SHELL
4ª Edição
4 PARTE SHELL:
O SEGREDO DO BIVALVE MESTRE
POR: GUILHERME PALHARES
Ilustração
João Carlos
Dados Internacionais de
Catalogação (CIP)
Catalagação RJ
Copyright©
Edição Arch - 2011
Bibliografia.
ISBN 65-9898-8988
Editor:
Edward Rhozter
Patrocíio:
William Ratsbone
Tradução:
Samir Blast
Revisão: Dyman Throika
Ilustração: Amanda Kitchener
Diretor:
Erick McBreg
Diagramação: Racquel Blast
Catalogação: Jhon Packman
Revisão Geral: Wania Bradford
Configurações: Emerson Fontana
Introução e seleção Sylvie Debs
Patativa Pinheiro
01-564-800
CDD-023
Índices para catálogo
sistemáticos
I Crime – 0350
II Aventura – 039
Editora® Delartes
1985
Maps
World Diagramation
INTRODUÇÃO
Aperte o cinto e se prepare para mais
uma acirrada disputa do Clube Barony. Desta vez Flammer corre contra o tempo
para eliminar uma estranha energia contida em uma concha arrecadada na ilha.
Após sofrer uma ameaça inesperada, Sebastian Pig terá que entregar uma
mercadoria pendente à um mafioso americano que age especificamente na China.
Sem alternativa, Sebastian Pig fará uma armadilha à um transporte de narcóticos
para furtá-lo e por sinal esta mercadoria se trata da última mercadoria em
circulação na Índia. Coincidentemente esta mercadoria trata-se de uma
negociação de Flammer. O terrível Sebastian Pig não dará tréguas, mesmo sabendo
que esta mercadoria pertence a seu maior rival, ele deverá arcar com o pedido
de Lemah Vantoya.
Duas perdas simultâneas no tráfico serão
o principal motivo para levar Flammer a uma investigação particular. Ainda mais
quando se trata de um único oponente. Um depoimento de seu assistente Ryah o
conduzirá a causa de todas as perseguições e uma concha deverá ser destruída. Esta
peça encontrada na ilha, de acordo com o depoimento de Rayh, está por atrair
uma estranha energia.
Sem outra opção Flammer terá que
enfrentar seu rival, ainda mais para destruir a concha. Em nenhum outro lugar
poderá ser encontrada, senão, no próprio pescoço do asqueroso Sebastian Pig. Um
novo conflito será lançado contra os capangas do Clube Pig e talvez este seja o
último antes da inauguração da nova matriz do Clube Barony.
OS AGENTES
Entretanto, se ocupavam em deter os
estranhos visitantes após a fuga de Nycolas e Flammer que se rendiam em
desvantagem após perderem as possibilidades de fuga. Desprenderam-se aos poucos
de suas armas, não tiveram tempo, foram pegos de surpresa. As mãos alçadas à
cabeça obedeciam a ordem emitida por um dos agentes. Todos procediam da mesma
forma e andavam em direção ao jipes utilizados por aqueles agentes.
A pequena ilha possui uma conjuntura
paradisíaca, muitas áreas parecem de fato inexploradas. Dificilmente vestígios
humanos são identificados. Em seu arredor é possível encontrar rios e grutas,
está situada em uma região oceânica bastante caracterizada pelas ilhas tropicais,
que ao contrário, são mais conhecidas e também denominadas por seus
exploradores como a ilha de Bellmont.
Talvez a pequena ilha tenha o
conhecimento de suas áreas por uma quantidade de pessoas que não chega a ocupar
um avião, isto claro, oriundas da Indonésia e possuidoras de identidades
políticas.
Por outro lado existem pessoas na ilha
de identidades próprias e desconhecidas, trata-se de uma tribo nativa da área e
muito pouco se sabe sobre suas características físicas e culturais.
Nos ares os helicópteros de Nycolas e
Flammer partiam em fuga, mas apenas três entre o grupo estariam a bordo, entre
estes Nycolas, o único a saber sobre mais detalhes da tribo desconhecida. Foi
pego por alguns componentes da tribo após a separação de Flammer na busca pelas
pérolas na gruta, o principal segredo da ilha.
O paradeiro das pérolas parecia estar
oculto dos poucos exploradores que talvez ousaram encontrá-las. Para o clube
Barony não foi algo tão sutil, nada como uma apurada pesquisa sobre a área
restrita e a boa concentração unida ao intenso desejo de encontrarem o material
em assunto, o que não lhes renderam menos de vinte e quatro horas para
encontrá-las.
Contudo, uma inesperada separação entre
a dupla Nycolas e Flammer tornou-se o principal motivo para que outra área com
registro das pérolas fosse encontrada. Flammer não encontrou a quantidade
suficiente para compartilhar com seu parceiro Nycolas na gruta e acabou traindo
a confiança de seu parceiro ao abandoná-lo da missão.
Após analisar o interior da gruta por
onde as pérolas foram encontradas, Flammer constatou a redução da porção que poderia
ter sucedido pela constante enchente no interior da galeria ou pela captação de
uma determinada quantia operada na vez anterior.
Um pequeno intervalo do tempo e do espaço
foi criado entre a dupla, o primeiro fator surge pela distância entre o local
de espera pelas dinamites implantadas para abertura de um atalho à gruta até o
local de entrada e o segundo pelas obstruções formadas ao longo do caminho que
deveriam ser cuidadosamente observados ao escalar.
Se Flammer optasse por poupar Nycolas e
compartilhar as pérolas encontradas no interior da galeria, talvez não tivesse
a quantia exata exigida por seu chantagista. Dez quilos seria o limite máximo
exigido e de fato, não foram encontradas pérolas suficientes para ambos. A
separação, portanto, levou Nycolas a conhecer a tribo, que sorrateiramente o aprisionou
após ser encontrado na margem do rio.
Ao passar uma noite com aqueles
estranhos tribais, Nycolas conhece outros estrangeiros que permaneciam no mesmo
local. Foram vítimas de um naufrágio em uma região não muito distante da
pequena ilha. Ao serem resgatados pelos tribais faziam serviços voluntários a
fim de se recuperarem do acidente e esperavam também por um iminente socorro.
Ao contrário de Nycolas, permaneceram
durante quase seis meses, porém escaparam sozinhos para encontrarem a saída
após uma dica de Nycolas. Um precioso mapa entregue pelo aventureiro foi o
responsável por conduzir os cinco estrangeiros até a área onde os helicópteros
do grupo permaneciam estacionados.
Em troca do mapa Nycolas recebe uma
informação importante a respeito de outro paradeiro das pérolas. Embora não
especificamente mencionado pelos estrangeiros, foi descrito como uma área não
muito distante e freqüentada pelos tribais no findar da cheia do rio. Após
saber da informação, Nycolas prefere não acompanhá-los na fuga até o
estacionamento dos helicópteros, mas insistindo em conhecer o paradeiro das
pérolas, perseguiu os tribais espionando-os de longe até identificar o lago
secreto e conseguir a porção desejada.
Ainda com as mãos sobre o alto da
cabeça, os estrangeiros prosseguiam para os jipes dos agentes florestais, ao
mesmo tempo se recordavam de Nycolas que de modo bastante fugaz havia fugido com
um dos helicópteros acompanhado de seu piloto particular chamado Said. No outro
veículo fugia Flammer o segundo aventureiro envolvido na procura das pérolas.
De fato não houve possibilidade de fuga para os outros componentes do grupo que
ao lado daqueles cinco estrangeiros se rendiam e prosseguiam da mesma forma em
direção aos carros.
Após um longo atalho sinuoso feito por
um matagal, os três carros dos agentes finalmente alcançam uma trilha de terra
construída para destinar os carros até a base de operações. Embora muitas áreas
fossem perscrutadas pelos aventureiros, jamais aquela trilha teria sido
avistada por algum deles, mesmo com o uso de binóculos pelo ângulo aéreo.
Ao chegar à base todos são encaminhados
ao setor interno, um pequeno jato à beira do campo, entre a mata e a base militar,
usado comumente para transporte de combustível, mantimento e outros materiais,
foi acionado, vinha da Indonésia, o espaço restante seria ideal para ocupação
dos dez integrantes detidos.
Por poucas vezes aqueles agentes estão a
inspecionar aquelas áreas, coincidentemente estiveram no momento de ida dos
aventureiros. Em pouco tempo Nycolas e Flammer chegam ao aeroporto de Seychelles
em Jarkata, partiram antecipadamente sem a companhia do restante do grupo que
depois de algumas horas chegaram ao mesmo destino à Indonésia, porém
acompanhados pelos agentes florestais e enviados à delegacia indonésica para
prestarem depoimentos da intrusão na ilha.
Uma área distinta da recepção principal
se restringia pelos fundos da delegacia. Todo o grupo permanecia a espera pelo
chamado de identificação que era averiguado por outros agentes correspondentes
da própria companhia.
Outra
sala do mesmo corredor era visitada pelos integrantes após a sala de espera. Um,
após o outro, se apresentava ao delegado e relatavam seus argumentos a respeito
da exploração, declararam suas identidades e suas intenções de viajem à ilha de
Bellmont.
Os bancos se ajustavam ao contorno da
parede da sala, um espaço vazio se formava pelo centro do setor sob o aspecto
de um chão arejado e cinzento. Os aventureiros bem como os estrangeiros da ilha
se dividiam em cinco integrantes para cada grupo.
Não seria difícil para os agentes o
processo de interrogatório quando após os primeiros questionários foram
selecionados dois delegados para os respectivos grupos.
Poucas horas se passaram e apenas quatro
pessoas foram interrogadas, a notícia do resgate dos estrangeiros que sofreram o
naufrágio viralizou. O restante do grupo permanecia apreensivo a espera, dois
agentes internos faziam a vigilância dentro e fora do setor. O número de
pessoas que compunham o grupo diminuía aos poucos, à medida em que eram
interrogados. Após o interrogatório eram encaminhados para outra sala para
assinaturas e onde finalmente seriam dispensados. Um ventilador central
produzia o único barulho formado pelo silêncio acompanhado por ruídos
intermitentes. Um dos agentes entra pela porta principal, o nome de Elijah é
mencionado em um tom de voz áspero, por outro lado, uma moça entre o grupo dos
estrangeiros aparentava desgaste físico, ficou em torno de seis meses na ilha.
Ryah
assentado ao lado de um dos estrangeiros permanecia ansioso ao mesmo tempo
inquieto, não sabia o que poderia ser inquirido a respeito. Kihuri observava
atento, este seria o líder do grupo, pensava sobre qual poderia ser o
verdadeiro propósito daquela aventura dos invasores. Elijah parecia demorar
mais, algo estava a se entrelaçar, talvez fosse a respeito das armas. Alguns
segundos se passam quando finalmente Kihuri o questiona:
_O
que sabem sobre aquela ilha?
_Nada
além do seu aspecto natural, havíamos feito planos antes, mas não sabíamos que
poderíamos ser pegos pelos agentes, estávamos prontos para uma eventual fuga.
_Além
disso, não sabíamos que havia uma tribo, tínhamos os identificados quando
viemos pela primeira vez.
_De fato existe uma tribo que se oculta
por uma região muito escondida na ilha. – confirmou Kihuri.
_Soubemos
destes tribais por relatos pouco convincentes de alguns parceiros da equipe,
não poderíamos acreditar se de fato eles existiam ou não.
_Eles
existem e foram responsáveis por nossa sobrevivência na ilha por onde
permanecemos durante seis meses. Na verdade fui o líder de uma embarcação que
vinha de Kuala Lumpur da Malásia, estes foram os poucos sobreviventes da
embarcação de quarenta e seis pessoas do grande tsunami oriundo provavelmente
das partes setentrionais do oceano índico.
_Ainda
não consigo entender porque não foram resgatados antes pelos agentes?
