponto novamente, um prédio totalmente monitorado por câmeras seria o mesmo que uma redenção voluntária à polícia.

Certamente ele devia uma mercadoria ao grupo de Sehn Marunagh e agora Sebastian se encontrava no fiasco. A droga foi combinada à prazo e se aquele dia passasse sem a mercadoria, o grupo prontamente denunciaria o setor de Sebastian Pig, que com as chances esgotas, não teria outros meios para comprar as drogas.

A parcela das primeiras negociações feitas no píer dias atrás, foram todas vendidas. E agora, a única droga para ser comprada, antes que ele fizesse a encomenda ou comunicasse seus espias, estavam vendidas para as mãos do sagaz, Benayla Yriodit.

Sebastian não tinha alternativa, ele se ascendeu irritado contra o tal traficante que havia tomado sua encomenda, o único lugar onde poderia encontrar a droga para o acordo estava nas mãos de Flammer, que segundo as informações dos espias, seguia em direção à Dacka. Sebastian imediatamente elabora um plano com sua equipe e ordena que as ligações aos dois outros dos seus principais motoristas nas estradas fossem feitas a fim de reagrupá-los na principal via de ligação entre os distritos.

A rodovia para Sebastian Pig estava prestes a se tornar um verdadeiro palco de conflito.
De prontidão o grupo se arma, com agilidade se equipavam com as munições, preenchendo os tambores e os cartuchos. Sebastian Pig segue rumo ao seu carro acompanhado de mais um de seus ajudantes, chamado Hector. Correndo durante o trânsito urbano quase por colidir com outros carros, ansioso em enfrentar o tal traficante com a carga e por fim tomá-la.

Enquanto isso o restante do grupo de Sebastian Pig o encontraria em um ponto na mesma rodovia à alguns quilômetros adiante depois da entrada da cidade. Ele segue ao seu galpão onde encontra o seu potente e estimado caminhão médio para cargas.

Um caminhão aparatoso, com uma carroceria totalmente fechada em cujas partes havia um espaço branco, ou seja, sem referências comerciais, possuía uma cabine dupla na frente azul. Totalmente polida exalava um cheiro agradável, habitualmente checado, mantinha-se lustrado.

Duas linhas adesivas de cores diferentes, uma prateada e outra branca, cruzavam desde as costas da cabine até pouco antes da dianteira formando um tipo de enfeite especial. As placas dianteiras e traseiras eram completamente desprendidas para que pudessem ser trocadas.

As checagens foram feitas, tudo estava perfeito, a pista de saída é invadia, Sebastian Pig acelerava seu belo caminhão acerca de cem quilômetros por hora. Com seu telefone celular comunicou à um de seus companheiros mais adiante. O grupo esperava, e entre estes, Ken Stripper, um dos seus principais assistentes. Alguns minutos se passam, eles se reencontram, mais dois companheiros iniciam a perseguição.

Em seguida a velocidade toma conta da estrada, os três veículos andavam em três posições diferentes. Um à frente na pista esquerda sendo vinda, outro ao lado na contra mão no sentido de retorno dos carros, criando alguns metros de distância do primeiro, e o terceiro atrás também na pista esquerda, e como o segundo caminhão, permanecia afastado à alguns metros de distância. Cedo ou mais tarde eles encontrariam com os outros veículos que foram descritos pelos espias, um carro conversível rebaixado preto com mais dois caminhões similares para carga média.

 

O CONFLITO NA ESTRADA

 Flammer dirigia seu carro atentamente na pista direita de ida, ao mesmo tempo se comunicando com os seus ajudantes que vinham atrás. As pérolas finalmente se esgotaram depois das primeiras trocas feitas no início. Estas agora seriam as últimas porções. Ele segue vibrante com a conquista, mas sem saber que logo à frente Sebastian Pig estaria à sua espera para roubá-lo. A velocidade entre ambos parecia cada vez mais aumentar. Os caminhões de Sebastian Pig se desviavam bruscamente dos carros que transitavam na rodovia, causando um clima de tensão. Hector, o acompanhante que ia no primeiro caminhão, consegue identificar o carro conversível ao procurá-lo pelo binóculo. Ele comunica aos demais, o grupo se prepara com as armas, uma delas, calibre doze.

Uma reta de grande diferença dividia os grupos. Um quilômetro separava de um lado ao outro os dois oponentes. De sorte, a pista estava vazia e os carros comuns seguiam logo atrás. Outros paravam pelo acostamento amedrontados com a invasão dos caminhoneiros. Flammer nota à sua frente o trio que vinha velozmente em sua direção, a ordem é dada, seus ajudantes se preparavam com as armas suspeitando do que observava. Quinhentos metros agora e eles estavam prestes a se enfrentar.

Flammer percebe que se tratava de uma perseguição, um dos veículos bloqueava a pista e corria de tal modo que não lhe causava outra impressão se não uma emboscada iminente, Flammer se alarma para um eventual confronto.

O primeiro veículo de Sebastian Pig vinha à frente pela esquerda, o carro de Flammer em velocidade reduzida seguia pela pista de ida em direção contrária ao segundo caminhão que vinha pela pista de retorno. Antes, atravessariam lado-à-lado o primeiro caminhão. Chegando perto e quando próximo à dez metros de distância Jhason no banco de passageiro saca sua arma contra o primeiro veículo de Sebastian Pig, eles se confrontam, os tiros acertam os vidros e as portas, um dos ocupantes ficou gravemente ferido na parte traseira do carro conversível preto.

