CRYSTAL GREEN
1 PARTE: O CRISTAL VERDE A PREVISÃO DA PEDRA DO SONHO
POR:
GUILHERME PALHARES
Ilustração
João Carlos
Dados Internacionais de
Catalogação (CIP)
Catalagação SP - 2009
Copyright©
Edição Arch
Bibliografia.
ISBN
65-1793-8988
Editor:
Edward Rhozter
Tradução:
Samir Blast
Revisão: Dyman Throika
Ilustração: Amanda Kitchener
Introução e seleção
Sylvie&Debs
Patativa Pinheiro
01-564-800
CDD-023
Índices
para catálogo sistemáticos
I Crime – 0350
II Aventura – 0381
Editora® Delartes 1986
Maps
World Diagramation
A
MINA
Três
horas da tarde, dia de muito calor em Sylhet, distrito de Bangladesh ao norte.
Numa mineradora de captação de pedras preciosas, chamada Bangladiamond muitos
mineradores trabalhavam para a captação de diamantes. O trabalho era árduo,
muitos manuseavam comboios para dentro da mina, outros saiam já com os cristais
arrecadados. A mina possuía em seu interior galerias com túneis gigantescos e ainda
havia uma trilha de ferro para passagem dos comboios, foi construída pela
mineradora para locomoção das pedras captadas.
Por
estas horas um sinal é acionado de longe, era o alerta para os mineiros saírem
do interior para uma explosão iminente. Naquela área por onde os mineiros
estavam havia sido encontrado grande quantidade de cristais e indícios de
diamantes. O estranho é que todos se encontravam desmaiados a beira de uma
grande rocha interna por dentro da gruta. Esta era a mesma rocha onde fora
encontrado os vestígios de cristais.
Os
minutos se passam, e o mineiro responsável pela detonação estranhava a ausência
dos comboios. Quando próximo da explosão, e conforme a saída não realizada dos
trabalhadores internos, a equipe pelo lado de fora entra em pânico. O
responsável tenta desativar o detonador, mas sem sucesso, assiste tudo
acontecer. Ocorre uma explosão seguida de um tremor térreo, todavia, foi uma
tragédia à vista do responsável, os mineiros ficaram presos pelo lado interior
da mina e agora a equipe nada podia fazer.
Após
o acidente muitos dias de busca se passam, felizmente os mineiros foram
resgatados. Contudo a mina foi bloqueada pelo governo, o desmaio relatado pelos
mineiros era uma presunção para a empresa que preferia acreditar em uso de
drogas alucinógenas. As notícias eram decorrentes em todos os jornais do país,
o governo preferiu censurar o caso e descartar a hipótese de sabotagem. A
empresa acabou sendo multada, muitos funcionários foram indenizados e depois
disto não voltou a funcionar mais.
O
governo acabou apropriando a mina e guardou com sigilo o segredo da existência
de diamantes na gruta. Isto evitaria conflitos futurísticos e a atração de
garimpeiros ilegais.
INTRODUÇÃO
A história de um audacioso charlatão das índias conduz muitas
considerações de pequenos conceitos pragmáticos à uma real aceitação da vida
moderna. Benayla Yriodit personagem protagonista sofre constantes tarefas
autônomas que o obriga a aventuras jamais praticadas. Uma viajem, embora
dirigida por criminosos, demonstra detalhes ambientais em traços invertidos. O
enredo trata-se de uma tática bastante delicada em que os membros do secreto
Clube Barony deverão desenvolver ao longo dos dias. A cidade principal é
Bangladesh, país situado à leste da Índia entre Nepal, Birmânia e o Oceano
Índico. Alguns cenários são fictícios, os prédios são modernos e a economia
vigente segue um alto padrão de vida. Nova Delhi surge como cidade secundaria,
local onde o motorista do grupo e um dos espiões serão selecionados para
tarefa.
Após
o tráfico das drogas adulteradas serem inibidas, o clube decide por um outro
método mercantil. As pedras-preciosas se tornaram o principal meio econômico do
grupo, mas acabam por aferi-los em um tipo de sinuca real. Tendo a promessa de
entregar os diamantes à um joalheiro em um prazo de oito dias, Flammer, pseudo
nome de Benayla, terá que correr contra o tempo para conseguir o pedido feito.
Muitas situações o levarão à exploração
de uma ilha perdida e pouco povoada. A sorte entregue por um antigo companheiro
será a solução, muitas aventuras serão enfrentadas e a encomenda finalmente
será entregue.
O uso do helicóptero para atravessar o
oceano, raras vezes é aconselhável, mas uma aventura típica das décadas dos
anos dois mil, emitirá um suspense agradável aos leitores que se divertirão em
todo trajeto realizado pelo grupo e conseguirão mais uma passagem para um
embarque emocionante nas aventuras do Clube Barony.
Bangladesh é um país cuja capital é Dhaka,
com poucas elevações acima do nível do mar, com grandes rios em todo seu
território situado ao sul da Ásia é um país considerado em desenvolvimento. Sua
costa é uma imensa selva pantanosa, limitada ao norte do Golfo de Bengala.
Formada por uma grande planície pelo delta do rio Ganges e seus afluentes,
Bangladesch é um país rico em minerais. As terras de aluvião de Bangladesh são
muito férteis, uma vez que são vulneráveis às inundações e à seca.
As únicas montanhas fora da planície são
os trechos de colinas de Chittagong, onde situa-se o ponto culminante do país
no sudeste, e a divisão de Sylhet no nordeste. Surgindo como cenário principal
da história. Bangladesh tem um clima subtropical, caracterizado pela temporada
de chuvas anuais, temperaturas moderadamente calorosas e uma grande umidade.
O
CLUBE
Benayla Yriodict, um negociante secreto de
uma organização que opera em pequenos pontos da zona central da cidade de Dhaka
na costa sul do Oceano Índico. Seu apelido é Flammer, tem como principal
trabalho o comércio de drogas adulteradas. Homem de espírito cáustico, estatura
rígida, expressão fatídica, pelos ralos e cabelos grisalhos próprio de um
convalescente. Bastante vaidoso, Benayla também é um tipo de charlatão do
crime, possui ao longo do corpo objetos valiosos tais como relógio, pulseiras e
outros acessórios tecnológicos. Além de suas próprias roupas combinantes do
tipo social esportivo, costuma também usar trajes comuns de um aventureiro
passivo.
Em um prédio moderno na região nobre da
cidade de Dhaka onde vive, Flammer permanece ocupado com seus negócios secretos.
Assentado em uma mesa de escrínio sobre uma cadeira móvel confortável, Flammer
realizava suas comunicações particulares um pouco impaciente e agitado com o
tempo. Movimentava-se de um lado ao outro incumbido na separação de documentos ligados
à outras empresas clandestinas que pertenciam aos seus interesses comerciais.
Localizado no último departamento do prédio de dezoito andares, seu escritório
também é uma sala de reuniões, onde é abordada a maior parte dos assuntos do grupo.
Um
espaço consideravelmente arejado ocupado por nove estofados luxuosos em torno
do escrínio central, possui sobre uma mesa feita de mármore cinzenta um único
computador de cor preto para pesquisas. As cores dos objetos combinavam com o
preto da armação da janela de vidro ofuscada com a cortina nos fundos que
zelava alguns detalhes listrados de cor cinza, então combinando com o piso de
carpete aveludado.
Ao
lado esquerdo via-se uma vitrine larga de vidros fechados com molduras de
alumínio embutida na parede. Sobre os suportes internos, armas potentes de uso
bélico e outras para caça, armas inutilizadas. Tão-somente expostas para fomentar
a decoração composta por um quadro artístico de origem francesa em frente ao
palco de poucos centímetros cada degrau e concluída pelo lado direito com uma
tocha apagada sobre um candelabro prateado. Um tipo de haste, em cujo topo
côncavo moldurava um ornamento saliente sobre a taça. Ocasionalmente acesa
quando em datas comemorativas ou reuniões.
O fato de acender a tocha não seria uma
mera iluminação auxiliar da luz interna, mesmo porque havia iluminação
suficiente sobre lustres volumosos em lâmpadas fluorescentes. E tampouco para
exalar alguma fragrância com fumo aromático, mas sucedia-se em analogia ao
codinome de Benayla. A flâmula é, portanto, uma marca característica de sua
identidade em razão da sua rispidez, mesmo motivo pelo qual se estampava outro
quadro nos fundos do salão com bordados dourados típicos da cultura local. Em
cuja parte inferior escrevia-se a denominação do grupo, em todos os aspectos, o
Clube Barony.
A MATRIZ
Ainda em seu recinto Flammer recebe uma
chamada de Lee Van Wilster, um de seus associados no grupo contendo uma ordem
de entrega à Índia. Era uma noite de céu aberto, ao lado pela janela via-se uma
intensidade de luzes que se misturavam entre janelas de prédios com carros
movendo-se. Flammer tomou o telefone com um ar de suspense. Ele introduz:
_Lee
Van Wilster?
_A
mercadoria solicitada está pronta!
_Eu
desejo tudo em ordem, a mercadoria deve chegar à Nova Delhi muito em breve, a
perseguição está crescendo por estas áreas.
_Não
há outro caminho para cruzar a fronteira, mas desde minha saída até seu
departamento
_Tenha
cuidado. –Flammer deseja sorte.
_Não
se preocupe, eu tenho muitas munições para atacar estes insetos. – disse em tom
de provocação.
_Então
como será as próximas mercadorias? – perguntou Flammer curioso em saber sobre
as entregas que estavam escassas no comércio.
_Lamento,
como se sabe, a polícia age muito preventiva por agora.
_Parece
ser apenas nós dois mantendo o comércio?
_Exatamente
nós dois, muitos outros chacais interromperam o tráfico por esta causa,
portanto, esta será a última das nossas entregas.
_Por
sorte eu consegui algumas entregas através do meu setor
_Porém,
estas são exatamente as últimas drogas para entregar, - lamentou Van Wilster -
as vendas serão cessadas depois desta mercadoria. – advertiu - Deveremos
esperar para encontrar caminhos melhores no tráfico.
_Preciso
também abandonar as entregas no tráfico, mas precisarei destas drogas com
urgência. – Flammer demonstra pressa.
_Embora
seu pagamento seja feito à curto prazo, suas mercadorias estarão em mãos. –
garantiu Van Wilster.
_A
respeito do trafico, – continuou – não tenha dúvidas, está sendo ativado mais
tarde devido a diminuição do preço das drogas.
_Eu
suponho que seja a balança comercial?
_São
apenas suspeitas. – concluiu.
A
chamada é encerrada e Flammer estava perto em receber suas mercadorias como
solicitadas
Quase
no mesmo tempo alguém abre a porta do escritório. Era um dos seus capangas, seu
nome é Elijah. Jovem de cabelos loiros usava sempre blusas extravagantes e
neo-tropicais que o sustentava com elegância. Trazia alguém consigo.
_Flammer,
o promotor mobiliário. – informou.
_Deixe-o
entrar.
Aproximando-se
com sua pasta distanciou-se da porta até a mesa onde se apresentou.
_Então
a missão foi cumprida? – disse Flammer.
_Lamento,
eu tentei.
Colocou
sua pasta sobre a mesa e abriu. Elijah permanecia ao lado da porta atento e com
as mãos cruzadas.
_Como
assim! – assustou batendo as mãos de modo rude sobre a mesa.
_Não
seria possível a aquisição de um novo departamento
_Eu
não posso mostrar estas promissórias. – suspirou - Temos crimes a serem
cometidos.
_Infelizmente
as negociações na Índia são diferentes do que em Bangladesh.
Disse
após entregá-lo uma promissória para ser assinada.
_Este
departamento em meu nome é o bastante para nos apanhar. – franziu Flammer
insatisfeito ao assinar o papel.
Seu
cabelo se espalhou pela testa após bater a caneta sobre a mesa concluindo a
assinatura com um forte ponto gráfico.
_Como
esta negociação não foi bem sucedida quanto aos registros na Índia, não haverá
trato.
_Eu
fiz o possível.
_Tenha
uma boa viajem. – lhe entregou o papel.
Elijah
abre a porta ao lado.
_Obrigado.
_Qual
o problema? – perguntou percebendo sua expressão abatida.
_Eu
tenho um novo plano – revelou – estamos perto em transferir nossa matriz para
Nova Delhi e nosso maior investimento tem que ser depositado nesta construção.
Breve, estaremos em função desta obra. Devemos nos prevenir antes de um
eventual ataque policial, porém, não teremos segurança por muito tempo. Ao
contrário, estaremos seguros.
_E
a respeito do comércio aqui?
_Funcionará
como Matriz secundária não muito como lá.
_São
as dívidas?
_Por
um lado sim, mas nós temos outros problemas particulares no tráfico. Eu devo
admitir que não fomos bem sucedidos nesta temporada. Devemos organizar nossos
negócios durante este tempo.
_Realmente
temos poucas mercadorias no estoque, não supera o valor econômico deste mês. –
admitiu Elijah.
_Como
eu tenho dito, a maior parte do dinheiro foi enviado para o banco da Índia.
Agora vá, e ponha em ordem os capangas nos laboratórios internos para estocarem
as drogas. Eu quero a maior produção possível antes de terminar!
O
secretário obedece a ordem, trabalhava como um dos principais lideres do grupo.
Em alguns momentos era espião, capaz de absorver informações. A produção estava
perto em terminar e uma nova construção estava sobrevindo. Flammer permanecia
pensativo, observando através da janela tentava se preparar para a próxima
noite, momento em que a última entrega seria concluída
O MOTORISTA
Manhã
comum na cidade de Nova Delhi, região norte da Índia, mais um dia turbulento,
natural de um dia véspera de feriado. A ansiedade e a vibração envolvente
circuncidavam a maioria dos cidadãos. Inspiravam outros também que repousados
em seus aposentos, conseguiam absorver novas perspectivas para a semana vindoura.
O clima transige e se transforma em um sonido necessário para despertar a
índole. Acompanhado pelo ar refrescante de um dia de sol sucedido por uma noite
de céu aberto, o clima inicia uma nova jornada rumo ao habitat de muitos que talvez apreciando o sereno da alvorada
antecessora, entardeceram inertes em seus cômodos.
Este mesmo clima passa voraz, acompanhado
pelo barulho do trânsito, se elevando pelas varandas de muitos domicílios. Ainda
tendo a oportunidade de invadir uma pequena ruptura da janela de um quarto em
um edifício na região central da cidade. Com pouca intensidade ao passar pela
abertura, formava uma espécie de assovio. O mesmo assovio que frequentemente
era utilizado pelo cidadão deste quarto para se despertar e se aprontar para
mais um dia de serviço.
Este era o trabalho de Ryah Uzmiel,
motorista de desembarque do Aeroporto do distrito. Seu compromisso de trabalho
estava marcado pelo início do horário diário de oito horas da manhã,
prolongando-se até o poente. Sua habilidade em lidar com diversas interdições
do trânsito e sua boa agilidade em manobras, o tornava um dos melhores
motoristas entre outros. A renda adquirida pelo seu serviço não poderia ser a
fonte de toda sua propriedade, mas seu trabalho secundário como sócio de um dos
maiores traficantes da cidade, o fornecia lucros maiores. Esta função o tornava
membro de um grupo secreto de mafiosos, o famoso Clube Barony. Nada se sabia a
respeito das drogas adulteradas, o principal elemento ativo no comércio.
O assovio do vento parecia ganhar
oportunidade, enquanto por outro lado, o morador sempre usava de costume este
espaçamento entre a janela.
A MISSÃO
Seu
serviço como motorista do aeroporto da cidade era um tipo de trabalho
empregatício, mas ao contrário, pagava-se certa comissão pela vaga de trabalho
equivalente à quatro horas. Muitos clientes eram prediletos e, na maioria das
vezes, sócios do grupo em que era membro. Havia muitos que o desconfiava,
todavia era uma opção de traficantes para se acobertarem da polícia ao
transportarem cargas ilegais. O grupo é formado pela associação de cinco
pessoas, sócios secundários e mais outras entidades. Traficavam particularmente
drogas farmacêuticas e genéricos adulterados. Na maioria das vezes as drogas
eram alucinógenas.
O
principal líder entre eles é o afamado, Benayla Yriodit, intimamente conhecido
como Flammer. Comandava o tráfico das
drogas que eram adulteradas nos laboratórios secretos
Durante
a noite sempre havia algum serviço ligado à máfia, transporte, encomendas de
drogas, furtos, tramites e outros. Foi nesta ocasião que naquela mesma noite
Ryah recebeu uma inesperada ligação por telefone. O motorista teria chegado em
casa exausto após um dia de muitos desencontros. A perca de dois clientes por
conseqüência do atraso, algumas discussões contra seus próprios companheiros e
a rotina enfadosa foram os motivos daquela indisposição.
Antes
de qualquer coisa procurou solucionar a pressão psíquica com um pequeno
comprimido posto no interior de uma das gavetas do armário ao lado da principal
prateleira na parede central da cozinha. Um copo com água se esgotou em frações
de segundos, o remédio foi digerido sem orientação médica, um eventual êxtase
poderia levá-lo à incapacidade de locomoção. O comprimido era comumente usado
nas vendas internas da máfia. Após ingerir o remédio Ryah se acomoda em sua
cama retirando os sapatos sem ao menos tocá-los com as mãos. Deitou repentinamente
sobre o travesseiro, mas o telefone parecia ser de fato a verdadeira razão de
um dia bastante conturbado.