_De acordo com um deles, os agentes estão na ilha em períodos variados e muitos remotos e às vezes o tempo é prolongado até se alcançar as cabanas, não tem como ser alcançada por via aérea, apenas andando e muitas vezes por alguém que tem conhecimento e confiança dos animais que ali abitam. À princípio não acreditamos sobre essa informação de risco, realizamos fugas, porém todas foram fracassadas. A mata de fato apresenta muitos perigos e na maioria das vezes, fomos resgatados pelos mesmos tribais das cabanas. Após nos habituar com a ilha acabamos por ignorar as informações sobre os agentes na ilha, tínhamos o receio que estavam por raras vezes inspecionando a ilha a espera do momento oportuno para adquirir ilegalmente as pérolas que ali se encontram. talvez estivessem presentes por mais tempo do que imaginávamos, mas nossa fuga foi compatível com a confirmação ocular de que eles estavam realmente presentes na ilha por este período e graças a estratégia de Nycolas.
O SEGREDO
Dessa vez pouco tempo passou para a liberação do sucessor de Elijah no interrogatório e o próximo aventureiro é chamado por um dos agentes que fazia a checagem antes dos corredores de acesso. O nome citado, porém, não pertencia a nenhum que dialogava na sala.
Kihuri continua a conversa e inicia com
um depoimento sobre o serviço no acampamento dos tribais:
_À principio, após nos habituar com os
tribais, éramos enviados para colheita de safras maiores. Lugares desconhecidos
por mim e pelos componentes da embarcação agora eram explorados por nós. As
trilhas que passamos através dos carros antes de embarcar com o jato também
eram avistadas. Mas diferente do início, preferimos evitar a fuga, aderir a
calma e deveríamos manter a esperança do resgate.
_Estas áreas foram sendo exploradas até
o ponto em que conhecemos um lago secreto. – continuou o sobrevivente Kihuri –
Um lugar pouco distante do acampamento possui um lago que também pertence ao
rio. O mesmo rio em que estiveram os seus aliados a procura pelas pérolas.
_Muitas áreas foram realmente
exploradas, contudo não encontramos este lago? – questionou Ryah.
_Soube da procuração de seu grupo
através da confissão de Nycolas e à ele também disse sobre o lago secreto.
_À propósito, o que faz este lago ser
secreto?
_Pérolas.
_Talvez por isso toda a ilha fosse
secreta ainda? Isto é, sem o conhecimento dos agentes e exploração da tribo.
Mudando de assunto Kihuri continua:
_O lago também sofre o fenômeno de
enchente em dias de lua cheia e assim como o rio, o lago costuma diminuir e
secar por completo. A diferença é que após secar-se da enchente o lago consegue
exibir as pérolas que ali se encontram ao serem conduzidas pelas correntes da
águas do rio, isto tornou-se um segredo da ilha, que realiza o ritual
periodicamente, portanto, este é o lago secreto.
Uma
última pessoa antes de Ryah e antes dos dois últimos sobreviventes é chamada.
Entre o restante, uma moça de aproximadamente trinta anos.
_Existe também outro segredo... mas este
pertence a tribo. – Kihuri faz um suspiro após o suspense - Uma concha
encaixada no busto da estátua é posta pelos tribais sempre quando preciso. A
concha é posicionada de forma espontânea a fim de manter-se sempre presente no
busto mesmo ainda com a corrente de águas da cheia do rio que atinge todo o interior
da gruta. Caso contrário, se a concha sofrer com o impacto da enchente de água
e for retirada pelo fluxo, os tribais deverão repor a concha perdida por uma
concha de uma mesma espécie.
_Esta concha se trata de um bivalve
mestre. – revelou.
_Se no caso for alguém que a retira,
então esta pessoa deve procurar destruí-la imediatamente, neste caso a concha
não pode ser mais devolvida, e então a tribo repõe o outro bivalve, mas se a
concha não for destruída a tribo fica sem resultados pretendidos, bem como nas
plantações e por outro lado uma maldição é lançada ao que retirou a concha e
somente após ser destruída a pessoa poderá ser libertada da influência da tribo
e esta tal maldição é cessada. A tribo acredita que enquanto o bivalve mestre
existir no busto da estátua, a tribo será protegida. Mas no caso da perda da
concha pelo fluxo da correnteza das águas, os tribais acreditam que estarão
propensos a doenças, escassez e perturbações. Para a pessoa que retirar a concha
propositalmente, de acordo com a lenda, esta mesma pessoa será influenciada também
por perturbações, terá escassez e principalmente alucinações.
_Isto quer dizer que se algum de nós
porventura tiver retirado esta concha, esta pessoa poderá estar sobre a
influência invocada pelos tribais?
_Muito provavelmente.
_Uma das regras da tribo não permite que
a concha não seja reposta enquanto outro bivalve mestre for encontrado e que
não terão proteção caso a concha seja violada e não destruída. Contudo, isto
não impede que os tribais prossigam com o ritual da gruta.
_Me recordo de uma cheia ocorrida alguns
meses passados, - continuou Kihuri – e a concha fora arrebatada pela enchente
da água. Realmente a colheita ficou escassa por aquele período, houve períodos
intensos de chuva, mas não demorou muito quando Moyra, uma integrante dos
fugitivos que fora resgatada, conseguiu encontrar outro bivalve mestre. Isto
nos era informado constantemente por um ancião desde o início.
_E a colheita tornou a sua produção normal?
_Sim, logo após a reposição.
_Não teria necessariamente tornado eu
acredito. Eu vivenciei de perto a moléstia que os atacava. Na verdade outro
bivalve mestre deveria substituir o ausente e naquele tempo de seca ainda não o
havia sido encontrado.
_Caso seja alguém que a retira, como
destruí-la na hipótese de ter sido perdida por um dos nossos aliados presentes
na ilha.
_Neste caso, conforme o tempo em que
estivemos na aldeia, não presenciamos alguém violador, mas sei que o chefe da
tribo é capaz de pressentir sua destruição, e assim, após pressentir a quebra
do bivalve, o chefe informa ao restante da tribo que a colheita está de volta a
sua produção normal.
Ryah escuta atento e espantado, mas logo
é chamado pelo agente que interrompe a conversa, era o penúltimo entre o
restante. Talvez o tempo não fosse suficiente para que o sobrevivente revelasse
o segredo exato da tribo, mas tudo parecia esclarecido para Ryah, ambos se
retiram. O grupo interrogado já permanecia na sala de espera, estavam prontos
para serem liberados e retornar à seus respectivos países.
À noite Flammer finalmente sai do clube sob a permissão de Sebastian Pig. Havia perdido sua negociação após chegar em segundo lugar na grande disputa contra Nycolas, que por ter sido abandonado na ilha, não hesitou em negociar sua parte com o próprio Sebastian Pig. Talvez o vencedor houvesse escolhido outro negociante, mas este sabia que dez quilos de pérolas estavam propostos, tanto para quitar a dívida quanto para serem compradas.
Ainda no clube Pig, Sebastian ordena a
interdição de toda entrada e saída de pessoas para as negociações posteriores,
devido a venda dos narcóticos e dos genéricos, todo cuidado deveria ser tomado.
Em sua casa Flammer tomou um rápido
banho, para que pudesse reencontrar com Nycolas em um destes restaurantes onde
supostamente ele estaria com seus ajudantes comemorando sua negociação.
Do lado oeste da cidade, com seu carro,
procurava pelos restaurantes que habitualmente Nycolas freqüentava. Ele
consegue o identificar de longe em uma das avenidas principais. Ao chegar eles
se cumprimentam, Nycolas embora um pouco desentendido não o ignora. Flammer
percebia seu aspecto frio, mas levou consigo as pérolas em troca do dinheiro
que ele o devia para amenizar a relação, porém, Nycolas negou, não queria mais
se envolver em trocas de pérolas e o explica:
_O material foi sendo bastante
investigado pela polícia por suspeitas de estelionatário e tenho um ajudante
foragido por denúncias anônimas do comércio, portanto, devo lhe aceitar apenas
a honra.
_Não tenha dúvidas! – disse, notando que
sua presença o desagradava. Mas continuou:
_Tenho muitos compradores farmacêuticos
interessados na mercadoria da droga, podemos fazer planos?
_Suponho que não, com este dinheiro das
pérolas estou prestes a abrir novos negócios, tenho algumas relações secretas
com Lee Van Wilster, um bom negociante de drogas da região.
_Assim seja! – o disse se despedindo com
sua maleta que trouxera onde carregava as pérolas. Tentou por algumas vezes
negociá-las com outros compradores, muitos acordos eram fracassados e Flammer
havia perdido um grande negócio.
Após a separação, Nycolas nega dar a
preferência à seu sócio e negocia sua parte com Sebastian Pig que, como dito,
havia limitados os dez quilos de pérolas tanto para quitar a dívida e devolver
a mercadoria apreendida quanto para comprá-las.
Enquanto isso, na rodovia, Sebastian Pig
tomava conta da maior parte do tráfego entre os negociadores. Uma vez na
estrada o gordo sarcástico tomava o comando na utilização do seu caminhão médio
para cargas dominando todas as rotas e atalhos que eram usados para fugas. Como
habilidoso manobrista, sempre agia melhor que os policiais quando em fugas e
contra qualquer outro motorista.
O ATAQUE
Assentado em seu escritório um pouco
preocupado quanto as entregas, Sehn Marunagh mantinha a espera de alguma
notícia vinda por telefone. Um novo comprimido é digerido, uma cartela vazia ao
lado era a prova de que o traficante estava a consumir as pílulas por mais
tempo, talvez quisesse economizar e ao invés de um aglomerado de drogas, agora
optou apenas por tomar uma-à-uma, e isto, à cada minuto que se passava.
Se a cartela houvesse terminado em razão
do consumo normal das pílulas, Sehn Marunagh não estaria muito tenso. O tremor
de suas mãos e a transpiração dos seus poros fortalecia a idéia de que uma
tensão o afetava devido o consumo constante das drogas e em tempo bastante
curto.
Ainda não havia nenhuma notícia, tudo
que se sabia era sobre as entregas interrompidas. No auge de suas negociações somente
tal fato poderia levá-lo a se preocupar com as informações como desde o início
em seu escritório. A noite parece lenta, o silêncio invade o ambiente, nada
obstante as portas se abrem. Dois agentes secretos e não oficiais entram pela
porta principal.
Trabalhavam para traficantes
específicos, cobravam altas quantias em dinheiro vivo e toda operação sempre
eram bem sucedidas. Sehn Marunagh, por sinal, era um destes traficantes para
quem os agentes forneciam serviços.
Pareciam já habituados com o acesso ao
local. Talvez estivessem ali por mais vezes como no caso em que o traficante se
necessitara de uma negociação no exterior, por onde raras vezes tinha a
legalidade de viajem devido o nome sujo decorrente das dívidas acumuladas.
Após se assentarem naturalmente no
estofado de frente à mesa principal, em cuja superfície se avistava um jarro de
flores artificiais, um deles introduz:
_Nenhuma informação! As entregas
continuam interrompidas e lamento dizer, mas as drogas estão a diminuir nas
regiões exteriores também. As negociações atuais estão a se limitar nas regiões
centrais do oriente médio.
_Não temos escolha, Sebastian Pig deve sofre
a exigência de pagamento de sua conta. – disse o outro agente após direcionar
algumas folhas – Este é o chiqueiro do salafrário, paradeiro certo onde atua
com o seu gerenciamento de suas entregas.
Sehn Marunagh toma as folhas interessado,
após imaginar a ausência de alguma notícia sobre as entregas. Fez um breve
esforço para se recordar dos possíveis lugares em que teria visto a operação,
alguns deles, após serem assimilados, poderiam ter sidos identificados na
lista.
_Tenho quase certeza que um lugar muito
popular como este foi escolhido por Sebastian Pig como estratégia. – virou uma
página da folha - É claro que se ele se ocultasse, seu paradeiro seria
descoberto com mais facilidade.