A primeira cruzada passou e houve desvantagem para Flammer. Logo adiante o caminhão dirigido por Ken Stripper, que vinha em direção contrária, obrigou-lhes a desviar da pista de ida para a direita ao convergir o volante em limite máximo. O veículo sofre uma grande derrapagem em direção ao matagal do acostamento.

Muitos tiros atingiram o carro, inclusive o pneu dianteiro. Flammer virou totalmente para fora da pista, antes de colidir com o terceiro e último que vinha no final, para evitar outro impacto, se caso retornasse pela esquerda. O carro ficou impossibilitado em estado totalmente precário.

O grupo de Sebastian Pig, em seguida, dirigia na mesma posição formada desde o início, e se cruzam com os outros caminhoneiros de Flammer, os dois veículos conseguem atravessá-los.

Enquanto se dividiam, houve muitas derrapadas do primeiro caminhão de Ryah. A metralhadora é entregue à Hector assentado no banco de passageiros. As mãos ocupadas pela arma e pelo volante causavam riscos ao motorista e por pouco Sebastian Pig é atingido. Antes da passagem de Ryah, Sebastian Pig prefere acelerar e permitir a passagem do caminhão. Ryah passa fácil pelo primeiro adversário. Virou pela esquerda na contra-via.

Mas dirigindo pela pista de retorno, logo se desviou do próximo carro que vinha em direção contrária. Ken Striper, desprovido de passageiro, teve melhor ângulo ao atirar pela janela em direção à Ryah. Os tiros acertaram a carroceria sem causar danos ao motorista. Em seguida, de frente ao terceiro e último veículo, Ryah é obrigado a convergir para a mesma pista novamente à direita.

O terceiro veículo, sendo o segundo caminhão de Flammer, logo atrás, também dirigia na pista de ida. Como o outro, foi obrigado a se desviar para a pista da esquerda na contra-via. O encontro paralelo com o primeiro veículo de Sebastian Pig terminou com uma forte colisão para empurrá-lo ao encostamento da direita. A batida contra a lateral de Rajid, o motorista de Flammer, não foi suficiente. Sem muito sucesso, Sebastian Pig se desfez da posição atual.

Houve uma inversão, o último motorista de Flammer e Sebastian Pig, pela parte de trás, ficaram na contra-via.

Ao conseguir cruzar com os dois primeiro, Rajid se distraiu para também revidar os disparos contra Ken Striper e quando no terceiro veículo pela pista de retorno, desviou-se igual à Flammer para o acostamento, porém, à sua esquerda. Sem perder o controle como antes, retornou novamente a pista de retorno na contra-via e voltando normalmente à pista de ida.

Ambos os capangas de Flammer estacionam e descem para ajudar o companheiro baleado na parte de trás do carro. Os caminhões de Sebastian Pig ganham tempo e faziam o retorno. Rapidamente avançavam contra o grupo de Flammer. A vítima é auxiliada e conduzida ao caminhão de Ryah. O carro permaneceu abandonado a beira da rodovia.

O grupo percebendo o trio que retornavam velozes, entram pela cabine de Ryah e fogem adiante. Logo atrás, em poucos metros de distância os caminhoneiros de Sebastian Pig se aproximam mais rápidos. Após pouco tempo, o grupo se reúne lado-a-lado na rodovia obrigando muitos carros que andavam na pista a se desviarem para os acostamentos.

O trio alcança o primeiro caminhão. Sebastian Pig consegue ultrapassar Rajid para impedir Flammer mais adiante dando lugar ao último motorista que com menor velocidade, ainda conseguia encostar ao lado da carroceria do oponente.

Houve troca de tiros, Rajid resiste, mas os dois caminhões atrás se posicionaram estratégicos. O primeiro consegue vencê-lo ao colidi-lo para a direita.

Ambos dirigiam em velocidades iguais, e o outro comprimindo atrás, conduziu Rajid definitivamente para o acostamento que saiu do asfaltamento com os pneus furados. Conseguindo, ora, acertar um dos motoristas oponentes que ficou ferido de uma bala de raspão.

O veículo de Flammer à frente, não seria páreo para agilidade e destreza de Sebastian Pig, que, com uma velocidade surpreendente, consegue alcançá-lo. Ryah, com pouca vantagem ao manejar a arma e o volante ao mesmo tempo contra Hector, reduz a velocidade. Sebastian Pig ultrapassa Ryah também e derrapa o caminhão bloqueando totalmente a pista. Assim à frente e atrás os caminhões mobilizariam o grupo de Flmmer. Ryah perde as chances de fuga, e o grupo se rende descendo da cabine sob as miras das armas. Sebastian Pig carregando seu rifle calibre doze se aproxima com seu aspecto bruto e com olhar fixo diz:

_Então, Benayla Yriodit... Desejaria muito que não o fosse, porém em sua carga está contida a mercadoria que tanto preciso para resolver um pequeno negócio particular - o disse com ar afanado seguido de uma cínica risada.

_Muito bem, conseguiu me vencer! Pela segunda vez fui roubado, mas nunca te pouparei até que eu te faça pagar cada peso dessa mercadoria.

O disse com olhar de vingança, em seguida, um dos ajudantes do traficante o golpeia no abdômen a mando do líder que se aproxima de Flammer e toma nas mãos o seu colar rústico enrolando com o punho.

Sebastian Pig, pegando firme o colar feito pelo bivalve encontrado na ilha, impulsiona-o para frente:

_Deixa de conversa Flammer. – o disse frente à frente puxando ao mesmo tempo o colar com a concha de seu pescoço e retirando-a com a mão.

_Peguem toda a mercadoria já! – ordena aos seus capangas ao se virar para o caminhão de origem.