O remetente do telefonema era Flammer,
realizava uma ligação interurbana de seu escritório em Dhaka de Bangladesh e
falava sobre um novo plano de venda. Estas negociações eram constantes, devido
a aquisição de dois escritórios na Índia. Funcionavam irregularmente como
embaixadas do Clube Barony. Além de manter o tráfico dos remédios ativos com
veículos modernos, os integrantes também gozavam do porte de armas. Após uma
breve participação entre ambos, Flammer introduz a missão a ser operada:
_Estou com uma mercadoria de antibióticos
piratas em pílulas que chegaram à Índia em pouco tempo por Lee Van Wilster,
após alguns dias de espera.
_Estava esperando por isto. – disse ao
passar a mão sobre rosto.
_A
carga teria se atrasado devido a ação da polícia contra os entregadores nas
vias de acesso à capital.
_Qual
é o plano?
_Devemos
ser ágeis com esta encomenda, que será enviada à uma farmácia de uma cidade pacata
pelas redondezas do Ganges à aproximadamente duzentos quilômetros ao leste.
_Isto
será muito arriscado.
_Não
existe alternativa, esta entrega tem que ser entregue hoje. – Flammer se
irrita.
_Pela
barreira de fogo? - pensou.
_Claro,
- acamou-se - consequentemente nos trará lucros inestimáveis e, por
conseguinte, uma inescusável gratificação que o entregarei após tudo
finalizado, e claro, com o uso do seu próprio automóvel. Ordenarei o pagamento
dos meus assistentes na cidade para auxiliar as negociações. - propôs a missão
sem demonstrar exigência em prol de suas intenções, mas frisou a retribuição
imediata ao concluir o serviço de entrega - Desejo saber se anuir ao plano
seria algo custoso? - perguntou em seguida com tom de dúvida quanto a real
aceitação de Ryah, mas que em sua profunda expectativa não o seria nada
escusada.
_De forma alguma, mas ao contrário, tenho
tempo extra e muito combustível para realizar a missão.
Confirmou
o plano seguramente, embora tivesse titubeado momentos antes após digerir o
remédio.
_Todavia,
qual seria a causa para poupar o transporte de carga em uma encomenda como
esta?
Perguntou
a respeito da escolha de Flammer ao selecionar um motorista de carro para
transportes de carga média, enquanto por outro lado havia outro veículo próprio
do grupo, utilizado comumente no tráfico para transporte de cargas maiores.
_Talvez não tenha sido informado sobre a
crise entre os traficantes em alguns lugares? Existe uma forte equipe de
polícia em busca dos principais entre eles, muitas barreiras foram agrupadas em
diversos locais da rodovia. Em conseqüência de uma série de apreensões
criminais, muitos deles foram detidos. Logo, as mercadorias diminuíram, o que
ocasionou o aumento do preço e o atraso de muitas entregas, inclusive esta
carga. Provavelmente esta será a última desta temporada, talvez não teremos
mais drogas para os próximos pedidos. Não se preocupe quanto a mercadoria, fiz
minhas deduções e as caixas encomendadas, ao todo, não excederão o espaço total
do seu porta-malas, o tamanho será ideal à entrega.
_Consegui notar esta interrupção durante
os últimos meses, as entregas diminuíram. De fato, tivemos uma queda em relação
ao tráfico, inclusive, algumas fugas nas fronteiras contra policiais ativos,
mas não poderia imaginar que seria algo ligado à esta crise. - disse estranhando
com o fato ao franzir o cenho.
_Antes,
devo anotar as descrições do local da entrega e a rota ideal que me levará ao destino.
- pegou uma caneta ao lado e concluiu.
_A rota será diferente do trajeto normal,
existe um atalho após a travessia do rio Ganges onde frequentemente passamos
para embarcar clientes. Este atalho deverá ser tomado na pista à sua esquerda.
Este é o primeiro caminho entre outros ao longo da rodovia. Quando chegar a
marca de dois quilômetros afastado da rodovia, permeará em uma mata semi-fechada
e certamente alcançará uma simples chácara não muito distante. Uma antiga casa
de telhas coloniais, em cuja entrada há um pequeno lago. Ao redor, hortas e uma
plantação de lima. Alguns luzeiros adjacentes o auxiliarão na identificação do
local. O proprietário do terreno é um velho conhecido, sempre faço o pagamento
em dinheiro para passar por uma porteira onde nos permite entrar por outro lado
de uma rodovia diferente após seis quilômetros percorridos.
_Desculpe, mas
não tenho nenhuma noção das pistas paralelas ao Ganges.
_Quanto a pista não se
preocupe, ela o conduzirá para o mesmo destino. Porém, em alguns quilômetros
antes da fronteira da cidade com a ponte, existe também uma barreira da polícia
onde deverá ser bastante atroz. O objetivo é se afastar dos policiais até a
travessia da ponte onde certamente será acobertado pelo atalho que se encontra
indicado por uma pequena placa entre os arbustos na encosta do asfalto.
_Como de costume, não se esqueça das placas do carro e de mais cem
pratas para pagar o pedágio ao forasteiro e após a travessia já saberá como
agir. Quanto ao dinheiro do pedágio o entregarei no mesmo escritório
_De acordo, - concordou
o motorista - dentro de alguns minutos estarei partindo em direção ao galpão da
cidade.
Ryah imediatamente toma suas coisas sobre
o criado e desce apressadamente rumo a garagem interna. De longe, já
pressionava o alarme fazendo sonir o barulho de desativação do seu carro Porsche
conversível azul marinho, que sustentava um perfeito estado de conservação
fazendo refletir um brilho maior das luzes externas. Realizou muitas manobras
ao sair, e no derrapar dos pneus, avançava pela pista principal rumo ao galpão
secreto do Clube Barony. Como previsto, menos de trinta minutos, e o motorista
Ryah alcança o galpão.
Localizado
na zona nobre da cidade, o prédio também era um lugar oculto das transições
públicas, o que proporcionava mais facilidade com o tráfico entre os bandidos e
os movimentos suspeitos. Tudo era realizado no frontispício de um único prédio
de três andares, que por sorte, não possuía vigias. Rajid um jovem indiano de
costeletas e bigodes frisados, era um dos principais auxiliares do clube. Bastante
habilidoso, também era um bom atirador. Uniformizado com um terno social
clássico, se encontrava a espera do motorista rente ao portão da garagem, que
foi aberto após o aviso por telefone de seu companheiro à alguns metros antes
de chegar.
Ambos se
cumprimentam, em seguida, iniciam a descarga dos remédios em uma das despensas
entre outras prateadas embutidas no interior do galpão.
_Como exatamente nos informaram! A carga
não ultrapassou o limite total do seu porta-malas. - se contentou Rajid batendo
as palmas para expelir as partículas de poeira após ajustarem todo o material -
Porém, como pode ver, temos somente estas caixas. - comprovou ao abrir as
outras portas das despensas que, de fato, estavam vazias por dentro.
_Por
este motivo, deverá tomar bastante precaução para não perder a carga -
concluiu.
A
BARREIRA DE FOGO
Ao se despedirem, Ryah segue voraz por uma
das pistas de saída da cidade. Sua bagagem no interior do porta-malas não era
nada concebível, pelo menos para o grupo de policiais alfandegários à cinqüenta
e seis quilômetros adiante. A cautela naquele momento era recobrada pelo
alavancamento de marchas ininterruptas, mas manteve sua tranqüilidade constante
durante todo o momento. Ainda que por
alguns instantes tenha passado um ou outro carro civil pela pista de retorno.
Estes riscos eram naturais de sua rotina, seu serviço exigia nada mais além do
que muita velocidade. Algumas perseguições policiais anteriormente operadas
teriam culminadas em muitos danos ao veículo, todavia, foram todas sucedidas
com fugas incríveis.
Enquanto isto, era chegada a hora em que mais
se exigiria cuidado, pelo menos para administrar uma velocidade de cento e
noventa e cinco quilômetros por hora. O que teria de ser no mínimo utilizada
para se distanciar da patrulha alojada ao redor da base. Mais conhecida entre
os traficantes como “a barreira de fogo”, que em poucos minutos estava perto de
ser alcançada. Menos de três quilômetros até a base da polícia e Ryah percebe o
momento em que deveria retirar as placas de identificação do carro. Muitas
câmeras ocultas de captação sensorial poderiam imediatamente incriminá-lo com
flashes instantâneos.
A
passagem dos carros é realizada em velocidade reduzida, carros ou transportes
suspeitos são facilmente vistoriados pelos agentes. A fuga estava
esquematizada, seria facilmente concluída com uma desaparição integral por um
atalho na pista indicada por Flammer. Ryah estaciona o carro em uma das
encostas da pista tomando fôlego para enfrentar a barreira ao mesmo tempo em
que alongava os dedos das mãos e as pernas. As mãos vestidas por uma luva de
couro preto sentiram um alívio momentâneo durante algumas horas de viajem.
De
seu porta-acessórios ele retira um pequeno binóculo para visualizar a barreira
com maior abrangência. Poucos carros passavam pela pista àquela altura da noite
e nenhum deles poderia percebê-lo com facilidade. Estacionado atrás de um
arvoredo de matos contínuos entre a pista e o veículo, continuava a observar
até quando todos os carros estivessem passados. Ele devolve o binóculo sobre o
banco de passageiros, havia ainda muitos carros pela barreira e a tendência era
diminuir conforme o horário se prolongava.
Em
seguida, Ryah toma uma de suas ferramentas entre seus acessórios e com bastante
cuidado retira as placas de identificação do carro. Sabia que os flashes
fotográficos seriam capazes de capturar o carro nitidamente em qualquer
circunstância. As placas foram escondidas e ele novamente torna a observar
durante alguns minutos, de sorte, restavam apenas dois carros para passarem
pela barreira. Pelo lado contrário da pista não havia nenhum sinal de carro se
aproximando, a preocupação maior seria os carros reduzidos que poderiam
obstruir a passagem na divisa.
Um
rápido cálculo em proporção ao fechamento do ferro que se movia pela barreira
em relação ao tempo de saída dos carros foi feito. Cinco segundos foram
observados. Um metro e quarenta centímetros de altura desde o teto do carro
gastavam-se três segundos para diminuir. Tudo indicava que em menos de três
segundos, Ryah deveria estar à aproximadamente cinqüenta metro de distância em
uma velocidade relativa à duzentos quilômetros por hora.
Algo parecia mudar sua visão, ele observa
atentamente atrás pela direção em que os carros vinham e nota duas luzes
aproximarem-se lentamente. Eram as luzes do farolete de algum carro distante. Outros
carros que circulavam pela pista de retorno não eram de muita importância, mas à
medida que este carro da pista principal se aproximava, mais as luzes tendiam a
surgir sucessivamente no mesmo sentido.
Ryah
entende que o momento era chegado, ele observa do outro lado rumo a barreira e
o último carro finalmente estava para abandonar a divisa. Atrás as luzes
aumentavam, um outro carro surgia seguido do último identificado. Os dois
veículos estavam próximos, o primeiro motorista não permitiria ser facilmente
ultrapassado e uma distância relativa deveria ser criada. Ao entrar no carro
rapidamente Ryah acelera fazendo subir uma alta nuvem de poeira. Os pneus se
deslizavam em frações de segundos e a velocidade aumentava em pouca proporção.
A aderência do pneu com o solo formou uma espécie de ruído intermitente e em
poucos segundos os ponteiros atingiram a marca de sessenta quilômetros por
hora.
O
carro acelerava unicamente pela pista principal de ida. Pelo retrovisor o
motorista observava as luzes dos faroletes diminuírem. Os carros traseiros se
distanciavam, andavam em velocidades menores. O único perigo agora seria apenas
algum carro de polícia pela pista de retorno, que por alguma suspeita poderia
ser o mais próximo de alcançá-lo ao fazer a convergência. Dois quilômetros de
distância foram conquistados em pouco tempo, o carro mantinha a velocidade
entre cento e vinte à cinqüenta quilômetros por hora. O último carro pela
barreira não poderia sair antes de ser alcançado. Os policiais ainda
verificavam seus documentos quando Ryah se aproximava à cem metros distantes.
O
suor da adrenalina cauterizada pelo vento formava uma espécie de escama sobre
sua pele. Em menos de quinhentos metros, Ryah aumentou o grau de velocidade à
uma velocidade surpreendente. Os ponteiros atingiam a marca de cento e oitenta.
Quando pouco perto de chegar à barreira, os carros da polícia acionam os
luzeiros de teto sob suspeita do crime. O último motorista a passar pela base
de ferro tomava distância. Passaram-se dois segundos quando a longa base de
ferro preto descia acerca de trinta e dois centímetros. O carro chegava muito
perto, os policiais se alarmavam ao entrarem nos carros. Dois centímetros
restantes e três segundos, o último carro a passar pela barreira se distanciava
à dez metros.
Ryah
finalmente passa em fração de segundo quase imperceptível, uma longa centelha
se alastra pelo choque do teto com a base de ferro. Os policiais da rodovia
tão-somente observaram um vulto e um extenso ruído dos motores. A base de ferro
se posicionava ao apoio sem nenhuma chance de acertar o vidro. Logo à frente o
último veículo é ultrapassado.
Dentro
da cabine, havia alguns equipamentos policiais e outros acessórios
particulares. Um dos policiais comunica o ocorrido.
_Um
carro azul marinho, ultrapassou a barreira na rodovia dois leste. Patrulhem a
pista e bloqueiem toda a pista.
O outro auxiliar ativa o monitor em que
se identificava a fotografia das câmeras sinalizadoras:
_Não há registro dos números, o carro está
desprovido de qualquer registro.
As
chances de impedi-lo foram fracassadas por uma velocidade extraordinária
produzida pelo sarcástico piloto Ryah Uzmiehl.
Muitos quilômetros foram percorridos e já
não havia mais rastros dos policiais. Alguns carros prosseguiam pela via de
retorno, mas um plano estava para ser realizado. Após a travessia da ponte o
carro entrou facilmente pelo atalho proposto antes da saída. Uma estrada de
terra e britas o conduziu à chácara, exatamente como dito por Flammer. As
placas do carro foram postas novamente no local onde também parou para tomar um
rápido café.
O dinheiro é posto sobre a mesa em um
pequeno malote. A esposa do velho ainda servia o café, quando algumas sirenes
surgiam de longe pelas ribanceiras.
_Não se preocupe. – o velho proprietário
da chácara o consolou após tomar um rápido gole da xícara ouvindo os distantes
barulhos de sirenes na alta rodovia – Um outro atalho o conduzirá à outra
pista.
A
quantia foi paga ao dono após se identificar, ou seja, cem pratas. A travessia
foi feita por meio de outra rota e em menos de uma hora Ryah havia finalizado a
entrega
Ainda por telefone Flammer o avisa:
_Realmente estou satisfeito por esta
incrível missão companheiro. Pude me certificar da entrega ao realizar uma
ligação ao farmacêutico responsável pela compra poucas horas atrás. O produto
foi exatamente conferido e não houve reclamações. Entretanto devo admitir algo
que poderá adiar nossas relações no ramo. - disse com o semblante frisado ao se
levantar da mesa com o copo na mão em seu escritório.
Observando atentamente a cidade pela
janela ele prossegue:
_Como pôde observar, as mercadorias se esgotaram
exatamente nesta viajem. As drogas diminuíram exponencialmente e não há
previsões para arrecadarmos outras quantias das pílulas. Por este motivo todo o
grupo
_Sinto muito, mas ajudarei nas buscas por
novos recursos. - disse ao o consolar.
_Comunicarei o restante do grupo e ordenarei
que todos procurem uma outra tática de vendas para mantermos os negócios ativos
em Dhaka. - Disse Flammer ao recapitular sobre outros meios comerciais.
_Mas precisarei de sua companhia nesta
procura, quero que prorrogue todos os seus planos na cidade e faça a compra da
passagem aérea pelo serviço da filial.
_Afirmativo! Efetuarei a compra assim que
amanhecer.
NOVOS
RUMOS
O Clube estava perto em iniciar um novo
rumo comercial, uma reunião estava prevista ainda para aquela semana. Para o
líder, as especiarias ligadas às pedras-preciosas poderiam ser uma grande
vantagem, visto que muitos de seus sócios traficantes eram também proprietários
neste ramo.
Ainda naquela manhã Ryah realizaria a
viajem como combinado. Antes da partida, um último cliente deveria ser
atendido. No estacionamento frontal do prédio o cliente era aguardado. Ryah
permanecia a espera do embarque à Dhaka, estava desprovido do seu carro que
permanecia estacionado na garagem. Faltavam algumas horas, o cliente surgia
vestindo uma roupa social escura. De longe, se aproximava lentamente em direção
aos carros.
_Tenho um compromisso à uma zona secreta.
_Lamento, não estou em serviço.
_E quanto a cartela encomendada?
_Trouxe antecipadamente.
Ryah o entregou a cartela que continha
doze comprimidos após retirá-la do bolso. O cliente recebe colocando-a
discretamente no bolso interior do seu paletó.
_Devo fazer uma viajem à Índia. A escassa
produção de narcóticos parece ser uma procuração investigativa dos policiais.
As encomendas se esgotaram em rápido avanço.