_O trabalho deve ser breve, Sebastian
Pig pensa que a cobrança será feita em troca do próprio dinheiro computado. –
disse Sehn Marunagh.
_Mal sabe ele que a cobrança seria feita
em um momento de imprecisão como essa. – explica – O pedido de drogas ao invés
do dinheiro poupará nosso trabalho de buscas por mercadorias de drogas e isso
diminuirá as chances de sermos vistos.
_E como será o plano? – perguntou o
primeiro agente.
_A exigência das drogas deverá ser feita
antes de invadirmos o setor onde atuam seus capangas. Não haverá prazo, o
pedido deverá ser benevolente, não devemos comprimi-lo ao imediato, isso pode
provocar algum conflito.
_Mesmo neste caso seria impossível uma
reação do nosso oponente. A área é bastante movimentada e há setores policiais
por perto. – disse o segundo agente.
_Por isso quero que poupem as armas,
apesar do porte legalizado que possuem, o trabalho não será muito difícil. A
polícia será usada como chantagem e caso o pedido seja negado, então serão
encurralados ao chamado da polícia. Neste caso agiremos como verdadeiros
agentes secretos.
_E quanto aos capangas?
_Mantenha-os na área interna sem
contatos com os meios de comunicação. Se a entrega for demorada poderão ser
liberados, eles não são o alvo principal, o setor sim. Se a polícia descobre,
Sebastian Pig tem muita chance de perder seus negócios e cair na cadeia.
_Quando devemos agir? – o mesmo agente
indaga.
_No momento de menor movimento.
_E quando é momento de menor movimento?
_Agora. – bradou Sehn Marunagh após
tomar o último comprimido da cartela.
Os agentes contratados saem, faltava
pouco para o encerramento da administração no setor de gerenciamento do
traficante alvo. O local se misturava à outros setores similares onde
provavelmente se operavam os mesmo tipos de serviço operacional.
Alguns computadores centrais permaneciam
ligados em tela azul, as informações chegavam de vários laboratórios da Índia.
Um setor em Mumbai se exibia em destaque no computador da ponta esquerda na
entrada principal.
O SETOR
Nos computadores as entregas pareciam
ausentes, a notícia de que as drogas diminuíam na cidade se concretizava
através da tela vazia. A tecla enter
é pressionada por um dos capangas:
_Fim.
O último caminho acaba de cruzar a alfândega sem nenhuma suspeita.
_Adoro
esse momento, sempre espero as demandas para consumir um pouco de morfina. –
disse o segundo secretário entre os três, após aspirar uma carreira em pó da
droga.
Inesperadamente
a porta é tocada, ninguém parecia a espera de alguém. O capanga que suspendia a
xícara se move até a porta, mas antes de usa o olho-mágico, um ponta-pé
antecipa a chegada dos intrusos:
_Agentes
secretos, ninguém se mova. – um deles ordena com uma arma ao mesmo tempo em que
exibia uma credencial referente ao que foi mencionado em sua identificação
inicial, todavia não era nada oficializado.
Uma
identidade por serviços prestados obrigatoriamente ao governo, tão-somente
sustentava um brasão sobre sua frente, que de longe, se assemelhava à um
distintivo oficial.
Os serviços eram feitos como meio de
serem punidos pelos seus antigos crimes. Após se habituarem, saíram das camadas
governamentais para agirem como clandestinos, mesmo porque as credenciais já
não possuíam valor, senão, pelo próprio brasão que agora era o segundo
responsável pela intimidação dos empregados de Sebastian Pig. Na verdade o
trabalho dos agentes já estava vencido, mas por mera escolha, preferiram manter
os brasões.
Sem chances para reagir o primeiro se assusta
e deixa cair um pouco de café sobre a blusa. Um dos que estavam pelos
computadores tenta se apressar, mas o som do gatilho o intimida, ainda mais ao
ressoar da voz grosseira de um dos agentes:
_Não
ouse. – adiantou o segundo agente ao mirar a mão sobre o telefone. Os cabos em
seguida são arrancados da conexão que é desativada.
_Todos
juntos, - o mesmo agente desabafa – somos enviados de Sehn Marunagh e o
chiqueiro está ameaçado. Caso nosso pedido não seja atendido a polícia entrará
em ação.
_Mas
isso pode ser evitado, - continuou – basta apenas entrar em contatos com
Sebastian Pig para que a mensagem seja melhor compreendida.
_Tudo bem. – disse um dos capangas ao
mover sua mão trêmula para pegar o celular da mão do agente. Usava um terno sem
gravata e roupas claras.
A EXIGÊNCIA
_Soube de seus negócios com Flammer e me
parece que pouco mais de um quinto do dobro pretendido pôde ser absorvido por
sua chantagem?
_Tem andado bem informado, dr. Sehn
Marunagh, não é de se espantar que suas relações com Flammer acarretam em
grandes produções. As drogas foram substituídas e computadas à uma antiga
conta. – disse em tom agressivo - Infelizmente o prazo estabelecido se esgotou.
_E quanto ao veículo?
_Devolvi ainda hoje.
_Mas não se vanglorie meu caro, a mesma
moeda pode ser paga para o mesmo devedor. Seu escritório se encontra em minhas
mãos e uma antiga encomenda se encontra pendente, preciso que a entrega seja
feita o quanto antes.
_Não posso acreditar!
_Acredite se quiser, quem sabe as
câmeras internas consigam transluzir a mensagem.
Sebastian Pig espantado se levanta
impaciente e segue em direção ao seu computador onde a monitoração do local era
feita por uma transmissão direta do setor por onde à pouco teria sido invadido
pelos falsos agentes.
_A quantia restante, ou o departamento
será saqueado e vistoriado pela polícia. – Sehn Marunag prossegue de modo ainda
mais intimador - Enquanto isto poderá apreciar as cenas do local interno, onde
talvez sejam os últimos momentos de intimidade com seu escritório e com seus
empregadinhos, isto claro, caso a mercadoria não seja entregue.
As imagens dos agentes eram
transmitidas.
_Tudo bem, - a exigência vinha
acompanhada de um teor realmente calculista - quero apenas que meus assistentes
sejam poupados.
Um de seus escritórios de
telecomunicação ativa servia como atendimento aos pedidos de encomendas feitas
por seus sócios também pelas regiões externas do país, demandas e rotas. Como
negociador da área do narcotráfico, Sebastian Pig possuía também outras entregas
pendentes.
Porém, nenhuma se comparava a entrega
das drogas a serem efetuadas à uma farmácia local da cidade, que geralmente
funcionava sob as coordenadas de Sehn Marunagh, um dos negociadores do
narcotráfico.
Um dos grupos vigentes, após um contrato
secreto, dominou o setor onde poucos empregados desprevenidos trabalhavam. Dois
homens invadem o local e os capangas são detidos. Enquanto eram mantidos em uma
área nos fundos, os invasores permaneciam no setor principal, onde no centro
das mesas laterais funcionavam os computadores.
A exigência do pedido foi o principal objetivo, a polícia estava em jogo
e somente a manhã do dia seguinte poderia definir a situação do grupo.
Enquanto isso Sebastian Pig se preparava
com algum de seus ajudantes para fazerem a viajem de volta à Dacka. Por aquele
tempo operava uma negociação quase à beira da alfândega, uma viajem de volta
lhe custaria em torno de seis horas e meia.
Alguns quilômetros de distância separavam as
cidades e isto também implicava o caminhar dos ponteiros do relógio que devagar
chegavam à meia-noite. No escritório os agentes mantêm os capangas detidos sob
fitas amarradas, um deles andava de um lado ao outro, tentava diagnosticar
alguma mensagem do gerenciamento no computador, mas não conseguia constatar
nada senão uma suma de dinheiro depositado à curto prazo durante o dia passado
por clientes provenientes da Índia.
Alguns laboratórios pareciam ser sócios
de entregas clandestinas. Um dos agentes disfarçados imaginou ser uma banalidade,
porque muitos desses laboratórios regiam nomes aparentemente tradicionais.
Ao pressionar a tecla esc, o mesmo agente faz desaparecer as
informações, nada de importante pôde ser visto e tomando o telefone ao lado
diz:
_É da pizzaria Noruega?
_Sim em que posso servi-lo?
_Quero duas pizzas gigantes à moda e um
refrigerante.
Os secretários permaneciam assentados em
silêncio e contidos por fitas. Observavam atônitos e em silêncio, pois também fora
usado fitas em suas bocas, e notavam o que estava acontecendo sem entender,
nunca antes vivenciaram aquele tipo de situação.
Era madrugada, Sebastian Pig ainda estava
na estrada a caminho, talvez sua chegada aconteça com o amanhecer do dia, ou
talvez seja tarde de mais.
Enquanto isso o chantagista Sehn
Marunagh permanecia acordado em todo momento ativo e a espera de notícias. Os
comprimidos se converteram à pílulas para controlar o sono, sabia que seu oponente
estava em ação para tentar solucionar o caso.
Quando próximo do amanhecer do dia Sehn
Marunagh recebe uma ligação. Uma pequena penumbra de claridade atacava aos
poucos a vidraça frontal e a promessa da entrega da carga era tudo que o traficante
dizia. Já convicto da missão, o chantagista aceita o pedido de liberação dos
secretários do setor de gerenciamento de entrega. Presentes ou não, a polícia
necessitava apenas da perícia dos computadores para constatar a farsa do
traficante.
Para Sebastian Pig a exigência não seria
algo difícil. Já era habituado com os mesmos tipos de entregas e não era a
primeira vez que estava a ser ameaçado por mercadorias em troca de contas a
pagar.
No entanto não havia descartado a idéia
de que as mercadorias por aquele período se encontravam
Na verdade, mal sabiam que Lee Van
Wilster era um dos poucos que estava ativo no tráfico e por sinal, o único que
poderia impedir os planos de entrega da exigência feita na noite passada caso
conseguisse comprar aquela mercadoria de Vantoya.
O dia se destacava aos poucos, o
caminhoneiro finalmente cruza a entrada da cidade. Do outro lado, em um
apartamento de luxo localizado na zona noroeste da cidade, Lee Van Wilster se
despertava junto com a manifestação das aves que precediam aquele dia de clima
árido. Em pouco tempo estava pronto para a missão, saiu do seu apartamento ao
encontro de seu grupo e de modo bastante rápido se reuniram em um dos galpões
secretos.
Uma mercadoria estava estocada por um
laboratório chinês à mando de Vantoya. Em todo o percurso de volta, Sebastian
Pig imaginava obtê-la para cumprir sua promessa. Contudo, a preeminente
mercadoria parecia ser a última em circulação com características quimicamente adulteradas,
ou seja, apenas drogas com substâncias alucinógenas poderiam cumprir com o
pedido de Sehn Marunagh.
Talvez seu rival e também traficante
optasse por outras mercadorias que não pertencesse ao estoque chinês de Vantoya.
Porém, Lee Van Wilster não teve tanto trabalho para reunir seu grupo senão para
adquirir aquela mesma droga.
De prontidão Sebastian Pig surge, estava
exausto com a viajem, não queria ter o infortúnio ao se deparar com seu rival. Nada
poderia ser causa de um conflito, pelo menos conforme seu grupo imaginava.
Um dos capangas chineses que operava na
área ordena a abertura dos dois portões para a entrada do caminhão onde
permanecia Sebastian Pig ao lado de um de seus principais ajudantes após a permissão
de Vantoya. Uma guariba ao lado se suspendia acerca de três metros de altura,
outro chinês mantinha sua metralhadora a procura de qualquer alvo, do outro
lado, mais uma guariba semelhante fazia a divisa dos portões, por este lado um
capanga natural da cidade de Dacka completava a equipe frontal, permaneciam
atentos também através de rádio comunicadores.
A DISPUTA
Aos poucos o veículo se aproximava do
galpão interno para reposição da carga exclusivamente exigida por Senh
Marunagh. Ao lado do veículo duas motocicletas mantinham a proteção da carga
pelo lado de fora, eram capangas de Sebastian Pig.