Imediatamente eles evacuam a carga e roubam as mercadorias, o grupo se despede vibrando com a conquista. Flammer ainda permanecia na estrada a espera de Rajid após trocar o pneu, era o último motorista que vinha atrás. O grupo se reúne para combinarem os planos, já não havia mais porções, e somente uma parte da mercadoria restou permanecendo no outro caminhão de Rajid.

 

O BIVALVE MÉSTRE

 

 

Alguns meses depois, a situação econômica do Clube Barony inicia uma fase de colapsos. O equilíbrio gerado pelos traficantes parecia menos lucrável. A estabilidade ainda era mantida na matriz transferida para Nova Delhi no início daquele ano. No entanto, Flammer passou a sofrer problemas pessoais, tendo percas importantes em seus negócios internos.

Os principais meios de transportes cargueiros, após a apreensão do mais recente oponente, em fim, foram recuperados. Primeiro o aparatoso caminhão de cabine dupla e depois a lancha, que percorreu as principais margens do Golfo de Bengala após ser liberada ao término das negociações no píer. Porém o grupo havia perdido uma mercadoria excedente das negociações anteriores, quando uma cilada inesperada de Sebastian Pig, acabou por apoderar-se da carga.

A conta cobrada pela constante insistência do inimigo pôde, ora, ser recompensada pela mercadoria apreendia, mas Flammer não conseguia se contentar com o fato de que sua última mercadoria havia sido saqueada incondicionalmente por Sebastian Pig. Tudo parecia fora de ordem, Flammer sofria percas irremissíveis, suas mercadorias eram dissolvidas, às vezes, com lucros inexistentes, endividado ou enganado por clientes desconhecidos.

Além das demais circunstâncias, Flammer enfrentava um receio íntimo, uma cisma que o molestava, algo que parecia persegui-lo em todos os lugares por onde freqüentava. Notar o ambiente, as pessoas, sua vida mudar repentinamente, o preocupava.

O estigma era nada inerente à uma doença letal, mas um mistério que deveria ser desvendado. Sua relação financeira e comercial parecia ser afetada por algo ainda secreto, talvez, uma influência, um dilema que, por algumas vezes, o impedia de manifestar suas habilidades, dando-lhe sempre a impressão de sonegação. Os clientes e sócios concluíram desistentes aos negócios e sua fama logo se esvanecia.

Isto não foi o bastante, durante aqueles meses após o retorno à ilha Flammer passou a ter sonhos estranhos e alucinações sobre as pessoas que observava andar naturais pelas ruas, percebendo, além do rosto de cada qual, o aspecto das pessoas da tribo daquela longínqua ilha, via como em flashes passageiros. Às vezes, enquanto andava, ouvia as vozes que o chamava pelo nome, mas sem nada saber de onde surgiam, se sentia inquieto.

A polícia cada vez mais o surpreendia confiscando maior parte de suas drogas, de sorte, nada seria de grande valor para acarretar a economia em Nova Delhi. Aos poucos foi perdendo seu dinheiro que também servia para pagar a consumação exagerada ao sair pelas noites de insônia, sendo perturbado, às vezes, pelas vozes que ouvia de língua diferente, a mesma ouvida na ilha quando na primeira missão havia se encontrado com certos tribais e cuja palavra apenas entendia-se seu nome.

Em Nova Delhi as coisas parecem normais, para Flammer bastava um encontro apenas. Um pequeno negócio dos narcóticos com Lee Van Wilster um dos traficantes iferente, a mesma ouvida na ilha e cuja palavra apenas entendia seu prnado por clientes desconhecidos. da região. Possuía relações secretas na Índia setentrional, comandou um dos movimentos terroristas laicos na Cachemira pelas fronteiras do Himalaia e participou de atentados ao leste de Nova Delhi.

Em seu escritório particular, Flammer organizava suas pastas e arquivos dos contratos mais importantes a respeito de seus bens financeiros, deveria negociá-los com urgência, algo inesperado poderia acontecer e interferir em seus planos.

Enquanto estava sentado em sua mesa separando os papéis colocando-os em uma pequena pasta, ocorre um inesperado telefonema de um dos seus homens. Um pouco afobado em um tom lamentável, o assistente comunica, sobre a mercadoria e o confisco dos carros, uma emboscada sem precedentes. Após algum suspense ele finalmente declara:

_Infelizmente o dinheiro foi confiscado, um de nós está detido. – informou o capanga.

Flammer desliga o telefone, recebe o aviso indignado, ordenou que o tráfico pela via leste fosse cessado. Por um longo tempo permaneceu paralisado e pensativo, novamente aquele estranho estigma o assombrava. Com o rosto franzido e suas mãos afagando o queixo Flammer admirava do para-peito da janela à sua frente, o longo fluxo de carros.

Assim tudo agora, parecia estagnado, ainda lhe restava uma parte dos narcóticos a ser negociado. Em sua pasta, são colocados os arquivos de suas propriedades e em seguida, sai de seu escritório exaurido e problemático quanto ao ocorrido, ao mesmo tempo, apressado para encontrar-se com seu sócio Sehn Marunag. Uma ocasião em que, também, seria congratulado pela chantagem feita contra o terrível Sebastian Pig.

Flammer segue em direção aos carros estacionados próximos à saída do Clube Barony para acessar seu veículo. Três carros diferentes ocupavam as vagas desde o cruzamento do quarteirão até próximo da entrada de um famoso restaurante situado na redondeza. Andava passos apertados rumo ao seu carro, que era o primeiro rente a passagem da linha de pedestre.