_Recebi a notícia de uma inspeção na
farmácia de Jairpu. Por pouco os criminosos não foram identificados. Espero que
os negócios estejam a salvo. – disse o cliente.
_Não se preocupe, tomaremos novas medidas.
O cliente observando à frente nota um
outro taxista se aproximar, de sorte era outro traficante secreto.
_Tenho que ir. – se despediu.
Em
Dhaka ambos se reencontram e Flammer com olhar ofegante o saúda satisfeito, em
seguida o convida para um breve drinque na sala de visitas e fala a respeito:
_De fato fui obrigado a adiar os negócios
no país, talvez tenha observado as despensas vazias na filial
_Pude constatar ao executar a última
mercadoria do tráfico, - neste momento Ryah tomou um gole do drinque oferecido
e em seguida o questiona a respeito da decisão - porém, qual seria a solução
preeminente?
_Ainda não posso afirmar, existe muitas
possibilidades quando se trata de pedras-preciosas.
_Não acha pouco inerente quanto ao mercado
dos narcóticos?
_Talvez não, conheço muitos sócios
traficantes envolvidos neste ramo que podem aderir ao nosso acordo quando tudo
estiver pronto. Mas a dificuldade será como escolheremos o material. No mercado
mineral existe uma oscilante marca financeira, ou seja, a balança comercial que
aderi muitas pedras minerais de diferentes fontes. Então esta será a questão:
qual será a fonte para o nosso recurso?
_Nada posso sugerir, mas estarei ativo dentro
deste período.
_Eu presumo que uma semana seja necessária
para decidirmos.
Em uma outra ocasião, o Clube Barony se
reúne para abordarem o assunto relatado. Dentre os membros estaria presente um
dos preferidos de Flammer, seu nome é Jhason, homem sutil, estatura rígida,
olhos fixos, usava cabelos longos loiros e um discreto cavanhaque no maxilar. Estava
em um encontro com sua namorada Emily em um dos mais populares restaurantes da
cidade. Localizado no shopping principal, o restaurante conservava uma
estrutura típica da cultura indiana em padrão de modernidade avançado. Enquanto
conversava com sua namorada na mesa onde havia um tipo de cerveja preta sem
álcool geralmente consumida na cidade, o telefone móvel toca, ele atende:
_Jhason. - replicou uma voz aguda seguida
pelo atendimento inicial.
_Pronto chefe! - atendeu disponível ao
identificá-lo pelo reconhecimento do tom de voz de Flammer.
_Tenho um convite urgente a lhe propor.
_Prossiga.
_Quero que compareça à uma reunião para
discutirmos sobre um novo plano comercial. Estamos pertos em transferir o
comércio das drogas para outro tipo de especiaria.
_Era o que eu presumia. Os remédios se
esgotaram de modo muito sutil, sabia que, mais cedo ou mais tarde, seriamos
obrigados a transferir a mercadoria para outra espécie de venda.
_Mas não se preocupe tudo estará sob
perfeito plano. – disse Flammer.
_O que houve? - questionou Emily após
Jhason desligar o telefone.
_Problemas no meu setor de trabalho. -
disse de modo formal, mas Jhason sempre fazia a descrição de um trabalho
regulamentar de uma simples farmácia na tentativa de cobrir a sua verdadeira
função no Clube Barony.
_A mercadoria estará em falta, em poucos
dias serei dispensado das atividades internas. - disse ao retirar do bolso duas
pílulas de remédios.
Ambos
comumente digeriam as drogas para alterarem o humor. A venda restrita e o preço
altamente caro, impossibilitavam a aquisição para muitos interessados. Naquele
momento a droga seria uma tentativa de se refugiar de sua reação quanto ao trabalho.
O efeito, porém, não era como o original. A duração da atividade antibiótica
era menor e às vezes não imunizava completamente o consumidor da doença ou
talvez fosse esse um dos motivos pelos quais as mercadorias estavam suspensas.
O
local e o horário foram devidamente marcados. Breve o grupo estaria reunido
para um novo debate. Cinco outros integrantes que trabalhavam na área de
produção dos remédios se reencontrariam na pequena sala do clube. Após o
encontro, Jhason foi incumbido na tarefa de busca pelo recurso mineral indicado
pelo líder, a saber, pedras-preciosas.
A
PISTA
No mesmo dia, o grupo estava reunido na
pequena sala. A mesa posta ao lado do vidro era ocupada pelos cinco
integrantes. Rajid um dos ajudantes apresenta um frasco de um dos remédios
colocando-o sobre o centro da mesa. O assunto seria sobre a interrupção das
drogas.
_Recebi as notícias dos farmacêuticos.
Tudo indica que este é o produto investigado pela polícia. Devido seu alto teor
alucinógeno e contra a venda sem recomendações médicas.
Flammer pega o produto atento.
_Quero que novas buscas sejam feitas a
respeito dos locais em que podemos encontrar as pedras-preciosas.
_Alguma particularidade? – indagou um dos
ajudantes.
_Todas que agregam alto valor na balança
comercial.
Era uma tarde quase crepúsculo do dia, momento
em que Jhason finalmente conseguiu encontrar uma antiga notícia de jornal
recolhido em um Centro de Convenções Mineralógicas em Dhaka.
Um
extenso prédio conservava uma estrutura complexa desde a entrada para os
funcionários específicos do recinto interno à entrada dos clientes empresariais
interessados pelos minerais disponíveis. Jhason acessa a porta principal
passando por uma cobertura alojada revestida de cromo fino onde se notava um
segurança interno. Embora fosse uma breve consulta mineralógica, Jhason
armazenava em sua cintura uma pistola particular. Andava passos lentos em
direção à recepcionista. A arma não havia sido identificada.
_Boa
tarde. Preciso de uma orientação ao departamento mineralógico. Devo discutir
sobre alguns detalhes de mineradoras para uma aquisição preliminar.
_Por
favor, acompanhe o elevador central ao segundo andar.
_Obrigado.
– agradeceu Jhason.
Jhason
acessa o local onde havia uma secretária contendo um sinete particular da
empresa. Permanecia suspendido sobre a blusa de ceda bege com detalhes de
alguns bordados pretos, o que se assemelhava aos pormenores do paletó de cetim
branco listrado.
_Em
que posso ser útil?
_Preciso
de informações sobre mineradoras de cristais. Desejo adquirir uma mercadoria.
_Os
documentos empresariais deverão ser consultados.
_Desculpe,
mas por enquanto desejo saber apenas a localização. Realizarei um diálogo
direto ao gerente responsável.
_Se
o senhor preferir, podemos acionar conferências ao subsecretário de alguma
empresa conveniada. Temos uma lista de contatos.
_Apenas
o endereço, por favor.
Enquanto
a secretária fazia a pesquisa dos endereços, Jhason observava sair de uma sala
aos fundos dois guardas que conduziam transportadores peculiares da empresa.
Pelas laterais se destacavam algumas repartições. Pareciam armazenar ofícios importantes
ou prováveis verbas monetárias tal como dinheiro vivo. Por algum momento Jhason
sentiu curioso em saber o que poderia haver dentro das gavetas internas, em
cujas sobras se observavam as pontas de alguns papéis brancos e outros
envelopes pardos.
Alguns
segundos se passam, a secretária finalmente o informa:
_Não
consegui encontrar mineradora de cristais. – Uma lista de endereço surgia em
letras azuis pelo monitor do computador. Um pequeno plug da rede dial-up conectado
à internet era capaz de absorver dados importantes ou registros sobre a
localização pretendida à longa distância.
_Parece
que estão desativadas. Porém encontrei alguns endereços. Um deles trata de uma
mina de cristais com alguns dados secundários. Estas informações deverão ser
úteis, posso entregá-lo o impresso, antes, porém, devo verificar seus
documentos pessoais.
_Existe
alguma mina de ouro? – perguntou após observar uma relação pouco relevante de
minerais desvalorizados inscritos no impresso quanto a um mineral mais valioso.
_Infelizmente
não.
_Aguarde
um momento.
Uma
ligação foi feita à Flammer. Os toques se passam, o chefe atende:
_Está
certo de que as pedras-preciosas serão prioridades para suprimir as futuras
negociações? – Jhason queria a confirmação.
_Não
tenha dúvidas, tenho alguns clientes interessados pelas negociações. Muitos
aguardam pelo faturamento de um produto comercial de alto padrão aquisitivo.
_Porém,
não existe mineradora conveniente ao pedido. Os minerais são de baixa qualidade
o que poderá ser contra a perspectiva. Não temos muitas alternativas.
_Apressa-se,
temos que adquirir um alto valor em dinheiro para compensar algumas negociações
pendentes.
_Não
se preocupe quanto ao local, podemos adquirir as pedras-preciosas até em país
estrangeiro. – continuou.
_Muitas
minas estão localizadas no próprio país. Teremos problemas com os garimpeiros
caso queira saqueá-las.
_Claro,
o plano não seria um mero investimento financeiro. – explicou Flammer - Não
pretendo com isso fechar acordos com mineradoras. Tente encontrar o local mais
apropriado para executarmos o plano.
_Talvez
queira abranger outros tipos de pedras-preciosas tais como o rubi, quartzo ou
ouro.
_Apenas
uma única espécie será suficiente, ainda não é o momento de expandirmos as
especiarias por tipos variados.
_Tentarei
encontrar o mais importante. Talvez aja algo específico nos arquivos
confidenciais. – disse em tom de voz baixo ao mesmo tempo em que observava o
depósito.
Desligou
o telefone impaciente. A secretária fazia uma nova pesquisa. Talvez aquele
fosse o último instante para agir. Os guardas se reaproximavam e pela segunda
vez se retiravam da saída de uma sala nos fundos. O depósito era continuamente
observado por Jhason. Através de uma placa de vidro, posicionado pela divisória
do setor da secretária, entre a porta de entrada nos fundos ao pequeno corredor
bibliotecário, que seguia da saída da sala até a porta de entrada da
biblioteca, os guardas saiam. A chave é posta sobre um painel de moldura
vidrada ao lado da última porta de saída pelo setor da bibliotecária. Em
seguida os guardas saem por completo.
Aquele
transportador parecia ser o último a ser retirado do recinto. Jhason estava
impaciente, não havia encontrado nada ainda concreto. Não teve outra escolha,
sua curiosidade atingiu o ápice do seu desejo quando intentou vasculhar aquela
estranha sala dos fundos.
_Não
se mova! – apontou astuto sua arma contra a secretária que pasmada, não
conseguiu reagir.
_Acompanhe-me
até a sala nos fundos. – ordenou ao quebrar a moldura de vidro onde estavam as
chaves.
_Quero
o dinheiro! – lhe entregou as chaves acompanhando-a por trás.
_Não
há dinheiro neste local.
_Silêncio.
A
secretária andava pela frente trêmula. As portas são abertas, uma sala similar
à um cofre foi acessada. Alguns documentos eram vasculhados por Jhason quando a
secretária advertiu:
_Não
há nada de valor!
Contudo,
Jhason consegue algumas pastas importantes. A sala é trancada enquanto a
secretária ficava nos fundos. Os principais documentos foram postos em sua
bolsa preta, a chave de acesso é posta sobre a mesa para que alguém, em fim,
soltasse a secretária. A fuga é feita sem suspeita do crime.
Dentro
da pasta haviam alguns documentos confidenciais e um jornal. Apesar de sua má
conservação devido o tempo de publicação, continha em uma das suas páginas, a
notícia que seria o enlance do plano imediatamente cogitado ao término de sua
leitura. O assunto tratava de um acidente ocorrido em um dos distritos de uma
mineradora de diamantes e quartzos nas proximidades das montanhas ao nordeste do
país conhecida como região de Sylhet, que por uma implosão má sucedida soterrou
cerca de duzentos garimpeiros. O acidente foi catastrófico. Detiveram-se no
interior, foram misteriosamente desaparecidos, mas felizmente todos
sobreviveram.
A
indenização não pôde manter a mineradora ativa, além de ter causado grande
prejuízo e ameaçado o desabamento de rochas sobre uma reserva florestal
adjacente, também teria causado problemas ambientais com a poluição atmosférica,
devido uma vazão interna. Definitivamente a mineradora foi reduzida à falência
e para Jhason poderia ser um novo encrave, uma alternativa financeira para o comércio
escasso, que aos poucos, devido a paralisação do tráfico, diminuía
gradativamente a potência do Clube Barony.
De acordo com a ordem de Flammer todos os
seus comparsas deveriam trazer informações sobre novos rumos comerciais para
garantir a sustentabilidade do grupo com base em negociações secretas. Esta
notícia foi detalhada por Jhason, que as colocou em uma pequena pasta arquivos.
Em seguida partiu rumo ao escritório de Flammer.
Bastante
eufórico pelo que encontrou, planejou um encontro antecipadamente com seu
chefe. A sua chegada foi motivo de alívio, quando curiosamente Flammer o
aguardava em seu recinto. Rapidamente o arquivo é posto sobre a longa mesa de
vidro.
_Muito interessante! – disse o chefe com tom
de gracejo, após a leitura do artigo – Duzentos mineiros foram presos no
interior da mina. Como isto pode ter acontecido? – indagou.
_De acordo com a confissão de um dos
mineiros soterrados, uma tontura passageira os acometeu quando transportavam os
cristais da mina. Isto retardou o processo de retirada e impediu
definitivamente que todos escutassem o som do alarme para o intervalo.
_Terrível! – comentou - Onde conseguiu
encontrar este arquivo antiquado? - perguntou após identificar uma data
relativamente antiga, que contava com aproximadamente duas décadas atrás.
_Encontrei este artigo em uma pesquisa no
Centro de Convenções Mineralógicas na praça central da cidade de Dhaka. De
sorte, ainda esta mineradora se encontra desativada, conforme constatou-me a
consultora do departamento. Todavia, ainda existem grandes quantidades de
rochas cristalinas armazenadas no interior da mineradora que estão preservadas
pelo departamento ambiental para uma eventual captação pelas empresas
apropriadas. Foram mantidas em sigilo para medidas lucrativas e governamentais,
o que não poderia ser revelado por nenhum consultor.
_Mas como soube da existência deste
arquivo? - o perguntou ao expor um fragmento importante para uma rota
milionária.
_Na verdade eu não sabia, a notícia foi
extremamente censurada posteriormente por precaução da polícia e do governo.
Foi preservada pelo Centro de Convenções, contudo violei este arquivo que estava
mantido lacrado no cofre quando anunciei o assalto. Na verdade, reagi ao
conseguir entrar armado sem ser percebido pelos detectores de metais ou pelos
seguranças. A consultora se surpreendeu com a minha reação e se rendeu, não
consegui encontrar verbas monetárias, ou nada além deste, a princípio,
miserável arquivo. Mas evitei rasgá-lo, de sorte, obtive esta informação
extraordinária.
_Excelente informação! Em breve seguiremos
esta rota e não será necessário nenhum outro crime. Quero que reúna todo o grupo
para uma eventual reunião.
O
PLANO
Ambos
analisaram a rota que trazia informações precisas do caminho à mineradora ao
extremo note do distrito, nos limites da cadeia de Sylhet. Segundo os cálculos
em detrimento as características físicas do local, seriam necessários meia
tonelada de dinamites e dois cargueiros médios para os minerais. O comércio das
drogas terminado desde a alguns meses não confirmava a ausência de dinheiro,
embora Jhason tivesse arriscado uma violação. Portanto, não seriam demorados os
dias para a aquisição dos equipamentos que foram selecionados por Flammer em um
pequeno orçamento mineralógico.
A conversa foi demorada, muitas horas de
pesquisas do local e contatos para as aquisições se passaram até a vinda dos
outros componentes do grupo que foram convidados por telefone. O grupo se
dissolvia entre as opiniões, mas todos chegaram ao acordo. Após dois dias de
diálogo o grupo volta a se encontrar em uma última reunião preparada por Flammer.
Alguns projetos digitais foram adaptados pelo
gerenciador técnico do clube, conhecido como Bernard Yriodict. No salão
principal do clube, em meio a conversa, um dos homens questiona sobre a demanda
do equipamento:
_Realmente será necessária meia tonelada
de dinamites?
_Deveremos ser ágeis. - Disse Flammer ao
transmitir o comunicado - após a violação no Centro de Convenções teremos pouco
tempo até perceberem a ausência do arquivo, o que provavelmente poderá levar a
interseção da polícia. A operação terá que ser reduzida em menos tempo do que
nos relatam estas pesquisas. - disse mostrando-lhes os artigos com informações
exclusivas.
_Ryah, junto com Elijah, o auxiliar de bordo, será o
motorista do primeiro veículo, enquanto eu e Jhason seguiremos alguns
quilômetros atrás a fim de evitar suspeitas.
_Ainda não vejo muita segurança quanto as
explosões - esquivou um pouco do assunto de modo desconfiável ao franzir o
maxilar com os braços cruzados.
_Evidentemente! - respondeu - Mas as dinamites
foram apuradamente encomendadas de acordo com uma nova tecnologia que nos
permitirá explodir as rochas sem causar muita pressão terrestre. Por outro
lado, teremos a sorte em ocultar o barulho para menos trinta e dois por cento
decibéis, conforme as explosões. A tecnologia impedirá a percepção do barulho
pela redondeza, de fato isto nos proporcionará garantia nos livrando do perigo
adjacente, tanto para a natureza, quanto para a sociedade vizinha à três
quilômetros ao norte. Contudo, isto não impede as denúncias anônimas observadas
pelos transportes, por isto deveremos ser bastante velozes.