Um dos que operavam em torno da área
surge após a aparição do negociante no setor gerencial, por onde também se avistava
mais dois outros ajudantes. Este era o sarcástico Lemah Vantoya, o chefe
responsável pelas mercadorias. Seu aspecto bruto e seu olhar fixo se
assemelhavam à um capanga possivelmente vindo da China, mas nada poderia
certificar sua origem chinesa senão pelos documentos falsos, na verdade Lemah
Vantoya era mais um traficante americano, bem como os membros do clube Barony e
do clube Pig. Devido o segredo de sua verdadeira identidade Sebastian Pig se
impunha com muito respeito a Lemah Vantoya.
Aos poucos Vantoya surgia pelo corredor
dos fundos, havia sido informado antecipadamente sobre a chegada do negociante.
Naquele momento os ponteiros acusavam um quarto para as sete, o dia se
sobressaia.
_Então, em que devo ajudar senhor Pig? –
perguntou Vantoya.
_Como disse pretendo toda a carga
exigida, - disse Sebastian Pig após a apresentação do chefe daquele grupo.
Um dos capangas exibe uma mala de
dinheiro que fora aberta após o destravar das presilhas e no mesmo instante
Vantoya se interessa pelo negócio ao observar uma quantia equivalente à
cinquenta mil dólares.
_Toda a mercadoria, agora! – disse
Vantoya em chinês por um sotaque grotesco ao ativar de seu rádio comunicador.
No mesmo instante os ajudantes obedecem,
foram estocando as caixas nos carregadores para serem transferidos ao caminhão.
Os ajudantes de Sebastian Pig entendem o ocorrido e rapidamente abriam as
portas do veículo.
_Teve sorte senhor Pig, estas são as
últimas substâncias de teor alucinógeno que a polícia desconhece na cidade. –
disse Vantoya ao mesmo tempo em que cruzava os braços admirando a postagem da
carga pelo lado interno da vidraça que fazia a divisão da garagem e escritório.
Em pouco tempo a carga é posta como
ordenado, Sebastian Pig faz o devido pagamento transferindo a maleta, embora houvesse
queixado sobre o valor um pouco acima do comum, não hesitou, estava sob
chantagem de Senh Marunagh. Foi explicado, porém, sobre a demanda das outras
entregas que não mais chegariam por aquele período em razão da operação
policial e por isto Vantoya não poderia poupar com descontos.
Uma das motocicletas é acionada,
carregava sobre seu banco, além do motorista, outro ajudantes de Sebastian Pig.
A outra pelo contrário mantinha apenas um e foi acionada da mesma forma. Pelo
lado interno da carroceria haviam mais outros dois ajudantes. Apesar da grande
incidência de caixas postadas, ainda restava espaço na carroceria para os dois.
Na cabine do veículo estava Sebastian Pig e o Hector, seu braço direito.
Pelo lado de fora o veículo andava
lento, havia um espaço que dividia a saída do galpão até os portões de entrada.
Por esta área apenas observava-se um espaço vazio por onde um ou outro ajudante
andava distraído. Após alcançar uma distancia de dez metros da saída do galpão Vantoya
recebe uma inesperada ligação, era Lee Van Wilster, desejava também a mesma
mercadoria.
De modo coincidente ambos se encontram
no mesmo local, Van Wilster mantinha-se pelo lado de fora, não queria perder a
mercadoria e uma emboscada estava sendo planejada para apanharem Sebastian Pig
desprevenidamente. Talvez tenha pensado sobre uma importunação proposital do
negociador por se tratar de seu antigo rival, mas soube que aquelas eram as
últimas mercadorias e o que fazia aumentar ainda mais a sua indignação. Van Wilster
tinha acordado cedo, não queria se frustrar, além disso era parente distante de
Vantoya.
À vinte metros de distância e finalmente
o chefe aceita a proposta emitida por Van Wilster:
_Cem mil pratas para que seus homens
impeçam o salafrário. – disse o negociante.
_Talvez seja melhor negociar outras
drogas? – Sebastian Pig está altamente equipado.
_Cento e cinquenta mil, - acrescentou -
são as últimas.
A proposta era quase irrecusável, Vantoya
ativa o rádio comunicador, o veículo se aproximava acerca de cinqüenta metros
da saída. Uma ordem é dada, Vantoya era um traficante ambicioso e nada piedoso.
_Impeçam a saída de Sebastian Pig agora!
– bradou.
No mesmo instante as metralhadoras foram
cuspindo suas munições contra o caminhão. Sebastian Pig sem entender acelerou.
Sem muita dificuldade se distanciou do perigo, a missão de impedi-lo foi quase
fracassada.
A primeira metralhadora engatilhada não
poderia cumprir com a imaginação do grupo sobre o ataque de Van Wilster e a boa
intenção da primeira impressão ao cruzar contra o grupo ficou soterrada.
_Nenhum passo adiante. – ordenou Van Wilster.
Outras armas usadas pelos ocupantes
daquele veículo foram sendo suspendidas em contra partida.
_Do que está falando?
_Estas mercadorias nos pertence, não
cumpriu com a missão, devem sair desta área.
_Não me faça eliminá-lo aqui mesmo,
estas mercadorias estão pagas, se quiser sua carga deverá me enfrentar.
_Deve estar confundindo, eu sai de longe
para conquistar essa droga e não será seu bando medíocre que me impedirá.
O pedal de alguma motocicleta foi
acionado. Era a segunda motocicleta do ajudante do negociador, permanecia
dentro do galpão a espera do sinal que seria dado, de modo que uma seguiria à
frente, enquanto a outra por trás.
Este estava sem entender os tiros,
rangia o acelerador a fim de passar rapidamente pela abertura do portão pelo
lado de fora.
_Acho melhor ser ágio, o último homem de
Sebastian Pig está para sair do galpão e somente ele poderá fornecê-lo
informações sobre o paradeiro das drogas.
Van Wister abaixa sua arma, parou por um
instante persuadido pela idéia ao mesmo tempo em que o encarava por um olhar
insatisfeito.
_Contudo não terá o seu dinheiro de
volta.
Se antecipou a fim de alcançá-lo.
A PERDA
Ambos os grupos se preparavam. O estoque
estava armazenado em um setor restrito do galpão e o objetivo daquela corrida
seria conquistar a mercadoria. Um desequilíbrio do oponente fez com que
Sebastian Pig saísse à frente, a motocicleta agora se derrapava ao ranger dos
pneus a procura do último homem.
Lee Van Wister não poderia deixar barato
e os primeiros disparos foram acionados para tentar impedi-lo após abeirar-se
da motocicleta. A disputa tornou-se acirrada, a segunda motocicleta de Van
Wister, cruza a primeira rua para procurar a carga. Foi informado pelo rádio
comunicador, o perseguidor achava que conquistar o último homem seria algo fácil.
Em pouco tempo a perseguição atingiu as
áreas internas da cidade de Dacka. O carro contendo a mercadoria era o alvo
principal, porém os perseguidores deveriam vencer um dos motoqueiros que
ludibriava o caminho em direção à algumas feiras de alimentação que por sinal
acontecia naquela mesma manhã do dia.
As passagens estreitas eram feitas
mediante o caos dos vendedores que desesperados derrubavam o que viam pela
frente para se protegerem. As frutas e os legumes foram despejados ao chão e
por muitas vezes eram atingidos pelos disparos vindos das metralhadoras de Lee
Van Wilster.
A perseguição se generalizou por outras
rotas das feiras e Sebastian Pig tentava se proteger de seus adversários em
outra área, já não poderia ser visto tão facilmente como o último homem que
mantinha contato por um rádio comunicador.
Passando por lenços ou lençóis, a
perseguição continuava, alguns feirantes se escondiam pelas áreas internas, os
perseguidores, ao contrário, eram acometidos por muitos obstáculos ao longo da feira.
Em uma rua sem saída o capanga derrapa
sua motocicleta que corria em colisão ao chão formando algumas centelhas acerca
de cinqüenta metros do muro. Talvez não houvesse saída, mas ao lado da mureta
que impedia a sua fuga havia uma porta de abóboda em formato cônico, parecia
uma abadia de meditação indiana.
O perseguido subiu algumas escadas se
desvencilhando de alguns lençóis que também obstruía Van Wilster vindo logo
atrás à seu encalço. Este na verdade apenas desejava a sobrevivência do último motoqueiro
para lhe informar sobre o paradeiro da carga.
Por outro lado, Sebastian Pig é cercado
por um pequeno grupo formado por seis capangas de Van Wilster, que logo após é
informado por um rádio comunicador.
_Pegamos ele.
Um deles segurava uma metralhadora,
Sebastian Pig passava no momento por uma rua estreita, sua munição havia se
esgotado após vencer o motoqueiro que o perseguia, contudo, não havia mais saída.
Ao descer do veículo aparentemente se
rende, levantava seus braços para o alto em sinal de desistência, sua arma
calibre doze permanecia no banco, Hector seu ajudante procedia da mesma forma.
Andava lento em direção ao suposto líder daquele grupo, queria evitar a perda
ao apelar por uma negociação, este ao contrário o mirava sustentando um cigarro
na boca ao mesmo tempo em que segurava a arma, não queria saber de mais
negócios. Sebastian Pig se aproxima mais e este se alarmando lança seu cigarro
de lado, era o infiel Lemah Vantoya.
_Nenhum passo à mais senhor Pig se não
irá para na mesa de natal.
_Acalme-se amigo, o que houve? Por acaso
não te paguei pela carga?
_Mudança de plano, recebi uma quantia
maior de Van Wilster, é por isto que ele o persegue.
_Uma boa grana poderá fazê-lo abrir
passagem?
_Infelizmente uma grana já me foi dada.
Não abrirei para mais negociações. – disse Vantoya.
_Quem sabe... – o chefe que fora impedido
arrisca, mas antes de terminar Vantoya adverte.
_A mercadoria!
Sebastian Pig se rende, contudo insiste
para uma última proposta.
_Talvez primeiro consiga vencer nosso
grupo no corpo-à-corpo. Assim poderão levar a mercadoria.
_Do que diabos está falando. –
engatilhou a arma enfurecido.
_Seis contra quatro, tem vantagem!
Estes quatro eram os que vinham no
caminhão.
Alguns segundos se passam, estava
persuadido pela proposta. O chantagista retira sua metralhadora suspendida ao
busto e lançando-a ao chão e aceita uma briga:
_Minha vovozinha contava apenas três
porquinhos. – sinalizou Vantoya com a mão em sinal de chamada.
Após ser muito importunado, abandona sua
missão para eliminar seus adversários. A proteção do carro principal não valia
mais.
A
mercadoria estava perdida e também pelos disparos vindos ao contrário. Já não
eram mais importantes do que combater os capangas rivais.
À alguns metros de distância Sebastian
Pig ordena por um rádio comunicador:
_Ao combate!
Hector que trabalhava ao seu lado
entende o pedido. Desceu rapidamente e em seguida bateu na lateral da
carroceria:
_Temos companhia. – informou ao restante.
A confusão se generalizou por uma das
ruas estreitas da cidade chamada quinze de novembro, ora próxima da feira local,
todavia deserta. Sem embargos, dois guardas aparecem estranhamente a fim de
impedi-los da briga. Todos fogem, Sebastian Pig, porém sozinho, conseguiu seguir
na garupa da segunda motocicleta que o protegia pela frente, um dos capangas tinha
sido eliminado.
Somente após vencer os guardas é que
Sebastian Pig se dá conta de que a mercadoria se tratava da última carga, isto
é, a mesma mercadoria exigida pelo inconveniente Sehn Marunagh.
Por outro lado, o primeiro motoqueiro
ordenado em fazer a proteção pela parte de trás do carro de Sebastian Pig, é
pego. Mesmo após atravessar uma sala, por onde alguns indianos faziam a
meditação matinal, este homem agia demonstrando sua vontade de fuga. Assustando
os participantes da meditação o fugitivo avança para outro compartimento vazio
e ali mesmo ele é vencido após tropeçar numa mesa.
