sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

(1ª edição) Série X-Club apresenta: Crystal Green - A previsão da pedra do sonho

 

 

 

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CRYSTAL GREEN 

 

1 PARTE: O CRISTAL VERDE A PREVISÃO DA PEDRA DO SONHO

 

POR: GUILHERME PALHARES

 

 

 

 

Ilustração

João Carlos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dados Internacionais de Catalogação (CIP)

 


Catalagação SP - 2009

Copyright©

Edição Arch

Bibliografia.

ISBN 65-1793-8988

 

Editor: Edward Rhozter

Tradução: Samir Blast

Revisão: Dyman Throika

Ilustração: Amanda Kitchener

 

Introução e seleção Sylvie&Debs

Patativa Pinheiro

01-564-800

                                    CDD-023

Índices para catálogo sistemáticos

I Crime – 0350

II Aventura – 0381

 

Editora® Delartes 1986

Maps World Diagramation

 

 

 

A MINA

 

 

Três horas da tarde, dia de muito calor em Sylhet, distrito de Bangladesh ao norte. Numa mineradora de captação de pedras preciosas, chamada Bangladiamond muitos mineradores trabalhavam para a captação de diamantes. O trabalho era árduo, muitos manuseavam comboios para dentro da mina, outros saiam já com os cristais arrecadados. A mina possuía em seu interior galerias com túneis gigantescos e ainda havia uma trilha de ferro para passagem dos comboios, foi construída pela mineradora para locomoção das pedras captadas.

Por estas horas um sinal é acionado de longe, era o alerta para os mineiros saírem do interior para uma explosão iminente. Naquela área por onde os mineiros estavam havia sido encontrado grande quantidade de cristais e indícios de diamantes. O estranho é que todos se encontravam desmaiados a beira de uma grande rocha interna por dentro da gruta. Esta era a mesma rocha onde fora encontrado os vestígios de cristais.

Os minutos se passam, e o mineiro responsável pela detonação estranhava a ausência dos comboios. Quando próximo da explosão, e conforme a saída não realizada dos trabalhadores internos, a equipe pelo lado de fora entra em pânico. O responsável tenta desativar o detonador, mas sem sucesso, assiste tudo acontecer. Ocorre uma explosão seguida de um tremor térreo, todavia, foi uma tragédia à vista do responsável, os mineiros ficaram presos pelo lado interior da mina e agora a equipe nada podia fazer.

Após o acidente muitos dias de busca se passam, felizmente os mineiros foram resgatados. Contudo a mina foi bloqueada pelo governo, o desmaio relatado pelos mineiros era uma presunção para a empresa que preferia acreditar em uso de drogas alucinógenas. As notícias eram decorrentes em todos os jornais do país, o governo preferiu censurar o caso e descartar a hipótese de sabotagem. A empresa acabou sendo multada, muitos funcionários foram indenizados e depois disto não voltou a funcionar mais.

O governo acabou apropriando a mina e guardou com sigilo o segredo da existência de diamantes na gruta. Isto evitaria conflitos futurísticos e a atração de garimpeiros ilegais. 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

     

      A história de um audacioso charlatão das índias conduz muitas considerações de pequenos conceitos pragmáticos à uma real aceitação da vida moderna. Benayla Yriodit personagem protagonista sofre constantes tarefas autônomas que o obriga a aventuras jamais praticadas. Uma viajem, embora dirigida por criminosos, demonstra detalhes ambientais em traços invertidos. O enredo trata-se de uma tática bastante delicada em que os membros do secreto Clube Barony deverão desenvolver ao longo dos dias. A cidade principal é Bangladesh, país situado à leste da Índia entre Nepal, Birmânia e o Oceano Índico. Alguns cenários são fictícios, os prédios são modernos e a economia vigente segue um alto padrão de vida. Nova Delhi surge como cidade secundaria, local onde o motorista do grupo e um dos espiões serão selecionados para tarefa.

      Após o tráfico das drogas adulteradas serem inibidas, o clube decide por um outro método mercantil. As pedras-preciosas se tornaram o principal meio econômico do grupo, mas acabam por aferi-los em um tipo de sinuca real. Tendo a promessa de entregar os diamantes à um joalheiro em um prazo de oito dias, Flammer, pseudo nome de Benayla, terá que correr contra o tempo para conseguir o pedido feito.

Muitas situações o levarão à exploração de uma ilha perdida e pouco povoada. A sorte entregue por um antigo companheiro será a solução, muitas aventuras serão enfrentadas e a encomenda finalmente será entregue.

O uso do helicóptero para atravessar o oceano, raras vezes é aconselhável, mas uma aventura típica das décadas dos anos dois mil, emitirá um suspense agradável aos leitores que se divertirão em todo trajeto realizado pelo grupo e conseguirão mais uma passagem para um embarque emocionante nas aventuras do Clube Barony.

Bangladesh é um país cuja capital é Dhaka, com poucas elevações acima do nível do mar, com grandes rios em todo seu território situado ao sul da Ásia é um país considerado em desenvolvimento. Sua costa é uma imensa selva pantanosa, limitada ao norte do Golfo de Bengala. Formada por uma grande planície pelo delta do rio Ganges e seus afluentes, Bangladesch é um país rico em minerais. As terras de aluvião de Bangladesh são muito férteis, uma vez que são vulneráveis às inundações e à seca.

As únicas montanhas fora da planície são os trechos de colinas de Chittagong, onde situa-se o ponto culminante do país no sudeste, e a divisão de Sylhet no nordeste. Surgindo como cenário principal da história. Bangladesh tem um clima subtropical, caracterizado pela temporada de chuvas anuais, temperaturas moderadamente calorosas e uma grande umidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O CLUBE

     

 

      Benayla Yriodict, um negociante secreto de uma organização que opera em pequenos pontos da zona central da cidade de Dhaka na costa sul do Oceano Índico. Seu apelido é Flammer, tem como principal trabalho o comércio de drogas adulteradas. Homem de espírito cáustico, estatura rígida, expressão fatídica, pelos ralos e cabelos grisalhos próprio de um convalescente. Bastante vaidoso, Benayla também é um tipo de charlatão do crime, possui ao longo do corpo objetos valiosos tais como relógio, pulseiras e outros acessórios tecnológicos. Além de suas próprias roupas combinantes do tipo social esportivo, costuma também usar trajes comuns de um aventureiro passivo.

      Em um prédio moderno na região nobre da cidade de Dhaka onde vive, Flammer permanece ocupado com seus negócios secretos. Assentado em uma mesa de escrínio sobre uma cadeira móvel confortável, Flammer realizava suas comunicações particulares um pouco impaciente e agitado com o tempo. Movimentava-se de um lado ao outro incumbido na separação de documentos ligados à outras empresas clandestinas que pertenciam aos seus interesses comerciais. Localizado no último departamento do prédio de dezoito andares, seu escritório também é uma sala de reuniões, onde é abordada a maior parte dos assuntos do grupo.

Um espaço consideravelmente arejado ocupado por nove estofados luxuosos em torno do escrínio central, possui sobre uma mesa feita de mármore cinzenta um único computador de cor preto para pesquisas. As cores dos objetos combinavam com o preto da armação da janela de vidro ofuscada com a cortina nos fundos que zelava alguns detalhes listrados de cor cinza, então combinando com o piso de carpete aveludado.

Ao lado esquerdo via-se uma vitrine larga de vidros fechados com molduras de alumínio embutida na parede. Sobre os suportes internos, armas potentes de uso bélico e outras para caça, armas inutilizadas. Tão-somente expostas para fomentar a decoração composta por um quadro artístico de origem francesa em frente ao palco de poucos centímetros cada degrau e concluída pelo lado direito com uma tocha apagada sobre um candelabro prateado. Um tipo de haste, em cujo topo côncavo moldurava um ornamento saliente sobre a taça. Ocasionalmente acesa quando em datas comemorativas ou reuniões.

      O fato de acender a tocha não seria uma mera iluminação auxiliar da luz interna, mesmo porque havia iluminação suficiente sobre lustres volumosos em lâmpadas fluorescentes. E tampouco para exalar alguma fragrância com fumo aromático, mas sucedia-se em analogia ao codinome de Benayla. A flâmula é, portanto, uma marca característica de sua identidade em razão da sua rispidez, mesmo motivo pelo qual se estampava outro quadro nos fundos do salão com bordados dourados típicos da cultura local. Em cuja parte inferior escrevia-se a denominação do grupo, em todos os aspectos, o Clube Barony.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A MATRIZ

 

 

      Ainda em seu recinto Flammer recebe uma chamada de Lee Van Wilster, um de seus associados no grupo contendo uma ordem de entrega à Índia. Era uma noite de céu aberto, ao lado pela janela via-se uma intensidade de luzes que se misturavam entre janelas de prédios com carros movendo-se. Flammer tomou o telefone com um ar de suspense. Ele introduz:

_Lee Van Wilster?

_A mercadoria solicitada está pronta!

_Eu desejo tudo em ordem, a mercadoria deve chegar à Nova Delhi muito em breve, a perseguição está crescendo por estas áreas.

_Não há outro caminho para cruzar a fronteira, mas desde minha saída até seu departamento em Nova Delhi é pouco tempo. Sem dúvida não haverá perigo até lá.

_Tenha cuidado. –Flammer deseja sorte.

_Não se preocupe, eu tenho muitas munições para atacar estes insetos. – disse em tom de provocação.

_Então como será as próximas mercadorias? – perguntou Flammer curioso em saber sobre as entregas que estavam escassas no comércio.

_Lamento, como se sabe, a polícia age muito preventiva por agora.

_Parece ser apenas nós dois mantendo o comércio?

_Exatamente nós dois, muitos outros chacais interromperam o tráfico por esta causa, portanto, esta será a última das nossas entregas.

 

_Por sorte eu consegui algumas entregas através do meu setor em Nova Delhi, estas são também as últimas entregas pelas quais eu aceitei sua oferta.

_Porém, estas são exatamente as últimas drogas para entregar, - lamentou Van Wilster - as vendas serão cessadas depois desta mercadoria. – advertiu - Deveremos esperar para encontrar caminhos melhores no tráfico.

_Preciso também abandonar as entregas no tráfico, mas precisarei destas drogas com urgência. – Flammer demonstra pressa.

_Embora seu pagamento seja feito à curto prazo, suas mercadorias estarão em mãos. – garantiu Van Wilster.

_A respeito do trafico, – continuou – não tenha dúvidas, está sendo ativado mais tarde devido a diminuição do preço das drogas.

_Eu suponho que seja a balança comercial?

_São apenas suspeitas. – concluiu.

A chamada é encerrada e Flammer estava perto em receber suas mercadorias como solicitadas em Nova Delhi. Este era o segundo lugar secreto para negociações do grupo não muito suntuoso como em Bangladesh. Assim, a última entrega entre os grupos estava para acontecer, muitas circunstâncias não deixavam dúvidas. Agora Flammer corre contra o tempo para efetuar o pagamento à curto prazo.

Quase no mesmo tempo alguém abre a porta do escritório. Era um dos seus capangas, seu nome é Elijah. Jovem de cabelos loiros usava sempre blusas extravagantes e neo-tropicais que o sustentava com elegância. Trazia alguém consigo.

_Flammer, o promotor mobiliário. – informou.

_Deixe-o entrar.

Aproximando-se com sua pasta distanciou-se da porta até a mesa onde se apresentou.

_Então a missão foi cumprida? – disse Flammer.

_Lamento, eu tentei.

Colocou sua pasta sobre a mesa e abriu. Elijah permanecia ao lado da porta atento e com as mãos cruzadas.

_Como assim! – assustou batendo as mãos de modo rude sobre a mesa.

_Não seria possível a aquisição de um novo departamento em Nova Delhi sem antes passar pelos registros oficiais. – expôs.

_Eu não posso mostrar estas promissórias. – suspirou - Temos crimes a serem cometidos.

_Infelizmente as negociações na Índia são diferentes do que em Bangladesh.

Disse após entregá-lo uma promissória para ser assinada.

_Este departamento em meu nome é o bastante para nos apanhar. – franziu Flammer insatisfeito ao assinar o papel.

Seu cabelo se espalhou pela testa após bater a caneta sobre a mesa concluindo a assinatura com um forte ponto gráfico.

_Como esta negociação não foi bem sucedida quanto aos registros na Índia, não haverá trato.

_Eu fiz o possível.

_Tenha uma boa viajem. – lhe entregou o papel.

Elijah abre a porta ao lado.

_Obrigado.

Em seguida Elijah se aproxima da mesa.

_Qual o problema? – perguntou percebendo sua expressão abatida.

_Eu tenho um novo plano – revelou – estamos perto em transferir nossa matriz para Nova Delhi e nosso maior investimento tem que ser depositado nesta construção. Breve, estaremos em função desta obra. Devemos nos prevenir antes de um eventual ataque policial, porém, não teremos segurança por muito tempo. Ao contrário, estaremos seguros.

_E a respeito do comércio aqui?

_Funcionará como Matriz secundária não muito como lá.

_São as dívidas?

_Por um lado sim, mas nós temos outros problemas particulares no tráfico. Eu devo admitir que não fomos bem sucedidos nesta temporada. Devemos organizar nossos negócios durante este tempo.

_Realmente temos poucas mercadorias no estoque, não supera o valor econômico deste mês. – admitiu Elijah.

_Como eu tenho dito, a maior parte do dinheiro foi enviado para o banco da Índia. Agora vá, e ponha em ordem os capangas nos laboratórios internos para estocarem as drogas. Eu quero a maior produção possível antes de terminar!

O secretário obedece a ordem, trabalhava como um dos principais lideres do grupo. Em alguns momentos era espião, capaz de absorver informações. A produção estava perto em terminar e uma nova construção estava sobrevindo. Flammer permanecia pensativo, observando através da janela tentava se preparar para a próxima noite, momento em que a última entrega seria concluída em Nova Delhi.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O MOTORISTA

 

 

Manhã comum na cidade de Nova Delhi, região norte da Índia, mais um dia turbulento, natural de um dia véspera de feriado. A ansiedade e a vibração envolvente circuncidavam a maioria dos cidadãos. Inspiravam outros também que repousados em seus aposentos, conseguiam absorver novas perspectivas para a semana vindoura. O clima transige e se transforma em um sonido necessário para despertar a índole. Acompanhado pelo ar refrescante de um dia de sol sucedido por uma noite de céu aberto, o clima inicia uma nova jornada rumo ao habitat de muitos que talvez apreciando o sereno da alvorada antecessora, entardeceram inertes em seus cômodos.

      Este mesmo clima passa voraz, acompanhado pelo barulho do trânsito, se elevando pelas varandas de muitos domicílios. Ainda tendo a oportunidade de invadir uma pequena ruptura da janela de um quarto em um edifício na região central da cidade. Com pouca intensidade ao passar pela abertura, formava uma espécie de assovio. O mesmo assovio que frequentemente era utilizado pelo cidadão deste quarto para se despertar e se aprontar para mais um dia de serviço.

      Este era o trabalho de Ryah Uzmiel, motorista de desembarque do Aeroporto do distrito. Seu compromisso de trabalho estava marcado pelo início do horário diário de oito horas da manhã, prolongando-se até o poente. Sua habilidade em lidar com diversas interdições do trânsito e sua boa agilidade em manobras, o tornava um dos melhores motoristas entre outros. A renda adquirida pelo seu serviço não poderia ser a fonte de toda sua propriedade, mas seu trabalho secundário como sócio de um dos maiores traficantes da cidade, o fornecia lucros maiores. Esta função o tornava membro de um grupo secreto de mafiosos, o famoso Clube Barony. Nada se sabia a respeito das drogas adulteradas, o principal elemento ativo no comércio.

      O assovio do vento parecia ganhar oportunidade, enquanto por outro lado, o morador sempre usava de costume este espaçamento entre a janela.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A MISSÃO

 

 

Seu serviço como motorista do aeroporto da cidade era um tipo de trabalho empregatício, mas ao contrário, pagava-se certa comissão pela vaga de trabalho equivalente à quatro horas. Muitos clientes eram prediletos e, na maioria das vezes, sócios do grupo em que era membro. Havia muitos que o desconfiava, todavia era uma opção de traficantes para se acobertarem da polícia ao transportarem cargas ilegais. O grupo é formado pela associação de cinco pessoas, sócios secundários e mais outras entidades. Traficavam particularmente drogas farmacêuticas e genéricos adulterados. Na maioria das vezes as drogas eram alucinógenas.

O principal líder entre eles é o afamado, Benayla Yriodit, intimamente conhecido como Flammer.  Comandava o tráfico das drogas que eram adulteradas nos laboratórios secretos em Nova Dheli e respectivamente nas cidades indianas ao longo do rio Ganges. Possuía um alto padrão financeiro e, por conseguinte, alguns outros rivais. De todas as suas propriedades financeiras não havia outra materializada de maior apreço como sua lancha de luxo. Localizado na estação de um dos clubes presidenciais rentes a represa litorânea da cidade, que a dividia de outro distrito ao lado leste, a garagem também era um local de refúgio para o líder nos momentos de risco contra a polícia.

Durante a noite sempre havia algum serviço ligado à máfia, transporte, encomendas de drogas, furtos, tramites e outros. Foi nesta ocasião que naquela mesma noite Ryah recebeu uma inesperada ligação por telefone. O motorista teria chegado em casa exausto após um dia de muitos desencontros. A perca de dois clientes por conseqüência do atraso, algumas discussões contra seus próprios companheiros e a rotina enfadosa foram os motivos daquela indisposição.