Prestes a entrar pela porta do motorista, já com a porta semi-aberta, algo estranho ocorria, um pequeno acidente com uma mulher. A pessoa atravessava a rua distraída e elegante com seu óculos escuro. Apenas obedecia a sinalização que permitia a travessia dos pedestres.

 

 

OS SINAIS

  

Sem que o veículo fosse percebido, a pessoa continuava a andar. O carro surgiu em velocidade lenta, mas não conseguiu parar antes da faixa de listras brancas do asfalto e inevitavelmente atingiu a mulher que naquele mesmo instante atravessava a rua.

Os freios não foram eficazes para impedir o impacto, de sorte que não foi uma forte colisão, mas o suficiente para impulsionar a mulher que se desequilibra dos seus sapatos caindo cineticamente no local.

Flammer ao ouvir o barulho olha para o lado, a mulher havia caído com um pequeno impacto, seus objetos foram lançados ao chão e seu valioso colar de pérolas arrebentou-se. Uma das esferas soltas seguia rolando lentamente em direção à Flammer.

Seu pé calçando um belo sapato preto lustrado conseguiu agilidade. Num pique rápido, fez com que a pérola fosse paralisada pisando-a por cima. Ele se reclina e a toma pela mão. Uma pérola idêntica as quais ele havia conseguido na ilha perdida, uma preciosidade.

Olhando-a atentamente enroscando aos dedos Flammer reconheceu que a esfera de fato era uma das peças adquiridas da sua porção após a exploração da ilha na baía de Java na Indonésia.

Algo parecia intrincá-lo naquele momento, um sentimento estranho de alerta e dúvida o circundava.

Tudo em sua volta havia mentalmente parado. Flammer tentava descobrir a razão para tal receio. Retornando a consciência de súbito, devolve a peça para um dos guardas de trânsito que auxiliava a vítima ao sustentá-la pelos braços. Esta não era a primeira vez que este sentimento lhe ocorria, desde o píer de Sebastian Pig até agora, alguns maus pressentimentos vinha o perseguindo.

Em seguida, após o acidente, Flammer acessa o carro ao encontro com Sehn Marunagh. Esta não seria a primeira tentativa de encontrá-lo, muitas vezes seu telefone se encontrava desligado ou indisponível. Seu envolvimento com o tráfico estava prestes a acabar sem lucros, dependia apenas deste acordo com Marunagh que em poucas horas estaria deixando a cidade e partindo para o exterior.

Flammer dirigia rumo ao hotel sempre na expectativa de encontrá-lo. Sentia-se constrangido a ponto de perder seu crédito. O trânsito congestionado, as buzinas e as adversidades decorrentes de toda turbulência, o contrariava.

Flammer chega rápido em frente ao hotel onde Marunagh estava hospedado. Com grande pressa ele desce do carro. Andava passos apertados, tinha pouco tempo até o fim do dia quando Marunagh estaria de partida.

A informação quanto ao paradeiro de tal hospede é solicitada na recepção à uma receptora no salão central. Com um tom de voz grave de preocupação, Flammer chega a assustar a recepcionista que, lamentavelmente, lhe informa sobre o atraso.

Marunagh havia saído pouco tempo antes, mas uma indicação de outro local onde ele provavelmente poderia estar foi informado. Flammer sai do hotel com rapidez e retorna ao carro dirigindo até uma sala comercial para aluguel de carros em uma zona nobre da cidade.

Houve um engano, Marunagh não estava neste local e outra vez ligando pelo celular, após varias tentativas, ele finalmente consegue atendê-lo.

Com um tom de vóz aliviado ele pergunta sobre seu paradeiro. Marunagh responde estando no carro partindo rumo à uma firma de aluguéis de carro para a devolução do veículo. Flammer Desliga o telefone e após ter andado vários quilômetros ao sul é obrigado a fazer o retorno agravando mais sua impaciência.

Durante o percurso observava ao redor as pessoas. Tudo estava estranho, seu relógio parecia irregular e estacionado em local interditado na pista é obrigado a esperar pela lentidão do trânsito. Ele perde o horário e novamente outro desencontro com seu sócio se repete.

Flammer se sente bastante transtornado, já era quase noite e ele tinha poucas horas para reencontrá-lo. Bastante ágil ele retorna ao hotel, o trânsito permanecia lento. O clima quente e agitado o desgastava aos poucos.

Um suor percorre seu rosto e finalmente após quase uma hora e meio no trânsito, quando já a noite, ele alcança a rua principal em cujo quarteirão estava localizado o hotel.

Um pouco longe estacionado em um sinal próximo a saída do hall, Flammer finalmente visualiza Marunagh.

Com mais alguns ajudantes e outros empregados do hotel saía em direção ao carro, ajustando as bagagens. Movendo seu rosto reclinando para frente, Flammer tentava ter melhor percepção do cliente, de fato eram os negociadores e estavam prestes a sair. Um dos empregados fecha o porta-malas.

Quando tudo pronto, o motorista entra e Marunagh do outro lado. Flammer se conturba, seu rosto agora se move abaixo do retrovisor central, tentava observar o semáforo à cima. O sinal permanecia vermelho, Flammer apenas desejava que o sinal tornasse verde. Sentia-se ainda mais preocupado ao notar o carro iniciando a baliza e sair do encostamento.

O sinal se abre, Flammer engata a marcha antecipadamente fazendo uma largada perigosa à ponto de arranhar os pneus com a aderência na pista. Eles já estavam mais adiante, o fluxo de carros naquela hora era mais intenso, o carro mudava o caminho em vários trajetos diferentes da direção indicada pelas placas ao aeroporto.