O
tráfico havia se encerrado após algumas adversidades decorrentes da aquisição
de novos produtos. Um outro elemento foi pretencionado pelo chefe que desejava
manter o negócio ativo com as vendas comerciais.
Por
coincidência, um arquivo secreto foi encontrado por um dos membros do clube. A
notícia relatava sobre a localização de uma mineradora desativada e o Clube
Barony estava prestes a realiza uma nova sabotagem.
Flammer
prossegue:
_Tenho uma encomenda de um GPS,
capaz de captar os sinais das áreas internas e determinar suas propriedades
físicas e geométricas. O aparelho calculará a distância pela transmissão radioativa ao local da antena
onde estará instalado no notebook. Isto nos ajudará encontrar a maior
parte em abundância de cristais. – enfatizou.
_Conforme a tabela comercial de minérios,
teremos maior preocupação com uma mercadoria mais abrangente do que
anteriormente exercida para uma estimação inferior ao que realmente nos
interessa encontrar. A expectativa é encontrar cerca de uma tonelada e meia,
considerando a formação do cristal em cada década. O nosso objetivo também será
encontrar, nada mais, nada menos que... o diamante.
_Pesando
um quilate em seis ponto cinco milímetros de diâmetro poderão equivaler
quantidades superiores e milionárias dos cristais, que na verdade, é um minério
comumente encontrado na mina. - neste intervalo, Flammer parou para ajustar uma
pequena máquina de retro-projetor para análise do diamante.
_No cristal os átomos estão arranjados de tal modo que
constituem camadas, em alguns casos existe a descoberta de diamantes no centro
das placas cristalinas que possui ligações químicas em cada átomo.
_O
diamante se diferencia do cristal por ser extremamente forte. Constitui uma
estrutura extremamente rígida e quase indivisível.
_Se conseguimos esta proeza, como
poderemos fazer a distinção entre o diamante e o cristal? - perguntou um dos
homens.
_Não será muito difícil. - respondeu ao
ativar o próximo projeto digital - Estes elementos
possuem dois tipos de interação entre si. No primeiro caso, cada carbono é
ligado à três outros de uma rede de ligações regulares, formando ângulos
perfeitos até a faixa de sua ausência. Estes arranjos planos estendem-se em
duas dimensões para formar uma espécie de tela de arame.
_Estes arranjos além da faixa da ausência regular são presos entre
si por forças mais fracas conhecidas como, interações de empilhamento, o que
ocasiona nas ramificações irregulares. Uma fenda sobre a placa pode causar uma
fratura direta até o centro da placa, dividindo precisamente o cristal do
diamante entre duas crostas. Isto seria como um condutor de eletricidade, mas
neste caso, uma mera separação do cristal fragilizado atraído pela rigidez do
diamante interno. Isto ocorre devido sua estrutura regular, é a substância mais
dura e regular que se conhece, possui dez ponto zero na escala de Mohs.
Novamente ativa o
último projeto digital.
_Por outro lado, o tom
cristalizado possui clivagem octaédrica projetado. Muitas inclusões podem
torná-los facilmente identificáveis pela emissão da luz. Mas queria frisar a
consideração final, que nos revela muitas possibilidades em encontrarmos
diamantes nas placas cristalinas a cada sessenta por cento do total tectônico
do cristal. - disse ao apontar a probabilidade da mina a ser explorada.
O grupo vibrou
triunfante com a notícia. O barulho das taças soava pela sala ao brinde dos
capangas. Breve o Clube estaria em uma aventura criminal.
A questão se
dissolveu durante um período de análises empenhado pelos homens que nada
obstante, conseguiram informações concisas e extremamente importantes para a
execução do plano. Flammer despediu-se do grupo com o acordo ativo, uma data
estava prevista para a captação dos cristais e todos em breve estariam se
aventurando nas tenebrosas planícies de Sylhet.
Jhason
permaneceu entusiasmado durante toda aquela noite focado em sua tarefa em
relação à missão. Não sabia de muitas revelações aspiradas pelas pesquisas,
dentre as quais, havia a real possibilidade da captação de diamantes para uma
devida quantidade tectônica do cristal. De acordo com as pesquisas, o diamante,
à determinado limite, constituía maior rigidez e
maior genuidade das partículas. As placas, além desta região delimitada, passariam
a constituir o cristal.
Alguns quartzos e os diamantes poderiam ser facilmente
identificados pelas suas características originais, porém dificilmente
encontrados.
A VISÃO
À noite, Jhason deitou
sobre sua cama atônito à uma luz ofuscada emitida pela eletricidade exterior.
Sobre a parede, as sombras das folhas se moviam em conjunto formando um pequeno
aspecto do arbusto. O cristal no sistema cúbico abordado na reunião o apreendia
internamente. Sua imaginação discernia os efeitos dos átomos na produção de dodecaedros,
octaedros, triangulares. Enfim, sua ambição em conquistar um diamante se
intensificou ao ápice quando de fato constatou a real presença das placas
tectônicas de cristais de quartzo pelos arquivos secretos.
Voltando
sua atenção à sombra na parede, Jhason projeta em sua própria imaginação uma
destas placas rochosas de cristal. Aquela imagem virtualizada preenchia todo o
contorno do arbusto formando uma espécie de ramificação cristalina. No centro
uma falha de poucos centímetros entre as folhas emitia uma claridade mais
reluzente do reflexo exterior. O formato quase fazia alusão à geometria triangonal
do diamante. Neste alvo a combinação do diamante foi reprojetada por Jhason
como de fato é captado na forma rochosa e tudo parecia estar próximo do esplendor
do grupo.
No dia seguinte, Jhason acorda um pouco espantado
devido o sonho anterior. À princípio não conseguia distinguir o cenário do
sonho. Depois de enxaguar o rosto ele permanece imóvel por alguns segundos. Com
a cabeça reclinada e apoiado com os braços fixos sobre a estante, fazia um
pequeno esforço para se recorda do sonho. Aos poucos as imagens foram se
traduzindo em partes e uma única cena se destacou como um sinal presságico.
Todo o ambiente no sonho parecia
prenunciar o local do crime, exatamente no interior da mina de cristal. As
paredes escuras e o local áspero davam-lhe a certeza em estar no interior de um
extenso antro. Embora pudesse ser uma premunição da mineradora, não havia
identificado sinais de cristais ou minérios, conseguia avistar, tão-somente,
uma parede arejada de grandes pedras paralelamente empilhadas. Uma delas se
destacou entre outras, uma rocha hexagonal formada por dois lados superiores
desproporcionais com ângulo de cento e dez graus e três vértices inferiores em
cuja base calculavam-se apenas alguns centímetros de espessura. Parecia uma
espécie de ardósia, de cor cinza e perfeitamente ajustada, parecia ter sido
aclopada à mão.
Aquela pedra despertava a atenção de
Jhason que permaneceu inerte no sonho, admirava aquilo como se algo quisesse se
mostrar. Uma energia o atraía sem nada que pudesse indicá-la, seus olhos
fixaram-se em direção a rocha por alguns segundos. A sua intenção era poder
tocá-la, seus braços se moviam devagar, ainda que se esforçasse, não conseguia
alcançá-la. Ergueu as mãos aproximadamente cinqüenta centímetros da rocha, mas
neste exato instante se desviou de suas recordações. Novamente enxágua o rosto
e se move em direção ao quarto. Durante algum tempo permaneceu pensando sobre
qual poderia ser o significado daquela cena. Pensou se realmente aquela rocha
existia, a razão pelo qual se interessou por ela e procurou memorizá-la.
No salão do Clube, Flammer recebe a
chegada de Elijah, um dos vilões do clube. Havia chegado um pouco atrasado ao
encontro para entregá-lo os documentos da aquisição dos equipamentos para a
captação dos cristais. Em seguida o direciona dois documentos fiscais:
_Com licença senhor, estas são as notas
fiscais. – disse Elijah ao estender as mãos com os papéis.
Flammer pega os documentos um pouco
desinteressado.
_Não nos interessa estes documentos, vamos
nos preocupar com as dinamites.
Disse ao colocá-los sobre a tocha de fogo
ao lado.
_Desculpe informar, mas a parcela foi
debitada na conta de um de seus sócios.
_Não se acerba meu caro, breve estes
cristais estarão em minhas mãos.
O
CRIME
Em poucas horas tudo estava pronto, o
grupo partiria pouco tempo antes do amanhecer. Os quatro integrantes se
reuniram no estabelecimento e partiram devidamente como combinado no dia
anterior. A aquisição dos equipamentos foi realizada durante aquelas últimas
quarenta e oito horas e não havia dúvida da presença de cristais na mineradora.
O documento governamental e as pesquisas feitas foram puramente analisados.
Os
integrantes adquiriram uma moderna linha de uniformes para a operação além de
outros acessórios tais como capacetes, botas anti-derrapantes, lanternas
impermeáveis, trenas automáticas, bússolas eletrônicas, aparelhos sensoriais e
um receptor GPS para demarcar as
coordenadas de entrada, que serviriam na identificação do local em maior
abundância dos cristais. As roupas de cor preto escuro eram envolvidas por
correias prateadas em torno da cintura, refletiam no escuro. Com capacidade
para sustentar quatro tipos de ferramentas diferentes, o cinturão possuía ainda
dois coldres de revólver e um cantil.
Os carros saíram ainda à noite, mas
faltavam poucas horas para a manhã seguinte. A alvorada no campo se reverberava
na natureza extremamente exuberante ao longo da rodovia. A neblina formava uma
nuvem sobre as montanhas distantes, local onde estavam perto de alcançar. Entre
o horizonte e as paisagens o sol surgia aos poucos.
Após
algumas horas de viajem o dia já se apresentava claro, era pouco perto das sete
horas da manhã e o grupo já se posicionava no local da mineradora. Duas grandes
cabines cromadas, formavam interseções de dois planos em ângulo duplo. Na
encosta de uma imensa montanha, permaneciam atracadas em alguns mastros
inferiores usados como alicerce. Embora alguns cadeados mantivessem as portas
trancadas, não havia registro de nenhum tipo de objeto. A parte interna
observada por uma janela de vidro ofuscado, permanecia completamente vazia, o
grupo constatou definitivamente a ausência de rastros, de pessoas ou animais.
Um pouco antes da ribanceira localizada à
frente da imensa montanha, ao lado esquerdo de uma grande área de um hectare,
estabelecia-se um grande albergue fechado para máquinas especiais. Um teto de
aresta formava uma curva em um ângulo de cento e oitenta graus. Possuía sobre a
base alguns ventrículos para circulação do ar. O teto forrava grandes paredes
cimentadas, em uma delas, encostava-se um filtro de ar auto limpante FK-600,
para separação dos resíduos de cristais. Logo à frente dois aparelhos Pumps
Bean Royal tipo Slurry para locomoção de minerais, permaneciam em fase de
desintegração devido a má conservação. Durante aqueles dois dias o grupo
conseguiu informações precisas do local, uma vez que Rayh, o motorista, viajou
para calcular o perímetro da área e outras características do local.
Naquela
mesma hora tudo foi sendo remanejado para fora do transporte. A neblina, que
antes camuflava a maior parte da região, aos poucos foi se dissipando das
montanhas. Um pequeno trator, um tipo de carro automatizado alugado em uma
empresa industrial de máquinas especiais, descia pelas rampas traseiras do
primeiro caminhão. Sua frente achatada com textura branca incluía um painel de
controle automatizado pelo lado interno. Um pequeno pára-brisa de quarenta
centímetros realçava a arquitetura do veículo que permitia a condução de um
motorista e um passageiro a bordo, o qual era dirigido por Ryah. Cargas com
mais de vinte por cento tonéis poderiam ser alçadas facilmente pelo comboio,
que manuseado pelos controladores, movia-se para cima e para baixo em frações
de segundos.
_Iremos utilizar somente um veículo para
averiguação do local interno que é um ambiente totalmente desconhecido. Nada se
sabe além das antigas explosões que causaram grande estouvamento das pedras no
solo de acesso e muitos desabamentos em torno da margem principal.
_Vamos analisar o local com maior abundância
da especiaria. - disse em seguida ao entregar um pequeno detector GPS de cristal à Elijah, um insigne
companheiro de Flammer pertinente ao crime.
Uma dupla se aproximou do carro que andava
sobre uma trilha de ferro desfalcada pela corrosão atmosférica. A trilha com
algumas tinturas vermelhas rasuradas pelo tempo seguia ao longo da linha de
acesso ao imenso túnel formado por um ângulo de cento e oitenta graus para
cerca de dez metros de altura.
Esta
mesma linha seguia atrás até o grande galpão abandonado, onde provavelmente
encontravam-se as máquinas específicas para remanejamento das pedras.
No
decorrer da trilha, algumas partes foram encobertas pela densidade do solo
arenoso. Ryah permanecia estacionado junto com Elijah a espera do restante do
grupo ao limiar de dois imensos portões cromados que fechavam a entrada da
mina. De longe avistavam a vinda dos outros companheiros no carro alugado. Todos
usavam uniformes especiais e estavam perto em invadir a entrada da grande mina.
Ao se aproximarem Flammer desce do carro e repara alguns cadeados na alça dos
portões que os trancavam com apoio de uma corrente de ferro que realizava duas
voltas em torno da alça.
_Todo seu! - disse à Elijah que
imediatamente sacou sua arma e disparou tiros contra os cadeados de ferro. Nada
obstante, foram destruídos.
Em seguida devolve a arma ao coldre de
neoprene posto em sua cintura ao mesmo tempo
As
lanternas foram acesas quando Jhason trouxe a bolsa de equipamentos. A jornada
iniciou-se pelo acompanhamento daquela pequena trilha de ferro corroída que
seguia continuamente desde a entrada à uma longa distância adiante, cerca de
vinte metros. Além daquele limite, entre a luz das lanternas sobre a trilha e a
entrada, nada se podia notar. Mais adiante o barulho de gotas intermitentes
comprovava a incidência de água assim como as estalagmites formadas em algumas
partes do imenso teto interior. O grupo cumpriu com uma longa caminhada, no
entanto, o detector não havia ainda registrado a presença de cristais. De
acordo com o bip, o local seria descoberto em mais ou menos, meio quilômetro de
distância.
_Vamos parar para refrescar-nos. - disse
Flammer aos outros.
O grupo se assentou em um canto da
galeria, tomaram água e permaneciam à alguns metros após a entrada. Um novo
trajeto foi feito, a claridade da luz da entrada já não se notava mais.
Adiante, algumas fossas com grandes aberturas, formavam entradas em
desenvolvimento horizontais à alguns metros. Outras, em desenvolvimento
paralelo a estratificação da rocha, alojavam-se no teto, moldando bacias dentro
da região freática externa. A rota do veículo era relativo a caminhada dos
outros dois que seguiam andando. A iluminação dos faróis era capaz de iluminar
grande parte do trajeto que, devido o alargamento de fendas entre o plano de
estratificação horizontal, mudava sua direção em muitos sentidos.
Porém
o detector estava prestes a identificar a presença de cristais. Uma luz
vermelha do aparelho tendia a piscar conforme o local em abundância das pedras
cristalinas. Um pequeno radar controlava a rota, que ocasionalmente, lhes
conduziu a outro destino além das trilhas de ferro. No visor do detector, havia
uma pequena luz verde para facilitar a observação do índice, que também servia
como alerta da presença de águas correntes.
Este
mesmo aparelho possuía um sistema GPS
ultra-moderno que permitia visualizar uma pequena bússola eletrônica envolvida
por uma seta direcional que, circulando aleatoriamente sobre uma região
circular, demarcava a área interna da mina. Provido de um sistema de informação
eletrônico, o GPS fornecia, via
rádio, transmissões à um aparelho de notebook
móvel localizado no primeiro caminhão pelo sistema de antena onde permanecia
Rajid.
Estas
referências permitiam visualizar as coordenadas terrestres através de um recurso
simulador integrado ao satélite. Cerca
de um quilômetro e finalmente o aparelho detecta com mais precisão os primeiros
vestígios de cristais. O bip passa a sinalizar com intensidade à medida que se
aproximavam. Elijah paralelamente pulsava-se de surpresa, o grupo se alertou
com a informação do aparelho. Estendendo o braço em direção às paredes buscava
identificar a maior incidência de cristais. O barulho aumentava à cada passo,
aquele realmente seria o local exato para efetuar a explosão.
_Por aqui, vejam! - disse Elijah ao passar
as mãos pelas rochas.
Após
alguns metros adiante aquele sinal de incidência máxima tendia a diminuir.
Andando sobre granitos irregulares no chão o grupo passaria a enfrentar uma
rota quase sem saída acompanhada por profundas erosões.
_Basta, não há pavimentações adiante.
_Parece implosões mal sucedidas. -
comentou Elijah ao mirar a luz da lanterna sobre uma parede vertical totalmente
irregular à frente do grupo - Essa envergadura denota a falha na execução de
dinamites, mas de fato é um tipo de projeto interrompido. – concluiu.
_Evidentemente meu caro. Aquela parede
inferior, - disse Flammer ao mirar a luz sobre o outro lado do antro -
realmente denota as tentativas de expansão externa que poderiam ter acontecido
muitos anos atrás no resgate dos acidentados. O que de fato parece ser a razão
pela qual a mineração foi interrompida.