Antes de qualquer coisa procurou solucionar a pressão psíquica com um pequeno comprimido posto no interior de uma das gavetas do armário ao lado da principal prateleira na parede central da cozinha. Um copo com água se esgotou em frações de segundos, o remédio foi digerido sem orientação médica, um eventual êxtase poderia levá-lo à incapacidade de locomoção. O comprimido era comumente usado nas vendas internas da máfia. Após ingerir o remédio Ryah se acomoda em sua cama retirando os sapatos sem ao menos tocá-los com as mãos. Deitou repentinamente sobre o travesseiro, mas o telefone parecia ser de fato a verdadeira razão de um dia bastante conturbado.

      O remetente do telefonema era Flammer, realizava uma ligação interurbana de seu escritório em Dhaka de Bangladesh e falava sobre um novo plano de venda. Estas negociações eram constantes, devido a aquisição de dois escritórios na Índia. Funcionavam irregularmente como embaixadas do Clube Barony. Além de manter o tráfico dos remédios ativos com veículos modernos, os integrantes também gozavam do porte de armas. Após uma breve participação entre ambos, Flammer introduz a missão a ser operada:

      _Estou com uma mercadoria de antibióticos piratas em pílulas que chegaram à Índia em pouco tempo por Lee Van Wilster, após alguns dias de espera.

      _Estava esperando por isto. – disse ao passar a mão sobre rosto.

_A carga teria se atrasado devido a ação da polícia contra os entregadores nas vias de acesso à capital.

_Qual é o plano?

_Devemos ser ágeis com esta encomenda, que será enviada à uma farmácia de uma cidade pacata pelas redondezas do Ganges à aproximadamente duzentos quilômetros ao leste.

_Isto será muito arriscado.

_Não existe alternativa, esta entrega tem que ser entregue hoje. – Flammer se irrita.

_Pela barreira de fogo? - pensou.

_Claro, - acamou-se - consequentemente nos trará lucros inestimáveis e, por conseguinte, uma inescusável gratificação que o entregarei após tudo finalizado, e claro, com o uso do seu próprio automóvel. Ordenarei o pagamento dos meus assistentes na cidade para auxiliar as negociações. - propôs a missão sem demonstrar exigência em prol de suas intenções, mas frisou a retribuição imediata ao concluir o serviço de entrega - Desejo saber se anuir ao plano seria algo custoso? - perguntou em seguida com tom de dúvida quanto a real aceitação de Ryah, mas que em sua profunda expectativa não o seria nada escusada.

      _De forma alguma, mas ao contrário, tenho tempo extra e muito combustível para realizar a missão.

Confirmou o plano seguramente, embora tivesse titubeado momentos antes após digerir o remédio.

_Todavia, qual seria a causa para poupar o transporte de carga em uma encomenda como esta?

Perguntou a respeito da escolha de Flammer ao selecionar um motorista de carro para transportes de carga média, enquanto por outro lado havia outro veículo próprio do grupo, utilizado comumente no tráfico para transporte de cargas maiores.

      _Talvez não tenha sido informado sobre a crise entre os traficantes em alguns lugares? Existe uma forte equipe de polícia em busca dos principais entre eles, muitas barreiras foram agrupadas em diversos locais da rodovia. Em conseqüência de uma série de apreensões criminais, muitos deles foram detidos. Logo, as mercadorias diminuíram, o que ocasionou o aumento do preço e o atraso de muitas entregas, inclusive esta carga. Provavelmente esta será a última desta temporada, talvez não teremos mais drogas para os próximos pedidos. Não se preocupe quanto a mercadoria, fiz minhas deduções e as caixas encomendadas, ao todo, não excederão o espaço total do seu porta-malas, o tamanho será ideal à entrega.

      _Consegui notar esta interrupção durante os últimos meses, as entregas diminuíram. De fato, tivemos uma queda em relação ao tráfico, inclusive, algumas fugas nas fronteiras contra policiais ativos, mas não poderia imaginar que seria algo ligado à esta crise. - disse estranhando com o fato ao franzir o cenho.

_Antes, devo anotar as descrições do local da entrega e a rota ideal que me levará ao destino. - pegou uma caneta ao lado e concluiu.

      _A rota será diferente do trajeto normal, existe um atalho após a travessia do rio Ganges onde frequentemente passamos para embarcar clientes. Este atalho deverá ser tomado na pista à sua esquerda. Este é o primeiro caminho entre outros ao longo da rodovia. Quando chegar a marca de dois quilômetros afastado da rodovia, permeará em uma mata semi-fechada e certamente alcançará uma simples chácara não muito distante. Uma antiga casa de telhas coloniais, em cuja entrada há um pequeno lago. Ao redor, hortas e uma plantação de lima. Alguns luzeiros adjacentes o auxiliarão na identificação do local. O proprietário do terreno é um velho conhecido, sempre faço o pagamento em dinheiro para passar por uma porteira onde nos permite entrar por outro lado de uma rodovia diferente após seis quilômetros percorridos.

      _Desculpe, mas não tenho nenhuma noção das pistas paralelas ao Ganges.

      _Quanto a pista não se preocupe, ela o conduzirá para o mesmo destino. Porém, em alguns quilômetros antes da fronteira da cidade com a ponte, existe também uma barreira da polícia onde deverá ser bastante atroz. O objetivo é se afastar dos policiais até a travessia da ponte onde certamente será acobertado pelo atalho que se encontra indicado por uma pequena placa entre os arbustos na encosta do asfalto.

_Como de costume, não se esqueça das placas do carro e de mais cem pratas para pagar o pedágio ao forasteiro e após a travessia já saberá como agir. Quanto ao dinheiro do pedágio o entregarei no mesmo escritório em Nova Dheli. Porém, preciso que faça este pagamento à vista, devido a ausência do meu capanga incumbido em saques.

      _De acordo, - concordou o motorista - dentro de alguns minutos estarei partindo em direção ao galpão da cidade.

      Ryah imediatamente toma suas coisas sobre o criado e desce apressadamente rumo a garagem interna. De longe, já pressionava o alarme fazendo sonir o barulho de desativação do seu carro Porsche conversível azul marinho, que sustentava um perfeito estado de conservação fazendo refletir um brilho maior das luzes externas. Realizou muitas manobras ao sair, e no derrapar dos pneus, avançava pela pista principal rumo ao galpão secreto do Clube Barony. Como previsto, menos de trinta minutos, e o motorista Ryah alcança o galpão.

      Localizado na zona nobre da cidade, o prédio também era um lugar oculto das transições públicas, o que proporcionava mais facilidade com o tráfico entre os bandidos e os movimentos suspeitos. Tudo era realizado no frontispício de um único prédio de três andares, que por sorte, não possuía vigias. Rajid um jovem indiano de costeletas e bigodes frisados, era um dos principais auxiliares do clube. Bastante habilidoso, também era um bom atirador. Uniformizado com um terno social clássico, se encontrava a espera do motorista rente ao portão da garagem, que foi aberto após o aviso por telefone de seu companheiro à alguns metros antes de chegar.

Ambos se cumprimentam, em seguida, iniciam a descarga dos remédios em uma das despensas entre outras prateadas embutidas no interior do galpão.

      _Como exatamente nos informaram! A carga não ultrapassou o limite total do seu porta-malas. - se contentou Rajid batendo as palmas para expelir as partículas de poeira após ajustarem todo o material - Porém, como pode ver, temos somente estas caixas. - comprovou ao abrir as outras portas das despensas que, de fato, estavam vazias por dentro.

_Por este motivo, deverá tomar bastante precaução para não perder a carga - concluiu.

 

 

 

 

 

A BARREIRA DE FOGO

 

 

      Ao se despedirem, Ryah segue voraz por uma das pistas de saída da cidade. Sua bagagem no interior do porta-malas não era nada concebível, pelo menos para o grupo de policiais alfandegários à cinqüenta e seis quilômetros adiante. A cautela naquele momento era recobrada pelo alavancamento de marchas ininterruptas, mas manteve sua tranqüilidade constante durante todo o momento.  Ainda que por alguns instantes tenha passado um ou outro carro civil pela pista de retorno. Estes riscos eram naturais de sua rotina, seu serviço exigia nada mais além do que muita velocidade. Algumas perseguições policiais anteriormente operadas teriam culminadas em muitos danos ao veículo, todavia, foram todas sucedidas com fugas incríveis.

      Enquanto isto, era chegada a hora em que mais se exigiria cuidado, pelo menos para administrar uma velocidade de cento e noventa e cinco quilômetros por hora. O que teria de ser no mínimo utilizada para se distanciar da patrulha alojada ao redor da base. Mais conhecida entre os traficantes como “a barreira de fogo”, que em poucos minutos estava perto de ser alcançada. Menos de três quilômetros até a base da polícia e Ryah percebe o momento em que deveria retirar as placas de identificação do carro. Muitas câmeras ocultas de captação sensorial poderiam imediatamente incriminá-lo com flashes instantâneos.

A passagem dos carros é realizada em velocidade reduzida, carros ou transportes suspeitos são facilmente vistoriados pelos agentes. A fuga estava esquematizada, seria facilmente concluída com uma desaparição integral por um atalho na pista indicada por Flammer. Ryah estaciona o carro em uma das encostas da pista tomando fôlego para enfrentar a barreira ao mesmo tempo em que alongava os dedos das mãos e as pernas. As mãos vestidas por uma luva de couro preto sentiram um alívio momentâneo durante algumas horas de viajem.

De seu porta-acessórios ele retira um pequeno binóculo para visualizar a barreira com maior abrangência. Poucos carros passavam pela pista àquela altura da noite e nenhum deles poderia percebê-lo com facilidade. Estacionado atrás de um arvoredo de matos contínuos entre a pista e o veículo, continuava a observar até quando todos os carros estivessem passados. Ele devolve o binóculo sobre o banco de passageiros, havia ainda muitos carros pela barreira e a tendência era diminuir conforme o horário se prolongava.

Em seguida, Ryah toma uma de suas ferramentas entre seus acessórios e com bastante cuidado retira as placas de identificação do carro. Sabia que os flashes fotográficos seriam capazes de capturar o carro nitidamente em qualquer circunstância. As placas foram escondidas e ele novamente torna a observar durante alguns minutos, de sorte, restavam apenas dois carros para passarem pela barreira. Pelo lado contrário da pista não havia nenhum sinal de carro se aproximando, a preocupação maior seria os carros reduzidos que poderiam obstruir a passagem na divisa.

Um rápido cálculo em proporção ao fechamento do ferro que se movia pela barreira em relação ao tempo de saída dos carros foi feito. Cinco segundos foram observados. Um metro e quarenta centímetros de altura desde o teto do carro gastavam-se três segundos para diminuir. Tudo indicava que em menos de três segundos, Ryah deveria estar à aproximadamente cinqüenta metro de distância em uma velocidade relativa à duzentos quilômetros por hora.

Algo parecia mudar sua visão, ele observa atentamente atrás pela direção em que os carros vinham e nota duas luzes aproximarem-se lentamente. Eram as luzes do farolete de algum carro distante. Outros carros que circulavam pela pista de retorno não eram de muita importância, mas à medida que este carro da pista principal se aproximava, mais as luzes tendiam a surgir sucessivamente no mesmo sentido.

Ryah entende que o momento era chegado, ele observa do outro lado rumo a barreira e o último carro finalmente estava para abandonar a divisa. Atrás as luzes aumentavam, um outro carro surgia seguido do último identificado. Os dois veículos estavam próximos, o primeiro motorista não permitiria ser facilmente ultrapassado e uma distância relativa deveria ser criada. Ao entrar no carro rapidamente Ryah acelera fazendo subir uma alta nuvem de poeira. Os pneus se deslizavam em frações de segundos e a velocidade aumentava em pouca proporção. A aderência do pneu com o solo formou uma espécie de ruído intermitente e em poucos segundos os ponteiros atingiram a marca de sessenta quilômetros por hora.

O carro acelerava unicamente pela pista principal de ida. Pelo retrovisor o motorista observava as luzes dos faroletes diminuírem. Os carros traseiros se distanciavam, andavam em velocidades menores. O único perigo agora seria apenas algum carro de polícia pela pista de retorno, que por alguma suspeita poderia ser o mais próximo de alcançá-lo ao fazer a convergência. Dois quilômetros de distância foram conquistados em pouco tempo, o carro mantinha a velocidade entre cento e vinte à cinqüenta quilômetros por hora. O último carro pela barreira não poderia sair antes de ser alcançado. Os policiais ainda verificavam seus documentos quando Ryah se aproximava à cem metros distantes.

O suor da adrenalina cauterizada pelo vento formava uma espécie de escama sobre sua pele. Em menos de quinhentos metros, Ryah aumentou o grau de velocidade à uma velocidade surpreendente. Os ponteiros atingiam a marca de cento e oitenta. Quando pouco perto de chegar à barreira, os carros da polícia acionam os luzeiros de teto sob suspeita do crime. O último motorista a passar pela base de ferro tomava distância. Passaram-se dois segundos quando a longa base de ferro preto descia acerca de trinta e dois centímetros. O carro chegava muito perto, os policiais se alarmavam ao entrarem nos carros. Dois centímetros restantes e três segundos, o último carro a passar pela barreira se distanciava à dez metros.

Ryah finalmente passa em fração de segundo quase imperceptível, uma longa centelha se alastra pelo choque do teto com a base de ferro. Os policiais da rodovia tão-somente observaram um vulto e um extenso ruído dos motores. A base de ferro se posicionava ao apoio sem nenhuma chance de acertar o vidro. Logo à frente o último veículo é ultrapassado.

Dentro da cabine, havia alguns equipamentos policiais e outros acessórios particulares. Um dos policiais comunica o ocorrido.

      _Um carro azul marinho, ultrapassou a barreira na rodovia dois leste. Patrulhem a pista e bloqueiem toda a pista.

      O outro auxiliar ativa o monitor em que se identificava a fotografia das câmeras sinalizadoras:

      _Não há registro dos números, o carro está desprovido de qualquer registro.

As chances de impedi-lo foram fracassadas por uma velocidade extraordinária produzida pelo sarcástico piloto Ryah Uzmiehl.

      Muitos quilômetros foram percorridos e já não havia mais rastros dos policiais. Alguns carros prosseguiam pela via de retorno, mas um plano estava para ser realizado. Após a travessia da ponte o carro entrou facilmente pelo atalho proposto antes da saída. Uma estrada de terra e britas o conduziu à chácara, exatamente como dito por Flammer. As placas do carro foram postas novamente no local onde também parou para tomar um rápido café.

      O dinheiro é posto sobre a mesa em um pequeno malote. A esposa do velho ainda servia o café, quando algumas sirenes surgiam de longe pelas ribanceiras.

      _Não se preocupe. – o velho proprietário da chácara o consolou após tomar um rápido gole da xícara ouvindo os distantes barulhos de sirenes na alta rodovia – Um outro atalho o conduzirá à outra pista.

A quantia foi paga ao dono após se identificar, ou seja, cem pratas. A travessia foi feita por meio de outra rota e em menos de uma hora Ryah havia finalizado a entrega em prontidão. Uma viajem de ida e volta o custou muito tempo, Flammer ainda permanecia acordado à sua espera. O telefone toca surpreendente em seu recinto, ele atende e recebe a notícia da entrega dos antibióticos que foi realizada com êxito em Nova Delhi.

      Ainda por telefone Flammer o avisa:

      _Realmente estou satisfeito por esta incrível missão companheiro. Pude me certificar da entrega ao realizar uma ligação ao farmacêutico responsável pela compra poucas horas atrás. O produto foi exatamente conferido e não houve reclamações. Entretanto devo admitir algo que poderá adiar nossas relações no ramo. - disse com o semblante frisado ao se levantar da mesa com o copo na mão em seu escritório.

      Observando atentamente a cidade pela janela ele prossegue:

      _Como pôde observar, as mercadorias se esgotaram exatamente nesta viajem. As drogas diminuíram exponencialmente e não há previsões para arrecadarmos outras quantias das pílulas. Por este motivo todo o grupo em Nova Delhi estará suspenso até que eu consiga planejar outras saídas. Infelizmente rompi acordos nos laboratórios da Índia, o custo da droga está relativamente alto e muitos se encontram na mira da polícia.

      _Sinto muito, mas ajudarei nas buscas por novos recursos. - disse ao o consolar.

      _Comunicarei o restante do grupo e ordenarei que todos procurem uma outra tática de vendas para mantermos os negócios ativos em Dhaka. - Disse Flammer ao recapitular sobre outros meios comerciais.

      _Mas precisarei de sua companhia nesta procura, quero que prorrogue todos os seus planos na cidade e faça a compra da passagem aérea pelo serviço da filial.

      _Afirmativo! Efetuarei a compra assim que amanhecer.

 

 

 

 

NOVOS RUMOS

 

 

      O Clube estava perto em iniciar um novo rumo comercial, uma reunião estava prevista ainda para aquela semana. Para o líder, as especiarias ligadas às pedras-preciosas poderiam ser uma grande vantagem, visto que muitos de seus sócios traficantes eram também proprietários neste ramo.