Obviamente o grupo estaria indo rumo ao aeroporto, mas outro imprevisto parecia haver. Flammer os perde de vista, retornando à leste na esperança de encontrá-los no aeroporto seguindo pela placa direcional.

Flammer faz uma ligação para Marunagh que estava para negociá-lo. Informava ainda interessado, mas não podia perder seu vôo, perguntando a localidade do carro e o motivo das mudanças, avisou estar logo atrás em seguida ao grupo.

O traficante explica que havia mudado apenas para fugir do congestionamento, a negociação é marcada no aeroporto.

No hall do aeroporto, Flammer não consegue encontrá-lo e inevitavelmente ocorre mais uma contradição.

A mercadoria deveria ser adiada ou feita por envio postal, mas certamente aquela negociação foi fracassada e Flammer estava a ponto de perder mais um de seus empreendimentos.

A INFORMAÇÃO DE RYAH

 

 

No outro dia, após fazer uma viajem de retorno à Dacka, capital de Bangladesh, para uma conferência do grupo a fim de financiar o último prédio restante do Clube Barony, Flammer chega em seu apartamento bastante exausto. Uma grande linha de remédios havia chegado do exterior e novos frascos foram clonados para o próximo estoque de vendas. Em seu sofá, Flammer deita repentinamente após a reunião. Não conseguia se contentar com a venda das drogas e tampouco com a apreensão de seu veículo na Índia.

O tráfico permanecia estagnado e de todos que lhe restava presente no clube, ainda havia um de seus motoristas no escritório, fazia a inspeção dos frascos. Ryah, um ajudante perspicaz motorista de carro, também envolvido no plano de captação de pérolas na ilha, é convidado para uma conversa particular. Flammer relata sobre a situação e que algo além de tudo que ele até agora sofria estaria relacionado com algum mistério na ilha.

Ele não conseguia desvendar este estigma e tampouco entender porque ele não encontrava oportunidades. Estando no fiasco e na lamúria, enfrentava muitas contradições e desejava uma sugestão emergente do seu então sócio.

Era noite, Ryah se aproximava da sala para um breve diálogo após a ordem do chefe. Ao entrar, cumprimenta seu patrão que lhe oferece lugar em uma pequena mesa de sua sala. Ambos conversam sobre alguns prejuízos decorrentes. Finalmente Ryah diz algo sobre o assunto:

_Razoável, todas estas investidas não se comparam com a crise passada. As relações com Ganiev e tampouco a dívida com Sebastian Pig. Esta perca foi demasiada e surpreendente.

_Tudo culminou com o retorno a ilha até aqui, desde a segunda ida tenho notado esta diferença. – Ryah introduz seu relato, estava prestes a revelar à Flammer algum segredo, sua seriedade era prova disto.

_Até agora já foram quatro detidos, e por pouco também não fui. – continuou - Mas permaneci na ilha enquanto os helicópteros erguiam vôo. Os agentes da reserva florestal levaram todo o grupo do acampamento à uma delegacia na Indonésia. Rajid e o piloto de Nycolas acompanharam o interrogatório. Jhason e eu seríamos os próximos.

_Ficamos com mais outros cinco desconhecidos. - continuou - Estes tentaram fugir quando Nycolas também havia se perdido na ilha. Enquanto éramos interrogados, relataram sobre a experiência vivida na ilha após sofrerem um naufrágio em um embarque à Kuala Lumpur da Malásia.

_Alguns mistérios da tribo foram comentados em particular, por um deles. Seu nome era Kihuri, falava sobre as pérolas que tínhamos encontrado e sobre a tribo que os ajudaram. E como presumido, de fato pode existir um segredo por trás destes ocorridos. Existe um mistério nesta ilha, que segundo este homem, está relacionado com uma concha, uma espécie de bivalve... o bivalve mestre ele me disse.

_Correto! - disse Flammer com o rosto pasmo devido a assimilação dos fatos - coincidentemente aquela concha que usava no pescoço era uma espécie de bivalve. Perdi o colar no conflito com Sebastian Pig que sorrateiramente me a tomou do pescoço. Continue... Que significado tem este bivalve?

_Sinto em dizer-lhe, mas será um pouco estranho. Também não compreendi quando soube do início e desconsiderei sobre a importância daquela peça do seu colar. Tampouco sabia que era uma espécie de bivalve mestre, mas aquele companheiro na sala de espera da delegacia me disse que a tribo tinha um ritual, cuja concha seria a principal peça do rito. Este objeto seria oferecido ao deus como símbolo da colheita.

_Ele também dizia sobre a enchente, - continuou - que se com uma força brutal arrebatasse a concha ou se alguém a roubasse, esta colheita seria escassa e assim como o responsável pela ausência do bivalve, aqueles também seriam fracos até a destruição da concha para acabar com o assombro e até a reposição de outro bivalve para tornar a colheita normal.

Por um instante Flammer permaneceu paralisado, franzindo o rosto e começou a pensar naquele momento no interior da gruta quando pegara pela primeira vez a estranha concha. Certamente ela estava presa na estátua e tudo estava ligado à este fato. Aquelas pessoas que via na rua, a presença da tribo e as vozes, tudo foi tendo ligações e ele se sentia ainda mais pasmo. Não tinha mais escolhas, o bivalve mestre deveria ser aniquilado o quanto antes.

O colar da concha não se encontrava em nenhum outro paradeiro tão acessível, senão, no próprio pescoço do tenebroso Sebastin Pig.

