segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Gambit&Morlocks

Episódio 3 – O último emprego




Muitos anos passaram, Remy agora adulto, trabalhava como funcionário do Coquetel club. Local onde se reuniam diversas classes de pessoas em Manhattan, inclusive mutantes. Os principais produtos vendidos eram batidas, refrescos, sorvetes e coquetéis servidos em taças metálicas, porcelanas ou cristais. Um ambiente agradável preservava em torno de sua ilustre ornamentação, uma decoração elementar e moderna. As mesas se subdividiam entre duas colunas, outras se restringiam pelo salão superior. Os azulejos emitiam um contraste imaculado do brilho proveniente da polidez e dos reflexos das luzes das arandelas metálicas. Muitos garçons faziam o atendimento pela parte externa, usavam uniformes típicos, principalmente luvas e outros assessórios.

Muitos se ocupavam pelos compartimentos internos.

No setor de limpeza estava Remy e alguns funcionários que se ocupavam em diferentes tarefas. Um longo balcão era totalmente equipado para funções especificas, em algumas partes a ventilação eletrônica mantinha o clima arejado do local. Uma destas funções era exercida por Remy. Usava um jaleco de limpeza, luvas e óculos de proteção aos olhos tal como um equipamento de mergulho. Seria útil para disfarçar da íris vermelha nos olhos evitando a percepção esquizofrênica da mutação.

_Depressa! – alarmou o gerente ao entrar pela porta de impulso – Temos muitos pedidos, hoje será um dia de muito trabalho.

_Prepare os refrescos. – ordenou à um funcionário.

Andou alguns passo em direção ao local onde Remy lavava as taças.

_Apressa-se com isto garoto. – chamou sua atenção ao remoer os dentes – Se quiser seu dinheiro tente lavar estas taças... – virou contra a porta e disse em um tom de voz alto e áspero – Hector!

No mesmo instante um dos funcionários entra pela porta de impulso, usava tão-somente um jaleco, exibia um porte físico largo, em seu braço direito uma tatuagem discreta. Seu aspecto era rude, trazia uma bandeja cheia de taças.

_Quero que termine isto em um minuto. – ordenou de modo severo - Tudo estará limpo e seco! – ajustou o relógio.

Remy inicia uma lavagem rápida, enquanto isto pelo salão tudo parecia bem, de fato era um dia de bastante movimento. Os garçons saiam e entravam com as bandejas e os pedidos, um som de voz se dissolvia por todas as partes. As pessoas usavam trajes elegantes, um clima instável circundava o local, uma noite agradável parecia ser o cenário ideal para uma visita ao Coquetel club. Algo, porém, preocupava Remy, uma tarefa árdua deveria ser empenhada, a quantidade de taças era imensa. Entre os clientes havia um casal, um dos garçons logo surgia com o pedido, duas taças metálicas de framboesa com morangos na borda. As taças são postas sobre a mesa, o garçom se retira, a mulher do cliente o observava contente, este recebeu um susto ao tocar na taça. Uma pequena carga elétrica é misteriosamente emitida. Sua bebida é derramada, o cliente se estranha. Algo muito diferente havia ocorrido, o cliente solicita ajuda. Em pouco tempo outros clientes foram tendo a mesma frustração. As taças pareciam eletrizadas, muitos reclamavam pelas roupas finas agora manchadas pelo incidente. No local interno o gerente surgia enfurecido, as portas de impulso são movidas em um forte impacto.

Aproximando-se de Remy o gerente tentava diagnosticar a razão das reclamações.

_Tempo esgotado, um minuto. – disse enquanto secava as mãos.

O gerente ainda parecia insatisfeito, mantinha um aspecto bravo.

_Darei mais algum tempo para você explicar por que as taças estão eletrizadas? – Remy retira o óculos de proteção.

_Alguns clientes reclamam de pequenos choques elétricos, talvez haja algum cabo solto no armário, alguma tomada danificada. – reclinou pela parte inferior onde havia um pequeno depósito embutido, abriu duas gavetas, tentava diagnosticar o fundo da pia. Não encontrou nada se não as luvas que Remy usava.

_O que significa isto? - mostrou a luva da mão direita que apresentava sinais de queimadura. – Mostre-me sua mão.

Remy estende a mão, mas o gerente sabia que o ocorrido se originou do seu poder mutante.

_Como conseguiu fazer isto?

_Eu posso explicar.

_Está despedido. Já me basta este olho esquizofrênico e agora ter que lidar com o homem que fricciona taça e libera cento duzentos wats de eletricidade.

Remy saia constrangido por mais um conflito devido sua mutação. Tomou seu capacete, e fez um extremo ruído do pneu da moto sobre o asfalto. Da janela o gerente o observava. Aberração da natureza – indagou.

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