      Ainda naquela manhã Ryah realizaria a viajem como combinado. Antes da partida, um último cliente deveria ser atendido. No estacionamento frontal do prédio o cliente era aguardado. Ryah permanecia a espera do embarque à Dhaka, estava desprovido do seu carro que permanecia estacionado na garagem. Faltavam algumas horas, o cliente surgia vestindo uma roupa social escura. De longe, se aproximava lentamente em direção aos carros.

      _Tenho um compromisso à uma zona secreta.

      _Lamento, não estou em serviço.

      _E quanto a cartela encomendada?

      _Trouxe antecipadamente.

      Ryah o entregou a cartela que continha doze comprimidos após retirá-la do bolso. O cliente recebe colocando-a discretamente no bolso interior do seu paletó.

      _Devo fazer uma viajem à Índia. A escassa produção de narcóticos parece ser uma procuração investigativa dos policiais. As encomendas se esgotaram em rápido avanço.

      _Recebi a notícia de uma inspeção na farmácia de Jairpu. Por pouco os criminosos não foram identificados. Espero que os negócios estejam a salvo. – disse o cliente.

      _Não se preocupe, tomaremos novas medidas.

      O cliente observando à frente nota um outro taxista se aproximar, de sorte era outro traficante secreto.

      _Tenho que ir. – se despediu.

Em Dhaka ambos se reencontram e Flammer com olhar ofegante o saúda satisfeito, em seguida o convida para um breve drinque na sala de visitas e fala a respeito:

      _De fato fui obrigado a adiar os negócios no país, talvez tenha observado as despensas vazias na filial em Nova Delhi.

      _Pude constatar ao executar a última mercadoria do tráfico, - neste momento Ryah tomou um gole do drinque oferecido e em seguida o questiona a respeito da decisão - porém, qual seria a solução preeminente?

      _Ainda não posso afirmar, existe muitas possibilidades quando se trata de pedras-preciosas.

      _Não acha pouco inerente quanto ao mercado dos narcóticos?

      _Talvez não, conheço muitos sócios traficantes envolvidos neste ramo que podem aderir ao nosso acordo quando tudo estiver pronto. Mas a dificuldade será como escolheremos o material. No mercado mineral existe uma oscilante marca financeira, ou seja, a balança comercial que aderi muitas pedras minerais de diferentes fontes. Então esta será a questão: qual será a fonte para o nosso recurso?

      _Nada posso sugerir, mas estarei ativo dentro deste período.

      _Eu presumo que uma semana seja necessária para decidirmos.

      Em uma outra ocasião, o Clube Barony se reúne para abordarem o assunto relatado. Dentre os membros estaria presente um dos preferidos de Flammer, seu nome é Jhason, homem sutil, estatura rígida, olhos fixos, usava cabelos longos loiros e um discreto cavanhaque no maxilar. Estava em um encontro com sua namorada Emily em um dos mais populares restaurantes da cidade. Localizado no shopping principal, o restaurante conservava uma estrutura típica da cultura indiana em padrão de modernidade avançado. Enquanto conversava com sua namorada na mesa onde havia um tipo de cerveja preta sem álcool geralmente consumida na cidade, o telefone móvel toca, ele atende:

      _Jhason. - replicou uma voz aguda seguida pelo atendimento inicial.

      _Pronto chefe! - atendeu disponível ao identificá-lo pelo reconhecimento do tom de voz de Flammer.

      _Tenho um convite urgente a lhe propor.

      _Prossiga.

      _Quero que compareça à uma reunião para discutirmos sobre um novo plano comercial. Estamos pertos em transferir o comércio das drogas para outro tipo de especiaria.

      _Era o que eu presumia. Os remédios se esgotaram de modo muito sutil, sabia que, mais cedo ou mais tarde, seriamos obrigados a transferir a mercadoria para outra espécie de venda.

      _Mas não se preocupe tudo estará sob perfeito plano. – disse Flammer.

      _O que houve? - questionou Emily após Jhason desligar o telefone.

      _Problemas no meu setor de trabalho. - disse de modo formal, mas Jhason sempre fazia a descrição de um trabalho regulamentar de uma simples farmácia na tentativa de cobrir a sua verdadeira função no Clube Barony.

      Em seguida Jhason toma um gole da cerveja e continua:

      _A mercadoria estará em falta, em poucos dias serei dispensado das atividades internas. - disse ao retirar do bolso duas pílulas de remédios.

Ambos comumente digeriam as drogas para alterarem o humor. A venda restrita e o preço altamente caro, impossibilitavam a aquisição para muitos interessados. Naquele momento a droga seria uma tentativa de se refugiar de sua reação quanto ao trabalho. O efeito, porém, não era como o original. A duração da atividade antibiótica era menor e às vezes não imunizava completamente o consumidor da doença ou talvez fosse esse um dos motivos pelos quais as mercadorias estavam suspensas.

O local e o horário foram devidamente marcados. Breve o grupo estaria reunido para um novo debate. Cinco outros integrantes que trabalhavam na área de produção dos remédios se reencontrariam na pequena sala do clube. Após o encontro, Jhason foi incumbido na tarefa de busca pelo recurso mineral indicado pelo líder, a saber, pedras-preciosas. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A PISTA

 

 

      No mesmo dia, o grupo estava reunido na pequena sala. A mesa posta ao lado do vidro era ocupada pelos cinco integrantes. Rajid um dos ajudantes apresenta um frasco de um dos remédios colocando-o sobre o centro da mesa. O assunto seria sobre a interrupção das drogas.

      _Recebi as notícias dos farmacêuticos. Tudo indica que este é o produto investigado pela polícia. Devido seu alto teor alucinógeno e contra a venda sem recomendações médicas.

      Flammer pega o produto atento.

      _Quero que novas buscas sejam feitas a respeito dos locais em que podemos encontrar as pedras-preciosas.

      _Alguma particularidade? – indagou um dos ajudantes.

      _Todas que agregam alto valor na balança comercial. 

Era uma tarde quase crepúsculo do dia, momento em que Jhason finalmente conseguiu encontrar uma antiga notícia de jornal recolhido em um Centro de Convenções Mineralógicas em Dhaka.

Um extenso prédio conservava uma estrutura complexa desde a entrada para os funcionários específicos do recinto interno à entrada dos clientes empresariais interessados pelos minerais disponíveis. Jhason acessa a porta principal passando por uma cobertura alojada revestida de cromo fino onde se notava um segurança interno. Embora fosse uma breve consulta mineralógica, Jhason armazenava em sua cintura uma pistola particular. Andava passos lentos em direção à recepcionista. A arma não havia sido identificada.

_Boa tarde. Preciso de uma orientação ao departamento mineralógico. Devo discutir sobre alguns detalhes de mineradoras para uma aquisição preliminar.

_Por favor, acompanhe o elevador central ao segundo andar.

_Obrigado. – agradeceu Jhason.

Jhason acessa o local onde havia uma secretária contendo um sinete particular da empresa. Permanecia suspendido sobre a blusa de ceda bege com detalhes de alguns bordados pretos, o que se assemelhava aos pormenores do paletó de cetim branco listrado.

_Em que posso ser útil?

_Preciso de informações sobre mineradoras de cristais. Desejo adquirir uma mercadoria.

_Os documentos empresariais deverão ser consultados.

_Desculpe, mas por enquanto desejo saber apenas a localização. Realizarei um diálogo direto ao gerente responsável.

_Se o senhor preferir, podemos acionar conferências ao subsecretário de alguma empresa conveniada. Temos uma lista de contatos.

_Apenas o endereço, por favor.

Enquanto a secretária fazia a pesquisa dos endereços, Jhason observava sair de uma sala aos fundos dois guardas que conduziam transportadores peculiares da empresa. Pelas laterais se destacavam algumas repartições. Pareciam armazenar ofícios importantes ou prováveis verbas monetárias tal como dinheiro vivo. Por algum momento Jhason sentiu curioso em saber o que poderia haver dentro das gavetas internas, em cujas sobras se observavam as pontas de alguns papéis brancos e outros envelopes pardos.

Alguns segundos se passam, a secretária finalmente o informa:

_Não consegui encontrar mineradora de cristais. – Uma lista de endereço surgia em letras azuis pelo monitor do computador. Um pequeno plug da rede dial-up conectado à internet era capaz de absorver dados importantes ou registros sobre a localização pretendida à longa distância.

_Parece que estão desativadas. Porém encontrei alguns endereços. Um deles trata de uma mina de cristais com alguns dados secundários. Estas informações deverão ser úteis, posso entregá-lo o impresso, antes, porém, devo verificar seus documentos pessoais.

_Existe alguma mina de ouro? – perguntou após observar uma relação pouco relevante de minerais desvalorizados inscritos no impresso quanto a um mineral mais valioso.

_Infelizmente não.

_Aguarde um momento.

Uma ligação foi feita à Flammer. Os toques se passam, o chefe atende:

_Está certo de que as pedras-preciosas serão prioridades para suprimir as futuras negociações? – Jhason queria a confirmação.

_Não tenha dúvidas, tenho alguns clientes interessados pelas negociações. Muitos aguardam pelo faturamento de um produto comercial de alto padrão aquisitivo.

_Porém, não existe mineradora conveniente ao pedido. Os minerais são de baixa qualidade o que poderá ser contra a perspectiva. Não temos muitas alternativas.

_Apressa-se, temos que adquirir um alto valor em dinheiro para compensar algumas negociações pendentes.

_Não se preocupe quanto ao local, podemos adquirir as pedras-preciosas até em país estrangeiro. – continuou.

_Muitas minas estão localizadas no próprio país. Teremos problemas com os garimpeiros caso queira saqueá-las.

_Claro, o plano não seria um mero investimento financeiro. – explicou Flammer - Não pretendo com isso fechar acordos com mineradoras. Tente encontrar o local mais apropriado para executarmos o plano.

_Talvez queira abranger outros tipos de pedras-preciosas tais como o rubi, quartzo ou ouro.

_Apenas uma única espécie será suficiente, ainda não é o momento de expandirmos as especiarias por tipos variados. 

_Tentarei encontrar o mais importante. Talvez aja algo específico nos arquivos confidenciais. – disse em tom de voz baixo ao mesmo tempo em que observava o depósito.

Desligou o telefone impaciente. A secretária fazia uma nova pesquisa. Talvez aquele fosse o último instante para agir. Os guardas se reaproximavam e pela segunda vez se retiravam da saída de uma sala nos fundos. O depósito era continuamente observado por Jhason. Através de uma placa de vidro, posicionado pela divisória do setor da secretária, entre a porta de entrada nos fundos ao pequeno corredor bibliotecário, que seguia da saída da sala até a porta de entrada da biblioteca, os guardas saiam. A chave é posta sobre um painel de moldura vidrada ao lado da última porta de saída pelo setor da bibliotecária. Em seguida os guardas saem por completo.

 

Aquele transportador parecia ser o último a ser retirado do recinto. Jhason estava impaciente, não havia encontrado nada ainda concreto. Não teve outra escolha, sua curiosidade atingiu o ápice do seu desejo quando intentou vasculhar aquela estranha sala dos fundos.

_Não se mova! – apontou astuto sua arma contra a secretária que pasmada, não conseguiu reagir.

_Acompanhe-me até a sala nos fundos. – ordenou ao quebrar a moldura de vidro onde estavam as chaves.

_Quero o dinheiro! – lhe entregou as chaves acompanhando-a por trás.

_Não há dinheiro neste local.

_Silêncio.

A secretária andava pela frente trêmula. As portas são abertas, uma sala similar à um cofre foi acessada. Alguns documentos eram vasculhados por Jhason quando a secretária advertiu:

_Não há nada de valor!

Contudo, Jhason consegue algumas pastas importantes. A sala é trancada enquanto a secretária ficava nos fundos. Os principais documentos foram postos em sua bolsa preta, a chave de acesso é posta sobre a mesa para que alguém, em fim, soltasse a secretária. A fuga é feita sem suspeita do crime.

Dentro da pasta haviam alguns documentos confidenciais e um jornal. Apesar de sua má conservação devido o tempo de publicação, continha em uma das suas páginas, a notícia que seria o enlance do plano imediatamente cogitado ao término de sua leitura. O assunto tratava de um acidente ocorrido em um dos distritos de uma mineradora de diamantes e quartzos nas proximidades das montanhas ao nordeste do país conhecida como região de Sylhet, que por uma implosão má sucedida soterrou cerca de duzentos garimpeiros. O acidente foi catastrófico. Detiveram-se no interior, foram misteriosamente desaparecidos, mas felizmente todos sobreviveram.

A indenização não pôde manter a mineradora ativa, além de ter causado grande prejuízo e ameaçado o desabamento de rochas sobre uma reserva florestal adjacente, também teria causado problemas ambientais com a poluição atmosférica, devido uma vazão interna. Definitivamente a mineradora foi reduzida à falência e para Jhason poderia ser um novo encrave, uma alternativa financeira para o comércio escasso, que aos poucos, devido a paralisação do tráfico, diminuía gradativamente a potência do Clube Barony.

      De acordo com a ordem de Flammer todos os seus comparsas deveriam trazer informações sobre novos rumos comerciais para garantir a sustentabilidade do grupo com base em negociações secretas. Esta notícia foi detalhada por Jhason, que as colocou em uma pequena pasta arquivos. Em seguida partiu rumo ao escritório de Flammer.

Bastante eufórico pelo que encontrou, planejou um encontro antecipadamente com seu chefe. A sua chegada foi motivo de alívio, quando curiosamente Flammer o aguardava em seu recinto. Rapidamente o arquivo é posto sobre a longa mesa de vidro.

       _Muito interessante! – disse o chefe com tom de gracejo, após a leitura do artigo – Duzentos mineiros foram presos no interior da mina. Como isto pode ter acontecido? – indagou.

      _De acordo com a confissão de um dos mineiros soterrados, uma tontura passageira os acometeu quando transportavam os cristais da mina. Isto retardou o processo de retirada e impediu definitivamente que todos escutassem o som do alarme para o intervalo.

      _Terrível! – comentou - Onde conseguiu encontrar este arquivo antiquado? - perguntou após identificar uma data relativamente antiga, que contava com aproximadamente duas décadas atrás.

      _Encontrei este artigo em uma pesquisa no Centro de Convenções Mineralógicas na praça central da cidade de Dhaka. De sorte, ainda esta mineradora se encontra desativada, conforme constatou-me a consultora do departamento. Todavia, ainda existem grandes quantidades de rochas cristalinas armazenadas no interior da mineradora que estão preservadas pelo departamento ambiental para uma eventual captação pelas empresas apropriadas. Foram mantidas em sigilo para medidas lucrativas e governamentais, o que não poderia ser revelado por nenhum consultor.

      _Mas como soube da existência deste arquivo? - o perguntou ao expor um fragmento importante para uma rota milionária.

      _Na verdade eu não sabia, a notícia foi extremamente censurada posteriormente por precaução da polícia e do governo. Foi preservada pelo Centro de Convenções, contudo violei este arquivo que estava mantido lacrado no cofre quando anunciei o assalto. Na verdade, reagi ao conseguir entrar armado sem ser percebido pelos detectores de metais ou pelos seguranças. A consultora se surpreendeu com a minha reação e se rendeu, não consegui encontrar verbas monetárias, ou nada além deste, a princípio, miserável arquivo. Mas evitei rasgá-lo, de sorte, obtive esta informação extraordinária.

      _Excelente informação! Em breve seguiremos esta rota e não será necessário nenhum outro crime. Quero que reúna todo o grupo para uma eventual reunião.

     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O PLANO

 

 

Ambos analisaram a rota que trazia informações precisas do caminho à mineradora ao extremo note do distrito, nos limites da cadeia de Sylhet. Segundo os cálculos em detrimento as características físicas do local, seriam necessários meia tonelada de dinamites e dois cargueiros médios para os minerais. O comércio das drogas terminado desde a alguns meses não confirmava a ausência de dinheiro, embora Jhason tivesse arriscado uma violação. Portanto, não seriam demorados os dias para a aquisição dos equipamentos que foram selecionados por Flammer em um pequeno orçamento mineralógico.

      A conversa foi demorada, muitas horas de pesquisas do local e contatos para as aquisições se passaram até a vinda dos outros componentes do grupo que foram convidados por telefone. O grupo se dissolvia entre as opiniões, mas todos chegaram ao acordo. Após dois dias de diálogo o grupo volta a se encontrar em uma última reunião preparada por Flammer. Alguns projetos digitais foram adaptados pelo gerenciador técnico do clube, conhecido como Bernard Yriodict. No salão principal do clube, em meio a conversa, um dos homens questiona sobre a demanda do equipamento:

      _Realmente será necessária meia tonelada de dinamites?

      _Deveremos ser ágeis. - Disse Flammer ao transmitir o comunicado - após a violação no Centro de Convenções teremos pouco tempo até perceberem a ausência do arquivo, o que provavelmente poderá levar a interseção da polícia. A operação terá que ser reduzida em menos tempo do que nos relatam estas pesquisas. - disse mostrando-lhes os artigos com informações exclusivas.

      _Ryah, junto com Elijah, o auxiliar de bordo, será o motorista do primeiro veículo, enquanto eu e Jhason seguiremos alguns quilômetros atrás a fim de evitar suspeitas.

      _Ainda não vejo muita segurança quanto as explosões - esquivou um pouco do assunto de modo desconfiável ao franzir o maxilar com os braços cruzados.