_Basta! - disse Flammer tornando ao seu aspecto normal - Sebastian Pig é definitivamente o autor da cilada e deste prejuízo. Eu mesmo o derrotarei, queira esta concha exista ou não, acompanhado ou não, irei ao seu encalço! - imediatamente ele pega sua pistola do coldre de sua cintura e se levantando da mesa com o rosto bravo, prosseguiu:

_Hoje mesmo invadirei aquele clube. - depositou as últimas munições no seu cartucho - Faça as ligações Ryah, - ordenou em tom determinado - pegue os carros. Será hoje à noite, Sebastian Pig se arrependerá do dia que me importunou com sua chantagem, transformarei seu clube em um verdadeiro chiqueiro.

Ryah se apressou com o armamento no interior de uma dispensa na casa de Flammer e colocou-os em uma caixa de acrílico, logo, outros dois auxiliares foram chegando, não recusaram ajudá-lo, a notícia era alarmante. Rajid se aproximava com seu carro.

Foi informado sobre o plano, em pouco tempo chegava à entrada do Clube Barony. De longe, ouvia-se as derrapadas, ambos desciam com as armas. Jhason chegava em seguida, nos carros haviam quatro com cada motorista, ao todo dez, além dos outros que agora se aproximavam pela garagem.

O grupo acessou os carros rapidamente e saiu em seguida com o armamento. A hora estava próxima, um deles fingia fazer alguns contatos com Sebastian Pig a fim de espioná-lo. Ele seria pego de surpresa.

  

A INVASÃO

 

Os carros andavam velozes pelas ruas, a adrenalina era muita, ainda havia mais outros dois motoqueiros, entre estes, Elijah. Assim, ainda que fossem ao próprio clube de Sebastian Pig, estavam dispostos a derrotá-lo.

O clube do adversário não estava longe, o primeiro carro avista a entrada. Além dos refletores, somente a luz da cabine permanecia acesa. Já era noite, um vigilante interno parecia disperso, Ryah não se hesitou, ultrapassou a barreira da portaria que seguia por algumas faixas amarelas de restrição, arremessando-a totalmente para o alto. Embora constituída de ferro, a barreira não suportou, sua pouca rigidez não foi párea para o impacto com o carro. Uma longa trilha de ardósia separava a entrada do ambiente central.

A vidraça da guariba é destruída, a barreira estava corrompida, o guarda de vigia sacou sua arma e revidou os primeiros disparos ainda de longe, o segundo carro e as motocicletas passam em seguida.

 O grupo andava veloz, o guarda comunica Sebastian Pig sobre a invasão e da iminente investida do clube Barony, que prontamente se equipou com seus capangas. O aviso era preocupante, um suspense dominava a atenção de muitos, uma parte do grupo sacando as armas e engatilhando-as à procura do alvo, permanecia pela varanda superior. Os carros derrapavam pela trilha de acesso fazendo alguns homens saírem à força para não serem atropelados. O homem da guariba é aniquilado.

O grupo estaciona, do lado interno, o aviso é dado. Das janelas dos carros os comparsas de Flammer disparavam os primeiros tiros contra a cabine de Sebastian Pig. Localizado no segundo andar de um restaurante particular, o ambiente também era um local de administração. Houve grande turbulência entre os clientes e os garçons.

 Sobre uma das motocicletas Elijah fazia cuspir incessante pólvora de sua metralhadora, mantinha-se protegido por um dos arbustos da entrada.  Uma extensa coluna de vidro fosco foi sendo destruída.

Os tiros vinham do alto da cabine, em contra partida, o grupo revidava com metralhadoras semi-automáticas, Ken Striper dava cobertura para a fuga dos seguranças. O conflito permanecia acirrado, Sebastian Pig foi pego de surpresa, tendo quase a mesma quantidade de homens ainda que no seu próprio estabelecimento. Aos poucos algumas vítimas foram sendo eliminadas. A polícia já havia sido acionada por outros clientes convidados que presenciavam o conflito. Houve troca de tiros intermitentes, os grupos se separavam em uma distância considerável, alguns ainda dentro do carro resolvem descer para se aproximarem da janela. Outros também dentro da cabine interna desciam pelas janelas da varanda do restaurante, para atacá-los pela parte inferior. Os vidros quase todos estilhaçados possibilitou a invasão. Muitos convidados deitavam no chão ou fugiam desesperados.

Os tiros continuavam, quatro do grupo em um dos carros de Flammer resolvem dar a volta por trás estacionando em frente à entrada de um pequeno solário paisagístico, contornado por um jardim neotropical em cujo centro observava-se um flamboyant, enquanto o segundo carro realizava uma ofensiva pelo frontispício do salão.

Uma parte do grupo conduzida por Jhason acessava os corredores internos até a entrada nos fundos, os adversários surgiam de súbito e se confrontavam com menor vantagem. Até o momento havia cinco eliminados e outros feridos, a polícia estava a caminho enquanto Flammer avançava com seu grupo para aniquilarem os capangas de Sebastian Pig.

Sua atenção era controlada paralelamente ao redirecionamento do seu revólver. A antiga influência da ilha torna a afetá-lo, seus pensamentos se sobrecarregavam, os alvos se disseminavam com os reflexos ilusionistas da tribo. Os primeiros a invadir o grande saguão superior foram recebidos por ataques surpresas. A polícia surge, estavam altamente armados, aos poucos protegiam as pessoas vitimadas, alguns pelo lado externo foram detidos e o primeiro carro abandonado. 

Por cima, o conflito era equilibrado, Flammer se recuperava do rápido êxtase que de modo muito estranho havia o apanhado. Ganhando vantagem contra os adversários, conseguiu desarmar grande parte do grupo de Pig enquanto invadia o segundo piso. Os oponentes não hesitaram em atacá-lo, tentando se proteger atrás de uma das mesas do salão superior, era protegido por Ryah e os outros que invadiam pelo lado de trás.