Sobre a mira da arma de Van Wilster e
sendo segurado pela gola da blusa, é ordenado:
_Contate Sebastian Pig e nos informe o
paradeiro das drogas.
Sem opção o sujeito toma o telefone que
lhe era direcionado, Sebastian Pig é atendido:
_Estou a fugir de alguns policiais,
fomos encurralados, a carga foi perdida na rua quinze de novembro.
O motoqueiro sem muito dizer desliga o
telefone como ordenado. Ele os informa:
_A carga está na quinze de novembro.
Imediatamente foi solto, Van Wilster
desejava apenas saber sobre a carga, saiu inesperadamente a procura. Ao chegar
no local não havia guardas, tinham saído ao encalço dos fugitivos que intentavam
uma briga e que se espalharam por lugares distintos.
Agora a situação se torna mais delicada,
de fato foram as últimas drogas, porém, daquela região. Talvez mais quantidades
sejam encontradas, mas isso não poderia modificar o tempo determinado por Sehn
Marunagh e cada vez mais Sebastian Pig era ameaçado pelos ponteiros do relógio
a ser descoberto.
A MERCADORIA
Este ponto era um lugar secreto similar
ao clube dos rivais. O posto não havia proprietários, muitos veículos de
cargas, tanto no rio quanto na estrada, eram usados freqüentemente pelos
traficantes. Flammer chega até o local para fazer as negociações, mas nada
sabia que por ali havia dois espiões secretos de Sebastian Pig para monitorar o
intercâmbio. Foram ordenados àquela tarefa logo após o conflito contra Lemah Vantoya.
Desde o princípio o grupo foi sendo observado
por aqueles indivíduos.
De longe os espias usando um binóculo,
observavam a chegada de Flammer que saia do carro em um aspecto rude.
Usava um traje sempre sombrio de roupas
finas e um colar rústico feito com o bivalve encontrado no salão das pérolas. A
concha encontrada, diferente das demais outras, havia sido levada por Flammer.
Uma peça rara feita pela natureza,
jamais encontrada nos principais centros artesanais. Confeccionado por
encomenda de lapidação e envolvido sobre uma corda rústica de cor marrom,
permanecia suspendido sobre o pescoço do traficante. O objeto tornou-se
bastante pessoal e para onde quer que ele fosse, levava consigo o amuleto.
Ao retirar seu belo óculos, cumprimenta
um dos principais chefes do tráfico acompanhado de seus seis integrantes. A sua
chegada com o material em uma pasta preta despertou a curiosidade de muitos.
Uma cabine improvisada, com um teto perpendicular revestido por uma lona branca,
possuía algumas cadeiras ao lado para acomodar os negociantes.
Um pano de fundo fazia a proteção da
parte costeira. Aos poucos, Flammer persuadia sobre o assunto da troca, e lhes
apresentando a proposta, conseguiu provar sua originalidade. Muitos que estavam
a negociar se interessaram pelas quantidades das pérolas em negociações com as
drogas. Flammer, após algumas conversações, acompanha um dos chefes ali
presente. Ambos vão à um pequeno escritório para negociar e firmarem o acordo,
além deste, dois outros sócios também participaram da negociação.
O processo da troca foi breve, depois de
uma longa conversa com os negociadores, Flammer convence três traficantes à
especiaria. As drogas logo foram sendo embutidas dentro dos caminhões que
traziam outras caixas diferentes para disfarçar a polícia. Os vigias sempre
observativos se sentiam bastante desconfiados.
Registraram todos os detalhes desde a
hora da entrada até a saída ao retornarem para Dacka, anotando também as
principais características dos carros.
Sebastian é acionado pelos espias sendo
avisado da troca efetuada. Ao ser informado, se preocupa, e realiza algumas
ligações à seus sócios. De fato as drogas foram negociadas pelas pérolas, a
confirmação dada pelos sócios foi evidente, coincidentemente aquelas drogas eram
a quantia exata para a encomenda negociada com Sehn Marunagh.
Sebastian havia sofrido com uma grande
ameaça relâmpago de um grupo altamente forte que desejava tomar um dos seus
pontos de atuação caso não trouxesse a quantia exigida. Para ele, seria
impossível o uso de armas naquele ponto tão delicado da região da cidade. Para
retomar seu ponto novamente, um prédio totalmente monitorado por câmeras seria
o mesmo que uma redenção voluntária à polícia.
Certamente ele devia uma mercadoria ao
grupo de Sehn Marunagh e agora Sebastian se encontrava no fiasco. A droga foi
combinada à prazo e se aquele dia passasse sem a mercadoria, o grupo
prontamente denunciaria o setor de Sebastian Pig, que com as chances esgotas,
não teria outros meios para comprar as drogas.
A parcela das primeiras negociações
feitas no píer dias atrás, foram todas vendidas. E agora, a única droga para
ser comprada, antes que ele fizesse a encomenda ou comunicasse seus espias,
estavam vendidas para as mãos do sagaz, Benayla Yriodit.
Sebastian não tinha alternativa, ele se
ascendeu irritado contra o tal traficante que havia tomado sua encomenda, o
único lugar onde poderia encontrar a droga para o acordo estava nas mãos de
Flammer, que segundo as informações dos espias, seguia em direção à Dacka.
Sebastian imediatamente elabora um plano com sua equipe e ordena que as
ligações aos dois outros dos seus principais motoristas nas estradas fossem
feitas a fim de reagrupá-los na principal via de ligação entre os distritos.
A rodovia para Sebastian Pig estava
prestes a se tornar um verdadeiro palco de conflito.
De prontidão o grupo se arma, com agilidade se equipavam com as munições,
preenchendo os tambores e os cartuchos. Sebastian Pig segue rumo ao seu carro
acompanhado de mais um de seus ajudantes, chamado Hector. Correndo durante o
trânsito urbano quase por colidir com outros carros, ansioso em enfrentar o tal
traficante com a carga e por fim tomá-la.
Enquanto isso o restante do grupo de Sebastian
Pig o encontraria em um ponto na mesma rodovia à alguns quilômetros adiante depois
da entrada da cidade. Ele segue ao seu galpão onde encontra o seu potente e
estimado caminhão médio para cargas.
Um caminhão aparatoso, com uma
carroceria totalmente fechada em cujas partes havia um espaço branco, ou seja,
sem referências comerciais, possuía uma cabine dupla na frente azul. Totalmente
polida exalava um cheiro agradável, habitualmente checado, mantinha-se
lustrado.
Duas linhas adesivas de cores
diferentes, uma prateada e outra branca, cruzavam desde as costas da cabine até
pouco antes da dianteira formando um tipo de enfeite especial. As placas
dianteiras e traseiras eram completamente desprendidas para que pudessem ser
trocadas.
As checagens foram feitas, tudo estava
perfeito, a pista de saída é invadia, Sebastian Pig acelerava seu belo caminhão
acerca de cem quilômetros por hora. Com seu telefone celular comunicou à um de
seus companheiros mais adiante. O grupo esperava, e entre estes, Ken Stripper,
um dos seus principais assistentes. Alguns minutos se passam, eles se reencontram,
mais dois companheiros iniciam a perseguição.
Em seguida a velocidade toma conta da
estrada, os três veículos andavam em três posições diferentes. Um à frente na
pista esquerda sendo vinda, outro ao lado na contra mão no sentido de retorno
dos carros, criando alguns metros de distância do primeiro, e o terceiro atrás
também na pista esquerda, e como o segundo caminhão, permanecia afastado à
alguns metros de distância. Cedo ou mais tarde eles encontrariam com os outros
veículos que foram descritos pelos espias, um carro conversível rebaixado preto
com mais dois caminhões similares para carga média.
O CONFLITO NA ESTRADA
Uma reta de grande diferença dividia os
grupos. Um quilômetro separava de um lado ao outro os dois oponentes. De sorte,
a pista estava vazia e os carros comuns seguiam logo atrás. Outros paravam pelo
acostamento amedrontados com a invasão dos caminhoneiros. Flammer nota à sua
frente o trio que vinha velozmente em sua direção, a ordem é dada, seus
ajudantes se preparavam com as armas suspeitando do que observava. Quinhentos
metros agora e eles estavam prestes a se enfrentar.
Flammer percebe que se tratava de uma
perseguição, um dos veículos bloqueava a pista e corria de tal modo que não lhe
causava outra impressão se não uma emboscada iminente, Flammer se alarma para
um eventual confronto.
O primeiro veículo de Sebastian Pig
vinha à frente pela esquerda, o carro de Flammer em velocidade reduzida seguia
pela pista de ida em direção contrária ao segundo caminhão que vinha pela pista
de retorno. Antes, atravessariam lado-à-lado o primeiro caminhão. Chegando perto
e quando próximo à dez metros de distância Jhason no banco de passageiro saca
sua arma contra o primeiro veículo de Sebastian Pig, eles se confrontam, os
tiros acertam os vidros e as portas, um dos ocupantes ficou gravemente ferido
na parte traseira do carro conversível preto.
A primeira cruzada passou e houve
desvantagem para Flammer. Logo adiante o caminhão dirigido por Ken Stripper,
que vinha em direção contrária, obrigou-lhes a desviar da pista de ida para a
direita ao convergir o volante em limite máximo. O veículo sofre uma grande
derrapagem em direção ao matagal do acostamento.
Muitos tiros atingiram o carro, inclusive
o pneu dianteiro. Flammer virou totalmente para fora da pista, antes de colidir
com o terceiro e último que vinha no final, para evitar outro impacto, se caso
retornasse pela esquerda. O carro ficou impossibilitado em estado totalmente
precário.
O grupo de Sebastian Pig, em seguida,
dirigia na mesma posição formada desde o início, e se cruzam com os outros
caminhoneiros de Flammer, os dois veículos conseguem atravessá-los.
Enquanto se dividiam, houve muitas
derrapadas do primeiro caminhão de Ryah. A metralhadora é entregue à Hector
assentado no banco de passageiros. As mãos ocupadas pela arma e pelo volante
causavam riscos ao motorista e por pouco Sebastian Pig é atingido. Antes da
passagem de Ryah, Sebastian Pig prefere acelerar e permitir a passagem do
caminhão. Ryah passa fácil pelo primeiro adversário. Virou pela esquerda na contra-via.
Mas dirigindo pela pista de retorno,
logo se desviou do próximo carro que vinha em direção contrária. Ken Striper,
desprovido de passageiro, teve melhor ângulo ao atirar pela janela em direção à
Ryah. Os tiros acertaram a carroceria sem causar danos ao motorista. Em
seguida, de frente ao terceiro e último veículo, Ryah é obrigado a convergir
para a mesma pista novamente à direita.
O terceiro veículo, sendo o segundo
caminhão de Flammer, logo atrás, também dirigia na pista de ida. Como o outro,
foi obrigado a se desviar para a pista da esquerda na contra-via. O encontro
paralelo com o primeiro veículo de Sebastian Pig terminou com uma forte colisão
para empurrá-lo ao encostamento da direita. A batida contra a lateral de Rajid,
o motorista de Flammer, não foi suficiente. Sem muito sucesso, Sebastian Pig se
desfez da posição atual.
Houve uma inversão, o último motorista
de Flammer e Sebastian Pig, pela parte de trás, ficaram na contra-via.
Ao conseguir cruzar com os dois primeiro,
Rajid se distraiu para também revidar os disparos contra Ken Striper e quando
no terceiro veículo pela pista de retorno, desviou-se igual à Flammer para o
acostamento, porém, à sua esquerda. Sem perder o controle como antes, retornou
novamente a pista de retorno na contra-via e voltando normalmente à pista de
ida.
Ambos os capangas de Flammer estacionam
e descem para ajudar o companheiro baleado na parte de trás do carro. Os
caminhões de Sebastian Pig ganham tempo e faziam o retorno. Rapidamente avançavam
contra o grupo de Flammer. A vítima é auxiliada e conduzida ao caminhão de
Ryah. O carro permaneceu abandonado a beira da rodovia.