_Evidentemente! - respondeu - Mas as dinamites foram apuradamente encomendadas de acordo com uma nova tecnologia que nos permitirá explodir as rochas sem causar muita pressão terrestre. Por outro lado, teremos a sorte em ocultar o barulho para menos trinta e dois por cento decibéis, conforme as explosões. A tecnologia impedirá a percepção do barulho pela redondeza, de fato isto nos proporcionará garantia nos livrando do perigo adjacente, tanto para a natureza, quanto para a sociedade vizinha à três quilômetros ao norte. Contudo, isto não impede as denúncias anônimas observadas pelos transportes, por isto deveremos ser bastante velozes.

O tráfico havia se encerrado após algumas adversidades decorrentes da aquisição de novos produtos. Um outro elemento foi pretencionado pelo chefe que desejava manter o negócio ativo com as vendas comerciais.

Por coincidência, um arquivo secreto foi encontrado por um dos membros do clube. A notícia relatava sobre a localização de uma mineradora desativada e o Clube Barony estava prestes a realiza uma nova sabotagem.

Flammer prossegue:

      _Tenho uma encomenda de um GPS, capaz de captar os sinais das áreas internas e determinar suas propriedades físicas e geométricas. O aparelho calculará a distância pela transmissão radioativa ao local da antena onde estará instalado no notebook. Isto nos ajudará encontrar a maior parte em abundância de cristais. – enfatizou.

      _Conforme a tabela comercial de minérios, teremos maior preocupação com uma mercadoria mais abrangente do que anteriormente exercida para uma estimação inferior ao que realmente nos interessa encontrar. A expectativa é encontrar cerca de uma tonelada e meia, considerando a formação do cristal em cada década. O nosso objetivo também será encontrar, nada mais, nada menos que... o diamante.

_Pesando um quilate em seis ponto cinco milímetros de diâmetro poderão equivaler quantidades superiores e milionárias dos cristais, que na verdade, é um minério comumente encontrado na mina. - neste intervalo, Flammer parou para ajustar uma pequena máquina de retro-projetor para análise do diamante.

_No cristal os átomos estão arranjados de tal modo que constituem camadas, em alguns casos existe a descoberta de diamantes no centro das placas cristalinas que possui ligações químicas em cada átomo.

_O diamante se diferencia do cristal por ser extremamente forte. Constitui uma estrutura extremamente rígida e quase indivisível.

      _Se conseguimos esta proeza, como poderemos fazer a distinção entre o diamante e o cristal? - perguntou um dos homens.

      _Não será muito difícil. - respondeu ao ativar o próximo projeto digital - Estes elementos possuem dois tipos de interação entre si. No primeiro caso, cada carbono é ligado à três outros de uma rede de ligações regulares, formando ângulos perfeitos até a faixa de sua ausência. Estes arranjos planos estendem-se em duas dimensões para formar uma espécie de tela de arame.

_Estes arranjos além da faixa da ausência regular são presos entre si por forças mais fracas conhecidas como, interações de empilhamento, o que ocasiona nas ramificações irregulares. Uma fenda sobre a placa pode causar uma fratura direta até o centro da placa, dividindo precisamente o cristal do diamante entre duas crostas. Isto seria como um condutor de eletricidade, mas neste caso, uma mera separação do cristal fragilizado atraído pela rigidez do diamante interno. Isto ocorre devido sua estrutura regular, é a substância mais dura e regular que se conhece, possui dez ponto zero na escala de Mohs.

      Novamente ativa o último projeto digital.

      _Por outro lado, o tom cristalizado possui clivagem octaédrica projetado. Muitas inclusões podem torná-los facilmente identificáveis pela emissão da luz. Mas queria frisar a consideração final, que nos revela muitas possibilidades em encontrarmos diamantes nas placas cristalinas a cada sessenta por cento do total tectônico do cristal. - disse ao apontar a probabilidade da mina a ser explorada.

      O grupo vibrou triunfante com a notícia. O barulho das taças soava pela sala ao brinde dos capangas. Breve o Clube estaria em uma aventura criminal.

      A questão se dissolveu durante um período de análises empenhado pelos homens que nada obstante, conseguiram informações concisas e extremamente importantes para a execução do plano. Flammer despediu-se do grupo com o acordo ativo, uma data estava prevista para a captação dos cristais e todos em breve estariam se aventurando nas tenebrosas planícies de Sylhet.

Jhason permaneceu entusiasmado durante toda aquela noite focado em sua tarefa em relação à missão. Não sabia de muitas revelações aspiradas pelas pesquisas, dentre as quais, havia a real possibilidade da captação de diamantes para uma devida quantidade tectônica do cristal. De acordo com as pesquisas, o diamante, à determinado limite, constituía maior rigidez e maior genuidade das partículas. As placas, além desta região delimitada, passariam a constituir o cristal.

Alguns quartzos e os diamantes poderiam ser facilmente identificados pelas suas características originais, porém dificilmente encontrados.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A VISÃO

 

 

      À noite, Jhason deitou sobre sua cama atônito à uma luz ofuscada emitida pela eletricidade exterior. Sobre a parede, as sombras das folhas se moviam em conjunto formando um pequeno aspecto do arbusto. O cristal no sistema cúbico abordado na reunião o apreendia internamente. Sua imaginação discernia os efeitos dos átomos na produção de dodecaedros, octaedros, triangulares. Enfim, sua ambição em conquistar um diamante se intensificou ao ápice quando de fato constatou a real presença das placas tectônicas de cristais de quartzo pelos arquivos secretos.

Voltando sua atenção à sombra na parede, Jhason projeta em sua própria imaginação uma destas placas rochosas de cristal. Aquela imagem virtualizada preenchia todo o contorno do arbusto formando uma espécie de ramificação cristalina. No centro uma falha de poucos centímetros entre as folhas emitia uma claridade mais reluzente do reflexo exterior. O formato quase fazia alusão à geometria triangonal do diamante. Neste alvo a combinação do diamante foi reprojetada por Jhason como de fato é captado na forma rochosa e tudo parecia estar próximo do esplendor do grupo.

      No dia seguinte, Jhason acorda um pouco espantado devido o sonho anterior. À princípio não conseguia distinguir o cenário do sonho. Depois de enxaguar o rosto ele permanece imóvel por alguns segundos. Com a cabeça reclinada e apoiado com os braços fixos sobre a estante, fazia um pequeno esforço para se recorda do sonho. Aos poucos as imagens foram se traduzindo em partes e uma única cena se destacou como um sinal presságico.

      Todo o ambiente no sonho parecia prenunciar o local do crime, exatamente no interior da mina de cristal. As paredes escuras e o local áspero davam-lhe a certeza em estar no interior de um extenso antro. Embora pudesse ser uma premunição da mineradora, não havia identificado sinais de cristais ou minérios, conseguia avistar, tão-somente, uma parede arejada de grandes pedras paralelamente empilhadas. Uma delas se destacou entre outras, uma rocha hexagonal formada por dois lados superiores desproporcionais com ângulo de cento e dez graus e três vértices inferiores em cuja base calculavam-se apenas alguns centímetros de espessura. Parecia uma espécie de ardósia, de cor cinza e perfeitamente ajustada, parecia ter sido aclopada à mão.

      Aquela pedra despertava a atenção de Jhason que permaneceu inerte no sonho, admirava aquilo como se algo quisesse se mostrar. Uma energia o atraía sem nada que pudesse indicá-la, seus olhos fixaram-se em direção a rocha por alguns segundos. A sua intenção era poder tocá-la, seus braços se moviam devagar, ainda que se esforçasse, não conseguia alcançá-la. Ergueu as mãos aproximadamente cinqüenta centímetros da rocha, mas neste exato instante se desviou de suas recordações. Novamente enxágua o rosto e se move em direção ao quarto. Durante algum tempo permaneceu pensando sobre qual poderia ser o significado daquela cena. Pensou se realmente aquela rocha existia, a razão pelo qual se interessou por ela e procurou memorizá-la.

      No salão do Clube, Flammer recebe a chegada de Elijah, um dos vilões do clube. Havia chegado um pouco atrasado ao encontro para entregá-lo os documentos da aquisição dos equipamentos para a captação dos cristais. Em seguida o direciona dois documentos fiscais:

      _Com licença senhor, estas são as notas fiscais. – disse Elijah ao estender as mãos com os papéis.

      Flammer pega os documentos um pouco desinteressado.

      _Não nos interessa estes documentos, vamos nos preocupar com as dinamites.

      Disse ao colocá-los sobre a tocha de fogo ao lado.

      _Desculpe informar, mas a parcela foi debitada na conta de um de seus sócios.

      _Não se acerba meu caro, breve estes cristais estarão em minhas mãos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O CRIME

 

 

      Em poucas horas tudo estava pronto, o grupo partiria pouco tempo antes do amanhecer. Os quatro integrantes se reuniram no estabelecimento e partiram devidamente como combinado no dia anterior. A aquisição dos equipamentos foi realizada durante aquelas últimas quarenta e oito horas e não havia dúvida da presença de cristais na mineradora. O documento governamental e as pesquisas feitas foram puramente analisados.

Os integrantes adquiriram uma moderna linha de uniformes para a operação além de outros acessórios tais como capacetes, botas anti-derrapantes, lanternas impermeáveis, trenas automáticas, bússolas eletrônicas, aparelhos sensoriais e um receptor GPS para demarcar as coordenadas de entrada, que serviriam na identificação do local em maior abundância dos cristais. As roupas de cor preto escuro eram envolvidas por correias prateadas em torno da cintura, refletiam no escuro. Com capacidade para sustentar quatro tipos de ferramentas diferentes, o cinturão possuía ainda dois coldres de revólver e um cantil.

      Os carros saíram ainda à noite, mas faltavam poucas horas para a manhã seguinte. A alvorada no campo se reverberava na natureza extremamente exuberante ao longo da rodovia. A neblina formava uma nuvem sobre as montanhas distantes, local onde estavam perto de alcançar. Entre o horizonte e as paisagens o sol surgia aos poucos.

Após algumas horas de viajem o dia já se apresentava claro, era pouco perto das sete horas da manhã e o grupo já se posicionava no local da mineradora. Duas grandes cabines cromadas, formavam interseções de dois planos em ângulo duplo. Na encosta de uma imensa montanha, permaneciam atracadas em alguns mastros inferiores usados como alicerce. Embora alguns cadeados mantivessem as portas trancadas, não havia registro de nenhum tipo de objeto. A parte interna observada por uma janela de vidro ofuscado, permanecia completamente vazia, o grupo constatou definitivamente a ausência de rastros, de pessoas ou animais.

      Um pouco antes da ribanceira localizada à frente da imensa montanha, ao lado esquerdo de uma grande área de um hectare, estabelecia-se um grande albergue fechado para máquinas especiais. Um teto de aresta formava uma curva em um ângulo de cento e oitenta graus. Possuía sobre a base alguns ventrículos para circulação do ar. O teto forrava grandes paredes cimentadas, em uma delas, encostava-se um filtro de ar auto limpante FK-600, para separação dos resíduos de cristais. Logo à frente dois aparelhos Pumps Bean Royal tipo Slurry para locomoção de minerais, permaneciam em fase de desintegração devido a má conservação. Durante aqueles dois dias o grupo conseguiu informações precisas do local, uma vez que Rayh, o motorista, viajou para calcular o perímetro da área e outras características do local.

Naquela mesma hora tudo foi sendo remanejado para fora do transporte. A neblina, que antes camuflava a maior parte da região, aos poucos foi se dissipando das montanhas. Um pequeno trator, um tipo de carro automatizado alugado em uma empresa industrial de máquinas especiais, descia pelas rampas traseiras do primeiro caminhão. Sua frente achatada com textura branca incluía um painel de controle automatizado pelo lado interno. Um pequeno pára-brisa de quarenta centímetros realçava a arquitetura do veículo que permitia a condução de um motorista e um passageiro a bordo, o qual era dirigido por Ryah. Cargas com mais de vinte por cento tonéis poderiam ser alçadas facilmente pelo comboio, que manuseado pelos controladores, movia-se para cima e para baixo em frações de segundos.

      _Iremos utilizar somente um veículo para averiguação do local interno que é um ambiente totalmente desconhecido. Nada se sabe além das antigas explosões que causaram grande estouvamento das pedras no solo de acesso e muitos desabamentos em torno da margem principal.

      _Vamos analisar o local com maior abundância da especiaria. - disse em seguida ao entregar um pequeno detector GPS de cristal à Elijah, um insigne companheiro de Flammer pertinente ao crime.

Uma dupla se aproximou do carro que andava sobre uma trilha de ferro desfalcada pela corrosão atmosférica. A trilha com algumas tinturas vermelhas rasuradas pelo tempo seguia ao longo da linha de acesso ao imenso túnel formado por um ângulo de cento e oitenta graus para cerca de dez metros de altura.

Esta mesma linha seguia atrás até o grande galpão abandonado, onde provavelmente encontravam-se as máquinas específicas para remanejamento das pedras.

No decorrer da trilha, algumas partes foram encobertas pela densidade do solo arenoso. Ryah permanecia estacionado junto com Elijah a espera do restante do grupo ao limiar de dois imensos portões cromados que fechavam a entrada da mina. De longe avistavam a vinda dos outros companheiros no carro alugado. Todos usavam uniformes especiais e estavam perto em invadir a entrada da grande mina. Ao se aproximarem Flammer desce do carro e repara alguns cadeados na alça dos portões que os trancavam com apoio de uma corrente de ferro que realizava duas voltas em torno da alça.

      _Todo seu! - disse à Elijah que imediatamente sacou sua arma e disparou tiros contra os cadeados de ferro. Nada obstante, foram destruídos.

      Em seguida devolve a arma ao coldre de neoprene posto em sua cintura ao mesmo tempo em que Flammer reagia com um pontapé para abrir os portões. No interior daquela montanha rochosa havia uma obscuridade interna, o que permitia uma visão parcial do reflexo da luz emitida pelos raios ao lado oposto da encosta, que àquela altura, se alinhava à uma distância considerável em virtude ao recente horário. A sombra tendia se mover em direção centro-oeste, formava uma extensa penumbra entre a trilha e a ribanceira, que provida por uma mata escassa de solo arenoso conduzia à uma pequena vala de calcário.  

As lanternas foram acesas quando Jhason trouxe a bolsa de equipamentos. A jornada iniciou-se pelo acompanhamento daquela pequena trilha de ferro corroída que seguia continuamente desde a entrada à uma longa distância adiante, cerca de vinte metros. Além daquele limite, entre a luz das lanternas sobre a trilha e a entrada, nada se podia notar. Mais adiante o barulho de gotas intermitentes comprovava a incidência de água assim como as estalagmites formadas em algumas partes do imenso teto interior. O grupo cumpriu com uma longa caminhada, no entanto, o detector não havia ainda registrado a presença de cristais. De acordo com o bip, o local seria descoberto em mais ou menos, meio quilômetro de distância.

      _Vamos parar para refrescar-nos. - disse Flammer aos outros.

      O grupo se assentou em um canto da galeria, tomaram água e permaneciam à alguns metros após a entrada. Um novo trajeto foi feito, a claridade da luz da entrada já não se notava mais. Adiante, algumas fossas com grandes aberturas, formavam entradas em desenvolvimento horizontais à alguns metros. Outras, em desenvolvimento paralelo a estratificação da rocha, alojavam-se no teto, moldando bacias dentro da região freática externa. A rota do veículo era relativo a caminhada dos outros dois que seguiam andando. A iluminação dos faróis era capaz de iluminar grande parte do trajeto que, devido o alargamento de fendas entre o plano de estratificação horizontal, mudava sua direção em muitos sentidos. 

Porém o detector estava prestes a identificar a presença de cristais. Uma luz vermelha do aparelho tendia a piscar conforme o local em abundância das pedras cristalinas. Um pequeno radar controlava a rota, que ocasionalmente, lhes conduziu a outro destino além das trilhas de ferro. No visor do detector, havia uma pequena luz verde para facilitar a observação do índice, que também servia como alerta da presença de águas correntes.

Este mesmo aparelho possuía um sistema GPS ultra-moderno que permitia visualizar uma pequena bússola eletrônica envolvida por uma seta direcional que, circulando aleatoriamente sobre uma região circular, demarcava a área interna da mina. Provido de um sistema de informação eletrônico, o GPS fornecia, via rádio, transmissões à um aparelho de notebook móvel localizado no primeiro caminhão pelo sistema de antena onde permanecia Rajid.

Estas referências permitiam visualizar as coordenadas terrestres através de um recurso simulador integrado ao satélite.  Cerca de um quilômetro e finalmente o aparelho detecta com mais precisão os primeiros vestígios de cristais. O bip passa a sinalizar com intensidade à medida que se aproximavam. Elijah paralelamente pulsava-se de surpresa, o grupo se alertou com a informação do aparelho. Estendendo o braço em direção às paredes buscava identificar a maior incidência de cristais. O barulho aumentava à cada passo, aquele realmente seria o local exato para efetuar a explosão.

      _Por aqui, vejam! - disse Elijah ao passar as mãos pelas rochas.

Após alguns metros adiante aquele sinal de incidência máxima tendia a diminuir. Andando sobre granitos irregulares no chão o grupo passaria a enfrentar uma rota quase sem saída acompanhada por profundas erosões.

      _Basta, não há pavimentações adiante.

      _Parece implosões mal sucedidas. - comentou Elijah ao mirar a luz da lanterna sobre uma parede vertical totalmente irregular à frente do grupo - Essa envergadura denota a falha na execução de dinamites, mas de fato é um tipo de projeto interrompido. – concluiu.