_Não imaginava que o governo seria tão
generoso em preservar este patrimônio para nós - disse Elijah de modo irônico.
_Vamos! - disse Flammer ao andar pelo
retorno.
O grupo se dividiu a procura de rastros.
Usando o segundo aparelho, Flammer analisava o outro lado da parede. Movia
devagar os braços segurando o aparelho à poucos centímetros de distância das
rochas. O bip acelerava o sinal à medida que estendia seu braço para o alto.
Uma pavimentação regular, formada por pequenos granitos, medindo
aproximadamente vinte e três metros de distância de um lado ao outro separava
as duas lápides verticais que formavam o corredor da galeria. As paredes
pareciam ser as continuações de lápides inferiores, perceberam quando tiveram
que subir alguns morros antes daquela pavimentação. Também pela ausência da
trilha de ferro à alguns metros atrás e pelo aumento da altitude constatado no
visor do detector. No limite, as rochas precipitadas conduziam a latitudes
baixas.
Por outro lado, no limite aonde o grupo
retornou, Jhason permaneceu individual para identificar algum rastro naquele
local. Seguia adiante sobre as grandes rochas irregulares segurando apenas uma
lanterna. Se separou do grupo alguns passos à frente admirado com o local. Mirava
a lanterna pelas paredes, mas tão-somente observou algumas falhas da trilha de
ferro no chão cobertas por alguns cascalhos superiores. A trilha estava separada
em longa distância da trilha principal à alguns metros atrás, antes daquela
pavimentação. Isto parecia confirmar a incidência de explosões alguns anos
atrás ou poderia ter sido talvez a tragédia que noticiava o documento secreto.
Porém
o que mais o surpreendeu foi uma parede ao lado esquerdo onde permaneceu
paralisado
Seu
braço direito se movia lentamente em direção à pedra e quando próximo a
cinqüenta centímetros em alcançá-la, desmaiou instantaneamente em êxtase.
O grupo, que já operava o manuseio das
dinamites de dentro do pequeno trator para o solo, ouviu o pequeno barulho da
queda percebendo também a lanterna declinada de Jhason ao chão. Eles correm
para auxiliá-lo. Desmaiado perto dos cascalhos, foi tomado pelos braços até a
parte plana do caminho livre onde havia a pavimentação. Elijah o sacudia a fim
de despertá-lo, Ryah surge em seguida se atrasando ao sair do veículo. Mas
despertou-se ao ser encharcado pelas águas de um dos cantis levados pelo grupo.
_O que houve? - o perguntou após
despertar-se.
_Nada, apenas tive uma má sensação, já
estou estável, podem seguir. - disse recusando o apoio oferecido pelos braços
de Elijah.
Rapidamente
se levanta e se move em direção às paredes sem relatar sobre a visão. O grupo
retorna ao local para terminar o armazenamento das dinamites. Jhason retira sua
ferramenta da cintura, uma picadeira de ferro ponta fina e inicia sua escavação
para quebrar a rocha. A lanterna posta no chão e mirada ao local da rocha
emitia claridade suficiente.
As dinamites foram devidamente
implantadas. Após algumas bifurcações na parede realizadas por uma maquina
específica que ficava armazenada no banco de ferramentas do comboio. Um
cilindro agudo poderia atingir uma profundidade extensa. Em ambos os lados
foram ativados os detonadores.
PEDRAS-PRECIOSAS
Insistia Jhason quando subitamente a rocha
foi quebrada. No mesmo instante reparou uma luz cristalina esverdeada emitida
pelo prisma da pedra-preciosa, mas defendeu a claridade da luz com o braço
esquerdo sobre os olhos, que era intensamente refletida pela lanterna. Mais
adiante o grupo o chamava ao terminar a postagem das dinamites. Sua pulsação
aumentou ao identificar aquela pedra ao mesmo tempo em que as vozes chamavam-no,
não imaginava tal descoberta. A pedra parecia uma espécie de esmeralda, um
formato trigonal nas duas pontas por um retângulo quadrangular de pequena
espessura. Rapidamente a colocou em uma pequena bolsa de couro marrom e amarrou
_Pronto, esta instalação será extremamente
assoladora, devemos nos distanciar o quanto antes. - disse Flammer ao tomar o
saco restante da pólvora.
Em seguida, prosseguiram para fora da
galeria com o controle da detonação semi-ativo. Andaram cerca de um quilômetro
até a saída. Pelo lado de fora, a sombra entre a entrada da mina e a pastagem,
havia se recuado alguns metros com o passar do tempo.
_Não temos tempo a perder. - disse Flammer
ao ordenar o controle de detonação à suas mãos.
Em seguida pergunta:
_Preparados?
Os outros confirmam acenando a cabeça em
sinal positivo. Um pequeno bip do controle alertava a respeito da distância permitida. Àquela altura, o bip soava lentamente. A hora
era certa, talvez alguns quilômetros à menos não seriam o suficiente. Porém,
aquela posição entre o antro da mina e o local do estacionamento dos carros
seria a distância ideal percorrida como precaução. Observando o horizonte por
através da mata não se identificava nada além da relva. Entretanto havia um
pequeno vilarejo à três quilômetros do local. Olhando à frente em direção à
mina contemplava-se um grande túnel em cuja abóbada se alojavam as portas
metálicas.
_Será que conseguiremos detonar as
dinamites sem desmoronar essa imensa mina chefe? Talvez não tenha lido o manual
atentamente. - perguntou um dos homens de modo irônico, após uma breve risada.
_Não seja insolente! - disse Flammer ao
tomar o detonador, de modo precipitado e irritadiço, das mãos de Elijah.
Movido pela ansiedade, rapidamente Flammer
mira o detonador em direção a mina. Com o dedo pressiona firmemente o botão, um
pequeno censor ativa as dinamites em frações de segundos. As primeiras
dinamites foram sendo detonadas acompanhadas por um tremor de terra em
magnitude relativamente baixa. O estrépito das explosões realmente foi sufocado
por uma tecnologia especial. O barulho foi reduzido à trinta e dois por cento
decibéis, o que dificultaria a percepção dos habitantes nas regiões vizinhas.
Após a detonação Jhason e os outros,
ansiosos, preparavam os equipamentos para as escavações ajustando-as ao cinto.
Por outro lado, Elijah recebe a ordem para dirigir o outro veículo de carga
similar ao outro conduzido por Ryah. O veículo permanecia estacionado no
interior da carroceria de um dos caminhões, foi retirado rapidamente do segundo
carro. O motorista cuidadosamente desceu as rampas e seguiu rumo ao restante do
grupo que dirigiam para o interior da mina. Os dois pequenos tratores, de
acordo com o que foi constatado pelo grupo, conseguiriam cumprir com o trajeto
até o local das explosões sem muitas obstruções como erosões ou entroncamentos.
Ambos andavam alinhados em direção ao limiar do antro de onde saíam as últimas
partículas da nuvem de poeira formada pela detonação. Seguindo a trilha realizavam
o mesmo trajeto.
Flammer, assentado ao lado do carro de Ryah
ajustava seu óculos transparente para uso industrial ao mesmo tempo em que
guardava no bolso o detonador ativado. A claridade foi reduzindo-se juntamente
com a nuvem de poeira. As lanternas foram sendo acesas, o detector alertava
sobre o local à medida que o bip acionava um pequeno feche de luz vermelha. O
caminho foi realizado com sucesso, embora houvesse algumas outras rotas da
trilha de ferro. O percurso pôde ser devidamente reincidido devido a demarcação
de Elijah que além de possuir o detector em suas mãos conseguiu decorar uma das
curvas de acesso à galeria pretendida.
Após
realizarem a viajem até o local, o grupo se prepara com as ferramentas necessárias
para captação dos cristais. Separando-os das rochas e granitos faziam
simultaneamente a coleta, e ao mesmo tempo, abriam caminho para a passagem dos
tratores.
Os
tratores foram consequentemente obstruídos por um imenso monte de granitos e
pedras e estavam prontos para fazer a locomoção das pedras. Uma labuta entediante iniciou-se e
perdurou-se por muitas horas. Mas os homens conseguiram abrir uma ala para a
passagem dos tratores. Naquele mesmo instante, após a separação das pedras,
Ryah inicia a locomoção do comboio. Em um pequeno painel de controle, ele
maquinava a parte dianteira facilmente conduzida pelo volante hidráulico. Uma
pequena rampa de poucos centímetros da carroceria se ajustava rente ao chão, em
seguida, engatou a marcha e apenas moveu-se à frente a fim de captar o aglomerado
no chão. Em frações de segundos a rampa se move para cima fazendo escoar todo o
material para os fundos. Após ativar um pequeno botão automático a rampa se
movia ao modo inicial e a maquina executava o mesmo procedimento.
Uma grande placa tectônica de cristal
ainda permanecia aclopada em uma lápide quando uma dinamite para explosões
menores foi ativada. O pequeno aparelho amarelo para explosões, possuía uma
tecnologia automática que permitia regular a intensidade do impacto em
comparação ao minério. Portanto, não foi necessária muita distância para a
detonação, mas as primeiras explosões causaram uma extensa ruína o que
dificultou a separação do mineral.
DIAMANTES
A porção facilmente captada após a explosão
foi anexada ao comboio, e logo, a primeira remessa teria sido concluída com a
ocupação completa da carga. Um período prolongado por muito exercício se
estendeu até o meio-dia. As rochas foram devidamente separadas na primeira
tarefa, certamente a segunda viajem seria mais rápida. Os carros descarregaram
sobre o primeiro caminhão uma porção insuficiente para ocupar todo o espaço do
cargueiro. Enquanto o outro seria usado exclusivamente para o transporte dos
comboios e das demais ferramentas.
Após a despeja da carga ao caminhão
estacionado do lado de fora, Flammer consegue ter maior compreensão dos
cristais, o que propiciou a percepção de um diamante devido a reflexão do
brilho.
_Vejam, - disse apontando ao reflexo da
luz emitido pelo diamante - aquele brilho... - concluiu.
Inteiramente surpreso, ele pega a peça
cristalina que em seu profundo interior havia o pequeno diamante. Um cristal
com o tamanho de um metro para pouca largura foi facilmente carregado à uma
mesa prateada embutida na porta lateral. Estava posta fora do veículo próximo a
segunda cabine do caminhão que era usada especificamente como área de estar. A
segunda cabine em seu interior possuía uma altura pouco superior à cabine
principal. Propiciava a posição em pé e concedia um mero conforto pelos
estofados em torno de uma pequena mesa central.
Uma
estante ao lado guardava alimentos e bebidas, a janela na outra lateral
concluía a armação interior. A mesa ao lado da carroceria da cabine era
totalmente ajustada à porta do veículo, mas de modo aberto serviu como suporte.
A resistência da armação de ferro não seria vencida pela força da pedra, e
tampouco, pela força da ferramenta sobre a pedra, a qual carregava Jhason.
A intenção seria atingir a pedra com uma
força brutal a fim de chocar a crosta em partes para descobrirem aquela espécie
de diamante no núcleo da placa cristalina. Mas tomado por outra atitude, Jhason
reage autorizado pelos outros:
_Com licença! - disse ao esticar o braço
contra o busto do seu companheiro recuando alguns passos atrás. Com as pernas
relativamente separadas e fixas ao chão, ele ajusta o óculos transparente de
proteção industrial com as duas mãos. Em seguida, saca de seu coldre o revólver
fazendo-o girar em um ângulo de trezentos e sessenta graus. Com um estilo sorrateiro,
apontou a arma em direção a pedra segurando-a com as duas mãos. Frisando o
rosto e bastante atento dispara o tiro sobre o alvo.
No mesmo instante alguns pássaros voam
espantados dos arvoredos rentes a grande montanha. O grupo se aproxima curioso
andando devagar em direção a peça. Alguns estilhaços não alterariam a dinâmica
do cristal, mas foram suficientes para danificar algumas partes da lateral do
carro. O brilho do diamante produzia um prisma em destaque, de fato era uma
peça diferente do cristal externo e todos permaneceram admirados.
O
fenômeno de atração nuclear da rigidez atômica com a separação ramificada do
cristal foi constatado naquele momento quando as crostas se separaram ao meio.
O grupo estava perto em conquistar um grande empreendimento à medida que novos
diamantes iam surgindo. O trabalho no interior da mina foi traduzido pela força
física e destreza. Tudo parecia estar perto de um novo rumo milionário quando
os homens coincidentemente conseguiram encontrar aquela primeira peça de
diamante. Porém havia mais uma viajem a ser cumprida, devido o restante dos
cristais.
No segundo carro que possuía cabine dupla
o grupo se acomoda para um breve intervalo. Após uma pequena discussão na mesa
interna, o pessoal permanece descansando sobre os estofados em torno do
ambiente. Um pequeno ar-condicionado fazia refrescar o local, e logo, um
diálogo entre os tais se decorre.
_Então Jhason, o que houve quando caiu
misteriosamente na parte adiante do local das explosões? Se foi devido a
oxigenação, tenho algumas máscaras de gás de oxigênio reservadas no
porta-acessório.
_Não, não foi a oxigenação! Tive uma
estranha sensação ao me aproximar desta pedra. - disse ao retirar do bolso a
pequena pedra encontrada na mina - É um tipo de jaspe, mas não sei bem a sua
origem.
A princípio Flammer tentou se proteger com
as mãos do reflexo da luz emitido por aquele cristal retangular esverdeado, mas
logo, ao se acostumar, pega a pedra para avaliá-la.
_Fascinante, mas não vejo razão para
culpá-la de tal fenômeno. Parece um tipo de esmeralda.
O reflexo da pedra era intenso, de modo
que os companheiros pediram para guardá-la. Protegiam o rosto enquanto tentavam
se esquivar da luz. Jhason pega novamente a pedra e a põe de volta ao seu bolso
de blusa, palpando-a com cuidado após fechar o botão.
_Receio que sim. - Redargüiu - Pouco antes
de começarmos a busca tive um sonho estranho, sonhei exatamente quando estive
naquele local. As rochas da parede à minha esquerda eram muito semelhantes ao
sonho, o que foi de fato um presságio. Ao me recordar daquela cena tive a mesma
sensação ao focar a mesma ardósia hexagonal que seduziu-me de modo muito
misterioso. Não tive mais recordações após esta miragem. No entanto, prossegui
escavando-a quando surpreendentemente encontrei esta pedra-Jaspe alojada em
fundo aparentemente arquitetado devido a moldura rochosa que a cercava. A
crosta da ardósia possuía uma estrutura perfeita que se separou exatamente onde
a pedra estava alojada, por onde formava uma estufa oval.
_Interessante, mas deixe a “pedra do
sonho” para depois, vamos prosseguir com a tarefa.
Flammer diz a respeito:
_Quero que o grupo faça a segunda viajem
sem a minha ajuda. - disse ao limpar o rosto com um pequeno lenço que
transpirava pequenas partículas entre a mandíbula superior e o cabelo - Estarei
no local para averiguar as pedras. Também irei procurar por novos diamantes
entre a carga e principalmente irei fazer a vigilância dos carros e dos
detectores com Rajid. - disse ao mesmo tempo em que sacava sua pistola
semi-automática da cintura, encurvando o corpo à esquerda - Nada sabemos a
respeito da região, sofremos o risco de encontrarmos outros indivíduos, não
podemos deixar a carga ao esmo. - explicava aos outros ao mesmo tempo em que
polia a arma com o mesmo lenço nas mãos.
A
próxima ida, portanto, seria executada com a ausência de Flammer, que devido o
cansado, decidiu permanecer sobre o local onde se encontravam os carros
estacionados. Ordenou a tarefa ao grupo e se preocuparia em identificar novas
peças de diamante, que àquela altura já chegavam ao peso ideal para adquirir
uma fortuna. A balança de precisão era usada para medir o peso, com certo
aparelho calculava a proporção em quilates para cada milímetro. Entre estes
havia encontrado o crown-angle, um tipo de diamante à trinta e seis graus para
cinqüenta e três por cento de diâmetro, uma preciosidade.
FUGA NA
MINERADORA
As horas foram passando rapidamente e
quando perto do crepúsculo do dia o grupo retorna com os carros. Flammer,
deitado com os pés apoiados na mesa interna, acorda repentinamente ao notar a
chegada do grupo. De longe observava os carros brancos se aproximarem, Elijah
acena com o dedo fazendo um sinal de positivo.
_Tudo pronto chefe! - disse um dos homens
– embora com um percentual de pedras preciosas, ainda no interior da mina sobrara
um restante da carga.
_Excelente, lance-os ao caminhão. -
ordenou - Não iremos nos preocupar com o restante. – Flammer rejeita o
remanescente ao olhar para o seu relógio prateado que informava poucas horas
para o anoitecer.
Aquela altura Flammer já havia encontrado
cerca de quinhentas gramas de diamantes não lapidados. Moveu-se eufórico para
fora do veículo e acionou as rampas para locomoção dos comboios. Embora o
cristal fosse radicalmente inferior ao diamante não era algo a ser desprezado
pelo Clube que nada obstante, conquistaram cerca de meia tonelada de quartzo.
Talvez aquela porção de diamante equivalesse à toda a carga do cristal que,
apesar de ter ocupado cinqüenta por cento da carroceria, ainda permitia a
postagem dos outros cristais restantes no interior da mina. Por outro lado,
foram rejeitados pelo grupo devido o tardio horário.