O grupo percebendo o trio que retornavam
velozes, entram pela cabine de Ryah e fogem adiante. Logo atrás, em poucos
metros de distância os caminhoneiros de Sebastian Pig se aproximam mais
rápidos. Após pouco tempo, o grupo se reúne lado-a-lado na rodovia obrigando
muitos carros que andavam na pista a se desviarem para os acostamentos.
O trio alcança o primeiro caminhão.
Sebastian Pig consegue ultrapassar Rajid para impedir Flammer mais adiante
dando lugar ao último motorista que com menor velocidade, ainda conseguia
encostar ao lado da carroceria do oponente.
Houve troca de tiros, Rajid resiste, mas
os dois caminhões atrás se posicionaram estratégicos. O primeiro consegue
vencê-lo ao colidi-lo para a direita.
Ambos dirigiam em velocidades iguais, e
o outro comprimindo atrás, conduziu Rajid definitivamente para o acostamento
que saiu do asfaltamento com os pneus furados. Conseguindo, ora, acertar um dos
motoristas oponentes que ficou ferido de uma bala de raspão.
O veículo de Flammer à frente, não seria
páreo para agilidade e destreza de Sebastian Pig, que, com uma velocidade
surpreendente, consegue alcançá-lo. Ryah, com pouca vantagem ao manejar a arma
e o volante ao mesmo tempo contra Hector, reduz a velocidade. Sebastian Pig
ultrapassa Ryah também e derrapa o caminhão bloqueando totalmente a pista. Assim
à frente e atrás os caminhões mobilizariam o grupo de Flmmer. Ryah perde as
chances de fuga, e o grupo se rende descendo da cabine sob as miras das armas.
Sebastian Pig carregando seu rifle calibre doze se aproxima com seu aspecto
bruto e com olhar fixo diz:
_Então, Benayla Yriodit... Desejaria
muito que não o fosse, porém em sua carga está contida a mercadoria que tanto
preciso para resolver um pequeno negócio particular - o disse com ar afanado seguido
de uma cínica risada.
_Muito bem, conseguiu me vencer! Pela
segunda vez fui roubado, mas nunca te pouparei até que eu te faça pagar cada
peso dessa mercadoria.
O disse com olhar de vingança, em seguida,
um dos ajudantes do traficante o golpeia no abdômen a mando do líder que se
aproxima de Flammer e toma nas mãos o seu colar rústico enrolando com o punho.
Sebastian Pig, pegando firme o colar
feito pelo bivalve encontrado na ilha, impulsiona-o para frente:
_Deixa de conversa Flammer. – o disse
frente à frente puxando ao mesmo tempo o colar com a concha de seu pescoço e
retirando-a com a mão.
_Peguem toda a mercadoria já! – ordena
aos seus capangas ao se virar para o caminhão de origem.
Imediatamente eles evacuam a carga e roubam
as mercadorias, o grupo se despede vibrando com a conquista. Flammer ainda
permanecia na estrada a espera de Rajid após trocar o pneu, era o último
motorista que vinha atrás. O grupo se reúne para combinarem os planos, já não
havia mais porções, e somente uma parte da mercadoria restou permanecendo no
outro caminhão de Rajid.
O BIVALVE MÉSTRE
Alguns meses depois, a situação
econômica do Clube Barony inicia uma fase de colapsos. O equilíbrio gerado
pelos traficantes parecia menos lucrável. A estabilidade ainda era mantida na
matriz transferida para Nova Delhi no início daquele ano. No entanto, Flammer
passou a sofrer problemas pessoais, tendo percas importantes em seus negócios
internos.
Os principais meios de transportes
cargueiros, após a apreensão do mais recente oponente, em fim, foram
recuperados. Primeiro o aparatoso caminhão de cabine dupla e depois a lancha,
que percorreu as principais margens do Golfo de Bengala após ser liberada ao término
das negociações no píer. Porém o grupo havia perdido uma mercadoria excedente
das negociações anteriores, quando uma cilada inesperada de Sebastian Pig,
acabou por apoderar-se da carga.
A conta cobrada pela constante insistência
do inimigo pôde, ora, ser recompensada pela mercadoria apreendia, mas Flammer
não conseguia se contentar com o fato de que sua última mercadoria havia sido
saqueada incondicionalmente por Sebastian Pig. Tudo parecia fora de ordem,
Flammer sofria percas irremissíveis, suas mercadorias eram dissolvidas, às
vezes, com lucros inexistentes, endividado ou enganado por clientes
desconhecidos.
Além das demais circunstâncias, Flammer
enfrentava um receio íntimo, uma cisma que o molestava, algo que parecia persegui-lo
em todos os lugares por onde freqüentava. Notar o ambiente, as pessoas, sua
vida mudar repentinamente, o preocupava.
O estigma era nada inerente à uma doença
letal, mas um mistério que deveria ser desvendado. Sua relação financeira e
comercial parecia ser afetada por algo ainda secreto, talvez, uma influência, um
dilema que, por algumas vezes, o impedia de manifestar suas habilidades,
dando-lhe sempre a impressão de sonegação. Os clientes e sócios concluíram desistentes
aos negócios e sua fama logo se esvanecia.
Isto não foi o bastante, durante aqueles
meses após o retorno à ilha Flammer passou a ter sonhos estranhos e alucinações
sobre as pessoas que observava andar naturais pelas ruas, percebendo, além do
rosto de cada qual, o aspecto das pessoas da tribo daquela longínqua ilha, via
como em flashes passageiros. Às vezes, enquanto andava, ouvia as vozes que o
chamava pelo nome, mas sem nada saber de onde surgiam, se sentia inquieto.
A polícia cada vez mais o surpreendia
confiscando maior parte de suas drogas, de sorte, nada seria de grande valor
para acarretar a economia em Nova Delhi. Aos poucos foi perdendo seu dinheiro
que também servia para pagar a consumação exagerada ao sair pelas noites de
insônia, sendo perturbado, às vezes, pelas vozes que ouvia de língua diferente,
a mesma ouvida na ilha quando na primeira missão havia se encontrado com certos
tribais e cuja palavra apenas entendia-se seu nome.
Em seu escritório particular, Flammer
organizava suas pastas e arquivos dos contratos mais importantes a respeito de seus
bens financeiros, deveria negociá-los com urgência, algo inesperado poderia
acontecer e interferir em seus planos.
Enquanto estava sentado em sua mesa
separando os papéis colocando-os em uma pequena pasta, ocorre um inesperado
telefonema de um dos seus homens. Um pouco afobado em um tom lamentável, o assistente
comunica, sobre a mercadoria e o confisco dos carros, uma emboscada sem
precedentes. Após algum suspense ele finalmente declara:
_Infelizmente o dinheiro foi confiscado,
um de nós está detido. – informou o capanga.
Flammer desliga o telefone, recebe o
aviso indignado, ordenou que o tráfico pela via leste fosse cessado. Por um
longo tempo permaneceu paralisado e pensativo, novamente aquele estranho
estigma o assombrava. Com o rosto franzido e suas mãos afagando o queixo
Flammer admirava do para-peito da janela à sua frente, o longo fluxo de carros.
Assim tudo agora, parecia estagnado,
ainda lhe restava uma parte dos narcóticos a ser negociado. Em sua pasta, são
colocados os arquivos de suas propriedades e em seguida, sai de seu escritório
exaurido e problemático quanto ao ocorrido, ao mesmo tempo, apressado para
encontrar-se com seu sócio Sehn Marunag. Uma ocasião em que, também, seria
congratulado pela chantagem feita contra o terrível Sebastian Pig.
Flammer segue em direção aos carros
estacionados próximos à saída do Clube Barony para acessar seu veículo. Três
carros diferentes ocupavam as vagas desde o cruzamento do quarteirão até
próximo da entrada de um famoso restaurante situado na redondeza. Andava passos
apertados rumo ao seu carro, que era o primeiro rente a passagem da linha de
pedestre.
Prestes a entrar pela porta do
motorista, já com a porta semi-aberta, algo estranho ocorria, um pequeno
acidente com uma mulher. A pessoa atravessava a rua distraída e elegante com
seu óculos escuro. Apenas obedecia a sinalização que permitia a travessia dos
pedestres.
OS SINAIS
Sem que o veículo fosse percebido, a
pessoa continuava a andar. O carro surgiu em velocidade lenta, mas não
conseguiu parar antes da faixa de listras brancas do asfalto e inevitavelmente
atingiu a mulher que naquele mesmo instante atravessava a rua.
Os freios não foram eficazes para
impedir o impacto, de sorte que não foi uma forte colisão, mas o suficiente
para impulsionar a mulher que se desequilibra dos seus sapatos caindo cineticamente
no local.
Flammer ao ouvir o barulho olha para o
lado, a mulher havia caído com um pequeno impacto, seus objetos foram lançados
ao chão e seu valioso colar de pérolas arrebentou-se. Uma das esferas soltas
seguia rolando lentamente em direção à Flammer.
Seu pé calçando um belo sapato preto
lustrado conseguiu agilidade. Num pique rápido, fez com que a pérola fosse paralisada
pisando-a por cima. Ele se reclina e a toma pela mão. Uma pérola idêntica as
quais ele havia conseguido na ilha perdida, uma preciosidade.
Olhando-a atentamente enroscando aos
dedos Flammer reconheceu que a esfera de fato era uma das peças adquiridas da
sua porção após a exploração da ilha na baía de Java na Indonésia.
Algo parecia intrincá-lo naquele
momento, um sentimento estranho de alerta e dúvida o circundava.
Tudo em sua volta havia mentalmente
parado. Flammer tentava descobrir a razão para tal receio. Retornando a consciência
de súbito, devolve a peça para um dos guardas de trânsito que auxiliava a
vítima ao sustentá-la pelos braços. Esta não era a primeira vez que este
sentimento lhe ocorria, desde o píer de Sebastian Pig até agora, alguns maus
pressentimentos vinha o perseguindo.
Em seguida, após o acidente, Flammer acessa
o carro ao encontro com Sehn Marunagh. Esta não seria a primeira tentativa de
encontrá-lo, muitas vezes seu telefone se encontrava desligado ou indisponível.
Seu envolvimento com o tráfico estava prestes a acabar sem lucros, dependia
apenas deste acordo com Marunagh que em poucas horas estaria deixando a cidade
e partindo para o exterior.
Flammer dirigia rumo ao hotel sempre na expectativa
de encontrá-lo. Sentia-se constrangido a ponto de perder seu crédito. O
trânsito congestionado, as buzinas e as adversidades decorrentes de toda
turbulência, o contrariava.
Flammer chega rápido em frente ao hotel
onde Marunagh estava hospedado. Com grande pressa ele desce do carro. Andava
passos apertados, tinha pouco tempo até o fim do dia quando Marunagh estaria de
partida.
A informação quanto ao paradeiro de tal hospede
é solicitada na recepção à uma receptora no salão central. Com um tom de voz
grave de preocupação, Flammer chega a assustar a recepcionista que, lamentavelmente,
lhe informa sobre o atraso.
Marunagh havia saído pouco tempo antes,
mas uma indicação de outro local onde ele provavelmente poderia estar foi informado.
Flammer sai do hotel com rapidez e retorna ao carro dirigindo até uma sala
comercial para aluguel de carros em uma zona nobre da cidade.
Houve um engano, Marunagh não estava
neste local e outra vez ligando pelo celular, após varias tentativas, ele
finalmente consegue atendê-lo.
Com um tom de vóz aliviado ele pergunta
sobre seu paradeiro. Marunagh responde estando no carro partindo rumo à uma
firma de aluguéis de carro para a devolução do veículo. Flammer Desliga o
telefone e após ter andado vários quilômetros ao sul é obrigado a fazer o
retorno agravando mais sua impaciência.