      _Evidentemente meu caro. Aquela parede inferior, - disse Flammer ao mirar a luz sobre o outro lado do antro - realmente denota as tentativas de expansão externa que poderiam ter acontecido muitos anos atrás no resgate dos acidentados. O que de fato parece ser a razão pela qual a mineração foi interrompida.

      _Não imaginava que o governo seria tão generoso em preservar este patrimônio para nós - disse Elijah de modo irônico.

      _Vamos! - disse Flammer ao andar pelo retorno.

      O grupo se dividiu a procura de rastros. Usando o segundo aparelho, Flammer analisava o outro lado da parede. Movia devagar os braços segurando o aparelho à poucos centímetros de distância das rochas. O bip acelerava o sinal à medida que estendia seu braço para o alto. Uma pavimentação regular, formada por pequenos granitos, medindo aproximadamente vinte e três metros de distância de um lado ao outro separava as duas lápides verticais que formavam o corredor da galeria. As paredes pareciam ser as continuações de lápides inferiores, perceberam quando tiveram que subir alguns morros antes daquela pavimentação. Também pela ausência da trilha de ferro à alguns metros atrás e pelo aumento da altitude constatado no visor do detector. No limite, as rochas precipitadas conduziam a latitudes baixas.

Por outro lado, no limite aonde o grupo retornou, Jhason permaneceu individual para identificar algum rastro naquele local. Seguia adiante sobre as grandes rochas irregulares segurando apenas uma lanterna. Se separou do grupo alguns passos à frente admirado com o local. Mirava a lanterna pelas paredes, mas tão-somente observou algumas falhas da trilha de ferro no chão cobertas por alguns cascalhos superiores. A trilha estava separada em longa distância da trilha principal à alguns metros atrás, antes daquela pavimentação. Isto parecia confirmar a incidência de explosões alguns anos atrás ou poderia ter sido talvez a tragédia que noticiava o documento secreto.

Porém o que mais o surpreendeu foi uma parede ao lado esquerdo onde permaneceu paralisado em êxtase. Imediatamente se recordou do sonho quando o cenário parecia se compatibilizar com as imagens da parede. As ardósias empilhadas traziam-no à real sensação do sonho, quando nada obstante, foi tomado pela mesma admiração à rocha hexagonal. Exatamente formada por dois lados superiores desproporcionais, com o mesmo ângulo próximo a cento e dez graus e sucumbindo ao encontro da margem de três vértices inferiores. A luz da lanterna passou a forçar especialmente aquela peça.

 

Seu braço direito se movia lentamente em direção à pedra e quando próximo a cinqüenta centímetros em alcançá-la, desmaiou instantaneamente em êxtase.

      O grupo, que já operava o manuseio das dinamites de dentro do pequeno trator para o solo, ouviu o pequeno barulho da queda percebendo também a lanterna declinada de Jhason ao chão. Eles correm para auxiliá-lo. Desmaiado perto dos cascalhos, foi tomado pelos braços até a parte plana do caminho livre onde havia a pavimentação. Elijah o sacudia a fim de despertá-lo, Ryah surge em seguida se atrasando ao sair do veículo. Mas despertou-se ao ser encharcado pelas águas de um dos cantis levados pelo grupo.

      _O que houve? - o perguntou após despertar-se.

      _Nada, apenas tive uma má sensação, já estou estável, podem seguir. - disse recusando o apoio oferecido pelos braços de Elijah.

Rapidamente se levanta e se move em direção às paredes sem relatar sobre a visão. O grupo retorna ao local para terminar o armazenamento das dinamites. Jhason retira sua ferramenta da cintura, uma picadeira de ferro ponta fina e inicia sua escavação para quebrar a rocha. A lanterna posta no chão e mirada ao local da rocha emitia claridade suficiente.

      As dinamites foram devidamente implantadas. Após algumas bifurcações na parede realizadas por uma maquina específica que ficava armazenada no banco de ferramentas do comboio. Um cilindro agudo poderia atingir uma profundidade extensa. Em ambos os lados foram ativados os detonadores.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PEDRAS-PRECIOSAS

 

 

      Insistia Jhason quando subitamente a rocha foi quebrada. No mesmo instante reparou uma luz cristalina esverdeada emitida pelo prisma da pedra-preciosa, mas defendeu a claridade da luz com o braço esquerdo sobre os olhos, que era intensamente refletida pela lanterna. Mais adiante o grupo o chamava ao terminar a postagem das dinamites. Sua pulsação aumentou ao identificar aquela pedra ao mesmo tempo em que as vozes chamavam-no, não imaginava tal descoberta. A pedra parecia uma espécie de esmeralda, um formato trigonal nas duas pontas por um retângulo quadrangular de pequena espessura. Rapidamente a colocou em uma pequena bolsa de couro marrom e amarrou em seguida. Caminhou em direção ao grupo que armazenava o último pote de pólvora sobre o tubo de dinamite.

      _Pronto, esta instalação será extremamente assoladora, devemos nos distanciar o quanto antes. - disse Flammer ao tomar o saco restante da pólvora.

      Em seguida, prosseguiram para fora da galeria com o controle da detonação semi-ativo. Andaram cerca de um quilômetro até a saída. Pelo lado de fora, a sombra entre a entrada da mina e a pastagem, havia se recuado alguns metros com o passar do tempo.

      _Não temos tempo a perder. - disse Flammer ao ordenar o controle de detonação à suas mãos.

      Em seguida pergunta:

      _Preparados?

      Os outros confirmam acenando a cabeça em sinal positivo. Um pequeno bip do controle alertava a respeito da distância permitida.  Àquela altura, o bip soava lentamente. A hora era certa, talvez alguns quilômetros à menos não seriam o suficiente. Porém, aquela posição entre o antro da mina e o local do estacionamento dos carros seria a distância ideal percorrida como precaução. Observando o horizonte por através da mata não se identificava nada além da relva. Entretanto havia um pequeno vilarejo à três quilômetros do local. Olhando à frente em direção à mina contemplava-se um grande túnel em cuja abóbada se alojavam as portas metálicas.

      _Será que conseguiremos detonar as dinamites sem desmoronar essa imensa mina chefe? Talvez não tenha lido o manual atentamente. - perguntou um dos homens de modo irônico, após uma breve risada.

      _Não seja insolente! - disse Flammer ao tomar o detonador, de modo precipitado e irritadiço, das mãos de Elijah.

      Movido pela ansiedade, rapidamente Flammer mira o detonador em direção a mina. Com o dedo pressiona firmemente o botão, um pequeno censor ativa as dinamites em frações de segundos. As primeiras dinamites foram sendo detonadas acompanhadas por um tremor de terra em magnitude relativamente baixa. O estrépito das explosões realmente foi sufocado por uma tecnologia especial. O barulho foi reduzido à trinta e dois por cento decibéis, o que dificultaria a percepção dos habitantes nas regiões vizinhas.

      Após a detonação Jhason e os outros, ansiosos, preparavam os equipamentos para as escavações ajustando-as ao cinto. Por outro lado, Elijah recebe a ordem para dirigir o outro veículo de carga similar ao outro conduzido por Ryah. O veículo permanecia estacionado no interior da carroceria de um dos caminhões, foi retirado rapidamente do segundo carro. O motorista cuidadosamente desceu as rampas e seguiu rumo ao restante do grupo que dirigiam para o interior da mina. Os dois pequenos tratores, de acordo com o que foi constatado pelo grupo, conseguiriam cumprir com o trajeto até o local das explosões sem muitas obstruções como erosões ou entroncamentos. Ambos andavam alinhados em direção ao limiar do antro de onde saíam as últimas partículas da nuvem de poeira formada pela detonação. Seguindo a trilha realizavam o mesmo trajeto.

Flammer, assentado ao lado do carro de Ryah ajustava seu óculos transparente para uso industrial ao mesmo tempo em que guardava no bolso o detonador ativado. A claridade foi reduzindo-se juntamente com a nuvem de poeira. As lanternas foram sendo acesas, o detector alertava sobre o local à medida que o bip acionava um pequeno feche de luz vermelha. O caminho foi realizado com sucesso, embora houvesse algumas outras rotas da trilha de ferro. O percurso pôde ser devidamente reincidido devido a demarcação de Elijah que além de possuir o detector em suas mãos conseguiu decorar uma das curvas de acesso à galeria pretendida.

Após realizarem a viajem até o local, o grupo se prepara com as ferramentas necessárias para captação dos cristais. Separando-os das rochas e granitos faziam simultaneamente a coleta, e ao mesmo tempo, abriam caminho para a passagem dos tratores.

Os tratores foram consequentemente obstruídos por um imenso monte de granitos e pedras e estavam prontos para fazer a locomoção das pedras.     Uma labuta entediante iniciou-se e perdurou-se por muitas horas. Mas os homens conseguiram abrir uma ala para a passagem dos tratores. Naquele mesmo instante, após a separação das pedras, Ryah inicia a locomoção do comboio. Em um pequeno painel de controle, ele maquinava a parte dianteira facilmente conduzida pelo volante hidráulico. Uma pequena rampa de poucos centímetros da carroceria se ajustava rente ao chão, em seguida, engatou a marcha e apenas moveu-se à frente a fim de captar o aglomerado no chão. Em frações de segundos a rampa se move para cima fazendo escoar todo o material para os fundos. Após ativar um pequeno botão automático a rampa se movia ao modo inicial e a maquina executava o mesmo procedimento.

      Uma grande placa tectônica de cristal ainda permanecia aclopada em uma lápide quando uma dinamite para explosões menores foi ativada. O pequeno aparelho amarelo para explosões, possuía uma tecnologia automática que permitia regular a intensidade do impacto em comparação ao minério. Portanto, não foi necessária muita distância para a detonação, mas as primeiras explosões causaram uma extensa ruína o que dificultou a separação do mineral.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DIAMANTES

     

 

      A porção facilmente captada após a explosão foi anexada ao comboio, e logo, a primeira remessa teria sido concluída com a ocupação completa da carga. Um período prolongado por muito exercício se estendeu até o meio-dia. As rochas foram devidamente separadas na primeira tarefa, certamente a segunda viajem seria mais rápida. Os carros descarregaram sobre o primeiro caminhão uma porção insuficiente para ocupar todo o espaço do cargueiro. Enquanto o outro seria usado exclusivamente para o transporte dos comboios e das demais ferramentas.

      Após a despeja da carga ao caminhão estacionado do lado de fora, Flammer consegue ter maior compreensão dos cristais, o que propiciou a percepção de um diamante devido a reflexão do brilho.

      _Vejam, - disse apontando ao reflexo da luz emitido pelo diamante - aquele brilho... - concluiu.

      Inteiramente surpreso, ele pega a peça cristalina que em seu profundo interior havia o pequeno diamante. Um cristal com o tamanho de um metro para pouca largura foi facilmente carregado à uma mesa prateada embutida na porta lateral. Estava posta fora do veículo próximo a segunda cabine do caminhão que era usada especificamente como área de estar. A segunda cabine em seu interior possuía uma altura pouco superior à cabine principal. Propiciava a posição em pé e concedia um mero conforto pelos estofados em torno de uma pequena mesa central.

Uma estante ao lado guardava alimentos e bebidas, a janela na outra lateral concluía a armação interior. A mesa ao lado da carroceria da cabine era totalmente ajustada à porta do veículo, mas de modo aberto serviu como suporte. A resistência da armação de ferro não seria vencida pela força da pedra, e tampouco, pela força da ferramenta sobre a pedra, a qual carregava Jhason.

      A intenção seria atingir a pedra com uma força brutal a fim de chocar a crosta em partes para descobrirem aquela espécie de diamante no núcleo da placa cristalina. Mas tomado por outra atitude, Jhason reage autorizado pelos outros:

      _Com licença! - disse ao esticar o braço contra o busto do seu companheiro recuando alguns passos atrás. Com as pernas relativamente separadas e fixas ao chão, ele ajusta o óculos transparente de proteção industrial com as duas mãos. Em seguida, saca de seu coldre o revólver fazendo-o girar em um ângulo de trezentos e sessenta graus. Com um estilo sorrateiro, apontou a arma em direção a pedra segurando-a com as duas mãos. Frisando o rosto e bastante atento dispara o tiro sobre o alvo.

No mesmo instante alguns pássaros voam espantados dos arvoredos rentes a grande montanha. O grupo se aproxima curioso andando devagar em direção a peça. Alguns estilhaços não alterariam a dinâmica do cristal, mas foram suficientes para danificar algumas partes da lateral do carro. O brilho do diamante produzia um prisma em destaque, de fato era uma peça diferente do cristal externo e todos permaneceram admirados.

O fenômeno de atração nuclear da rigidez atômica com a separação ramificada do cristal foi constatado naquele momento quando as crostas se separaram ao meio. O grupo estava perto em conquistar um grande empreendimento à medida que novos diamantes iam surgindo. O trabalho no interior da mina foi traduzido pela força física e destreza. Tudo parecia estar perto de um novo rumo milionário quando os homens coincidentemente conseguiram encontrar aquela primeira peça de diamante. Porém havia mais uma viajem a ser cumprida, devido o restante dos cristais.

      No segundo carro que possuía cabine dupla o grupo se acomoda para um breve intervalo. Após uma pequena discussão na mesa interna, o pessoal permanece descansando sobre os estofados em torno do ambiente. Um pequeno ar-condicionado fazia refrescar o local, e logo, um diálogo entre os tais se decorre.

      _Então Jhason, o que houve quando caiu misteriosamente na parte adiante do local das explosões? Se foi devido a oxigenação, tenho algumas máscaras de gás de oxigênio reservadas no porta-acessório.

      _Não, não foi a oxigenação! Tive uma estranha sensação ao me aproximar desta pedra. - disse ao retirar do bolso a pequena pedra encontrada na mina - É um tipo de jaspe, mas não sei bem a sua origem.

      A princípio Flammer tentou se proteger com as mãos do reflexo da luz emitido por aquele cristal retangular esverdeado, mas logo, ao se acostumar, pega a pedra para avaliá-la.

      _Fascinante, mas não vejo razão para culpá-la de tal fenômeno. Parece um tipo de esmeralda.

      O reflexo da pedra era intenso, de modo que os companheiros pediram para guardá-la. Protegiam o rosto enquanto tentavam se esquivar da luz. Jhason pega novamente a pedra e a põe de volta ao seu bolso de blusa, palpando-a com cuidado após fechar o botão.

      _Receio que sim. - Redargüiu - Pouco antes de começarmos a busca tive um sonho estranho, sonhei exatamente quando estive naquele local. As rochas da parede à minha esquerda eram muito semelhantes ao sonho, o que foi de fato um presságio. Ao me recordar daquela cena tive a mesma sensação ao focar a mesma ardósia hexagonal que seduziu-me de modo muito misterioso. Não tive mais recordações após esta miragem. No entanto, prossegui escavando-a quando surpreendentemente encontrei esta pedra-Jaspe alojada em fundo aparentemente arquitetado devido a moldura rochosa que a cercava. A crosta da ardósia possuía uma estrutura perfeita que se separou exatamente onde a pedra estava alojada, por onde formava uma estufa oval.

      _Interessante, mas deixe a “pedra do sonho” para depois, vamos prosseguir com a tarefa.

      Flammer diz a respeito:

      _Quero que o grupo faça a segunda viajem sem a minha ajuda. - disse ao limpar o rosto com um pequeno lenço que transpirava pequenas partículas entre a mandíbula superior e o cabelo - Estarei no local para averiguar as pedras. Também irei procurar por novos diamantes entre a carga e principalmente irei fazer a vigilância dos carros e dos detectores com Rajid. - disse ao mesmo tempo em que sacava sua pistola semi-automática da cintura, encurvando o corpo à esquerda - Nada sabemos a respeito da região, sofremos o risco de encontrarmos outros indivíduos, não podemos deixar a carga ao esmo. - explicava aos outros ao mesmo tempo em que polia a arma com o mesmo lenço nas mãos.

A próxima ida, portanto, seria executada com a ausência de Flammer, que devido o cansado, decidiu permanecer sobre o local onde se encontravam os carros estacionados. Ordenou a tarefa ao grupo e se preocuparia em identificar novas peças de diamante, que àquela altura já chegavam ao peso ideal para adquirir uma fortuna. A balança de precisão era usada para medir o peso, com certo aparelho calculava a proporção em quilates para cada milímetro. Entre estes havia encontrado o crown-angle, um tipo de diamante à trinta e seis graus para cinqüenta e três por cento de diâmetro, uma preciosidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FUGA NA MINERADORA

 

 

      As horas foram passando rapidamente e quando perto do crepúsculo do dia o grupo retorna com os carros. Flammer, deitado com os pés apoiados na mesa interna, acorda repentinamente ao notar a chegada do grupo. De longe observava os carros brancos se aproximarem, Elijah acena com o dedo fazendo um sinal de positivo.

      _Tudo pronto chefe! - disse um dos homens – embora com um percentual de pedras preciosas, ainda no interior da mina sobrara um restante da carga.

      _Excelente, lance-os ao caminhão. - ordenou - Não iremos nos preocupar com o restante. – Flammer rejeita o remanescente ao olhar para o seu relógio prateado que informava poucas horas para o anoitecer.