Faltavam
poucas horas para o poente e a carga foi totalmente depositada ao caminhão. Os
criminosos triunfavam, e enquanto comemoravam com um drinque servido após o
serviço, alguns homens da região surgiram inesperadamente armados, cinco ao
todo.
_O
que é isto! - assustou Flammer ao deixar cair o copo após escutar os primeiros
disparos de tiro em direção a primeira cabine. O restante do grupo se protegia
dos estilhaços de vidros e rapidamente se preparavam com as armas para revidar
os disparos.
Os indivíduos eram provavelmente moradores
vizinhos, usavam um tipo de roupa esporte revestindo coletes semelhantes aos de
guardas florestais. Talvez fossem alguns criminosos interessados pelos
cristais, mas desprovidos de carros policiais, fardas ou patrulhas não
aparentavam ser agentes militares. Portavam duas armas longas para caça e
outras armas eficazes, mas foram mobilizados quando o Clube Barony revidou com
o uso de uma metralhadora automática.
_Vamos tome a direção. - Ryah recebe a
ordem.
Elijah tenta atravessar ao outro veículo
enquanto disparava tiros contra os indivíduos. Os rapazes foram surpreendidos
pelos disparos que atingiram dois integrantes ao mesmo tempo. Sem muita força
para combater o Clube Barony, os indivíduos fogem em direções contrárias. Ryah,
um tanto esvairado, atravessa uma janela de acesso entre a segunda cabine e a
parte dianteira. Por cima, onde havia uma janela de teto para circulação
auxiliar, Jhason disparava tiros contra os caixotes.
_Rápido, acelere.
O caminhão iniciou um novo percurso,
estacionado de frente à mina em um ângulo de quinze graus, foi obrigado a
realizar o retorno. O imprevisto causou alguns estragos na lateral que foi
danificada pelos tiros.
Os
indivíduos tentavam se esconder atrás de caixotes vazios à beira da pequena
mata arenosa, mas não resistiram. O terceiro é derrotado por Elijah que
consegue alcançar o segundo caminhão disparando tiros intermitentes. Os carros
aceleraram contra o restante e o quarto homem foi brutalmente atingido ao cair
pela ribanceira também.
O segundo caminhão ao
sair pela estrada foi conduzido por Elijah que, ainda assim, insistia atirar
contra o último indivíduo. Guiando o volante com uma mão e a outra pressionando
o gatilho conseguiu liquidar o sujeito que misteriosamente sucumbiu pela mata.
A
SEGUNDA VISÃO
Os
dias se passaram e o Clube Barony conseguiu quadruplicar o comércio das pedras
cristalinas e entre outras estruturas de quartzo, o valioso diamante. As
preciosas peças de diamante incluíam o crown-angle, pavilion, depth, shallow e
ideal-diamond, jóias expressivamente valiosas que atraíam progressivamente a
atenção dos compradores ourives. O Clube criou uma pequena indústria em um dos
galpões de Bangladesh, onde os operários faziam o polimento das peças. As vendas
cresciam em pouco tempo, no entanto, muitos traficantes recusavam as pedras-preciosas
para negociações narcotráficas.
Em
contra partida, Jhason parecia ainda absorver misteriosas energias da
pedra-jaspe encontrada na mineradora. Alguns dias depois, uma outra visão surge
durante o sono. Era manhã, Jhason acorda assustado após um suposto pesadelo. As
cortinas persianas do seu quarto são abertas, um comprimido calmante é digerido
com um copo de água posto na cômoda metálica ao lado da janela frontal.
Rapidamente
a mercadoria foi se esgotando e um dos últimos negociantes com o Clube foi um
dos mais afamados joalheiros do país. As negociações foram aprimorando as
relações com o proprietário, possuía uma espécie de cartel do crime com algumas
lojas na Rússia. Estas últimas negociações do estoque de diamante viriam a ser
o fim da mercadoria das jóias. Espantosamente o grupo conseguiu uma renda
milionária.
Mas
algo parecia modificar as expectativas de Flammer quando Jhason marcou um
encontro com seu chefe a fim de anunciar uma estranha notícia.
Em
seu recinto Flammer o aguardava ansioso em saber de novas notícias, mas o que
Jhason tinha a relatar parecia ser nada favorável.
_Por
favor, sente-se. - Flammer oferece lugar ao seu capanga.
_O
que tem a dizer? - continuou.
_Bem,
parece ser um pouco estranho, mas com base aos fatos naquela mineradora
desativada e o sonho que tive ao captar aquela pedra-jaspe, a notícia poderá
ser um pouco ameaçadora.
Interrompeu
para um breve gole. Em seguida prossegue:
_Como
disse antes, aquela pedra parece realmente produzir um efeito místico que
envolve a pessoa ao sonho em uma fase conhecida como premunição. E foi a partir
deste fenômeno que consegui traduzir um novo tipo de acontecimento que poderá
se cumprir.
_Definitivamente
não acredito
O
capanga suspirou ofegante e prosseguiu:
_No
sonho vi que o grupo combatia uma patrulha militar ao captar novas porções de
diamantes. Portanto, aconselho desistir do retorno à mina, o quanto antes...
Jhason
parecia cada vez mais apegado a pedra-jaspe, que pela segunda vez, parecia lhe
entregar revelações em sonho.
_Não
se iluda meu caro Jhason, vamos abandonar este errôneo estigma e calcular mais
quantidades da mercadoria. - o incentivou ao brindar um drinque desviando-o do
seu suspense.
DISPUTA CONTRA O
TEMPO
Naqueles dias Flammer estava perto em fechar acordo com uma
joalheria na cidade em Dhaka, o Radiance. O estabelecimento é uma loja suntuosa
localizada em um dos shoppings mais modernos da região central. No segundo
andar da galeria, o Radiance é a loja mais afortunada e monitorada em termos de
segurança privada. Seu dono se chama Wald Ganiev, homem de estatura rude, olhos
fixos, cabelo frisado. Este seria um grande administrador empresarial que então
fecharia o acordo com Flammer.
As drogas quimicamente adulteradas naquele momento tornaram-se um
meio secundário de renda precedido pelos diamantes, que agora sublimava as
finanças do Clube. Entretanto, as pedras-preciosas,
cujo diamante seria o principal elemento, não poderiam ser comparadas às
drogas, que por muito tempo foi fruto de grandes mobílias. O diamante por
possuir um alto valor agregado na balança comercial, trazia preocupações
maiores a respeito do tráfico. Alguns compradores poderiam exigir a
autenticidade jurídica, ou seja, a comprovação da existência de um mercado legítimo.
Muitos poderiam ser os compradores para tal produto, e outros, os interessados
em trocas, mas poucos os negociantes como Wald Ganiev.
Para os compradores proprietários de empresas particulares, seria
algo mais
arriscado. Documentos e protocolos seriam essenciais. Copias de documentos
originais deveriam ser feitas com a descrição de seu próprio nome e não seria
tarefa difícil, visto que o Radiance seria apenas uma das três empresas
envolvidas na compra do material. A cópia ilegal do documento autenticado
poderia ser um grave problema, mas em poucas proporções, porém um simples erro
paralelo à folha de orçamento de uma loja tal como o Radiance, poderia causar
um colapso irremissível devido o comprovante de origem. Isto não poderia ser
constatado por Flammer que pertencia à um grupo ilegal. Nesta ocasião o
comércio seria vistoriado e por conseqüência de um desfalque no registro seriam
todos autuados em flagrante.
Ao
passar do tempo um dos envolvidos na fuga teria sido preso em flagrante por não
ter provas legíveis a respeito da origem de dois quilates de diamantes, não se
justificando sobre o material. O comparsa teria omitido sobre a origem do
produto e a relação de outros envolvidos e também negou se tratar de um furto,
mas alegou que seriam artefatos pertinentes de sua propriedade. Não tendo
também como provar, foi detido e liberado posteriormente. Embora várias outras
pessoas suspeitas tenham sido interrogadas, nada de importante fora elucidado.
Flammer
possuía documentos falsificados preparados que poderiam ser úteis nas
negociações. Ele teria realizado anteriormente vendas de diamantes com tal
proprietário, porém em uma única remessa de quantidades menores. Este teria
sido um dos primeiros acordos feitos diretamente à um administrador empresarial
após os comerciantes artesanais. Mas agora, depois do êxito da primeira venda,
Ganiev se interessa por mais quantidades. Depois de organizar os documentos em
uma planilha eletrônica a respeito da sua conta com Lee Van Wilster, Flammer
permanecia inerte sobre sua cadeira um pouco desconsolado. Inesperadamente o
telefone toca ao seu lado, mas sem se mover, prefere ainda esperar pelo próximo
toque. Aqueles segundos de intervalo pareciam agonizá-lo. A segunda chamada
surge ainda mais fustigante. Seus pensamentos exauridos não lhe davam esperança
de novas oportunidades para suprimir a conta. Tudo parecia ser uma nova ligação
de Lee Van Wilster para fazer novas cobranças.
De
fato, as planilhas em sua frente estavam corretamente computadas, e não acusavam
nenhuma margem de erros no cálculo dado pelo sócio, nem se quer uma falha à
mais. O valor estava exatamente conferido e pior seria se estivesse alguma
conta
_Tenho
que admitir que sua mercadoria tem sido motivo de muitas vendas na loja, embora
ainda haja uma linha de estoque exposta. Necessitarei de mais uma porção de
pedras-preciosas tais como as anteriores para a próxima quinzena.
Recebeu
surpreso a notícia, mas sem demonstrar muito entusiasmo respondeu:
_De
acordo. – Flammer afirma com certa ardileza, mas preocupado em saber que os
diamantes teriam se esgotado desde a última encomenda feita pelo Radiance -
Todavia, como nos encontraremos? - concluiu.
_Estarei
o esperando no mesmo local onde nos encontramos na negociação anterior. Por
volta das treze horas estarei disposto ao seu parecer.
_Afirmativo,
nos encontraremos em breve...
O ACORDO
Um
acordo foi feito entre ambos, Flammer desliga o telefone aliviado, mas um pouco
impaciente. Em seguida levanta preocupado, apóia sua mão sobre a testa do lado
direito como quem passa a sofrer uma espécie de sinuca virtual. Observava a
transição na região vista pela janela central, quando seus pensamentos
começaram a se alinhar paralelamente ao embuste dos forasteiros feita na missão
anterior, a dívida a ser paga pelo prazo determinado por seu sócio Lee Van
Wilster, o sonho relatado por seu comparsa Jhason e o encontro com Ganiev.
Flammer
pensava nos riscos, mas não poderia deixar de realizar a busca. Uma proposta
estava em jogo, por conseguinte, deveria persuadir Ganiev a fechar acordo por
encomenda à longo prazo. Se o pagamento for efetivado à vista, mas com um
período de tempo estendido para a obtenção das pedras que se esgotaram nas
negociações do primeiro estoque, Flammer teria em suas mãos o dinheiro exato
para pagar sua conta com seu sócio Lean Van Wilster dentro do prazo
estabelecido. Este o exigiu em pouco
tempo o valor da quantia totalitária de um débito decorrente de seus negócios.
Localizado não muito distante do Radiance o
escritório seria mais um gabinete de aluguel onde também se unia com outros
compartimentos empresariais. Embora Ganiev tivesse fortuna suficiente para
aquisição de um departamento contábil autônomo, ele preferia trabalhar em seu
próprio domicílio e com o aluguel do gabinete sob a função de uma secretária,
que junto a Ganiev, teria seu plano auxiliar para outras negociações. Após
Flammer, em negociações por telefone com Ganiev, combinar um encontro
particular em seu escritório comercial, imediatamente se prepara reorganizando
sua pasta com as cópias dos documentos de contrato. Ele não teria o produto
exigido, mas não poderia deixar de comparecer ao encontro.
Antes
de sair ele teria incluído uma cláusula no documento de contrato. Segundo o
artigo inserido, ele determinaria um prazo mínimo de cinco dias para a entrega
do produto no ato da venda. Rapidamente Flammer finaliza sua tarefa, teria que
comer algo ainda, esteve impaciente durante a manhã sob um trafego
congestionado. Após sua saída ele retorna ao escritório, veste seu blazer
apressadamente, toma sua pasta que estava posta sobre a mesa e sem vestir a
gravata sobre o postiço, segue rumo ao escritório de Ganiev. O encontro estava
marcado para às treze horas.
Em
frente ao prédio onde estava localizado o departamento contábil do proprietário
do Radiance, Flammer chega às pressas. Olhou novamente para o seu relógio, os
ponteiros acusavam exatamente treze e cinco, em seguida ele aperta o interfone
da portaria. Ele entra após a permissão de Ganiev que fora dado ao porteiro. Na
sala ambos se assentam para discutir sobre a venda. Após as saudações, Flammer
que agia sempre naturalmente, lhe apresenta os documentos retirados de sua
pasta de couro negro. O cliente toma os documentos e observa bastante atento o
contrato. Após alguns minutos, finalmente o exige a carteira de identidade para
uma breve análise, quando no rodapé da página notou sua inscrição de identidade
com sua própria assinatura. Imediatamente o entrega, e sem perceber alguma
modificação tal como rasura ou algo que o incriminasse, Ganiev entre em
questão:
_Então
Sr. Yriodict, segundo esta promissória, terei a quantidade das pedras-preciosas
encomendada no prazo aqui pré-estabelecido? - perguntou Ganiev.
_Posso
lhe garantir que neste prazo o senhor terá prontamente todo o estoque do
produto que for encomendado, no entanto tenho uma prioridade. - disse com certa
precaução a fim de obter o dinheiro antecipadamente em detrimento ao débito com
Van Wilster.
_Como
pode analisar, a segunda cláusula exige o pagamento imediato no ato do acordo.
Portanto não poderei concluir a encomenda sem o acordo referido.
Disse
seguramente, mas seus poros por todo o corpo transpiravam a cada segundo.
Poderia ser inconveniente para o cliente, mesmo sabendo que aquele seria o
segundo negócio realizado entre ambos. A exigência não esteve inclusa
anteriormente. Mas sem outras opções para quitar-se das contas que eram
cobradas por Van Wilster, e sendo um acordo imprescindível, Flammer não poderia
deixar de fazer menção ao pagamento imediato, haja visto sua afinidade criada
com Ganiev.
Por
outro lado o cliente sentia-se bastante atraído pelo artefato, o primeiro estoque
foi excepcionalmente lucrado. O valor em comparação a balança comercial das
pedras-preciosas estava, em certa proporção, reduzido acerca de dezesseis ponto
três por cento de diferença. De certa forma, a negociação motivava o
interessado que por um prazo de cinco dias não queria perder o estoque. Paralelamente
também sentiu um receio momentâneo, entretanto, não se rendeu à insegurança em
consultar o protocolo do vendedor jurídico que poderia instantaneamente
incriminá-lo.
_Não
será problema, - respondeu ao franzir o cenho após uma pequena pausa - embora
não houvéssemos tratado anteriormente com a mesma jurisdição...
Seguramente
Ganiev concorda, mas exige uma condicional:
_De
acordo com o que havíamos negociado anteriormente, o produto foi perfeitamente
fornecido dentro do prazo, espero que seja inexcedível. Entretanto tenho uma
condição. - limitou-lhe com um olhar arqueiro.
_Prossiga.
- Flammer se dispôs à proposta.
_Não
aceitarei a devolução do dinheiro se caso não cumprir com a obrigação do
contrato, como provavelmente pode acontecer como nos diz a cláusula sete. - lhe
apontou o parágrafo onde havia alguns imprevistos no caso da quebra do contrato
- Espero que toda a mercadoria correspondente seja entregue dentro do prazo
exigido. - determinou -lhe e em seguida, apoiou a mão sobre a folha e virou o
contrato em contra posição de modo que ficasse em aberto para que Flammer fosse
o primeiro a assinar.
Aquilo
pareceu constrangê-lo, que por algum momento permaneceu inerte ao encostar-se
ao apoio da cadeira. Se o vendedor aceitasse, não teria a mínima chance de um
novo acordo. A encomenda de uma mercadoria da mesma espécie poderia superar seu
lucro que subitamente se declinaria a quase dezesseis ponto três por cento à
menos, conforme a balança comercial internacional de pedras-preciosas. Naquele
momento pensou em outros meios que pudesse substituir o material, vários tipos
de pedras lhe passaram pela mente. O mercado de diamante, contudo, é um
monopólio muito minucioso, cujos comerciantes valorizam o preço periodicamente.
Isto lhe conduzia à uma breve preocupação, que tendo reduzido o valor monetário
relativo ao diamante, auto-avaliou a peça em proporcionalidade à outras pedras
de menor apreço que para superar o diamante, teriam que constituir quantidades
maiores. Talvez o ouro pudesse superá-la, mas em termos de raridade, o
diamante, em primeira instância, seria algo bastante excêntrico.
A
proposta lhe parecia funesta. Neste caso, se Flammer concordasse em não devolver
o dinheiro, teria talvez, que pagar para vender por uma encomenda de diamante
de valor provavelmente insustentável. Na quinta cláusula havia algo que poderia
encaminhá-lo para uma saída preeminente. A compra referente às
pedras-preciosas, embora fizesse medida a redução do valor correspondente, não
mencionava a sua espécie, e o contrato poderia estar em aberto para uma
eventual encomenda de outras peças menos avaliadas além do próprio diamante.