Durante o percurso observava ao redor as
pessoas. Tudo estava estranho, seu relógio parecia irregular e estacionado em local
interditado na pista é obrigado a esperar pela lentidão do trânsito. Ele perde
o horário e novamente outro desencontro com seu sócio se repete.
Flammer se sente bastante transtornado,
já era quase noite e ele tinha poucas horas para reencontrá-lo. Bastante ágil
ele retorna ao hotel, o trânsito permanecia lento. O clima quente e agitado o
desgastava aos poucos.
Um suor percorre seu rosto e finalmente
após quase uma hora e meio no trânsito, quando já a noite, ele alcança a rua
principal em cujo quarteirão estava localizado o hotel.
Um pouco longe estacionado em um sinal
próximo a saída do hall, Flammer finalmente visualiza Marunagh.
Com mais alguns ajudantes e outros
empregados do hotel saía em direção ao carro, ajustando as bagagens. Movendo
seu rosto reclinando para frente, Flammer tentava ter melhor percepção do
cliente, de fato eram os negociadores e estavam prestes a sair. Um dos
empregados fecha o porta-malas.
Quando tudo pronto, o motorista entra e Marunagh
do outro lado. Flammer se conturba, seu rosto agora se move abaixo do
retrovisor central, tentava observar o semáforo à cima. O sinal permanecia
vermelho, Flammer apenas desejava que o sinal tornasse verde. Sentia-se ainda
mais preocupado ao notar o carro iniciando a baliza e sair do encostamento.
O sinal se abre, Flammer engata a marcha
antecipadamente fazendo uma largada perigosa à ponto de arranhar os pneus com a
aderência na pista. Eles já estavam mais adiante, o fluxo de carros naquela
hora era mais intenso, o carro mudava o caminho em vários trajetos diferentes
da direção indicada pelas placas ao aeroporto.
Obviamente o grupo estaria indo rumo ao
aeroporto, mas outro imprevisto parecia haver. Flammer os perde de vista,
retornando à leste na esperança de encontrá-los no aeroporto seguindo pela
placa direcional.
Flammer faz uma ligação para Marunagh
que estava para negociá-lo. Informava ainda interessado, mas não podia perder
seu vôo, perguntando a localidade do carro e o motivo das mudanças, avisou
estar logo atrás em seguida ao grupo.
O traficante explica que havia mudado
apenas para fugir do congestionamento, a negociação é marcada no aeroporto.
No hall do aeroporto, Flammer não consegue
encontrá-lo e inevitavelmente ocorre mais uma contradição.
A mercadoria deveria ser adiada ou feita
por envio postal, mas certamente aquela negociação foi fracassada e Flammer
estava a ponto de perder mais um de seus empreendimentos.
A INFORMAÇÃO DE RYAH
No outro dia, após fazer uma viajem de
retorno à Dacka, capital de Bangladesh, para uma conferência do grupo a fim de
financiar o último prédio restante do Clube Barony, Flammer chega em seu
apartamento bastante exausto. Uma grande linha de remédios havia chegado do
exterior e novos frascos foram clonados para o próximo estoque de vendas. Em
seu sofá, Flammer deita repentinamente após a reunião. Não conseguia se
contentar com a venda das drogas e tampouco com a apreensão de seu veículo na
Índia.
O tráfico permanecia estagnado e de
todos que lhe restava presente no clube, ainda havia um de seus motoristas no
escritório, fazia a inspeção dos frascos. Ryah, um ajudante perspicaz motorista
de carro, também envolvido no plano de captação de pérolas na ilha, é convidado
para uma conversa particular. Flammer relata sobre a situação e que algo além
de tudo que ele até agora sofria estaria relacionado com algum mistério na
ilha.
Ele não conseguia desvendar este estigma
e tampouco entender porque ele não encontrava oportunidades. Estando no fiasco
e na lamúria, enfrentava muitas contradições e desejava uma sugestão emergente
do seu então sócio.
Era noite, Ryah se aproximava da sala
para um breve diálogo após a ordem do chefe. Ao entrar, cumprimenta seu patrão
que lhe oferece lugar em uma pequena mesa de sua sala. Ambos conversam sobre
alguns prejuízos decorrentes. Finalmente Ryah diz algo sobre o assunto:
_Razoável, todas estas investidas não se
comparam com a crise passada. As relações com Ganiev e tampouco a dívida com
Sebastian Pig. Esta perca foi demasiada e surpreendente.
_Tudo culminou com o retorno a ilha até
aqui, desde a segunda ida tenho notado esta diferença. – Ryah introduz seu
relato, estava prestes a revelar à Flammer algum segredo, sua seriedade era
prova disto.
_Até agora já foram quatro detidos, e
por pouco também não fui. – continuou - Mas permaneci na ilha enquanto os
helicópteros erguiam vôo. Os agentes da reserva florestal levaram todo o grupo
do acampamento à uma delegacia na Indonésia. Rajid e o piloto de Nycolas
acompanharam o interrogatório. Jhason e eu seríamos os próximos.
_Ficamos com mais outros cinco
desconhecidos. - continuou - Estes tentaram fugir quando Nycolas também havia
se perdido na ilha. Enquanto éramos interrogados, relataram sobre a experiência
vivida na ilha após sofrerem um naufrágio em um embarque à Kuala Lumpur da
Malásia.
_Alguns mistérios da tribo foram comentados
em particular, por um deles. Seu nome era Kihuri, falava sobre as pérolas que
tínhamos encontrado e sobre a tribo que os ajudaram. E como presumido, de fato
pode existir um segredo por trás destes ocorridos. Existe um mistério nesta
ilha, que segundo este homem, está relacionado com uma concha, uma espécie de bivalve...
o bivalve mestre ele me disse.
_Correto! - disse Flammer com o rosto
pasmo devido a assimilação dos fatos - coincidentemente aquela concha que usava
no pescoço era uma espécie de bivalve. Perdi o colar no conflito com Sebastian
Pig que sorrateiramente me a tomou do pescoço. Continue... Que significado tem
este bivalve?
_Sinto em dizer-lhe, mas será um pouco
estranho. Também não compreendi quando soube do início e desconsiderei sobre a
importância daquela peça do seu colar. Tampouco sabia que era uma espécie de bivalve
mestre, mas aquele companheiro na sala de espera da delegacia me disse que a
tribo tinha um ritual, cuja concha seria a principal peça do rito. Este objeto
seria oferecido ao deus como símbolo da colheita.
_Ele também dizia sobre a enchente, -
continuou - que se com uma força brutal arrebatasse a concha ou se alguém a
roubasse, esta colheita seria escassa e assim como o responsável pela ausência
do bivalve, aqueles também seriam fracos até a destruição da concha para acabar
com o assombro e até a reposição de outro bivalve para tornar a colheita normal.
Por um instante Flammer permaneceu
paralisado, franzindo o rosto e começou a pensar naquele momento no interior da
gruta quando pegara pela primeira vez a estranha concha. Certamente ela estava
presa na estátua e tudo estava ligado à este fato. Aquelas pessoas que via na
rua, a presença da tribo e as vozes, tudo foi tendo ligações e ele se sentia
ainda mais pasmo. Não tinha mais escolhas, o bivalve mestre deveria ser
aniquilado o quanto antes.
O colar da concha não se encontrava em nenhum
outro paradeiro tão acessível, senão, no próprio pescoço do tenebroso Sebastin
Pig.
_Basta! - disse Flammer tornando ao seu
aspecto normal - Sebastian Pig é definitivamente o autor da cilada e deste
prejuízo. Eu mesmo o derrotarei, queira esta concha exista ou não, acompanhado
ou não, irei ao seu encalço! - imediatamente ele pega sua pistola do coldre de
sua cintura e se levantando da mesa com o rosto bravo, prosseguiu:
_Hoje mesmo invadirei aquele clube. -
depositou as últimas munições no seu cartucho - Faça as ligações Ryah, -
ordenou em tom determinado - pegue os carros. Será hoje à noite, Sebastian Pig
se arrependerá do dia que me importunou com sua chantagem, transformarei seu clube
em um verdadeiro chiqueiro.
Ryah se apressou com o armamento no interior
de uma dispensa na casa de Flammer e colocou-os em uma caixa de acrílico, logo,
outros dois auxiliares foram chegando, não recusaram ajudá-lo, a notícia era
alarmante. Rajid se aproximava com seu carro.
Foi informado sobre o plano, em pouco
tempo chegava à entrada do Clube Barony. De longe, ouvia-se as derrapadas,
ambos desciam com as armas. Jhason chegava em seguida, nos carros haviam quatro
com cada motorista, ao todo dez, além dos outros que agora se aproximavam pela
garagem.
O grupo acessou os carros rapidamente e
saiu em seguida com o armamento. A hora estava próxima, um deles fingia fazer
alguns contatos com Sebastian Pig a fim de espioná-lo. Ele seria pego de
surpresa.
A INVASÃO
Os carros andavam velozes pelas ruas, a
adrenalina era muita, ainda havia mais outros dois motoqueiros, entre estes, Elijah.
Assim, ainda que fossem ao próprio clube de Sebastian Pig, estavam dispostos a
derrotá-lo.
O clube do adversário não estava longe,
o primeiro carro avista a entrada. Além dos refletores, somente a luz da cabine
permanecia acesa. Já era noite, um vigilante interno parecia disperso, Ryah não
se hesitou, ultrapassou a barreira da portaria que seguia por algumas faixas
amarelas de restrição, arremessando-a totalmente para o alto. Embora constituída
de ferro, a barreira não suportou, sua pouca rigidez não foi párea para o
impacto com o carro. Uma longa trilha de ardósia separava a entrada do ambiente
central.
A vidraça da guariba é destruída, a barreira
estava corrompida, o guarda de vigia sacou sua arma e revidou os primeiros
disparos ainda de longe, o segundo carro e as motocicletas passam em seguida.
O
grupo andava veloz, o guarda comunica Sebastian Pig sobre a invasão e da iminente
investida do clube Barony, que prontamente se equipou com seus capangas. O
aviso era preocupante, um suspense dominava a atenção de muitos, uma parte do
grupo sacando as armas e engatilhando-as à procura do alvo, permanecia pela
varanda superior. Os carros derrapavam pela trilha de acesso fazendo alguns
homens saírem à força para não serem atropelados. O homem da guariba é
aniquilado.
O grupo estaciona, do lado interno, o
aviso é dado. Das janelas dos carros os comparsas de Flammer disparavam os
primeiros tiros contra a cabine de Sebastian Pig. Localizado no segundo andar
de um restaurante particular, o ambiente também era um local de administração.
Houve grande turbulência entre os clientes e os garçons.
Sobre uma das motocicletas Elijah fazia cuspir
incessante pólvora de sua metralhadora, mantinha-se protegido por um dos
arbustos da entrada. Uma extensa coluna
de vidro fosco foi sendo destruída.
Os tiros vinham do alto da cabine, em
contra partida, o grupo revidava com metralhadoras semi-automáticas, Ken
Striper dava cobertura para a fuga dos seguranças. O conflito permanecia acirrado,
Sebastian Pig foi pego de surpresa, tendo quase a mesma quantidade de homens
ainda que no seu próprio estabelecimento. Aos poucos algumas vítimas foram
sendo eliminadas. A polícia já havia sido acionada por outros clientes convidados
que presenciavam o conflito. Houve troca de tiros intermitentes, os grupos se
separavam em uma distância considerável, alguns ainda dentro do carro resolvem
descer para se aproximarem da janela. Outros também dentro da cabine interna
desciam pelas janelas da varanda do restaurante, para atacá-los pela parte
inferior. Os vidros quase todos estilhaçados possibilitou a invasão. Muitos
convidados deitavam no chão ou fugiam desesperados.
Os tiros continuavam, quatro do grupo em
um dos carros de Flammer resolvem dar a volta por trás estacionando em frente à
entrada de um pequeno solário paisagístico, contornado por um jardim
neotropical em cujo centro observava-se um flamboyant, enquanto o segundo carro
realizava uma ofensiva pelo frontispício do salão.