      Aquela altura Flammer já havia encontrado cerca de quinhentas gramas de diamantes não lapidados. Moveu-se eufórico para fora do veículo e acionou as rampas para locomoção dos comboios. Embora o cristal fosse radicalmente inferior ao diamante não era algo a ser desprezado pelo Clube que nada obstante, conquistaram cerca de meia tonelada de quartzo. Talvez aquela porção de diamante equivalesse à toda a carga do cristal que, apesar de ter ocupado cinqüenta por cento da carroceria, ainda permitia a postagem dos outros cristais restantes no interior da mina. Por outro lado, foram rejeitados pelo grupo devido o tardio horário.

Faltavam poucas horas para o poente e a carga foi totalmente depositada ao caminhão. Os criminosos triunfavam, e enquanto comemoravam com um drinque servido após o serviço, alguns homens da região surgiram inesperadamente armados, cinco ao todo.

       _O que é isto! - assustou Flammer ao deixar cair o copo após escutar os primeiros disparos de tiro em direção a primeira cabine. O restante do grupo se protegia dos estilhaços de vidros e rapidamente se preparavam com as armas para revidar os disparos.

      Os indivíduos eram provavelmente moradores vizinhos, usavam um tipo de roupa esporte revestindo coletes semelhantes aos de guardas florestais. Talvez fossem alguns criminosos interessados pelos cristais, mas desprovidos de carros policiais, fardas ou patrulhas não aparentavam ser agentes militares. Portavam duas armas longas para caça e outras armas eficazes, mas foram mobilizados quando o Clube Barony revidou com o uso de uma metralhadora automática.

      _Vamos tome a direção. - Ryah recebe a ordem.

      Elijah tenta atravessar ao outro veículo enquanto disparava tiros contra os indivíduos. Os rapazes foram surpreendidos pelos disparos que atingiram dois integrantes ao mesmo tempo. Sem muita força para combater o Clube Barony, os indivíduos fogem em direções contrárias. Ryah, um tanto esvairado, atravessa uma janela de acesso entre a segunda cabine e a parte dianteira. Por cima, onde havia uma janela de teto para circulação auxiliar, Jhason disparava tiros contra os caixotes.

      _Rápido, acelere.

      O caminhão iniciou um novo percurso, estacionado de frente à mina em um ângulo de quinze graus, foi obrigado a realizar o retorno. O imprevisto causou alguns estragos na lateral que foi danificada pelos tiros.

Os indivíduos tentavam se esconder atrás de caixotes vazios à beira da pequena mata arenosa, mas não resistiram. O terceiro é derrotado por Elijah que consegue alcançar o segundo caminhão disparando tiros intermitentes. Os carros aceleraram contra o restante e o quarto homem foi brutalmente atingido ao cair pela ribanceira também. 

      O segundo caminhão ao sair pela estrada foi conduzido por Elijah que, ainda assim, insistia atirar contra o último indivíduo. Guiando o volante com uma mão e a outra pressionando o gatilho conseguiu liquidar o sujeito que misteriosamente sucumbiu pela mata.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A SEGUNDA VISÃO

 

 

Os dias se passaram e o Clube Barony conseguiu quadruplicar o comércio das pedras cristalinas e entre outras estruturas de quartzo, o valioso diamante. As preciosas peças de diamante incluíam o crown-angle, pavilion, depth, shallow e ideal-diamond, jóias expressivamente valiosas que atraíam progressivamente a atenção dos compradores ourives. O Clube criou uma pequena indústria em um dos galpões de Bangladesh, onde os operários faziam o polimento das peças. As vendas cresciam em pouco tempo, no entanto, muitos traficantes recusavam as pedras-preciosas para negociações narcotráficas.

Em contra partida, Jhason parecia ainda absorver misteriosas energias da pedra-jaspe encontrada na mineradora. Alguns dias depois, uma outra visão surge durante o sono. Era manhã, Jhason acorda assustado após um suposto pesadelo. As cortinas persianas do seu quarto são abertas, um comprimido calmante é digerido com um copo de água posto na cômoda metálica ao lado da janela frontal.

Rapidamente a mercadoria foi se esgotando e um dos últimos negociantes com o Clube foi um dos mais afamados joalheiros do país. As negociações foram aprimorando as relações com o proprietário, possuía uma espécie de cartel do crime com algumas lojas na Rússia. Estas últimas negociações do estoque de diamante viriam a ser o fim da mercadoria das jóias. Espantosamente o grupo conseguiu uma renda milionária.

 

Mas algo parecia modificar as expectativas de Flammer quando Jhason marcou um encontro com seu chefe a fim de anunciar uma estranha notícia.

Em seu recinto Flammer o aguardava ansioso em saber de novas notícias, mas o que Jhason tinha a relatar parecia ser nada favorável.

_Por favor, sente-se. - Flammer oferece lugar ao seu capanga.

_O que tem a dizer?      - continuou.

_Bem, parece ser um pouco estranho, mas com base aos fatos naquela mineradora desativada e o sonho que tive ao captar aquela pedra-jaspe, a notícia poderá ser um pouco ameaçadora.

Interrompeu para um breve gole. Em seguida prossegue:

_Como disse antes, aquela pedra parece realmente produzir um efeito místico que envolve a pessoa ao sonho em uma fase conhecida como premunição. E foi a partir deste fenômeno que consegui traduzir um novo tipo de acontecimento que poderá se cumprir.

_Definitivamente não acredito em misticismo Jhason, mas diga, qual é o tipo de acontecimento?

O capanga suspirou ofegante e prosseguiu:

_No sonho vi que o grupo combatia uma patrulha militar ao captar novas porções de diamantes. Portanto, aconselho desistir do retorno à mina, o quanto antes...

Jhason parecia cada vez mais apegado a pedra-jaspe, que pela segunda vez, parecia lhe entregar revelações em sonho.

_Não se iluda meu caro Jhason, vamos abandonar este errôneo estigma e calcular mais quantidades da mercadoria. - o incentivou ao brindar um drinque desviando-o do seu suspense.

 

 

 

DISPUTA CONTRA O TEMPO

 

 

Naqueles dias Flammer estava perto em fechar acordo com uma joalheria na cidade em Dhaka, o Radiance. O estabelecimento é uma loja suntuosa localizada em um dos shoppings mais modernos da região central. No segundo andar da galeria, o Radiance é a loja mais afortunada e monitorada em termos de segurança privada. Seu dono se chama Wald Ganiev, homem de estatura rude, olhos fixos, cabelo frisado. Este seria um grande administrador empresarial que então fecharia o acordo com Flammer.

As drogas quimicamente adulteradas naquele momento tornaram-se um meio secundário de renda precedido pelos diamantes, que agora sublimava as finanças do Clube. Entretanto, as pedras-preciosas, cujo diamante seria o principal elemento, não poderiam ser comparadas às drogas, que por muito tempo foi fruto de grandes mobílias. O diamante por possuir um alto valor agregado na balança comercial, trazia preocupações maiores a respeito do tráfico. Alguns compradores poderiam exigir a autenticidade jurídica, ou seja, a comprovação da existência de um mercado legítimo. Muitos poderiam ser os compradores para tal produto, e outros, os interessados em trocas, mas poucos os negociantes como Wald Ganiev.

Para os compradores proprietários de empresas particulares, seria algo mais arriscado. Documentos e protocolos seriam essenciais. Copias de documentos originais deveriam ser feitas com a descrição de seu próprio nome e não seria tarefa difícil, visto que o Radiance seria apenas uma das três empresas envolvidas na compra do material. A cópia ilegal do documento autenticado poderia ser um grave problema, mas em poucas proporções, porém um simples erro paralelo à folha de orçamento de uma loja tal como o Radiance, poderia causar um colapso irremissível devido o comprovante de origem. Isto não poderia ser constatado por Flammer que pertencia à um grupo ilegal. Nesta ocasião o comércio seria vistoriado e por conseqüência de um desfalque no registro seriam todos autuados em flagrante.

Ao passar do tempo um dos envolvidos na fuga teria sido preso em flagrante por não ter provas legíveis a respeito da origem de dois quilates de diamantes, não se justificando sobre o material. O comparsa teria omitido sobre a origem do produto e a relação de outros envolvidos e também negou se tratar de um furto, mas alegou que seriam artefatos pertinentes de sua propriedade. Não tendo também como provar, foi detido e liberado posteriormente. Embora várias outras pessoas suspeitas tenham sido interrogadas, nada de importante fora elucidado.

Flammer possuía documentos falsificados preparados que poderiam ser úteis nas negociações. Ele teria realizado anteriormente vendas de diamantes com tal proprietário, porém em uma única remessa de quantidades menores. Este teria sido um dos primeiros acordos feitos diretamente à um administrador empresarial após os comerciantes artesanais. Mas agora, depois do êxito da primeira venda, Ganiev se interessa por mais quantidades. Depois de organizar os documentos em uma planilha eletrônica a respeito da sua conta com Lee Van Wilster, Flammer permanecia inerte sobre sua cadeira um pouco desconsolado. Inesperadamente o telefone toca ao seu lado, mas sem se mover, prefere ainda esperar pelo próximo toque. Aqueles segundos de intervalo pareciam agonizá-lo. A segunda chamada surge ainda mais fustigante. Seus pensamentos exauridos não lhe davam esperança de novas oportunidades para suprimir a conta. Tudo parecia ser uma nova ligação de Lee Van Wilster para fazer novas cobranças.

De fato, as planilhas em sua frente estavam corretamente computadas, e não acusavam nenhuma margem de erros no cálculo dado pelo sócio, nem se quer uma falha à mais. O valor estava exatamente conferido e pior seria se estivesse alguma conta em falta. Por sua sorte não foi computado juros durante aquele prazo de quarenta e oito horas. O que poderia equivaler quase trinta por cento do valor total. Sua lancha, porém, estava penhorada e prestes a ser removido de sua propriedade. O terceiro toque ocorre e de súbito ele atende, o telefonema foi algo surpreendente e após se identificar como cliente dos diamantes, Wald Ganiev entra em detalhes:

_Tenho que admitir que sua mercadoria tem sido motivo de muitas vendas na loja, embora ainda haja uma linha de estoque exposta. Necessitarei de mais uma porção de pedras-preciosas tais como as anteriores para a próxima quinzena.

Recebeu surpreso a notícia, mas sem demonstrar muito entusiasmo respondeu:

_De acordo. – Flammer afirma com certa ardileza, mas preocupado em saber que os diamantes teriam se esgotado desde a última encomenda feita pelo Radiance - Todavia, como nos encontraremos? - concluiu.

_Estarei o esperando no mesmo local onde nos encontramos na negociação anterior. Por volta das treze horas estarei disposto ao seu parecer.

_Afirmativo, nos encontraremos em breve...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O ACORDO

 

 

Um acordo foi feito entre ambos, Flammer desliga o telefone aliviado, mas um pouco impaciente. Em seguida levanta preocupado, apóia sua mão sobre a testa do lado direito como quem passa a sofrer uma espécie de sinuca virtual. Observava a transição na região vista pela janela central, quando seus pensamentos começaram a se alinhar paralelamente ao embuste dos forasteiros feita na missão anterior, a dívida a ser paga pelo prazo determinado por seu sócio Lee Van Wilster, o sonho relatado por seu comparsa Jhason e o encontro com Ganiev. 

Flammer pensava nos riscos, mas não poderia deixar de realizar a busca. Uma proposta estava em jogo, por conseguinte, deveria persuadir Ganiev a fechar acordo por encomenda à longo prazo. Se o pagamento for efetivado à vista, mas com um período de tempo estendido para a obtenção das pedras que se esgotaram nas negociações do primeiro estoque, Flammer teria em suas mãos o dinheiro exato para pagar sua conta com seu sócio Lean Van Wilster dentro do prazo estabelecido.  Este o exigiu em pouco tempo o valor da quantia totalitária de um débito decorrente de seus negócios.

Localizado não muito distante do Radiance o escritório seria mais um gabinete de aluguel onde também se unia com outros compartimentos empresariais. Embora Ganiev tivesse fortuna suficiente para aquisição de um departamento contábil autônomo, ele preferia trabalhar em seu próprio domicílio e com o aluguel do gabinete sob a função de uma secretária, que junto a Ganiev, teria seu plano auxiliar para outras negociações. Após Flammer, em negociações por telefone com Ganiev, combinar um encontro particular em seu escritório comercial, imediatamente se prepara reorganizando sua pasta com as cópias dos documentos de contrato. Ele não teria o produto exigido, mas não poderia deixar de comparecer ao encontro.

Antes de sair ele teria incluído uma cláusula no documento de contrato. Segundo o artigo inserido, ele determinaria um prazo mínimo de cinco dias para a entrega do produto no ato da venda. Rapidamente Flammer finaliza sua tarefa, teria que comer algo ainda, esteve impaciente durante a manhã sob um trafego congestionado. Após sua saída ele retorna ao escritório, veste seu blazer apressadamente, toma sua pasta que estava posta sobre a mesa e sem vestir a gravata sobre o postiço, segue rumo ao escritório de Ganiev. O encontro estava marcado para às treze horas.

Em frente ao prédio onde estava localizado o departamento contábil do proprietário do Radiance, Flammer chega às pressas. Olhou novamente para o seu relógio, os ponteiros acusavam exatamente treze e cinco, em seguida ele aperta o interfone da portaria. Ele entra após a permissão de Ganiev que fora dado ao porteiro. Na sala ambos se assentam para discutir sobre a venda. Após as saudações, Flammer que agia sempre naturalmente, lhe apresenta os documentos retirados de sua pasta de couro negro. O cliente toma os documentos e observa bastante atento o contrato. Após alguns minutos, finalmente o exige a carteira de identidade para uma breve análise, quando no rodapé da página notou sua inscrição de identidade com sua própria assinatura. Imediatamente o entrega, e sem perceber alguma modificação tal como rasura ou algo que o incriminasse, Ganiev entre em questão:

_Então Sr. Yriodict, segundo esta promissória, terei a quantidade das pedras-preciosas encomendada no prazo aqui pré-estabelecido? - perguntou Ganiev.

_Posso lhe garantir que neste prazo o senhor terá prontamente todo o estoque do produto que for encomendado, no entanto tenho uma prioridade. - disse com certa precaução a fim de obter o dinheiro antecipadamente em detrimento ao débito com Van Wilster.

_Como pode analisar, a segunda cláusula exige o pagamento imediato no ato do acordo. Portanto não poderei concluir a encomenda sem o acordo referido.

Disse seguramente, mas seus poros por todo o corpo transpiravam a cada segundo. Poderia ser inconveniente para o cliente, mesmo sabendo que aquele seria o segundo negócio realizado entre ambos. A exigência não esteve inclusa anteriormente. Mas sem outras opções para quitar-se das contas que eram cobradas por Van Wilster, e sendo um acordo imprescindível, Flammer não poderia deixar de fazer menção ao pagamento imediato, haja visto sua afinidade criada com Ganiev.

Por outro lado o cliente sentia-se bastante atraído pelo artefato, o primeiro estoque foi excepcionalmente lucrado. O valor em comparação a balança comercial das pedras-preciosas estava, em certa proporção, reduzido acerca de dezesseis ponto três por cento de diferença. De certa forma, a negociação motivava o interessado que por um prazo de cinco dias não queria perder o estoque. Paralelamente também sentiu um receio momentâneo, entretanto, não se rendeu à insegurança em consultar o protocolo do vendedor jurídico que poderia instantaneamente incriminá-lo.

_Não será problema, - respondeu ao franzir o cenho após uma pequena pausa - embora não houvéssemos tratado anteriormente com a mesma jurisdição...

Seguramente Ganiev concorda, mas exige uma condicional:

_De acordo com o que havíamos negociado anteriormente, o produto foi perfeitamente fornecido dentro do prazo, espero que seja inexcedível. Entretanto tenho uma condição. - limitou-lhe com um olhar arqueiro.

_Prossiga. - Flammer se dispôs à proposta.

_Não aceitarei a devolução do dinheiro se caso não cumprir com a obrigação do contrato, como provavelmente pode acontecer como nos diz a cláusula sete. - lhe apontou o parágrafo onde havia alguns imprevistos no caso da quebra do contrato - Espero que toda a mercadoria correspondente seja entregue dentro do prazo exigido. - determinou -lhe e em seguida, apoiou a mão sobre a folha e virou o contrato em contra posição de modo que ficasse em aberto para que Flammer fosse o primeiro a assinar.

Aquilo pareceu constrangê-lo, que por algum momento permaneceu inerte ao encostar-se ao apoio da cadeira. Se o vendedor aceitasse, não teria a mínima chance de um novo acordo. A encomenda de uma mercadoria da mesma espécie poderia superar seu lucro que subitamente se declinaria a quase dezesseis ponto três por cento à menos, conforme a balança comercial internacional de pedras-preciosas. Naquele momento pensou em outros meios que pudesse substituir o material, vários tipos de pedras lhe passaram pela mente. O mercado de diamante, contudo, é um monopólio muito minucioso, cujos comerciantes valorizam o preço periodicamente. Isto lhe conduzia à uma breve preocupação, que tendo reduzido o valor monetário relativo ao diamante, auto-avaliou a peça em proporcionalidade à outras pedras de menor apreço que para superar o diamante, teriam que constituir quantidades maiores. Talvez o ouro pudesse superá-la, mas em termos de raridade, o diamante, em primeira instância, seria algo bastante excêntrico.