Com
a proposta de Ganiev em isentar-se da devolução do dinheiro em comparação à
cláusula sete, que mencionava a devolução no caso inteiramente imprevisto da
incapacidade de entrega do material à tempo. Flammer partiu para uma segunda
alternativa sabendo que se efetuasse com a compra de diamante para suprir a
encomenda do contrato, teria despesas irreparáveis.
_Bom,
como pode ver... - disse ao virar a folha em contra partida em aberto para
Ganiev, apontando para a cláusula sete - no caso imprevisto de insuficiência do
material, tendo ocorrido, talvez, algum destes acidentes, - direcionou-lhe ao
contexto - concordo em isentar-me da devolução do dinheiro, contudo, na quinta
cláusula não existe menção da mercadoria desejada, que no caso se trata do
diamante, portanto, deixo em aberto para que assine conforme sua decisão.
Ponderou
Ganiev naquele momento, o diamante seria seu interesse principal, outras pedras
talvez não fizessem jus à seu estoque. Mas não queria abrir mão do negócio
acarretando seu sócio com multas graves, mesmo porque ambos tinham afinidade.
Porém,
mal sabia Ganiev que esta era a segunda saída de Flammer e por sinal... também
incerta. Não teria a mínima condição em suprir a encomenda com outra espécie de
pedra, mas sabia que muitas outras, poderiam ser comparáveis ao valor
determinado no contrato e talvez até menor, haja visto uma negociação com base
ao peso. O clube possuía poucas quantidades de pedras, apenas os objetos
pessoais que foram lapidados para uso próprio. Além destas havia a pedra-jaspe
de Jhason que parecia não possuir muito valor, contudo produzia prováveis
efeitos místicos. Todas reunidas não alcançariam nem um terço do que se
negociava. Mas o cliente concordou afinal.
_Espero
que não aconteça algum destes acidentes ou imprevistos, de fato estou bastante
interessado pelo diamante.
_Pelo
preço! - pensou Flammer ao reduzir o preço com a intenção de evitar suspeitas
e adquirir acordo breve.
_Porém,
irei lhe passar uma lista de pedras que fazem parte do meu estoque, todas estas
serão do meu real interesse - delimitou as pedras que poderiam ser substitutas
ao virar a folha novamente em contra partida para que Flammer assinasse
primeiro.
O
negociador parou por um instante pensativo.
_Algum
pessimismo quanto a entrega? - o perguntou de modo amistoso ao encostar-se na
cadeira, tomando o domínio em questão.
Flammer
sabia que o mais importante seria conquistar-lhe a confiança, e isto havia se
efetivado naquele momento. Por alguns segundos tentou ignorar o presságio de
Jhason, mas sabia que um terço do que restou ainda na mina, não poderia ser a
relação exata no que foi atribuído na avaliação do peso do cristal e do
diamante. Quinhentas gramas aproximadamente foram conquistadas em uma tonelada
de cristal, esta seria a estimativa do grupo. Porém a missão fora sucedida em
função de duas viagens para captação das pedras no interior da mina. Sendo a
primeira responsável por quase sessenta e cinco por cento do total do diamante
conquistado. Isto, por conseguinte, preocupava o negociante que teria que
conquistar no mínimo quarenta e cinco por cento do total negociado.
Ludibriado
pelo jogo alternativo do negociador, Ganiev finalmente lança interesse sobre a
proposta. Todavia, o traficante estaria prestes a enfrentar uma corrida contra
o tempo ao assinar o contrato. Um prazo de cinco dias estava
Com
ardileza assina o contrato, o dinheiro lhe seria entregue, mas seu destino
poderia ser diferente caso falhasse com o acordo. Sabendo dos riscos que
enfrentaria na busca de novas porções, Flammer preferiu não dizer que seu
negócio estava limitado apenas ao diamante, levantando uma eventual
possibilidade de venda de outros artefatos. Todavia a cláusula foi assim
inscrita sem a mesma intenção.
Após
um longo diálogo o contrato foi finalmente assinado pelo proprietário. Ganiev
reclina seu corpo na cadeira retirando sua carteira de couro marrom. Concordou
com o que foi dialogado. Em seguida, ele emite o cheque assinado em dinheiro à
vista.
Finalmente
o acordo estava encerrado, Flammer recebe o cheque triunfante:
_Tenha
consigo esta nota que indica meu registro jurídico. - lhe entregou um pequeno
cartão que também seria uma cópia, contendo apenas seu registro de contato. Flammer
entregou com certa malícia, apesar de ter sido aprovado pelo acordo.
O
negociante, pela segunda vez, fechava acordos com Ganiev que desta vez
encomendara o dobro do estoque anteriormente requerido. Isto significaria um
valor aproximado de cento e vinte e cinco mil dólares em proporções muito
baixas do peso bruto de diamantes. Por outro lado, Flammer estaria se
arriscando muito ao fechar o contrato com uma aquisição preliminar de uma
mercadoria ainda não obtida, embora garantida conforme o contrato.
Uma
missão deveria ser investida por Flammer que teria que conquistar as pedras
referentes ao peso, que por mais dois terços da quantia, não se igualava ao valor
total da primeira remessa. Além disso, ele teria que realizar tudo em um prazo
de cinco dias como elucidado no contrato.
Ainda
no escritório Flammer recebe o cheque. Realmente seus planos foram confinados
ao êxito. Porém o registro jurídico que Flammer fornecera seria inexistente,
criando a si próprio uma grave ameaça. Por um lado, ele teria que continuar com
o saque de diamantes na mina. Por outro, se ele fracassasse, certamente o
registro jurídico seria descoberto e suas economias arruinadas, tudo, devido a
cobrança de juros monetários.
A
relação do registro jurídico por aquele tempo era muitas vezes desconsiderada
por alguns compradores, pelo menos em negociações com o Radiance. Porém, as
primeiras cobranças deveriam ter, obrigatoriamente, o apoio da consultoria. Se
isto acontecesse, a farsa seria imediatamente revelada.
Talvez
se o cliente optasse pela consulta da jurisdição imediata, certamente se
reconheceria a inexistência do protocolo e as negociações ficariam a critério
do comprador, haja visto uma consultoria clandestina. Mas não foi assim com
Ganiev que tendo feito acordo na primeira vez, não se assegurou quanto ao
registro. Claro que para Ganiev, assim como para qualquer negociante, seria
indispensável a consulta imediata pelo nome do ofertante.
Este,
embora traficante de drogas ilegais, sustentava seu nome legítimo, conforme a
consultoria jurídica. Isto porque, muitos capangas de Flammer haviam sido
detidos em seu lugar ao longo dos tempos. Alguns sob a lei de fiança foram
libertos, muitos permanecem foragidos durante meses e outros, embora livres,
eram monitorados sob custódia militar. Todavia o Clube Barony permanecia sobre
a ostentação de um dos maiores criminosos, que novamente arquitetava uma
ordinária e maliciosa investida.
Com
um aperto de mão eles se despedem:
_Retornarei
ao local com a encomenda ordenada na data prevista. - o assegurou.
_Afirmativo,
mas não se limite quanto ao conteúdo, desejo a mercadoria referente à
pedras-preciosas, desde que esteja dentro da lista que lhe entreguei. Devo
abranger novas especiarias para minha loja independente do tipo de artefato,
desde que a quantidade também cumpra com o valor a ser efetuado. - disse ao
lembrar-se da cláusula.
A
SEGUNDA MISSÃO
No
dia posterior em seu escritório, Flammer fazia a seleção de todos que seriam
enviados à missão. Durante aqueles meses esteve operando exclusivamente,
conforme a captação das pedras nas planícies altas do distrito. De acordo com
seus planos, ele teria criado a mesma comissão para captação dos cristais.
Estes seriam enviados ao local, que fora antecipadamente interditado sem o
reconhecimento do grupo. A ordem foi dada aos seus quatro subordinados, e o
mesmo caminhão de carga média seria disponibilizado.
Ao
invés do mesmo aluguel dos comboios para captação dos cristais, seria utilizado
um carro jipe quatro por quatro, cabine dupla com tração nas duas rodas
fornecido pelo próprio Clube Barony. Em sua carroceria seriam levadas as
ferramentas, porém, não seriam necessárias as pólvoras de dinamites, devido as
explosões anteriores. A situação financeira do clube conseguiria, sem muito
custo, cobrir as despesas, tais como o aluguel dos comboios, semelhante aos
utilizados anteriormente, com tecnologia para remanejamento das pedras e
suporte técnico. Porém, o grupo preferiu a utilização do próprio jipe que além
de fomentar a economia, seria ideal para a captação dos cristais
pré-adquiridos. Devido o entardecer no dia das primeiras explosões para saquear
o restante, foram mantidos ainda preservados no interior da mina.
Ainda
naquele dia à tarde a equipe compareceu ao local, a preocupação maior para
Flammer seria a respeito da operação policial. Uma patrulha já havia feito a
perseguição de uma mercadoria anteriormente nas ruas da cidade, e por pouco não
deteriam uma porção de quantidade maior ao que habitualmente estavam
acostumados distribuir. Por sorte, seria uma pequena parcela restante de
cristais em uma encomenda anterior daquele dia. Por se tratar de uma negociação
livre, não continham na bagagem do veículo objetos especiais tais como as
cópias dos documentos, todavia, os diamantes seriam um flagrante
irrevogável.
Em
sua cadeira móvel Flammer, bastante agitado, dava continuidade ao seu trabalho,
teria que distinguir os documentos que se acumularam ao longo dos meses.
Durante seu serviço o telefone toca, seria um traficante sócio que acostumava
lhe fazer as cobranças e dialogava sobre o comércio das drogas. O assunto não
seria algo preocupante, mas uma queixa a respeito da incidência do débito.
Flammer desliga sem dar muito apreço e novamente torna ao seu serviço.
Enquanto
isto, a outra parte do clube realizava a missão nas planícies altas na mesma
mina desativada para captação de diamantes como ordenado por Flammer, que tendo
omitido o presságio de Jhason enviou uma comitiva. A média de diamante entre os
cristais estava estimada acerca de cento e cinqüenta gramas para quase
quatrocentos e noventa mil quilos de cristal, cerca de meia tonelada. Tudo
estava pronto, o grupo chegou ao local em um ótimo horário.
O
primeiro carro estacionado à frente era o caminhão para carga média, diferente
do outro caminhão de cabine dupla pertencente ao clube. Diferenciava-se neste
único aspecto. Possuindo tão-somente uma cabine dianteira de cor bege-nebuloso
relativamente claro, emitia um brilho intenso devido a polidez da lanternagem
frontal. Uma carroceria prateada se estendia por dez metros e o seu interior
estava perto em receber a carga pretendida.
A
primeira dupla desce do caminhão entusiasmada. Logo à frente o jipe de cor
verde-musgo com cinco rodas especiais para irregularidades do solo, uma delas,
alçada no suporte de reservas na parte traseira. Elijah e Bernard Yriodict, que
observando a relva ao redor, descem do jipe para recolherem as ferramentas
postas no porta-malas.
_Muito
bom este lugar? - disse Bernard, sobrinho de Flammer.
Com
os braços reclinados e apoiados à cintura admirando o horizonte longínquo e
sentindo um brando ar fresco momentâneo Bernard observa.
_Este
foi o local onde conquistamos a primeira remessa dos cristais e os quilates de
diamantes. – respondeu Elijah ao manusear as ferramentas para fora do veículo.
_Tome!
- lhe entregou um capacete preto.
O
grupo caminhou em direção aos dois imensos portões. Um deles se estranhou ao
notar um indevido lacre ao redor da alça.
_Vejam.
– Ryah apontou ao lacre.
_A
polícia deve estar envolvida neste caso. – prosseguiu.
_Talvez
não... - disse Elijah de modo rude ao sacar do seu coldre uma faca de caça
prateada, com doze centímetros de espessura.
Rapidamente
cortou o lacre.
_Senão
haveria proteções mais consistentes. – concluiu.
As
portas foram abertas instantaneamente amolecidas pela falta de rigidez da
estrutura. Elijah retorna um pouco atrás para conduzir o veículo que permitiria
o embarque dos quatro componentes, Jhason estava ausente. Logo, todos
dirigiriam rumo ao local das primeiras explosões. As lanternas junto com os
faróis do veículo iluminavam a pavimentação principal. Mas ao longo da trilha
havia muitos caminhos, alguns seguidos pela mesma trilha de ferro e outros
formados naturalmente ou planejados por arquitetos.
_Consegue
lembrar ainda o caminho? - perguntou Ryah.
_Claro,
me lembro como se fosse hoje. - respondeu - Após a terceira bifurcação depois
do espinhadeiro à direita alcançaremos o pavimento principal.
O
jipe, embora um pouco mais largo que o comboio, pôde cumprir o trajeto com
êxito. Alguns caminhos arriscados devido o espaçamento estreito entre a parede
rochosa vertical e um tipo de espinhadeiro em dez metros desnivelados, foram
feitos com a ausência dos passageiros que seguiram, preferencialmente andando a
fim de evitar algum tipo de acidente. O grupo tivera uma grande surpresa ao
constatar a presença dos cristais, que por sorte, ainda permaneciam intactos do
mesmo modo.
Focando
a luz da lanterna sobre as pedras refletia-se muitos feches simultâneos, um
grande brilho motivou o grupo à uma intensa vibração. Elijah, bastante
surpreso, abre o porta-malas para a postagem dos cristais.
_Existe
uma quantidade menor em relação a outra remessa. - comentou Ryah.
_Não
será problema, aqui existe, de fato, cerca de cento e cinqüenta quilos à menos
em uma proporção à meia tonelada. Isto significa um desfalque de trinta por
cento dos quilates de diamante para esta medida equivalente à cento e dez
gramas aproximadamente, ou seja, temos a medida relativa ao pedido do cliente. –
explicou Elijah - Por isto sugeri a utilização deste jipe que por possuir uma
carroceria inferior, não teríamos o problema em abranger uma quantidade maior.
O
remanescente dos cristais ainda estava no interior da mina. Tudo estava
praticamente selecionado, todavia, o grupo não havia escutado o sonho relatado
por Jhason, que preferiu não participar da missão acreditando ser aquilo parte
do relapso da premunição. Todos imaginavam que ele teria recusado a missão por
causas particulares, mas nada sabiam que poderiam corroborar, possivelmente, ao
iminente presságio.
O
grupo inicia o recolhimento dos cristais que rapidamente foram preenchendo a
parte traseira do jipe. Muito trabalho foi realizado, talvez com a utilização
do comboio o tempo seria mais reduzido. Mas com a separação dos cristais de
grandes rochas e pequenos resquícios de pedras na tarefa anterior, agora
somente restava aos homens postá-las à carroceria. O suor escorria mediante o
capacete de Elijah, que ao terminar a primeira carga preenchida pelos cristais,
toma seu cantil de água posto na cintura para refrescar o rosto e as mãos.
_Pronto,
- disse ao bater com as mãos sobre uma extensa lona posta sobre a carga
traseira - esta será a primeira ida ao local do estacionamento, breve
retornaremos para postar o restante das pedras. Vamos. – concluiu Ryah.
De
acordo com o volume das pedras uma viajem ida e volta ainda estava prevista. O
tempo de trabalho foi relativamente menor em comparação a missão anterior. O porta-malas
não permitia mais espaço, porém havia uma parcela pouco inferior ao que poderia
equivaler à cem gramas. A probabilidade de encontrar a quantidade exata dos
diamantes era incerta. Todavia, a média anterior foi exatamente cem gramas para
cada unidade conforme aquela porção estimada por Elijah. O grupo retorna ao
local do estacionamento.
Como
antes, muitas observações foram feitas a fim de encontrarem registros de diamantes.
As ferramentas usadas locomoviam as peças, e bastante atentos, procuravam
identificar as grandes placas que poderiam conter algum rastro de diamante. Transportando-as
com as mãos separavam-nas uma à uma. Outro método bastante comum seria romper as
grandes placas com uma fenda. O fenômeno da quebra atômica ramificada,
certamente conduziria a rachadura até o núcleo onde se encontrava o diamante.
Muitos foram distinguidos sem êxito nas primeiras tentativas, mas breve os
primeiros registros foram sendo encontrados. Pequenos reflexos reverberavam a
luz emitida por uma esfera nuclear em uma das placas cristalinas, que
apressadamente foi posta para fora da carroceria.
_Cheque.
- Ryah mostrou ao outro companheiro.
_Realmente,
desta vez iremos encontrar. – afirmou Bernard.
Diferente
do procedimento anterior, uma ferramenta foi usada para atingir a placa ao
invés de armas, quando foram utilizadas anteriormente.
_Isto
causará menos deformidade, e evitará pequenos fragmentos de pedras no local. –
advertiu.
Fendeu
a placa que foi subitamente dividida em crostas, mas que certamente levou a
percepção do diamante. Com as mãos lançavam os fragmentos ainda alinhados na
placa, que foram sendo facilmente movidos ao se desprenderem da ligação
atômica. Embora perceptivo à vista, o diamante deveria ser removida somente com
máquinas especiais tal como o polimento mineral. Contudo, foi separado dos
outros cristais na carroceria.