Uma parte do grupo conduzida por Jhason
acessava os corredores internos até a entrada nos fundos, os adversários
surgiam de súbito e se confrontavam com menor vantagem. Até o momento havia
cinco eliminados e outros feridos, a polícia estava a caminho enquanto Flammer
avançava com seu grupo para aniquilarem os capangas de Sebastian Pig.
Sua atenção era controlada paralelamente
ao redirecionamento do seu revólver. A antiga influência da ilha torna a
afetá-lo, seus pensamentos se sobrecarregavam, os alvos se disseminavam com os
reflexos ilusionistas da tribo. Os primeiros a invadir o grande saguão superior
foram recebidos por ataques surpresas. A polícia surge, estavam altamente
armados, aos poucos protegiam as pessoas vitimadas, alguns pelo lado externo
foram detidos e o primeiro carro abandonado.
Por cima, o conflito era equilibrado, Flammer
se recuperava do rápido êxtase que de modo muito estranho havia o apanhado. Ganhando
vantagem contra os adversários, conseguiu desarmar grande parte do grupo de Pig
enquanto invadia o segundo piso. Os oponentes não hesitaram em atacá-lo,
tentando se proteger atrás de uma das mesas do salão superior, era protegido
por Ryah e os outros que invadiam pelo lado de trás.
Enquanto por outro lado, os três
sobreviventes armados se espalhavam pelos outros cantos, se escondendo por debaixo
de alguns armários metálicos.
Sebastian Pig procedia da mesma forma
pelos fundos do salão, passou a ser protegido pelas obstruções de alguns
aparadores de granito. Do lado de fora, finalmente o restante do grupo se
rende, os atiradores se alarmam ao perceberem o sinal das sirenes que se demoviam
pelos refletores vermelho. Outros três oponentes desarmados fugiam pelos fundos,
a polícia avança até o restaurante.
Antes que houvesse a invasão pelo salão
superior, Sebastian Pig atinge Flammer sendo o último na tentativa da fuga com o
grupo que fugia pela janela. O tiro acertando as costas lhe atinge o tórax de
raspão, a vítima permanece no chão enfraquecido com sua mão ainda engatilhando
a pistola.
Os policiais invadem subitamente ao
romper da porta, uma outra divisória dos fundos ainda era desajustada quando
ocorria a fuga. O grupo de Flammer consegue fugir com os dois motoqueiros ao
descerem pelas janelas, enquanto os homens de Sebastian Pig fugiam pela saída
de emergência dos fundos. Dois policiais da operação chegavam escalando em
rapéu da janela frontal.
O espaço do saguão era extenso, havia
muitos objetos, de modo que os outros dois policiais que invadiam pela escada
deveriam ser cautelosos para não serem atacados de surpresa. Dessa forma um dos
policiais libera uma cortina de fumaça feito por uma granada de gás. Alguns
homens feridos estavam ao chão pela parte inferior.
O ACERTO FINAL
Flammer, no segundo andar, que sem ser
percebido pelos policiais, disfarçava enquanto permanecia deitado.
Agora seria o momento definitivo para
Flammer. Realmente o disparo foi a prova evidente da influência do bivalve. A
sobrecarga de sua mente se agravava ainda mais ao ser atingido. Suas vistas
pesadas estavam embaçadas, seus pensamentos fustigados, o ocorrido era
demasiado para Flammer.
Olhando devagar ao lado ele via uma
penumbra de um homem se aproximar como em câmera-lenta.
Era Sebastian Pig, permaneceu sozinho
após a fuga de seus capangas pelos fundos, não percebeu que a fuga do grupo se
tratava da ação da polícia, mas queria se certificar de que seu êxito contra o
adversário estava outorgado naquele momento. Flammer não se movimentava, o
esquadrão policial invade impedindo que Sebastian Pig pressionasse o gatilho
prestes a derrotá-lo.
Por outro lado, a influência da ilha
deveria ser quebrada, Flammer não poderia se render, seus pensamentos se revigoram,
aos poucos uma força interior ia sendo absorvida, Sebastian Pig se rende ao
levantar das mãos.
Flammer ainda não era identificado, as
vozes dos policiais lhe forçaram as vistas, que antes fechadas, agora se fixavam
contra seu alvo.
A ação de dois policiais de lados
opostos à Sebastian Pig condicionou tempo e mobilidade à Flammer que, com
esforço, alçou lentamente sua pistola em direção ao peito de seu oponente com o
apoio do outro braço ao chão.
Antes de ser percebido por alguém,
Flammer consegue engatilhar seu dedo à pistola, franziu seu rosto realizando um
esforço ao mirar contra o bivalve mestre.
Aquele era o último instante, dois
policiais da operação condicionavam um espaço de um metro em cada lado do alvo
antes de detê-lo. Cada segundo era primordial, Flammer deveria ser mais ágil, o
alvo é identificado, Sebastian Pig permanecia imóvel, ma antes que os policiais
agissem, Flammer pressiona o gatilho, sua última tentativa estava lançada.
Conforme o relado de Ryah, o único modo para
quebrar o feitiço seria a destruição do bivalve mestre. O colar ainda estava
exposto sobre seu peito, a bala saia pelo cano da pistola subitamente após um
disparo de Flammer, seguindo contra a direção de Sebastian Pig, prestes a
acertá-lo, qualquer movimento seria fatal.
Flammer, reunindo sua vingança ao ser
roubado pelo inimigo junto com o desejo em se libertar da influência mística da
desconhecida tribo na ilha perdida, desejava apenas que sua missão fosse
cumprida antes de ser detido pelos policiais.
Em frações de segundos, sob um disparo
surpreendente, o objeto é atingido ficando totalmente destruído, a bala em fim,
crava seu colete a prova de bala vestido antes da investida de Flammer.
O oponente se desvanecia impulsionado
para trás, como
Os policiais rapidamente mobilizam os
criminosos. As algemas são ajustadas ao punho de Flammer que permanecia ao chão
em situação de risco. Sebastian Pig, não reagia, permanecia em estado de choque.
Alguns capangas foram levados presos, outros fugiram durante o conflito, cinco vítimas
resultantes, mas o objetivo de Flammer havia se cumprido.
Após a segunda operação na ilha, ambos
os negociadores tiveram suas economias ampliadas. O dinheiro para Nycolas era
imensurável, projetou-se estrategicamente em vários pontos da cidade
tornando-se um dos mais influentes na região. Flammer fez suas negociações com
os mesmos clientes habituais e teve grande influência no comércio de
pedras-preciosas.
Porém grande quantidade se esgotou com
as vendas. O grupo manteve o comércio contribuindo com o fornecimento de
substâncias químicas adulteradas, com criação de drogas especiais e na relação
de pesquisas de substâncias nucleares, além dos famosos remédios transgênicos.
O dinheiro foi investido em novas
substâncias farmacêuticas, e este continuou como principal esquema para o Clube
Barony, que, além disso, transportava suas mercadorias nas rodovias da Índia em
cuja estrada também operava o afamado e sombrio Sebastian Pig.
Quanto ao Clube Barony, encerraram-se as
negociações, mas tornaram sócios de Sehn Marunagh, um comerciante de drogas
bastante influente no transporte de mercadorias, foi também indicado por
Nycolas que o conhecera a mais tempo.
Nada se sabia sobre seus planos, mas
sempre seus produtos comercializados eram de alta garantia, era um traficante
forte de drogas farmacêuticas.
Antes de ser detido, Flammer esperava
encontrá-lo na cidade após uma viagem feita sob encomenda de uma distribuidora,
mas tinha poucas oportunidades para combinar um local apropriado para fazerem
acordos, devido os grandes riscos que Marunagh enfrentava durante seu trabalho
urbano. Acreditava que poderia ser suspeito pela policia.
Além das pérolas, também havia algumas
conchas exóticas levadas pela dupla para uso pessoal. Flammer, antes das
últimas negociações, permaneceu preso durante longo tempo após o conflito com
Sebastian Pig que contou com o apoio de Ken Striper para manter a administração
do clube. Ambos pagam fiança, após cumprir um terço da pena.
Ryah Uzmiel passou a administrar o dinheiro
do Clube Barony com apoio de Elijah. Ambos se submetiam a administração
absoluta de Bernard Yriodit, sobrinho de Flammer, havia recebido as
promissórias antes da detenção.
Manteve as negociações ativas com muitos
comerciantes farmacêuticos e conseguiu trocar boa parte das drogas até
equilibrar a economia.
Os galpões
Tempos mais tarde, os concorrentes do
clube se dissiparam, muitos se afastaram do campo dando maior liberalidade à Bernard
Yriodit que conseguiu ampliar a economia interna. O caminhão de cabine dupla
ainda era um dos favoritos, foi recuperado antes da fuga de Jhason, no mesmo
dia do conflito.
Ryah conseguia boa parte da grana pelo
caixa do restaurante de Sebastian Pig, passou suas férias no Oberoi Rajvilas,
em Jaipur. Elijah também encontrou algumas joias no compartimento superior
antes da fuga pela janela. Rajid ainda conseguiu saquear o cofre secreto antes
da chegada policial, passou as férias no sul.
Sebastian Pig ressurgiria após o extraordinário
ataque de Flammer, teve desvantagens contra o grupo de Ryah que se contentou ao
recuperar os domínios da cidade
O PRESENTIMENTO
Alguns
dias após o grande conflito se passaram e um destes dias surge naturalmente
como os outros demais dias daquela época do ano. Um dia de ar fresco se
dissipava por toda relva do campo na ilha perdida, onde a pouco tempo fora
explorada pelos aventureiros. A ilha se chama Bellmont, seu nome original foi
dado pelos integrantes do Clube Barony, uma ilha pacata e desconhecida à cerca
de setenta e cinco quilômetros de Chistmas, outra ilha remota por aquela
redondeza.
Ainda era manhã de clima escasso, por
algumas partes poderia notar alguma escuridão da noite. Aos poucos a claridade
invadia o alto céu, uma neblina se firmava pelas partes superficiais da seiva.
Um chefe tribal andava passos lentos em
direção ao pico de uma rocha por onde vários dias estivera a observar aquele
mesmo campo. Um suspiro imediato lhe fez recordar sobre a busca do bivalve
mestre. Este seria o responsável pela reposição da peça, que na verdade havia
sido retirada do busto do elefante por Flammer.
Seu cajado ao lado lhe dava uma
característica fundamental no tocante a sua liderança na tribo. Observando o
sol surgir aos poucos, apenas apreciava os últimos instantes da neblina que se
debruçava sobre a grande seiva. Não demorou muito para que retornasse ao
acampamento.
Alguns ainda trabalhavam distraídos e
lentos após uma noite de sono. Outros passeavam pela área central. Este seria o
dia posterior ao conflito no Clube Pig. O chefe no mesmo instante surge com seu
cajado, todos se assustam, não era comum o chefe aparecer por aquela área
naquele mesmo horário.
Um sinal de suspense foi emitido por seu
semblante. Nada obstante a notícia é emitida:
_O bivalve mestre foi destruído! – disse
por uma voz rouca e abafadiça.
Quase que por instinto o chefe havia
pressentido a quebra da peça. Talvez por isso não se saberia sobre como estaria
a concha, após ser levada por aqueles estranhos exploradores. A certeza foi
dada tão-somente pelo pressentimento, mas também pela seiva que agora dava os
primeiros sinais dos frutos.
De acordo com o ritual, o bivalve mestre
deve ser destruído para a fartura na colheita e para a cessação da influência
tribal ao suposto violador.
Logo após o dito, um urro de comemoração
surgiu por toda tribo. Alguns comemoravam em danças e também alçando as
espingardas para o alto. Em torno da grande copa de árvores, os tribais se
alegravam com a notícia e o clima nunca esteve tão contagiante como após aquele
estranho acontecimento.
FIM