A proposta lhe parecia funesta. Neste caso, se Flammer concordasse em não devolver o dinheiro, teria talvez, que pagar para vender por uma encomenda de diamante de valor provavelmente insustentável. Na quinta cláusula havia algo que poderia encaminhá-lo para uma saída preeminente. A compra referente às pedras-preciosas, embora fizesse medida a redução do valor correspondente, não mencionava a sua espécie, e o contrato poderia estar em aberto para uma eventual encomenda de outras peças menos avaliadas além do próprio diamante.

Com a proposta de Ganiev em isentar-se da devolução do dinheiro em comparação à cláusula sete, que mencionava a devolução no caso inteiramente imprevisto da incapacidade de entrega do material à tempo. Flammer partiu para uma segunda alternativa sabendo que se efetuasse com a compra de diamante para suprir a encomenda do contrato, teria despesas irreparáveis.

_Bom, como pode ver... - disse ao virar a folha em contra partida em aberto para Ganiev, apontando para a cláusula sete - no caso imprevisto de insuficiência do material, tendo ocorrido, talvez, algum destes acidentes, - direcionou-lhe ao contexto - concordo em isentar-me da devolução do dinheiro, contudo, na quinta cláusula não existe menção da mercadoria desejada, que no caso se trata do diamante, portanto, deixo em aberto para que assine conforme sua decisão.

Ponderou Ganiev naquele momento, o diamante seria seu interesse principal, outras pedras talvez não fizessem jus à seu estoque. Mas não queria abrir mão do negócio acarretando seu sócio com multas graves, mesmo porque ambos tinham afinidade.

Porém, mal sabia Ganiev que esta era a segunda saída de Flammer e por sinal... também incerta. Não teria a mínima condição em suprir a encomenda com outra espécie de pedra, mas sabia que muitas outras, poderiam ser comparáveis ao valor determinado no contrato e talvez até menor, haja visto uma negociação com base ao peso. O clube possuía poucas quantidades de pedras, apenas os objetos pessoais que foram lapidados para uso próprio. Além destas havia a pedra-jaspe de Jhason que parecia não possuir muito valor, contudo produzia prováveis efeitos místicos. Todas reunidas não alcançariam nem um terço do que se negociava. Mas o cliente concordou afinal.

_Espero que não aconteça algum destes acidentes ou imprevistos, de fato estou bastante interessado pelo diamante.

_Pelo preço! - pensou Flammer ao reduzir o preço com a intenção de evitar suspeitas e adquirir acordo breve.

_Porém, irei lhe passar uma lista de pedras que fazem parte do meu estoque, todas estas serão do meu real interesse - delimitou as pedras que poderiam ser substitutas ao virar a folha novamente em contra partida para que Flammer assinasse primeiro.

O negociador parou por um instante pensativo.

_Algum pessimismo quanto a entrega? - o perguntou de modo amistoso ao encostar-se na cadeira, tomando o domínio em questão.

Flammer sabia que o mais importante seria conquistar-lhe a confiança, e isto havia se efetivado naquele momento. Por alguns segundos tentou ignorar o presságio de Jhason, mas sabia que um terço do que restou ainda na mina, não poderia ser a relação exata no que foi atribuído na avaliação do peso do cristal e do diamante. Quinhentas gramas aproximadamente foram conquistadas em uma tonelada de cristal, esta seria a estimativa do grupo. Porém a missão fora sucedida em função de duas viagens para captação das pedras no interior da mina. Sendo a primeira responsável por quase sessenta e cinco por cento do total do diamante conquistado. Isto, por conseguinte, preocupava o negociante que teria que conquistar no mínimo quarenta e cinco por cento do total negociado.

Ludibriado pelo jogo alternativo do negociador, Ganiev finalmente lança interesse sobre a proposta. Todavia, o traficante estaria prestes a enfrentar uma corrida contra o tempo ao assinar o contrato. Um prazo de cinco dias estava em jogo. O Clube não tinha outros recursos, os quilates de diamantes sucumbiram-se com as primeiras negociações, cerca de quinhentas gramas os conduziram a uma extraordinária elevação financeira. O saldo, contudo, deveria ser mantido em depósito bancário por algum tempo.

Com ardileza assina o contrato, o dinheiro lhe seria entregue, mas seu destino poderia ser diferente caso falhasse com o acordo. Sabendo dos riscos que enfrentaria na busca de novas porções, Flammer preferiu não dizer que seu negócio estava limitado apenas ao diamante, levantando uma eventual possibilidade de venda de outros artefatos. Todavia a cláusula foi assim inscrita sem a mesma intenção. 

Após um longo diálogo o contrato foi finalmente assinado pelo proprietário. Ganiev reclina seu corpo na cadeira retirando sua carteira de couro marrom. Concordou com o que foi dialogado. Em seguida, ele emite o cheque assinado em dinheiro à vista.

Finalmente o acordo estava encerrado, Flammer recebe o cheque triunfante:

_Tenha consigo esta nota que indica meu registro jurídico. - lhe entregou um pequeno cartão que também seria uma cópia, contendo apenas seu registro de contato. Flammer entregou com certa malícia, apesar de ter sido aprovado pelo acordo.

O negociante, pela segunda vez, fechava acordos com Ganiev que desta vez encomendara o dobro do estoque anteriormente requerido. Isto significaria um valor aproximado de cento e vinte e cinco mil dólares em proporções muito baixas do peso bruto de diamantes. Por outro lado, Flammer estaria se arriscando muito ao fechar o contrato com uma aquisição preliminar de uma mercadoria ainda não obtida, embora garantida conforme o contrato.

Uma missão deveria ser investida por Flammer que teria que conquistar as pedras referentes ao peso, que por mais dois terços da quantia, não se igualava ao valor total da primeira remessa. Além disso, ele teria que realizar tudo em um prazo de cinco dias como elucidado no contrato.

Ainda no escritório Flammer recebe o cheque. Realmente seus planos foram confinados ao êxito. Porém o registro jurídico que Flammer fornecera seria inexistente, criando a si próprio uma grave ameaça. Por um lado, ele teria que continuar com o saque de diamantes na mina. Por outro, se ele fracassasse, certamente o registro jurídico seria descoberto e suas economias arruinadas, tudo, devido a cobrança de juros monetários.

A relação do registro jurídico por aquele tempo era muitas vezes desconsiderada por alguns compradores, pelo menos em negociações com o Radiance. Porém, as primeiras cobranças deveriam ter, obrigatoriamente, o apoio da consultoria. Se isto acontecesse, a farsa seria imediatamente revelada.

Talvez se o cliente optasse pela consulta da jurisdição imediata, certamente se reconheceria a inexistência do protocolo e as negociações ficariam a critério do comprador, haja visto uma consultoria clandestina. Mas não foi assim com Ganiev que tendo feito acordo na primeira vez, não se assegurou quanto ao registro. Claro que para Ganiev, assim como para qualquer negociante, seria indispensável a consulta imediata pelo nome do ofertante.

Este, embora traficante de drogas ilegais, sustentava seu nome legítimo, conforme a consultoria jurídica. Isto porque, muitos capangas de Flammer haviam sido detidos em seu lugar ao longo dos tempos. Alguns sob a lei de fiança foram libertos, muitos permanecem foragidos durante meses e outros, embora livres, eram monitorados sob custódia militar. Todavia o Clube Barony permanecia sobre a ostentação de um dos maiores criminosos, que novamente arquitetava uma ordinária e maliciosa investida.

Com um aperto de mão eles se despedem:

_Retornarei ao local com a encomenda ordenada na data prevista. - o assegurou.

_Afirmativo, mas não se limite quanto ao conteúdo, desejo a mercadoria referente à pedras-preciosas, desde que esteja dentro da lista que lhe entreguei. Devo abranger novas especiarias para minha loja independente do tipo de artefato, desde que a quantidade também cumpra com o valor a ser efetuado. - disse ao lembrar-se da cláusula.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A SEGUNDA MISSÃO

 

 

No dia posterior em seu escritório, Flammer fazia a seleção de todos que seriam enviados à missão. Durante aqueles meses esteve operando exclusivamente, conforme a captação das pedras nas planícies altas do distrito. De acordo com seus planos, ele teria criado a mesma comissão para captação dos cristais. Estes seriam enviados ao local, que fora antecipadamente interditado sem o reconhecimento do grupo. A ordem foi dada aos seus quatro subordinados, e o mesmo caminhão de carga média seria disponibilizado.

Ao invés do mesmo aluguel dos comboios para captação dos cristais, seria utilizado um carro jipe quatro por quatro, cabine dupla com tração nas duas rodas fornecido pelo próprio Clube Barony. Em sua carroceria seriam levadas as ferramentas, porém, não seriam necessárias as pólvoras de dinamites, devido as explosões anteriores. A situação financeira do clube conseguiria, sem muito custo, cobrir as despesas, tais como o aluguel dos comboios, semelhante aos utilizados anteriormente, com tecnologia para remanejamento das pedras e suporte técnico. Porém, o grupo preferiu a utilização do próprio jipe que além de fomentar a economia, seria ideal para a captação dos cristais pré-adquiridos. Devido o entardecer no dia das primeiras explosões para saquear o restante, foram mantidos ainda preservados no interior da mina.

Ainda naquele dia à tarde a equipe compareceu ao local, a preocupação maior para Flammer seria a respeito da operação policial. Uma patrulha já havia feito a perseguição de uma mercadoria anteriormente nas ruas da cidade, e por pouco não deteriam uma porção de quantidade maior ao que habitualmente estavam acostumados distribuir. Por sorte, seria uma pequena parcela restante de cristais em uma encomenda anterior daquele dia. Por se tratar de uma negociação livre, não continham na bagagem do veículo objetos especiais tais como as cópias dos documentos, todavia, os diamantes seriam um flagrante irrevogável. 

Em sua cadeira móvel Flammer, bastante agitado, dava continuidade ao seu trabalho, teria que distinguir os documentos que se acumularam ao longo dos meses. Durante seu serviço o telefone toca, seria um traficante sócio que acostumava lhe fazer as cobranças e dialogava sobre o comércio das drogas. O assunto não seria algo preocupante, mas uma queixa a respeito da incidência do débito. Flammer desliga sem dar muito apreço e novamente torna ao seu serviço.

Enquanto isto, a outra parte do clube realizava a missão nas planícies altas na mesma mina desativada para captação de diamantes como ordenado por Flammer, que tendo omitido o presságio de Jhason enviou uma comitiva. A média de diamante entre os cristais estava estimada acerca de cento e cinqüenta gramas para quase quatrocentos e noventa mil quilos de cristal, cerca de meia tonelada. Tudo estava pronto, o grupo chegou ao local em um ótimo horário.

O primeiro carro estacionado à frente era o caminhão para carga média, diferente do outro caminhão de cabine dupla pertencente ao clube. Diferenciava-se neste único aspecto. Possuindo tão-somente uma cabine dianteira de cor bege-nebuloso relativamente claro, emitia um brilho intenso devido a polidez da lanternagem frontal. Uma carroceria prateada se estendia por dez metros e o seu interior estava perto em receber a carga pretendida.

A primeira dupla desce do caminhão entusiasmada. Logo à frente o jipe de cor verde-musgo com cinco rodas especiais para irregularidades do solo, uma delas, alçada no suporte de reservas na parte traseira. Elijah e Bernard Yriodict, que observando a relva ao redor, descem do jipe para recolherem as ferramentas postas no porta-malas.

_Muito bom este lugar? - disse Bernard, sobrinho de Flammer.

Com os braços reclinados e apoiados à cintura admirando o horizonte longínquo e sentindo um brando ar fresco momentâneo Bernard observa.

_Este foi o local onde conquistamos a primeira remessa dos cristais e os quilates de diamantes. – respondeu Elijah ao manusear as ferramentas para fora do veículo.

_Tome! - lhe entregou um capacete preto.

O grupo caminhou em direção aos dois imensos portões. Um deles se estranhou ao notar um indevido lacre ao redor da alça.

_Vejam. – Ryah apontou ao lacre.

_A polícia deve estar envolvida neste caso. – prosseguiu.

_Talvez não... - disse Elijah de modo rude ao sacar do seu coldre uma faca de caça prateada, com doze centímetros de espessura.

Rapidamente cortou o lacre.

_Senão haveria proteções mais consistentes. – concluiu.

As portas foram abertas instantaneamente amolecidas pela falta de rigidez da estrutura. Elijah retorna um pouco atrás para conduzir o veículo que permitiria o embarque dos quatro componentes, Jhason estava ausente. Logo, todos dirigiriam rumo ao local das primeiras explosões. As lanternas junto com os faróis do veículo iluminavam a pavimentação principal. Mas ao longo da trilha havia muitos caminhos, alguns seguidos pela mesma trilha de ferro e outros formados naturalmente ou planejados por arquitetos.

_Consegue lembrar ainda o caminho? - perguntou Ryah.

_Claro, me lembro como se fosse hoje. - respondeu - Após a terceira bifurcação depois do espinhadeiro à direita alcançaremos o pavimento principal.

O jipe, embora um pouco mais largo que o comboio, pôde cumprir o trajeto com êxito. Alguns caminhos arriscados devido o espaçamento estreito entre a parede rochosa vertical e um tipo de espinhadeiro em dez metros desnivelados, foram feitos com a ausência dos passageiros que seguiram, preferencialmente andando a fim de evitar algum tipo de acidente. O grupo tivera uma grande surpresa ao constatar a presença dos cristais, que por sorte, ainda permaneciam intactos do mesmo modo.

Focando a luz da lanterna sobre as pedras refletia-se muitos feches simultâneos, um grande brilho motivou o grupo à uma intensa vibração. Elijah, bastante surpreso, abre o porta-malas para a postagem dos cristais.

_Existe uma quantidade menor em relação a outra remessa. - comentou Ryah.

_Não será problema, aqui existe, de fato, cerca de cento e cinqüenta quilos à menos em uma proporção à meia tonelada. Isto significa um desfalque de trinta por cento dos quilates de diamante para esta medida equivalente à cento e dez gramas aproximadamente, ou seja, temos a medida relativa ao pedido do cliente. – explicou Elijah - Por isto sugeri a utilização deste jipe que por possuir uma carroceria inferior, não teríamos o problema em abranger uma quantidade maior.

O remanescente dos cristais ainda estava no interior da mina. Tudo estava praticamente selecionado, todavia, o grupo não havia escutado o sonho relatado por Jhason, que preferiu não participar da missão acreditando ser aquilo parte do relapso da premunição. Todos imaginavam que ele teria recusado a missão por causas particulares, mas nada sabiam que poderiam corroborar, possivelmente, ao iminente presságio.

O grupo inicia o recolhimento dos cristais que rapidamente foram preenchendo a parte traseira do jipe. Muito trabalho foi realizado, talvez com a utilização do comboio o tempo seria mais reduzido. Mas com a separação dos cristais de grandes rochas e pequenos resquícios de pedras na tarefa anterior, agora somente restava aos homens postá-las à carroceria. O suor escorria mediante o capacete de Elijah, que ao terminar a primeira carga preenchida pelos cristais, toma seu cantil de água posto na cintura para refrescar o rosto e as mãos.

_Pronto, - disse ao bater com as mãos sobre uma extensa lona posta sobre a carga traseira - esta será a primeira ida ao local do estacionamento, breve retornaremos para postar o restante das pedras. Vamos. – concluiu Ryah.

De acordo com o volume das pedras uma viajem ida e volta ainda estava prevista. O tempo de trabalho foi relativamente menor em comparação a missão anterior. O porta-malas não permitia mais espaço, porém havia uma parcela pouco inferior ao que poderia equivaler à cem gramas. A probabilidade de encontrar a quantidade exata dos diamantes era incerta. Todavia, a média anterior foi exatamente cem gramas para cada unidade conforme aquela porção estimada por Elijah. O grupo retorna ao local do estacionamento.

Como antes, muitas observações foram feitas a fim de encontrarem registros de diamantes. As ferramentas usadas locomoviam as peças, e bastante atentos, procuravam identificar as grandes placas que poderiam conter algum rastro de diamante. Transportando-as com as mãos separavam-nas uma à uma. Outro método bastante comum seria romper as grandes placas com uma fenda. O fenômeno da quebra atômica ramificada, certamente conduziria a rachadura até o núcleo onde se encontrava o diamante. Muitos foram distinguidos sem êxito nas primeiras tentativas, mas breve os primeiros registros foram sendo encontrados. Pequenos reflexos reverberavam a luz emitida por uma esfera nuclear em uma das placas cristalinas, que apressadamente foi posta para fora da carroceria.

_Cheque. - Ryah mostrou ao outro companheiro.

_Realmente, desta vez iremos encontrar. – afirmou Bernard.

Diferente do procedimento anterior, uma ferramenta foi usada para atingir a placa ao invés de armas, quando foram utilizadas anteriormente.

_Isto causará menos deformidade, e evitará pequenos fragmentos de pedras no local. – advertiu.

Fendeu a placa que foi subitamente dividida em crostas, mas que certamente levou a percepção do diamante. Com as mãos lançavam os fragmentos ainda alinhados na placa, que foram sendo facilmente movidos ao se desprenderem da ligação atômica. Embora perceptivo à vista, o diamante deveria ser removida somente com máquinas especiais tal como o polimento mineral. Contudo, foi separado dos outros cristais na carroceria.

Finalmente o grupo estava perto em atingir a marca exigida pelo cliente. Talvez aquela peça pesasse a metade do que se pretendia, e ainda, uma carga estava por ser captada.

_Realmente isto é incrível. - comentou um dos homens.