Enquanto por outro lado, os três sobreviventes armados se espalhavam pelos outros cantos, se escondendo por debaixo de alguns armários metálicos.

Sebastian Pig procedia da mesma forma pelos fundos do salão, passou a ser protegido pelas obstruções de alguns aparadores de granito. Do lado de fora, finalmente o restante do grupo se rende, os atiradores se alarmam ao perceberem o sinal das sirenes que se demoviam pelos refletores vermelho. Outros três oponentes desarmados fugiam pelos fundos, a polícia avança até o restaurante.

Antes que houvesse a invasão pelo salão superior, Sebastian Pig atinge Flammer sendo o último na tentativa da fuga com o grupo que fugia pela janela. O tiro acertando as costas lhe atinge o tórax de raspão, a vítima permanece no chão enfraquecido com sua mão ainda engatilhando a pistola.

Os policiais invadem subitamente ao romper da porta, uma outra divisória dos fundos ainda era desajustada quando ocorria a fuga. O grupo de Flammer consegue fugir com os dois motoqueiros ao descerem pelas janelas, enquanto os homens de Sebastian Pig fugiam pela saída de emergência dos fundos. Dois policiais da operação chegavam escalando em rapéu da janela frontal.

O espaço do saguão era extenso, havia muitos objetos, de modo que os outros dois policiais que invadiam pela escada deveriam ser cautelosos para não serem atacados de surpresa. Dessa forma um dos policiais libera uma cortina de fumaça feito por uma granada de gás. Alguns homens feridos estavam ao chão pela parte inferior.


O ACERTO FINAL

 

Flammer, no segundo andar, que sem ser percebido pelos policiais, disfarçava enquanto permanecia deitado.

Agora seria o momento definitivo para Flammer. Realmente o disparo foi a prova evidente da influência do bivalve. A sobrecarga de sua mente se agravava ainda mais ao ser atingido. Suas vistas pesadas estavam embaçadas, seus pensamentos fustigados, o ocorrido era demasiado para Flammer.

Olhando devagar ao lado ele via uma penumbra de um homem se aproximar como em câmera-lenta.

Era Sebastian Pig, permaneceu sozinho após a fuga de seus capangas pelos fundos, não percebeu que a fuga do grupo se tratava da ação da polícia, mas queria se certificar de que seu êxito contra o adversário estava outorgado naquele momento. Flammer não se movimentava, o esquadrão policial invade impedindo que Sebastian Pig pressionasse o gatilho prestes a derrotá-lo.

Por outro lado, a influência da ilha deveria ser quebrada, Flammer não poderia se render, seus pensamentos se revigoram, aos poucos uma força interior ia sendo absorvida, Sebastian Pig se rende ao levantar das mãos.

Flammer ainda não era identificado, as vozes dos policiais lhe forçaram as vistas, que antes fechadas, agora se fixavam contra seu alvo.

A ação de dois policiais de lados opostos à Sebastian Pig condicionou tempo e mobilidade à Flammer que, com esforço, alçou lentamente sua pistola em direção ao peito de seu oponente com o apoio do outro braço ao chão.

Antes de ser percebido por alguém, Flammer consegue engatilhar seu dedo à pistola, franziu seu rosto realizando um esforço ao mirar contra o bivalve mestre.

Aquele era o último instante, dois policiais da operação condicionavam um espaço de um metro em cada lado do alvo antes de detê-lo. Cada segundo era primordial, Flammer deveria ser mais ágil, o alvo é identificado, Sebastian Pig permanecia imóvel, ma antes que os policiais agissem, Flammer pressiona o gatilho, sua última tentativa estava lançada.

 Conforme o relado de Ryah, o único modo para quebrar o feitiço seria a destruição do bivalve mestre. O colar ainda estava exposto sobre seu peito, a bala saia pelo cano da pistola subitamente após um disparo de Flammer, seguindo contra a direção de Sebastian Pig, prestes a acertá-lo, qualquer movimento seria fatal.

Flammer, reunindo sua vingança ao ser roubado pelo inimigo junto com o desejo em se libertar da influência mística da desconhecida tribo na ilha perdida, desejava apenas que sua missão fosse cumprida antes de ser detido pelos policiais.

Em frações de segundos, sob um disparo surpreendente, o objeto é atingido ficando totalmente destruído, a bala em fim, crava seu colete a prova de bala vestido antes da investida de Flammer.

O oponente se desvanecia impulsionado para trás, como em câmera-lenta. No mesmo momento Flammer sente a sensação de alívio, sua mente se estabiliza, seus olhos antes embaçados retornam normais ao focar os policiais, seus pensamentos já não eram mais dilacerantes. Embora enfraquecido e trêmulo, já não era mais vítima da influência do bivalve. Consequentemente o feitiço foi quebrado e finalmente Sebastian Pig é derrotado.

Os policiais rapidamente mobilizam os criminosos. As algemas são ajustadas ao punho de Flammer que permanecia ao chão em situação de risco. Sebastian Pig, não reagia, permanecia em estado de choque. Alguns capangas foram levados presos, outros fugiram durante o conflito, cinco vítimas resultantes, mas o objetivo de Flammer havia se cumprido.

Após a segunda operação na ilha, ambos os negociadores tiveram suas economias ampliadas. O dinheiro para Nycolas era imensurável, projetou-se estrategicamente em vários pontos da cidade tornando-se um dos mais influentes na região. Flammer fez suas negociações com os mesmos clientes habituais e teve grande influência no comércio de pedras-preciosas.