Finalmente
o grupo estava perto em atingir a marca exigida pelo cliente. Talvez aquela
peça pesasse a metade do que se pretendia, e ainda, uma carga estava por ser
captada.
_Realmente
isto é incrível. - comentou um dos homens.
_Fenômenos
da natureza meu caro. Se esta empresa... - disse ao apontar para uma pequena
sigla empresarial um pouco rasurada sobre as saliências metálicas das duas
grandes choupanas onde eram realizados os procedimentos da empresa.
_Durante
quase meio século, - continuou - não conseguiu encontrar estas peças a tempo,
isto é, antes da desativação. E mais uma década de constituição cristalina,
imagina-se então quanto tempo leva-se para formar os primeiros átomos.
Em
baixo da sigla vista pelos homens conseguia-se ler a denominação da companhia,
isto é, bangladiamond, onde a primeira consoante 'b' referia-se à uma letra minúscula
sem necessariamente mudar-se pelo modo padrão 'B', mas distinguia-se pela
ampliação da letra em poucos centímetros. Assim também era com o a última
consoante 'd'. As duas letras unidas formavam um tipo de slogan, um óculos que
denotava a inspeção das pedras-preciosas em uma outra cabine
_Isto
de fato é uma das pedras mais preciosas existentes. - disse limpando as mãos ao
bater as palmas, após transferir a placa de volta a carroceria com ajuda de
Ryah.
_Vamos
Rajid, - Bernard salta da traseira - não temos tempo a perder. – concluiu.
As
duas viagens logo foram feitas. Novamente a beira do crepúsculo, o grupo se
preparava para a saída, um pouco mais de um terço da quantidade anterior havia
sido conquistada, uma porção razoável, mas que não poderia ser estimada
Na
descida seguia-se uma trilha estreita e sinuosa. O caminhão, mais adiante,
andava cerca de um quilômetro de distância, enquanto o carro jipe, embora
tecnicamente apropriado para o percurso, realizava movimentos bruscos e seguia
atrás.
A
EMBOSCADA
Os
amortecedores evitavam qualquer tipo de dano ou acidente. Enquanto desciam por
uma trilha entre as colinas, antes da estrada principal de acesso à rodovia,
podiam ser facilmente vistos por outro ângulo na parte de baixo próximo a pista
de acesso. E foi por este ângulo que uma unidade policial os avistou pela
utilização de binóculos especiais, e, por conseguinte, se prepararam para deter
os bandidos.
_Veja!
- disse um policial em tom alarmante ao passar o binóculo ao sargento.
Ele
observou e apavorando-se ao ordenar a patrulha, saca o primeiro revólver.
_Liguem
os motores, - alarmou-se - vamos bloquear a estrada na pista entre a ribanceira
dos cascalhos. Rápido, quero toda precaução para não sermos vistos pelo lado de
cima entre as colinas. - advertiu ao proibir que se acionassem as sirenes.
Os
cones imediatamente foram postos no porta-malas, o sargento ordenou aos dois
agentes policiais, posicionados à cinqüenta metros à frente, para que
permanecessem no acostamento com mais outros quatro cones na pista. Estes
possuíam duas motocicletas da corporação e faziam a vistoria do local. Os
carros saíram da barreira na borda da rodovia, e seguiram velozes pela trilha
de acesso. Tão-somente levantaram poeira, mas fugiram do ângulo de percepção
entre as altas colinas sendo camuflados pelos arvoredos iniciais da beira da
estrada.
A
patrulha avançou ligeira e em poucos minutos, em alguns metros depois, no ponto
de entrada entre a pista acentuada e a ribanceira, o sargento para e ordena:
_Convirjam
os carros horizontalmente. Vamos interceptá-los formando uma barreira. Certamente
não terão como fugir. - ordenou ao sair do carro com as mãos sobre o gatilho de
uma pistola semi-automática.
O
primeiro carro com as pedras e alguns instrumentos descia mais adiante em
relação ao outro que seguia sucessivamente mais lento atrás. Inicialmente o
motorista não notou a cilada, mas a ponto de chegar à estrada foi surpreendido
pela polícia que formou um bloqueio infalível composto por três veículos e
alguns cones ao contorno da área.
Uma
erosão de ambos os lados formado por um declive bastante íngreme,
impossibilitava as alternativas de fugas por algum tipo de saída lateral. Um
empilhamento de mato e cascalhos brancos poderia facilmente causar um
capotamento fatal do caminhão. Sem dúvidas o local do embuste foi
estrategicamente elaborado pelos agentes a fim de impedi-los na fuga. Os
policiais permaneceram parados, alguns com os dois braços unidos encostados
sobre a porta, miravam para frente a espera do alvo. Outros sob constante
comunicação com o uso de um walk-talking anunciavam a suspeita do crime.
O
caminhão aproximava-se lentamente. Não tinham percebido a patrulha, mas ao
realizar uma pequena curva, logo foram sendo surpreendidos. No mesmo instante
Ryah realiza uma freada brusca.
_Não
temos saída, - lamentou-se ao paralisar totalmente o carro.
Os
policiais com as armas apontadas ordenaram a saída de ambos por um ampliador de
voz em formato de cone.
_Apressa-se
Rajid, faça a conversão à direita. – Ryah agitou-se um pouco assustado. Estava
posicionado como passageiro.
_Não
posso, não há espaço nesta trilha. - disse confirmando sua suposição ao
observar para os lados e pelo retrovisor.
Realmente
não havia como calcular uma fuga, senão uma corrida por terra.
_Não
temos alternativa. - disse Ryah ao sacar o revólver.
Colocando-se
ao lado da janela pelo lado de fora, mirou aos policiais e disparou os
primeiros tiros contra a parte inferior dos carros. Pretendia estourar os
pneus, mas os disparos foram todos fracassados.
Deste
modo os dois traficantes foram forçados à uma troca de tiros. Mas com armas
inferiores tiveram menos vantagem, e por conseguinte, o carro bastante
danificado. Os estilhaços foram caindo sobre as costas dos traficantes que
tentavam se proteger agachados no painel do carro. A troca de tiro terminou sem
vítimas. As duas portas de aço do caminhão foram abertas, evitando-se que ambos
fossem atingidos. Obrigando-os definitivamente a abandonar o caminhão. Ryah e Rajid
fugiram à pé retornando ao contrário da pista rumo ao outro carro que vinha em
seguida dirigido por Elijah.
Ao
se encontrarem novamente na parte traseira do caminhão, enquanto eram
protegidos pelas portas, o companheiro, percebendo que os policiais não os
seguiram à pé, intentou abrir as portas da carroceria.
_Espere.
Ryah
mais adiante o escoltava por trás sentido dentro de si uma alta adrenalina. Rajid
sentia-se bastante inquieto ao tentar abrir as fechaduras, lembrou-se de uma
pequena peça de diamante desprendida das grandes placas.
_O
que está fazendo? – Ryah desespera – Vamos ser pegos.
Envolvida
por um cristal não muito pesado, parecia ter cerca de um quilate em seis ponto
cinto milímetros de diâmetro. Bastava apenas abrir as portas traseiras e
possivelmente poderia ser pega. Seu impulso aumentava esporadicamente, muitas
chaves se misturavam no molho, cada centésimo era letal. Talvez não conseguisse
recuperar pelo menos um quilate da peça, seu impulso aumenta e as chaves, no
mesmo instante, caem ao chão encerrando toda possibilidade em recuperar o
diamante. Sem alternativa Rajid foge, certamente seriam brutalmente mutilados
se caso insistissem contra a companhia. Não tiveram chances, a missão estava
fracassada.
Os
carros policiais atrás da dupla que corria ao contrário, estavam posicionados
horizontalmente. Se alarmaram com as sirenes e rapidamente iniciou-se a
perseguição. A pequena curva, a manobra e o caminhão que obstruía parte do
caminho deram oportunidade para os dois fugirem alguns metros antecipados. Os
dois fugitivos deveriam alcançar o ponto mais propício da estrada em que
poderiam sair por algum campo aberto ao lado. Um caminho que seria usado como
atalho, e isto antes do próximo jipe surgir, senão, Elijah também se
encurralaria.
Os
carros perdem tempo ao passar pelo caminhão. Dentro do veículo o sargento
tentava se comunicar com os dois agentes à beira da pista.
_Precisamos
de reforço!
Finalmente,
depois de alguns sinais ocupados devido a recepção de ligações simultâneas, o
rádio-transmissor consegue enviar sinal. O primeiro agente atende e recebe a
ordem.
_Quero
que recolham os cones e cesse a operação na pista... - ordenou aturdido - Houve
um pequeno problema na pista de acesso às montanhas acerca de cinqüenta metros
de distância ao longo do acostamento. Deverão entrar por esta estrada onde
conseguirão identificar um caminhão abandonado para carga média de carroceria
prateada... Câmbio.
_Estamos
pronto senhor, a incidência de carros é razoável, não há suspeitos nas pistas.
- finalizou a chamada.
A FUGA
Os
dois agentes motoqueiros subiram rapidamente ao local do embuste. Por outro,
lado os fugitivos corriam estonteantes à duzentos e cinqüenta metros de
distância, escapando de alguns tiros disparados pelos policiais com a intenção
de impedi-los. Os carros aumentavam a velocidade em menor tempo. Os bandidos
ganharam distância. Ainda deveriam correr exatamente cinqüenta metros adiante
para não serem pegos pelos policiais atrás que conseguiram reduzir a distância
para quase duzentos e cinquenta metros. De sorte, o outro carro não havia
ultrapassado este ponto da trilha, que após a erosão seria formado apenas por
matos e pequenos cascalhos ao redor. O atalho seria um tipo de relevo plano em
campo aberto. O motorista do segundo jipe avistou os dois companheiros que
acenavam com as mãos em sinal de pare. Rapidamente Elijah estaciona, percebendo
também os carros de polícia que seguiam atrás se apavorou.
_Droga!
Eles perderam a mercadoria. – Elijah também se enfurece ao bater as mãos sobre
o volante.
Em
fração de segundos ambos saltam sobre a parte traseira do veículo esvaecidos devido
a aproximação da polícia. Ao avistar o carro da polícia vindo em sua direção, Elijah
logo entendeu o sinal de Ryah que o ordenava a fuga por um atalho à sua
esquerda sinalizado com o braço à direita antes de entrar no jipe, onde
finalmente, sem perca de tempo, deu ré no carro e se convergiu bruscamente à um
campo aberto.
O
carro imediatamente converge pelo campo formado por pequenas falhas sedimentares,
seguiam em direção à rodovia por outra saída, e ao longo da trilha notava-se
uma nuvem de poeira contínua. O carro parecia estar perto em deslizar-se sobre
a trilha, sacudia-se bruscamente e um capotamento àquela altura seria algo
bastante trágico. A polícia vinha em seguida, e após a trilha entre a grande
erosão se converge pelo mesmo caminho
A
derrocada dos pneus formava uma nuvem de poeira pelo atrito com o solo, não
conseguiram finalizar a perseguição. Os carros brancos com detalhes azuis
possuíam brasões da corporação federal, usavam as sirenes acionadas com feches
vermelhas e um alto estonido alarmava-se sobre o ocorrido. Não eram devidamente
equipados para suportar-se naquelas condições, em conseqüência de muitas
desvantagens, foram obrigados a cessar a perseguição, antes mesmo de alcançar a
rodovia principal. Em contra partida o jipe conseguiu realizar o percurso
completo, possuía estrutura apropriada para realizar aquele caminho e por um
extenso atalho finalmente alcançou a rodovia rumo à metrópole. Outras patrulhas
na cidade foram acionadas sobre o ocorrido pelos rádios transmissores, mas não
tiveram a sorte de encontrá-los na fronteira, tampouco na metrópole.
No
local onde fora abandonado o caminhão, os dois agentes policiais analisam o
veículo ao descerem das motocicletas. Com um rádio-transmissor ajustado à moto,
um dos agentes informa algumas características do caminhão para saber se seria
um veículo roubado.
Logo
a informação da inexistência proprietária fora enviada ao sargento. Com muita
dificuldade a dupla consegue romper a fechadura. Após abrirem as portas, se
surpreenderam com a enorme quantidade de cristais.
_Temos
um transporte de mercadoria ilegal não registrado, sob carga de um veículo em
nome de uma pessoa inexistente, na rodovia principal de acesso ao distrito
norte na saída de Sylhet. - comunicou o agente policial à corporação.
_Sim
senhor, estamos formando buscas, do que se trata a mercadoria? – perguntou.
_Diamantes.
– desligou.
O
intercomunicador registrava a descrição do crime no microcomputador de
arquivos, logo a notícia foi enviada ao departamento e o grupo estava perto do
fiasco.
No
escritório novamente o telefone toca após uma conversa confidencial, Flammer
atende, era Ryah, um de seus ajudantes particulares envolvido na fuga da mina,
estava posicionado como companheiro de Elijah que o ajudou na fuga. Emitia
novas informações por telefone sobre a operação policial:
_Houve
uma emboscada! - alarmou o comparsa - a polícia formou pequenas patrulhas e
bloqueou as pistas de refúgio nas planícies altas, inclusive no acesso à mina
desativada - concluiu.
_Como
ficou o prejuízo? - o perguntou ansioso.
_Sinto
informar, mas a patrulha confiscou toda a mercadoria de diamante da encomenda
do sr. Ganiev que vinha do distrito à leste, lamentavelmente tivemos que
abandonar o veículo que transportava os cristais - lamentou Ryah
- felizmente conseguimos fugir a tempo.
_Maldição!
- exclamou enfurecido ao bater com a mão fechada sobre a mesa de seu escritório
- faça o retorno e encerre a operação.
Bastante
irritado, desligou o telefone subitamente. Em seu escritório permaneceu
bastante abatido. Sua mente sofreu uma fisgada instantânea, uma espécie de
conturbação, sentiu um mal-estar passageiro, pensava agora como seria seu
destino em relação à Ganiev que havia encomendado certa quantia em quilates de
diamantes. Os juros, as multas e a jurisprudência fiscal, tudo passava de uma
mera cópia engenhosa do clube. Não poderia sofrer nenhum tipo de
correspondência, seu protocolo tão-somente servia para garantir a confiança do
cliente, certamente descobriria-se a inexistência jurídica.A notícia sobre a
ação policial se espalhou entre muitos, e um dos homens de Flammer, logo o
comunica sobre o ocorrido. Pelo telefone avisou-lhe devidamente a posição da
patrulha entre a fronteira do distrito e o bloqueio alfandegário. Estavam a
procura do mesmo jipe quatro por quatro, cor verde-musgo, usado pelos homens
enviados à mina. Novamente o líder recebe uma notícia inconveniente. No mesmo
instante desliga o telefone sem fio cor preto, e o lança sobre a base
eletrônica com certo desleixo. Por algum momento sua mão permaneceu sobre o
telefone, como estivesse a espera de novos rumores, observava a luz vermelha
intermitente na base eletrônica.
Não
havia saída, o grupo àquela altura deveria estar na mesma rodovia de acesso à Dhaka
em aproximadamente quarenta quilômetros da cidade, talvez ninguém houvesse
comunicado-lhes, ou talvez o motorista já presumisse a respeito da ação
policial, mas como ele próprio, não sabia-se qual rota tomar para desviar-se do
fiasco de serem pegos. Pouco tempo restava ao grupo e, em pouco tempo ao
receber a notícia da emboscada até aquele momento, provavelmente o carro se
deparasse com alguma patrulha militar
_Não
há mais saída Ryah, não quero que abandone o carro. - comunicou-lhe quando já
estavam em uma pista fora da rodovia principal.
_Por
enquanto estamos seguros, evidentemente desviei o carro à alguns quilômetros
atrás, e entrei por uma via de acesso à uma cidade desconhecida à leste, mas
certamente esta via nos levará de volta até a rodovia principal e, além disto,
muito mais próximo da alfândega do que se imagina.
_Muito
bem. Quero que estacione nesta região e relate-me a respeito da cidade,
enviarei o outro caminhão para transportar o veículo. – terminou.
Furioso
ele desliga o telefone, esta seria a última mercadoria apreendida após a
proteção da polícia na mineradora desativada. Ao todo foram duas percas, uma
delas em negociações à quem ele devia, que devido à isto o fazia continuas
perseguições.
Porém
esta seria a principal mercadoria de diamantes encomendada por uma das mais
famosas joalherias da Índia e Bangladesh, o Radiance.
Uma
única hipótese poderia ser considerável para ter obrigado a polícia a formar aquela
barreira onde houve a fuga. O motivo pelo qual se formaram à alguns quilômetros
adiante não poderia descartar esta possibilidade, mas ao contrário, enrijecia a
sua preocupação. Além da mera supervisão da polícia naquela circunstância,
poderia haver ainda... as denúncias do crime. Todos os equipamentos e
explosivos utilizados na perscrução da mina, desde a primeira vez, poderia ter
sido a provável causa do embuste onde pela segunda vez teriam adquirido uma
grande quantidade de diamantes. O conflito com certos indivíduos que surgiram
misteriosamente na base de acesso à mina e o comércio gradativo. Porém algo
parecia intrincá-lo, e nada estava tão relacionado ao embuste como a visão
relatada por Jhason. Contudo o grupo se safou por pouco contra uma inesperada
corrosão policial.
Flammer
agora depende de uma entrega. Será que o Clube Barony conseguirá finalizar a
missão? Não percam a próxima edição.
FIM
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