_Fenômenos da natureza meu caro. Se esta empresa... - disse ao apontar para uma pequena sigla empresarial um pouco rasurada sobre as saliências metálicas das duas grandes choupanas onde eram realizados os procedimentos da empresa.

_Durante quase meio século, - continuou - não conseguiu encontrar estas peças a tempo, isto é, antes da desativação. E mais uma década de constituição cristalina, imagina-se então quanto tempo leva-se para formar os primeiros átomos.

Em baixo da sigla vista pelos homens conseguia-se ler a denominação da companhia, isto é, bangladiamond, onde a primeira consoante 'b' referia-se à uma letra minúscula sem necessariamente mudar-se pelo modo padrão 'B', mas distinguia-se pela ampliação da letra em poucos centímetros. Assim também era com o a última consoante 'd'. As duas letras unidas formavam um tipo de slogan, um óculos que denotava a inspeção das pedras-preciosas em uma outra cabine

_Isto de fato é uma das pedras mais preciosas existentes. - disse limpando as mãos ao bater as palmas, após transferir a placa de volta a carroceria com ajuda de Ryah.

_Vamos Rajid, - Bernard salta da traseira - não temos tempo a perder. – concluiu.

As duas viagens logo foram feitas. Novamente a beira do crepúsculo, o grupo se preparava para a saída, um pouco mais de um terço da quantidade anterior havia sido conquistada, uma porção razoável, mas que não poderia ser estimada em peso. A ausência da balança naquele momento não poderia calcular o peso dos pequenos cristais. Esta seria a mercadoria encomendada por uma joalheria popular da cidade, o Radiance. Estava posta na parte traseira do veículo que também carregava alguns instrumentos para escavações junto com mais dois pacotes de pólvoras que restaram daquela remessa. No outro carro estava Elijah, o motorista do grupo.

Na descida seguia-se uma trilha estreita e sinuosa. O caminhão, mais adiante, andava cerca de um quilômetro de distância, enquanto o carro jipe, embora tecnicamente apropriado para o percurso, realizava movimentos bruscos e seguia atrás.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A EMBOSCADA

 

 

Os amortecedores evitavam qualquer tipo de dano ou acidente. Enquanto desciam por uma trilha entre as colinas, antes da estrada principal de acesso à rodovia, podiam ser facilmente vistos por outro ângulo na parte de baixo próximo a pista de acesso. E foi por este ângulo que uma unidade policial os avistou pela utilização de binóculos especiais, e, por conseguinte, se prepararam para deter os bandidos.

_Veja! - disse um policial em tom alarmante ao passar o binóculo ao sargento.

Ele observou e apavorando-se ao ordenar a patrulha, saca o primeiro revólver.

_Liguem os motores, - alarmou-se - vamos bloquear a estrada na pista entre a ribanceira dos cascalhos. Rápido, quero toda precaução para não sermos vistos pelo lado de cima entre as colinas. - advertiu ao proibir que se acionassem as sirenes.

Os cones imediatamente foram postos no porta-malas, o sargento ordenou aos dois agentes policiais, posicionados à cinqüenta metros à frente, para que permanecessem no acostamento com mais outros quatro cones na pista. Estes possuíam duas motocicletas da corporação e faziam a vistoria do local. Os carros saíram da barreira na borda da rodovia, e seguiram velozes pela trilha de acesso. Tão-somente levantaram poeira, mas fugiram do ângulo de percepção entre as altas colinas sendo camuflados pelos arvoredos iniciais da beira da estrada.

A patrulha avançou ligeira e em poucos minutos, em alguns metros depois, no ponto de entrada entre a pista acentuada e a ribanceira, o sargento para e ordena:

_Convirjam os carros horizontalmente. Vamos interceptá-los formando uma barreira. Certamente não terão como fugir. - ordenou ao sair do carro com as mãos sobre o gatilho de uma pistola semi-automática.

O primeiro carro com as pedras e alguns instrumentos descia mais adiante em relação ao outro que seguia sucessivamente mais lento atrás. Inicialmente o motorista não notou a cilada, mas a ponto de chegar à estrada foi surpreendido pela polícia que formou um bloqueio infalível composto por três veículos e alguns cones ao contorno da área.

Uma erosão de ambos os lados formado por um declive bastante íngreme, impossibilitava as alternativas de fugas por algum tipo de saída lateral. Um empilhamento de mato e cascalhos brancos poderia facilmente causar um capotamento fatal do caminhão. Sem dúvidas o local do embuste foi estrategicamente elaborado pelos agentes a fim de impedi-los na fuga. Os policiais permaneceram parados, alguns com os dois braços unidos encostados sobre a porta, miravam para frente a espera do alvo. Outros sob constante comunicação com o uso de um walk-talking anunciavam a suspeita do crime.

O caminhão aproximava-se lentamente. Não tinham percebido a patrulha, mas ao realizar uma pequena curva, logo foram sendo surpreendidos. No mesmo instante Ryah realiza uma freada brusca.

_Não temos saída, - lamentou-se ao paralisar totalmente o carro.

Os policiais com as armas apontadas ordenaram a saída de ambos por um ampliador de voz em formato de cone.

_Apressa-se Rajid, faça a conversão à direita. – Ryah agitou-se um pouco assustado. Estava posicionado como passageiro.

_Não posso, não há espaço nesta trilha. - disse confirmando sua suposição ao observar para os lados e pelo retrovisor.

Realmente não havia como calcular uma fuga, senão uma corrida por terra.

_Não temos alternativa. - disse Ryah ao sacar o revólver.

Colocando-se ao lado da janela pelo lado de fora, mirou aos policiais e disparou os primeiros tiros contra a parte inferior dos carros. Pretendia estourar os pneus, mas os disparos foram todos fracassados.

Deste modo os dois traficantes foram forçados à uma troca de tiros. Mas com armas inferiores tiveram menos vantagem, e por conseguinte, o carro bastante danificado. Os estilhaços foram caindo sobre as costas dos traficantes que tentavam se proteger agachados no painel do carro. A troca de tiro terminou sem vítimas. As duas portas de aço do caminhão foram abertas, evitando-se que ambos fossem atingidos. Obrigando-os definitivamente a abandonar o caminhão. Ryah e Rajid fugiram à pé retornando ao contrário da pista rumo ao outro carro que vinha em seguida dirigido por Elijah.

Ao se encontrarem novamente na parte traseira do caminhão, enquanto eram protegidos pelas portas, o companheiro, percebendo que os policiais não os seguiram à pé, intentou abrir as portas da carroceria.

_Espere.

Ryah mais adiante o escoltava por trás sentido dentro de si uma alta adrenalina. Rajid sentia-se bastante inquieto ao tentar abrir as fechaduras, lembrou-se de uma pequena peça de diamante desprendida das grandes placas.

_O que está fazendo? – Ryah desespera – Vamos ser pegos.

Envolvida por um cristal não muito pesado, parecia ter cerca de um quilate em seis ponto cinto milímetros de diâmetro. Bastava apenas abrir as portas traseiras e possivelmente poderia ser pega. Seu impulso aumentava esporadicamente, muitas chaves se misturavam no molho, cada centésimo era letal. Talvez não conseguisse recuperar pelo menos um quilate da peça, seu impulso aumenta e as chaves, no mesmo instante, caem ao chão encerrando toda possibilidade em recuperar o diamante. Sem alternativa Rajid foge, certamente seriam brutalmente mutilados se caso insistissem contra a companhia. Não tiveram chances, a missão estava fracassada.

Os carros policiais atrás da dupla que corria ao contrário, estavam posicionados horizontalmente. Se alarmaram com as sirenes e rapidamente iniciou-se a perseguição. A pequena curva, a manobra e o caminhão que obstruía parte do caminho deram oportunidade para os dois fugirem alguns metros antecipados. Os dois fugitivos deveriam alcançar o ponto mais propício da estrada em que poderiam sair por algum campo aberto ao lado. Um caminho que seria usado como atalho, e isto antes do próximo jipe surgir, senão, Elijah também se encurralaria.

Os carros perdem tempo ao passar pelo caminhão. Dentro do veículo o sargento tentava se comunicar com os dois agentes à beira da pista.

_Precisamos de reforço!

Finalmente, depois de alguns sinais ocupados devido a recepção de ligações simultâneas, o rádio-transmissor consegue enviar sinal. O primeiro agente atende e recebe a ordem.

_Quero que recolham os cones e cesse a operação na pista... - ordenou aturdido - Houve um pequeno problema na pista de acesso às montanhas acerca de cinqüenta metros de distância ao longo do acostamento. Deverão entrar por esta estrada onde conseguirão identificar um caminhão abandonado para carga média de carroceria prateada... Câmbio.

_Estamos pronto senhor, a incidência de carros é razoável, não há suspeitos nas pistas. - finalizou a chamada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A FUGA

 

 

Os dois agentes motoqueiros subiram rapidamente ao local do embuste. Por outro, lado os fugitivos corriam estonteantes à duzentos e cinqüenta metros de distância, escapando de alguns tiros disparados pelos policiais com a intenção de impedi-los. Os carros aumentavam a velocidade em menor tempo. Os bandidos ganharam distância. Ainda deveriam correr exatamente cinqüenta metros adiante para não serem pegos pelos policiais atrás que conseguiram reduzir a distância para quase duzentos e cinquenta metros. De sorte, o outro carro não havia ultrapassado este ponto da trilha, que após a erosão seria formado apenas por matos e pequenos cascalhos ao redor. O atalho seria um tipo de relevo plano em campo aberto. O motorista do segundo jipe avistou os dois companheiros que acenavam com as mãos em sinal de pare. Rapidamente Elijah estaciona, percebendo também os carros de polícia que seguiam atrás se apavorou.

_Droga! Eles perderam a mercadoria. – Elijah também se enfurece ao bater as mãos sobre o volante.

Em fração de segundos ambos saltam sobre a parte traseira do veículo esvaecidos devido a aproximação da polícia. Ao avistar o carro da polícia vindo em sua direção, Elijah logo entendeu o sinal de Ryah que o ordenava a fuga por um atalho à sua esquerda sinalizado com o braço à direita antes de entrar no jipe, onde finalmente, sem perca de tempo, deu ré no carro e se convergiu bruscamente à um campo aberto.

 

O carro imediatamente converge pelo campo formado por pequenas falhas sedimentares, seguiam em direção à rodovia por outra saída, e ao longo da trilha notava-se uma nuvem de poeira contínua. O carro parecia estar perto em deslizar-se sobre a trilha, sacudia-se bruscamente e um capotamento àquela altura seria algo bastante trágico. A polícia vinha em seguida, e após a trilha entre a grande erosão se converge pelo mesmo caminho em perseguição. Os carros policiais tiveram maior dificuldade para enfrentar o trajeto, devido os obstáculos ao longo da trilha por onde o jipe passava. Foram impossibilitados em continuar.

A derrocada dos pneus formava uma nuvem de poeira pelo atrito com o solo, não conseguiram finalizar a perseguição. Os carros brancos com detalhes azuis possuíam brasões da corporação federal, usavam as sirenes acionadas com feches vermelhas e um alto estonido alarmava-se sobre o ocorrido. Não eram devidamente equipados para suportar-se naquelas condições, em conseqüência de muitas desvantagens, foram obrigados a cessar a perseguição, antes mesmo de alcançar a rodovia principal. Em contra partida o jipe conseguiu realizar o percurso completo, possuía estrutura apropriada para realizar aquele caminho e por um extenso atalho finalmente alcançou a rodovia rumo à metrópole. Outras patrulhas na cidade foram acionadas sobre o ocorrido pelos rádios transmissores, mas não tiveram a sorte de encontrá-los na fronteira, tampouco na metrópole.

No local onde fora abandonado o caminhão, os dois agentes policiais analisam o veículo ao descerem das motocicletas. Com um rádio-transmissor ajustado à moto, um dos agentes informa algumas características do caminhão para saber se seria um veículo roubado.

Logo a informação da inexistência proprietária fora enviada ao sargento. Com muita dificuldade a dupla consegue romper a fechadura. Após abrirem as portas, se surpreenderam com a enorme quantidade de cristais.

_Temos um transporte de mercadoria ilegal não registrado, sob carga de um veículo em nome de uma pessoa inexistente, na rodovia principal de acesso ao distrito norte na saída de Sylhet. - comunicou o agente policial à corporação.

_Sim senhor, estamos formando buscas, do que se trata a mercadoria? – perguntou.

_Diamantes. – desligou.

O intercomunicador registrava a descrição do crime no microcomputador de arquivos, logo a notícia foi enviada ao departamento e o grupo estava perto do fiasco.

No escritório novamente o telefone toca após uma conversa confidencial, Flammer atende, era Ryah, um de seus ajudantes particulares envolvido na fuga da mina, estava posicionado como companheiro de Elijah que o ajudou na fuga. Emitia novas informações por telefone sobre a operação policial:

_Houve uma emboscada! - alarmou o comparsa - a polícia formou pequenas patrulhas e bloqueou as pistas de refúgio nas planícies altas, inclusive no acesso à mina desativada - concluiu.

_Como ficou o prejuízo? - o perguntou ansioso.

_Sinto informar, mas a patrulha confiscou toda a mercadoria de diamante da encomenda do sr. Ganiev que vinha do distrito à leste, lamentavelmente tivemos que abandonar o veículo que transportava os cristais -  lamentou Ryah  - felizmente conseguimos fugir a tempo.

_Maldição! - exclamou enfurecido ao bater com a mão fechada sobre a mesa de seu escritório - faça o retorno e encerre a operação.

Bastante irritado, desligou o telefone subitamente. Em seu escritório permaneceu bastante abatido. Sua mente sofreu uma fisgada instantânea, uma espécie de conturbação, sentiu um mal-estar passageiro, pensava agora como seria seu destino em relação à Ganiev que havia encomendado certa quantia em quilates de diamantes. Os juros, as multas e a jurisprudência fiscal, tudo passava de uma mera cópia engenhosa do clube. Não poderia sofrer nenhum tipo de correspondência, seu protocolo tão-somente servia para garantir a confiança do cliente, certamente descobriria-se a inexistência jurídica.A notícia sobre a ação policial se espalhou entre muitos, e um dos homens de Flammer, logo o comunica sobre o ocorrido. Pelo telefone avisou-lhe devidamente a posição da patrulha entre a fronteira do distrito e o bloqueio alfandegário. Estavam a procura do mesmo jipe quatro por quatro, cor verde-musgo, usado pelos homens enviados à mina. Novamente o líder recebe uma notícia inconveniente. No mesmo instante desliga o telefone sem fio cor preto, e o lança sobre a base eletrônica com certo desleixo. Por algum momento sua mão permaneceu sobre o telefone, como estivesse a espera de novos rumores, observava a luz vermelha intermitente na base eletrônica.  

Não havia saída, o grupo àquela altura deveria estar na mesma rodovia de acesso à Dhaka em aproximadamente quarenta quilômetros da cidade, talvez ninguém houvesse comunicado-lhes, ou talvez o motorista já presumisse a respeito da ação policial, mas como ele próprio, não sabia-se qual rota tomar para desviar-se do fiasco de serem pegos. Pouco tempo restava ao grupo e, em pouco tempo ao receber a notícia da emboscada até aquele momento, provavelmente o carro se deparasse com alguma patrulha militar em antemão. Flammer deveria ser ágil para comunicar-lhes. Novamente toma o telefone sem fio em sua mão e disca os números em ligação ao grupo. Ryah atende e recebe a notícia.

_Não há mais saída Ryah, não quero que abandone o carro. - comunicou-lhe quando já estavam em uma pista fora da rodovia principal.

_Por enquanto estamos seguros, evidentemente desviei o carro à alguns quilômetros atrás, e entrei por uma via de acesso à uma cidade desconhecida à leste, mas certamente esta via nos levará de volta até a rodovia principal e, além disto, muito mais próximo da alfândega do que se imagina.

_Muito bem. Quero que estacione nesta região e relate-me a respeito da cidade, enviarei o outro caminhão para transportar o veículo. – terminou.

Furioso ele desliga o telefone, esta seria a última mercadoria apreendida após a proteção da polícia na mineradora desativada. Ao todo foram duas percas, uma delas em negociações à quem ele devia, que devido à isto o fazia continuas perseguições.

Porém esta seria a principal mercadoria de diamantes encomendada por uma das mais famosas joalherias da Índia e Bangladesh, o Radiance.

Uma única hipótese poderia ser considerável para ter obrigado a polícia a formar aquela barreira onde houve a fuga. O motivo pelo qual se formaram à alguns quilômetros adiante não poderia descartar esta possibilidade, mas ao contrário, enrijecia a sua preocupação. Além da mera supervisão da polícia naquela circunstância, poderia haver ainda... as denúncias do crime. Todos os equipamentos e explosivos utilizados na perscrução da mina, desde a primeira vez, poderia ter sido a provável causa do embuste onde pela segunda vez teriam adquirido uma grande quantidade de diamantes. O conflito com certos indivíduos que surgiram misteriosamente na base de acesso à mina e o comércio gradativo. Porém algo parecia intrincá-lo, e nada estava tão relacionado ao embuste como a visão relatada por Jhason. Contudo o grupo se safou por pouco contra uma inesperada corrosão policial.

Flammer agora depende de uma entrega. Será que o Clube Barony conseguirá finalizar a missão? Não percam a próxima edição.

 

 

 

FIM

 


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