Porém grande quantidade se esgotou com as vendas. O grupo manteve o comércio contribuindo com o fornecimento de substâncias químicas adulteradas, com criação de drogas especiais e na relação de pesquisas de substâncias nucleares, além dos famosos remédios transgênicos.

O dinheiro foi investido em novas substâncias farmacêuticas, e este continuou como principal esquema para o Clube Barony, que, além disso, transportava suas mercadorias nas rodovias da Índia em cuja estrada também operava o afamado e sombrio Sebastian Pig.

Quanto ao Clube Barony, encerraram-se as negociações, mas tornaram sócios de Sehn Marunagh, um comerciante de drogas bastante influente no transporte de mercadorias, foi também indicado por Nycolas que o conhecera a mais tempo.

Nada se sabia sobre seus planos, mas sempre seus produtos comercializados eram de alta garantia, era um traficante forte de drogas farmacêuticas.

Antes de ser detido, Flammer esperava encontrá-lo na cidade após uma viagem feita sob encomenda de uma distribuidora, mas tinha poucas oportunidades para combinar um local apropriado para fazerem acordos, devido os grandes riscos que Marunagh enfrentava durante seu trabalho urbano. Acreditava que poderia ser suspeito pela policia.

Além das pérolas, também havia algumas conchas exóticas levadas pela dupla para uso pessoal. Flammer, antes das últimas negociações, permaneceu preso durante longo tempo após o conflito com Sebastian Pig que contou com o apoio de Ken Striper para manter a administração do clube. Ambos pagam fiança, após cumprir um terço da pena.

Ryah Uzmiel passou a administrar o dinheiro do Clube Barony com apoio de Elijah. Ambos se submetiam a administração absoluta de Bernard Yriodit, sobrinho de Flammer, havia recebido as promissórias antes da detenção.

Manteve as negociações ativas com muitos comerciantes farmacêuticos e conseguiu trocar boa parte das drogas até equilibrar a economia.

Os galpões em Nova Delhi tornaram-se o principal ponto de fabricação das mercadorias. Uma base ainda era mantida em Bangladesh sob a administração de outros membros.

Tempos mais tarde, os concorrentes do clube se dissiparam, muitos se afastaram do campo dando maior liberalidade à Bernard Yriodit que conseguiu ampliar a economia interna. O caminhão de cabine dupla ainda era um dos favoritos, foi recuperado antes da fuga de Jhason, no mesmo dia do conflito.

Ryah conseguia boa parte da grana pelo caixa do restaurante de Sebastian Pig, passou suas férias no Oberoi Rajvilas, em Jaipur. Elijah também encontrou algumas joias no compartimento superior antes da fuga pela janela. Rajid ainda conseguiu saquear o cofre secreto antes da chegada policial, passou as férias no sul.

Sebastian Pig ressurgiria após o extraordinário ataque de Flammer, teve desvantagens contra o grupo de Ryah que se contentou ao recuperar os domínios da cidade em Nova Delhi e se manteve detido. Em fim, o malicioso Clube Barony formado por seus respectivos vigaristas, novamente termina com mais um implacável plano realizado.

 

O PRESENTIMENTO

 

 

Alguns dias após o grande conflito se passaram e um destes dias surge naturalmente como os outros demais dias daquela época do ano. Um dia de ar fresco se dissipava por toda relva do campo na ilha perdida, onde a pouco tempo fora explorada pelos aventureiros. A ilha se chama Bellmont, seu nome original foi dado pelos integrantes do Clube Barony, uma ilha pacata e desconhecida à cerca de setenta e cinco quilômetros de Chistmas, outra ilha remota por aquela redondeza.

Ainda era manhã de clima escasso, por algumas partes poderia notar alguma escuridão da noite. Aos poucos a claridade invadia o alto céu, uma neblina se firmava pelas partes superficiais da seiva.

Um chefe tribal andava passos lentos em direção ao pico de uma rocha por onde vários dias estivera a observar aquele mesmo campo. Um suspiro imediato lhe fez recordar sobre a busca do bivalve mestre. Este seria o responsável pela reposição da peça, que na verdade havia sido retirada do busto do elefante por Flammer.

Seu cajado ao lado lhe dava uma característica fundamental no tocante a sua liderança na tribo. Observando o sol surgir aos poucos, apenas apreciava os últimos instantes da neblina que se debruçava sobre a grande seiva. Não demorou muito para que retornasse ao acampamento.

Alguns ainda trabalhavam distraídos e lentos após uma noite de sono. Outros passeavam pela área central. Este seria o dia posterior ao conflito no Clube Pig. O chefe no mesmo instante surge com seu cajado, todos se assustam, não era comum o chefe aparecer por aquela área naquele mesmo horário.

Um sinal de suspense foi emitido por seu semblante. Nada obstante a notícia é emitida:

_O bivalve mestre foi destruído! – disse por uma voz rouca e abafadiça.

Quase que por instinto o chefe havia pressentido a quebra da peça. Talvez por isso não se saberia sobre como estaria a concha, após ser levada por aqueles estranhos exploradores. A certeza foi dada tão-somente pelo pressentimento, mas também pela seiva que agora dava os primeiros sinais dos frutos.

De acordo com o ritual, o bivalve mestre deve ser destruído para a fartura na colheita e para a cessação da influência tribal ao suposto violador.

Logo após o dito, um urro de comemoração surgiu por toda tribo. Alguns comemoravam em danças e também alçando as espingardas para o alto. Em torno da grande copa de árvores, os tribais se alegravam com a notícia e o clima nunca esteve tão contagiante como após aquele estranho acontecimento.

 

 

FIM